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ELETROCARDIOGRAMA

O estímulo elétrico do coração

Nó sinusal
Feixe Internodal
Nó atrioventricular
Feixe de His
Se ramifica para os ramos D/E

Despolarização ventricular

CONCEITOS
Ondas: Traduzem a despolarização e repolarização das câmaras cardíacas (onda P, onda T e complexo QRS);
Intervalo: Distância que vai do início de uma onda até o final de outra (intervalo PR e intervalo QT);
Segmento: Distância que vai do final de uma onda até o início de outra (segmento ST)

ONDA P
Aparece em eletrocardiogramas normais porque representa um estímulo elétrico que nasce no nó sinusal
(despolarização atrial);
Duração: 0,12 segundos (3 quadrados);
Amplitude: O,25 mv (2,5 quadrados);
Morfologia: Positiva na maioria das derivações;
Avalia se o ritmo é sinusal;
Avalia sinais de sobrecarga atrial D/E;
Patologias: valvopatia mitral, tricúspide, hipertensão pulmonar e sistêmica severas;
Onda ausente: Fibrilação atrial ou flutter atrial.
INTERVALO PR
Inclui a onda P e o segmento PR;
Despolarização atrial e o atraso fisiológico do estímulo ao passar pelo nó AV;
Duração: 0,12-0,20s (corresponde a 3-5 quadrados e varia com a FC);
Avalia: presença de bloqueio AV, infradesnivelamento (sugestão de pericardite) e síndromes de pré-excitação
(PR curto)

SEGMENTO PR
Linha isoelétrica que une o final da onda P com o início do complexo QRS;
Suas alterações são avaliadas junto com o intervalo PR, assim como seu significado clínico.

COMPLEXO QRS
Aparece após a onda P e segmento PR
Despolarização ventricular = contração ventricular
Esse complexo é um conjunto de ondas

1. Onda Q: Primeira deflexão negativa - vetor de despolarização septal


2. Onda R: Deflexão positiva - corresponde ao vetor resultante da despolarização das paredes livres dos
ventrículos
3. Onda S: Deflexão positiva após o R - despolarização das regiões basais dos ventrículos

Morfologia:
1. Onda R: Começa pequena em V1 e cresce até V6
2. Onda S: Começa grande em V1 e diminui até V6

Duração: 0,06 - 0,10s (3 quadrados)


Amplitude: Contar o tamanho do R e S - é útil para avaliar sinais de sobrecarga ventricular
Avalia:
a. Bloqueio de ramos
b. Presença de áreas eletricamente inativas: Sugere infarto prévio
c. Sinais de sobrecarga ventricular
d. Pré-excitação

SEGMENTO ST
Após o término da contração ventricular e antes do início da repolarização
Isoelétrico - pode ter variações de 0,5mm e com leve concavidade para cima (nivelação com PR prévio mas
apresenta variação leve)
Importância clínica:
1. Muda a conduta no contexto de síndromes coronarianas agudas: Caso com supradesnivelamento =>
Reperfusão
2. Pode sugerir lesão de órgão-alvo quando associado a outros achados de sobrecarga ventricular
importante
3. Pode sugerir intoxicação medicamentosa/impregnação digitálica
ONDA T
Repolarização ventricular
Morfologia:
a. Ascendente: Lento
b. Descendente: Rápido

Em geral, a onda T deve ter a mesma direção que a onda de maior amplitude do complexo QRS
Alterações: Distúrbios eletrolíticos (hipercalemia) e alterações isquêmicas
Exemplos de causas de onda T:
1. Hipercalemia
2. Isquemia aguda
3. Variante da normalidade
INTERVALO QT
Inclui: Complexo QRS, segmento ST e onda T
Principal medida de repolarização ventricular
Varia muito com a FC e deve ser corrigido por ela (Fórmula de Bazett)
QTC de homens < 0,45 seg
QTC de mulheres < 0,46 seg
Importância Clínica:
1. Arritmias: Síndromes com QT longo e QT curto podem precipitar arritmias
2. Medicações: Podem estar alterado na presença do uso de medicações com potencial arritmogênico

RITMO CARDÍACO
é determinado pela frequência e regularidade dos batimentos (frequência e regularidade de aparição dos
complexos QRS)

Como avaliar o ritmo?


