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ELETROCARDIOGRAMA
BRADIARRITMIAS
PROF. LUCAS CAVALCANTE NOVAES NETO
RESIDÊNCIA EM CARDIOLOGIA-PROCAPE
RESIDÊNCIA EM HEMODINÂMICA-PROCAPE
P - despolarização atrial
QRS - despolarização
ventricular
Onda Q - é a deflexão
negativa inicial Despolarização atrial
Onda R - é a deflexão
positiva
Onda S - é a deflexão
negativa após a onda Q
Ponto J – transição final do
QRS-início do ST
T - repolarização ventricular
Repolarização atrial ??
ELETROCARDIOGRAMA
PADRONIZAÇÃO
ECG registra 10 segundos de atividade elétrica
Duração: 1s em 25 quadrados pequenos
Amplitude: 0,1 mV em 1 quadrado pequeno (N)
Retângulo com 10 quadradinhos de altura e 5 quadradinhos de duração
ELETROCARDIOGRAMA
TÉCNICA DE REALIZAÇÃO
1º passo: DI e aVF
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS – ORIENTAÇÃO
DI
aVF
D III
aVL
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS – ORIENTAÇÃO
3º passo: maior proximidade de aVR
ou de D II?
Ex: entre 30º e 60º:
Área maior de aVR: 40º
Área maior de D2: 50º
Áreas iguais: 45º
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS – ORIENTAÇÃO
Em derivações precordiais
Analisar P em V1
Analisar QRS e T em V2
(positivos)
QRS deve ser negativo em V1
(para trás)
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS – DURAÇÃO
Normal: até 110 ms
Estreito se aumento da FC
Largo em bloqueios (AV, ramo)
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS – DURAÇÃO
BRE e BRD - Dicas por V1:
BRE: quando dobramos carro à
esquerda, sinalizamos pra baixo
BRD: quando dobramos carro à
direita, sinalizamos pra cima
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS –
SOBRECARGAS VENTRICULARES
Sobrecarga de VE:
- Sokolow-Lyon (S de V1 + maior R de V5 ou V6 ≥
35mm)
- Romhilt-Estes ≥ 5 pts:
3 pts se S de V1 ou V2 OU R de V5 ou V6 ≥ 30mm;
3 pts se strain;
3 pts se SAE;
2 pts de desvio para esquerda além -30º;
1 pt se QRS ≥ 90ms;
1pt se deflexão intrínseca em V5 ou V6 ≥ 50 ms
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS –
SOBRECARGAS
VENTRICULARES
Sobrecarga de VD:
– Desvio do eixo para direita (> +90º)
– Desvio do eixo para frente (QRS positivo
em V1)
– Ondas S em V5 / V6 ≥ 7mm
– Alterações de repolarização – strain de
VD
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: QRS – ÁREAS INATIVAS
Infra-desnivelamento:
isquemia miocárdica,
sobrecarga de VE
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO:
T – SEGMENTO ST
Supra-desnivelamento:
isquemia miocárdica (IAM),
repolarização precoce,
hipercalemia,
bloqueio de ramo esquerdo,
pericardite
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: T – MORFOLOGIA DE T
Onda T representa repolarização ventricular
Em geral, polaridade igual à do QRS
Assimétrica, com ramo ascendente lento e descendente
mais inclinado
Normal ser negativa em D III, aVR e V 1
Onda T apiculada, positiva e simétrica ou invertida
associada a precordialgia pode sugerir isquemia
miocárdica
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: T – MORFOLOGIA DE T
Hipercalemia
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: T – MORFOLOGIA DE T
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: T – INTERVALO QT, ONDA U
Intervalo QT:
- Medido do início do complexo QRS até
final da onda T
- Normal de 350 a 440 ms (8-11 mm)
- Pode ser necessário calcular QT corrigido
se grandes variações da FC
- QT longo: amiodarona, antipsicóticos,
antifúngicos
ELETROCARDIOGRAMA
INTEPRETAÇÃO: T – INTERVALO QT, ONDA U
Onda U:
- Deflexão pequena, após T, que pode
representar pós-potenciais do miocárdio
ventricular, repolarização de fibras de
Purkinje ou despolarização de músculos
papilares.
- Proeminente na hipocalemia.
ELETROCARDIOGRAMA
Id/ 1º passo: Homem, 30 anos, peso 80kg, altura
INTEPRETAÇÃO: EXEMPLO 1,75m, padronização ok.
Onda P: 2º passo: Ritmo: P + em D1 e avF, e precede
todo QRS. O ritmo é sinusal.
3º passo: FC : 1500 / 21mm = FC 71 bpm.
4º passo: Sobrecargas atriais: Analisando D2 e V1,
não há aumento de amplitude ou duração da onda P.
Sem sobrecarga atrial.
5º passo: Intervalo PR: Distância entre inícios de P e
QRS é 3,5 mm, ou 140 ms. Normal.
Complexo QRS: 6º passo: Orientação: QRS + em D1
e avF, e - em V1. Normal (entre 0 e 90º, para trás).
7º passo: Duração: QRS aprox. 100ms (2,5mm).
Normal.
8º passo: Sobrecargas ventriculares: não há sinais.
9º passo: Áreas inativas: não há sinais.
