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Alterações patológicas no ECG

SOBRECARGA DAS CÂMARAS CARDÍACAS


“O AD é responsável pela amplitude da onda P e o AE é responsável pela duração da onda P”
➔ Avaliar em DII e V1


1. Sobrecarga de AE
● Aumento da duração da onda P (<0,12s) nas derivações frontais“P mitrale”: onda P entalhada e
bimodal com 2
● módulo maior em DII
● Índice de Morris: onda P com componente final negativo em V1> 1mm de amplitude ou duração
● Eixo desviado para esquerda e para trás

2. Sobrecarga do AD
● Aumento da amplitude da onda P (>3mm) : “P pulmonale” onda P apiculada em DII
● Amplitude aumentada em V1 “P plus-plus-minus”
● Sinal de Penhalosa- Tranchesi: QRS em V1 é diminuto, havendo um rápido aumento de
voltagem do QRS em V2. (o QRS do átrio esconde o QRS do ventrículo em V1- de cara para AD, em
V2- sai de perto do átrio)
● Eixo desviado para direita e para frente: entre +70º-90º

3. Sobrecarga Biatrial
● Eixo de P pode não estar desviado
● Onda P com duração e amplitude aumentadas
● Onda P bimodal com o 1º módulo maior que segundo

Sobrecargas Ventriculares
A hipertrofia de qualquer um dos ventrículos vai causar aumento da atividade elétrica nos ventrículos, causando
um aumento da amplitude do QRS
➔ Avaliar derivações precordiais (V1 a V6)
1. Dilatação do VE
● Amplitudes maiores da onda S em V1 e V2 e R em V5 e V6
● Ausência de onda S
● Padrão de Strain: Infra de ST + onda T negativa com área maior que QRS em V6
● Desvio dos eixos para a esquerda (no plano frontal)- exagero da condição normal
● Índice de Sokolow-Lyon: S de V1 + R de V5/V6> 35mm
● Índice de Cornell: R de aVL + S de V3> 20(mulher) ou 28 (homem)
● Romhilt-Estes: 3 afasta HVE, 4 sugere HVE e 5 ou + confirma HVE

2. Dilatação de VD
● Onda S profunda em V1, V2 e V5 e V6
● Desvio do eixo elétrico para direita e para cima (acima de + 110º)
● Padrão de Strain em V1

3. Dilatação Biventricular
● Sinal de Katz- Wachtel: QRS isoelétrico e amplo de V2 a V4
● O eixo pode não estar desviado
● Padrão de Strain

BLOQUEIO DE RAMOS
Ocorre um retardo da condução do estímulo elétrico, causando aumento da duração do QRS.
O bloqueio de ramo direito não altera a ativação do ramo esquerdo, e vice versa.
➔ Analisar V1

1. Bloqueio de ramo direito (BRD)


● Aumento da duração do QRS> 0,12s
● “Padrão em M”/ Orelha de Coelho: QRS formado por uma onda positiva,
seguida por uma negativa e uma positiva
● Onda T invertida em V1, V2, V3
● Onda S ampla e empastada em V6 e DI
● Desvio do QRS para direita
2. Bloqueio de ramo esquerdo (BRE)
● Aumento da duração do QRS> 0,12s em V1
● Ausência de q em DI, aVL e V5
● Onda R em “Torre de Castelo” em V6
● Onda T negativa

3. Bloqueios divisionais do Ramo esquerdo: O ramo esquerdo é o único dividido em 3 fascículos (anterior
esquerdo, septal e posterior esquerdo)
O desvio da onda vai para o mesmo lado que o sub-ramo pe bloqueado, sendo essa a única alteração no ECG
a. Bloqueio divisional anterior esquerdo ou anterossuperior esquerdo (BDAS):
● Eixo do QRS desviado para a esquerda e para frente - acima de 45º(toda corrente passa pelo
fascículo posterior esquerdo)
b. Bloqueio divisional ântero-medial (BDAM)
● Aumento da amplitude das ondas R< 15mm
● Ondas T opostas ao QRS em V1, V2 e V3
c. Bloqueio divisional póstero-inferior (BDPI)
● Eixo do QRS desviado para direita

DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS

1. Hipercalemia
● Aumento da duração e diminuição da 2. Hipocalemia
amplitude da onda P ● Diminuição da amplitude da onda T
● Aumento da duração do QRS> 0,12s ● Inversão de onda T ( casos graves)
● Onda S mais profunda ● Onda U patológica (de amplitude
● Onda T simétrica e pontiaguda com base aumentada)
larga “Formato de tenda de índio”
(K>6) ou ausência de onda T (>7)

3. Hipercalcemia
● Diminuição do intervalo ST e QT
● Onda de Osborn (onda J)
4. Hipocalcemia
● Aumento da duração do intervalo QT

OUTRAS ALTERAÇÕES
Tromboembolismo pulmonar (TEB)
● Aumento da amplitude da onda S em V1
● Aumento da amplitude da onda Q em V3
● Onda T invertida em V3
Hemorragia subaracnóide
● Onda T grande e invertida em todo o ECG

INSUFICIÊNCIA CORONARIANA
Isquemia: falta de oxigênio no tecido por obstrução do fluxo sanguíneo sem causar morte celular. Ocorre maior perda
de K, retardando a repolarização
- Comum em angina estável

1. Isquemia Subendocárdica
● Onda T simétrica e pontiaguda em V6- “Tenda de Índio Americano”
2. Isquemia Subepicárdica
● Ocorre a inversão da onda T de acordo com o QRS
Lesão: ocorre morte celular
3. Lesão Subepicárdica (IAM)
● Supradesnivelamento de ST
● Somado a BRE= presume IAM
4. Lesão Subendocárdica
● Infradesnivelamento de ST

Infarto do Miocárdio:
● Presença de Q patológico: ausência de R e Q com duração e/ou amplitude maiores em V6
● Supra de ST indica fase aguda (IAM)
● Fase resolutiva: sem supra de ST +inversão de onda T
Ordem do infarto:
1. Supra de ST
2. Inversão da onda T e morfologia apiculada
3. Q patológico

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