1. Determinar se o ritmo é regular ou irregular
Analisar duas ondas R consecutivas e a distância entre elas ;
A distância verificada precisa se repetir nos intervalos R-R seguintes
Se a distância for igual o ritmo é regular
Se a distância é diferente o ritmo é irregular

É importante saber a origem dos estímulos elétricos


Complexo QRS estreito: Ritmo supraventricular
Complexo QRS largo: Ritmo ventricular

TIPOS DE RITMO
Ritmo sinusal
● é um ritmo normal gerado sempre no mesmo local e com a mesma regularidade
● batimentos regulares significa intervalos R-R constantes
● onda P positiva nas derivações: DI, DII, AVF e de V2 a V6
● onda P negativa na derivação AVR
● isodifásica em V1
● todas as ondas P são seguidas por um complexo QRS, tem a mesma morfologia e RC entre 60-100

ARRITMIAS SINUSAIS
● ritmos irregulares
● podem ter alteração da FC
● origem: nó sinusal
● pode alterar a frequência dos batimentos: Taquicardia sinusal e bradicardia sinusal (ritmo regular)
● Existe arritmia sinusal benigna na respiração: FC aumenta na inspiração e FC reduz na expiração

PARADA SINUSAL
● pausa na estimulação do nó
● pausa entre duas ondas P
● esse intervalo possui duração menor que 2x a duração do intervalo de duas ondas P anteriores

ASSISTOLIA
● parada da atividade elétrica
● pode cursar com uma parada cardiorrespiratória
BATIMENTOS DE ESCAPE
● quando a parada sinusal ocorre, o nó sinusal deixa de liberar estímulos elétricos então outros focos
inicial a liberação para comandar o ritmo
● batimentos juncionais são as células mais rápidas após o nó sinusal então geralmente assumem o
comando do ritmo . Quando isso ocorre não visualizamos a onda P porque o estímulo inicial está na
divisão entre átrios e ventrículos, no nó atrioventricular

RITMOS ECTÓPICOS
● não se origina no nó SA
● aparecem em todo o ECG e em todos os momentos (sem mudanças)
● acontece porque outras células miocárdicas recebem maior aceleração superando o nó SA
● causas: intoxicação por digitálicos e estimulação beta-adrenérgica (terapias inalatórias)

ARRITMIAS REENTRANTES
● origem: nó SA
● falha na transmissão do impulso
● 2 vias:
1. via beta: via de condução rápida e período refratário longo
2. via alfa: via de condução lenta e período refratário curto

● Evento deflagrador gera bloqueio unidirecional na via beta mas é conduzido na via alfa. Isso gera um
atraso para recuperar o potencial de repouso da via rápida e para condução retrógrada por esta
mesma via
SÍNDROMES DE PRÉ-EXCITAÇÃO
● impulsos são gerados normalmente porém ocorrem antes do esperado
● os impulsos usam vias acessórias
● as vias acessórias reduzem o tempo de retardo e atingem os ventrículos mais rapidamente
● despolarização adiantada: complexo QRS alargado e intervalo PR encurtado

BLOQUEIOS DE CONDUÇÃO
● retardo ou obstrução no canal de transmissão dos estímulos
● 3 tipos de bloqueio:
1. bloqueio do nó SA: bloqueio do impulso no próprio átrio. O nó dispara normalmente mas a
onda é interrompida;
2. bloqueio do nó AV: interrupção entre o nó AV e o feixe de HIS;
3. bloqueio do ramo ventricular: diagnosticado pela largura e configuração do complexo QRS

● os bloqueios 1 e 2 podem ser divididos pela intensidade do bloqueio em:


a. 1º GRAU:
- Retardo na condução (intervalo PR prolongado)
- Cada complexo QRS é precedido de uma onda P

b. 2º GRAU:
- Alguns impulsos são retidos, por isso nem todos os QRS acompanham a onda P

c. 3º GRAU:
- Todos os impulsos retidos, então temos uma completa dissociação AV
- Frequência ventricular mais lenta que a frequência atrial

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