Onda T: 10º passo: Segmento ST: supra-
desnivelamento com concavidade superior em V2, V3
e V4, de 1 a 2mm, sem onda Q ou ausência de
progressão de ondas R de V1 a V4; compatível com
repolarização precoce.
11º passo: Morfologia de onda T: normal. Sem
alteração de repolarização ventricular significativa.
12º passo: Intervalo QT / Miscelânea: intervalo QT
normal (10mm ou 400ms).
Conclusão: Ritmo sinusal, FC 71 bpm, repolarização
precoce em parede anterior
BRADIARRITMIAS
INTRODUÇÃO
ELETROFISIOLOGIA DAS BRADIARRITMIAS
As arritmias cardíacas são produzidas por anormalidades na geração
e/ou na condução do impulso elétrico.
Bradiarritmias: arritmias com FC < 50 bpm
Podem surgir por distúrbios em:
- formação do impulso ao nível do nó SA
- propagação do impulso na saída do nó sinusal
- bloqueio da condução no NAV
- alteração na condução no sistema His-Purkinje
INTRODUÇÃO
ELETROFISIOLOGIA DAS BRADIARRITMIAS
Nó AV:
- Estrutura subendocárdica originada na zona de transição, composta por agregados celulares
na região póstero-inferior do átrio direito.
- Potencial de repouso relativamente mais alto em comparação com os miócitos atriais e
ventriculares próximos
- Despolarização espontânea na fase 4 do potencial de ação
- Fase 0 de despolarização mais lenta (Ca2+) que a encontrada no tecido ventricular (Na+)
Muito mais comuns na prática que os BSA; representam cerca de 70% das
indicações de Marcapasso
Sintomas mais comuns: fadiga, síncope e hipotensão
Pode haver ativação do NSA e sístole atrial normais, e ativação ventricular mais
lenta (graus variáveis)
Classificação Eletrocardiográfica: 1º, 2º e 3º graus
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
CAUSAS
Autonômica: Hipersensibilidade do seio carotídeo
Metabólicas: HiperK+, Hiper Mg2+, Hipotireoidismo, Insuficiência Adrenal
Medicamentos: Betabloqueadores, BCC, Adenosina, Anti-arrítmicos, Lítio
Infecções: Endocardite, Chagas, Sífilis, Tuberculose
Reumatológicas: Lúpus Eritematoso Sistêmico, Artrite Reumatoide, Esclerodermia
Infiltrativas: Amiloidose, Sarcoidose, Hemocromatose
Isquemia Miocárdica: DAC Crônica, IAM
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
ELETROCARDIOGRAMA
BAV 1º Grau: prolongamento do intervalo PR (> 0,20 s), mas com condução
adequada das ondas P (1 P para cada QRS).
Se QRS estreito, retardo no próprio nó AV; se largo, no sistema distal.
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
ELETROCARDIOGRAMA
BAV 2º Grau: falha intermitente na condução do impulso elétrico A-V.
Mobitz Tipo 1 (Wenckebach): progressivo aumento do intervalo PR até que uma
onda P é bloqueada. O intervalo PR após a onda P não conduzida é mais curto do
que o PR do intervalo que antecede a pausa.
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
ELETROCARDIOGRAMA
Mobitz Tipo 1I: intervalo PR constante, com a mesma duração, antes e depois da
onda P bloqueada. QRS largo. Prognóstico pior que o Mobitz tipo I; grave.
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
ELETROCARDIOGRAMA
BAV 3º Grau: ausência de P conduzidas, sem relação entre as ondas P e o QRS
(dissociação AV), com a frequência atrial maior do que a frequência ventricular. FC
baixa, entre 30 e 50 bpm. Grave!
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
ELETROCARDIOGRAMA
BAV de 1º grau – é aquele plantonista que sempre chega 20 ou 30 minutos atrasado, mas
que nunca falta.
BAV de 2º grau tipo 1 – é a pessoa que rende o plantão sempre com atrasos maiores. No
primeiro dia é de 20 minutos, depois de 30 minutos, 40 minutos e assim por diante. Até que
um belo dia ele simplesmente não aparece.
BAV de 2º grau tipo 2 – é o plantonista que sempre chega na hora corretamente até um dia,
sem aviso prévio algum ou sem qualquer justificativa, faltar.
BAV de 3º grau – aquele plantonista completamente desconectado da escala. Quando é o dia
de descansar, chega pontualmente para dar plantão. Quando é o dia dele cobrir o plantão,
falta sem avisar a ninguém.
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
EXAMES COMPLEMENTARES
Eletrocardiograma
Holter (24 horas)
Estudo Eletrofisiológico
Exames direcionados
à causa-base suspeita (digoxinemia,
TSH/T4L, polissonografia, etc.)
** Há BAV 3º grau paroxístico!
(DHE; K+)
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
TRATAMENTO
Suspender medicações * Indicações de Consenso:
potencialmente
BAV de 2º grau com bradicardia sintomática
causadoras
Casos agudos: Atropina BAV 2º grau tipo II com complexo QRS alargado com ou
(0,5-1,0 mg, IV, a cada 5 sem sintomas
minutos, até 3 mg) BAV 2º ou 3º grau induzido por exercício na ausência de
1º Grau e 2º Grau Tipo I isquemia
benignos Fibrilação atrial com bradicardia e pausas > 5 s
Tratamento mais eficaz e
definitivo: Marcapasso *
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
TRATAMENTO
* Indicações de Consenso: