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A despolarização auricular é de cima para baixo, de tras para frente e de direita para esquerda,
resultando na onda P
É negativa em aVR
A polaridade da onda T em derivações III e aVL dependerá do eixo médio da onda T em plano
frontal.
Eletrocardiograma normal
Oo
Tamanho menor ou igual a 2,5mm nas derivações dos membros e menor a 3mm nas
derivações precordiais
Onda Q: é a primeira onda negativa antes da primeira onda positiva é menor ou igual a
0,02s
Ritmo
Intervalo PR: a distancia entre o inicio da onda P e o inicio do QRS é de 3,5mm ou de 140ms
NORMAL
Orientação:
R1 + S3 >25mm;
R> 11mm em aVL;
R em V5 + S em V1 > 35mm com inversão assimétrica de onda T e depressão
de ST em I, aVL;
R em V5 – 6 crescimento ventricular esquerdo
Morfologia da onda Q:
As ondas do ECG são denominadas utilizando-se a ordem alfabética, a começar pela onda P,
que representa a despolarização atrial (Fig. 235-2). O complexo QRS representa a
despolarização ventricular, e o complexo ST-T-U (segmento ST e ondas T e U), a repolarização
ventricular. O ponto J é a junção entre o final do complexo QRS e o início do segmento ST. A
onda de repolarização atrial (ST-Ta ) geralmente tem amplitude muito baixa para ser
detectada, podendo se tornar aparente na pericardite aguda, no infarto atrial e no bloqueio
cardíaco AV.
As ondas QRS-T do ECG convencional correspondem, de maneira geral, às diferentes fases dos
potenciais de ação ventriculares obtidos simultaneamente, os registros intracelulares de fibras
miocárdicas únicas.
Por outro lado, fatores associados com encurtamento da duração da repolarização ventricular
(p. ex., hipercalcemia, digoxina) encurtam o QT.
O ECG costuma ser registrado em papéis especiais quadriculados, nos quais cada quadrículo
tem 1 mm2. Quando a velocidade de registro é de 25 mm/s, as divisões horizontais menores (1
mm) correspondem a 0,04 s (40 ms), e as linhas mais espessas, a intervalos de 0,20 s (200 ms).
Verticalmente, o gráfico do ECG quantifica a amplitude de uma determinada onda ou deflexão
(1 mV = 10 mm na calibração-padrão; os critérios de voltagem para o diagnóstico de
hipertrofia, mencionados adiante, são referidos em milímetros).
A frequência cardíaca (batimentos por minuto) pode ser rapidamente calculada pelo intervalo
entre os batimentos (RR),
O intervalo QT (“corrigido”), QTc , relacionado com a frequência pode ser calculado pela
fórmula QT/√RR e normalmente é ≤ 0,44 s. Algumas referências consideram que o limite da
normalidade para o QTc é de 0,45 s nos homens e de 0,46 s nas mulheres.
DERIVAÇÕES DO ECG
ECG NORMAL
ONDA P
A segunda fase resulta da despolarização simultânea dos ventrículos direito e esquerdo, sendo
normalmente dominada pelo ventrículo esquerdo mais volumoso, de maneira que o vetor 2
aponta para a esquerda e para trás. Por isso, uma derivação precordial direita (V1 ) registra
esse processo de despolarização bifásico como uma pequena deflexão positiva (onda r septal),
seguida de grande deflexão negativa (onda S).
Uma derivação precordial esquerda, como V6 , registra a mesma sequência como uma
pequena deflexão negativa (onda q septal), seguida de deflexão positiva relativamente ampla
(onda R).
A derivação precordial em que as ondas R e S têm amplitudes quase iguais é denominada zona
de transição (em geral, V3 ou V4 ).
Eletrocardiograma normal de indivíduo saudável. Ritmo sinusal com frequência cardíaca de 75
batimentos por minuto. Intervalo PR de 0,16 s; intervalo QRS (duração) de 0,08 s; intervalo QT
de 0,36 s; QTc de 0,40 s; eixo médio do QRS em cerca de +70°. As derivações precordiais
mostram progressão normal da onda R com zona de transição (onda R = onda S) em V3 .
Quando o eixo é mais negativo que –30°, diz-se que há desvio do eixo para a esquerda;
quando é mais positivo que +90° a +100°, diz-se que há desvio do eixo para a direita.
O desvio do eixo para a esquerda pode ocorrer como uma variante normal, porém costuma
estar mais associado à hipertrofia ventricular esquerda, ao bloqueio do fascículo anterior do
ramo esquerdo (hemibloqueio ou bloqueio do fascículo anterior esquerdo) ou ao infarto agudo
do miocárdio inferior.
O desvio do eixo para a direita também pode ocorrer como uma variante normal
(especialmente em crianças e adultos jovens); como um achado espúrio decorrente da troca
dos eletrodos dos braços esquerdo e direito; ou em distúrbios, como sobrecarga ventricular
direita (aguda ou crônica), infarto da parede lateral do ventrículo esquerdo, dextrocardia,
pneumotórax esquerdo ou bloqueio do fascículo posterior esquerdo.
ONDA T E ONDA U
Em geral, o vetor médio da onda T possui orientação praticamente concordante com o vetor
médio do QRS (cerca de 45° no plano frontal).
A sobrecarga atrial direita (aguda ou crônica) pode produzir aumento na amplitude da onda P
(≥ 2,5 mm).
Esse padrão, antigamente conhecido como “P mitral”, também pode ocorrer na vigência de
atrasos da condução atrial esquerda na ausência de dilatação real do átrio esquerdo,
justificando a designação mais genérica de anormalidade atrial esquerda.
A sobrecarga atrial direita (AD) pode produzir ondas P apiculadas e elevadas nas
derivações dos membros ou nas precordiais.
A hipertrofia do ventrículo direito (HVD) pode desviar o vetor do QRS para a direita;
esse efeito geralmente está associado a complexos R, RS ou qR na derivação V1 . É
possível haver inversão da onda T nas derivações precordiais direitas.
O cor pulmonale agudo causado por embolia pulmonar pode estar associado ao ECG
normal ou a diversas anormalidades. A taquicardia sinusal é a arritmia mais comum,
embora possa haver outras taquiarritmias, como fibrilação ou flutter atrial. O eixo do
QRS pode desviar-se para a direita, às vezes em combinação com o assim chamado
padrão S1Q3T3 (proeminência da onda S em D1, e onda Q em D3, com inversão da
onda T na mesma derivação).
O cor pulmonale crônico causado por doença pulmonar obstrutiva geralmente não
produz o padrão clássico do ECG de hipertrofia ventricular direita descrito
anteriormente. Em vez de ondas R amplas em derivações precordiais direitas, a
doença pulmonar crônica associa-se a ondas R pequenas em derivações precordiais
direitas e médias (progressão lenta da onda R) decorrentes, em parte, do
deslocamento para baixo do diafragma e do coração. Em geral, evidenciam-se
complexos de baixa voltagem em consequência da hiperinsuflação dos pulmões.
Foram propostos diferentes critérios de voltagem para a hipertrofia ventricular
esquerda baseados na existência de ondas R amplas nas derivações precordiais
esquerdas e ondas S profundas nas derivações precordiais direitas (p. ex., SV1 + [RV5
ou RV6 ] > 35 mm).
Assim, no bloqueio de ramo direito, o vetor terminal do QRS mostra-se orientado para a
direita e para a frente (em geral, rSR’ em V1 e qRS em V6 )
O vetor principal do QRS apresenta-se dirigido para a esquerda e para trás. Além disso, o
padrão inicial normal da ativação septal, da esquerda para a direita, fica comprometido, e
a despolarização septal passa a ocorrer também da direita para a esquerda.
Um padrão idêntico ao do bloqueio de ramo esquerdo, precedido por uma espícula aguda,
é observado na maioria dos casos de estimulação artificial do ventrículo direito decorrente
do atraso relativo na ativação ventricular esquerda.
Comparação entre os padrões QRS-T típicos do bloqueio de ramo direito (BRD) e do
bloqueio de ramo esquerdo (BRE) com o padrão normal nas derivações V1 e V6 . Observe
as inversões secundárias das ondas T (setas) nas derivações com complexo rSR′ nos casos
com BRD e nas derivações com onda R ampla nos casos com BRE.
Nos indivíduos sem cardiopatia estrutural, o bloqueio de ramo direito é observado com
maior frequência do que o bloqueio de ramo esquerdo.
O bloqueio de ramo direito também ocorre nas cardiopatias congênitas (p. ex., defeito do
septo atrial) e adquiridas (p. ex., valvopatia e cardiopatia isquêmica).
O bloqueio de ramo esquerdo costuma indicar uma das quatro condições subjacentes
associadas ao maior risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares: doença arterial
coronariana (frequentemente com o comprometimento da função ventricular esquerda),
cardiopatia hipertensiva, valvopatia aórtica e miocardiopatia.
Os bloqueios de ramo podem ser crônicos ou intermitentes. O bloqueio de ramo pode
estar relacionado com a frequência cardíaca; por exemplo, muitas vezes ocorre quando a
frequência cardíaca excede um valor crítico.
Nos bloqueios de ramo, a onda T apresenta polaridade oposta à da última deflexão do QRS
Essa discordância dos vetores do QRS-onda T é provocada pela sequência alterada de
repolarização que ocorre após a alteração da despolarização. Em contraposição, as
alterações primárias da repolarização independem das alterações do QRS, relacionando-se
a alterações de fato nas propriedades elétricas das próprias fibras miocárdicas (p. ex., na
duração do potencial de membrana em repouso ou do potencial de ação), e não apenas a
alterações na sequência de repolarização.
Uma anormalidade específica que simula bloqueio de ramo direito com elevação do
segmento ST nas derivações torácicas direitas é observada com o padrão Brugada Os
bloqueios parciais (fasciculares ou “hemibloqueios”) de ramo esquerdo (bloqueios
fasciculares anteriores ou posteriores) geralmente não prolongam substancialmente a
duração do QRS, porém estão associados a desvios do eixo de QRS no plano frontal
(respectivamente para a esquerda ou para a direita).
O bloqueio do fascículo anterior esquerdo (eixo do QRS mais negativo do que – 45°) é
provavelmente a causa mais comum de desvio acentuado do eixo à esquerda em adultos.
Por outro lado, o bloqueio do fascículo posterior esquerdo (eixo do QRS desviado à direita
acima de +110-120°) é muito raro como achado isolado e requer a exclusão dos outros
fatores causadores de desvio à direita mencionados anteriormente.
A isquemia produz efeitos complexos dependentes do tempo nas propriedades elétricas das
células miocárdicas.
A isquemia aguda e grave diminui o potencial de repouso da membrana e encurta a duração
do potencial de ação Tais alterações provocam um gradiente de voltagem entre as zonas
isquêmica e normal. Em consequência, há fluxo de corrente entre essas regiões. Essas
correntes de lesão são representadas no ECG convencional por desvio do segmento ST.
Quando a isquemia aguda é transmural, geralmente o vetor ST sofre desvio na direção das
camadas mais externas (epicárdicas), produzindo elevações do segmento ST e, às vezes, nos
estágios iniciais de isquemia, ondas T amplas e positivas, denominadas hiperagudas, sobre a
zona isquêmica.
Múltiplos fatores influenciam a amplitude dos desvios isquêmicos agudos do segmento ST. A
elevação ou depressão profundas do segmento ST em múltiplas derivações costumam indicar
isquemia muito grave.
De um ponto de vista clínico, a divisão do infarto agudo do miocárdio nos tipos com elevação
do segmento ST (IAMEST) e sem elevação do segmento ST (IAMSEST) é útil, uma vez que a
eficácia da terapia de reperfusão de emergência é limitada ao primeiro grupo; as indicações
em desenvolvimento para terapia de reperfusão aguda no IAMSEST são objeto de investigação
intensiva.
A isquemia
aguda causa uma corrente de lesão. Quando houver predominância de isquemia
subendocárdica (A), o vetor resultante de ST será direcionado à camada interna no ventrículo
afetado e à cavidade ventricular. As derivações sobrepostas registrarão a depressão do ST.
Com isquemia envolvendo as camadas ventriculares externas (B) (lesões transmural ou
epicárdica), o vetor ST será direcionado para fora. As derivações sobrepostas registrarão a
elevação do ST.
As derivações do ECG geralmente são mais úteis para a localização das regiões isquêmicas com
elevação do segmento ST do que daquelas sem elevação do ST. Por exemplo, a isquemia
transmural aguda de parede anterior (incluindo a apical e lateral) é indicada pela elevação do
segmento ST ou pelo aumento da positividade da onda T em uma ou mais das derivações
precordiais (V1 a V6 ) e em D1, e em aVL.
A isquemia transmural reversível, por exemplo, causada por espasmo coronariano (angina de
Prinzmetal), pode causar elevações transitórias do segmento ST sem o desenvolvimento de
ondas Q.
Os pacientes com dor torácica isquêmica que se apresentam com inversões profundas da onda
T em múltiplas derivações precordiais (p. ex., V1 a V4 , D1 e aVL), com ou sem aumento das
enzimas cardíacas, são caracteristicamente portadores de obstrução grave na artéria coronária
descendente anterior esquerda.
Nos infartos anteriores, a elevação do ST nas derivações I, aVL e precordiais pode ser
acompanhada por depressões recíprocas do ST em II, III e aVF.
Por fim, a hiperpotassemia grave provoca parada cardíaca por um tipo de mecanismo
sinusoidal lento (padrão de “onda sinusoidal”), seguido de assistolia.
Essa tríade é altamente específica para derrame pericárdico, geralmente com tamponamento
cardíaco, mas com sensibilidade limitada.