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Curso de Eletrocardiograma

Prof.ª Tatiana Assad


Aula 02 – 10.03.2021

4. Relação entre as derivações e o coração


SOBRECARGAS ATRIAIS
Derivações Pré-cordiais =
RELEMBRANDO O ECG NORMAL
a. V1 e V2 – veem o septo interventricular
1. Papel do ECG e a sua padronização
b. V3 e V4 – veem a parede anterior do
a. N = 25 – indica amplitude normal onde cada
ventrículo; podem virar V3R e V4R e ver o VD
quadrado pequeno corresponde a 0,1 mV
c. V5 e V6 – veem a parede lateral do
(amplitude da onda); e que a velocidade é 40
ventrículo; podem ir para o local de V7 e V8
ms (tempo da onda)
e ver o dorso
b. Logo, o padrão será de 200 ms para cada
quadrado grande Derivações Frontais =
2. Onda P antes de cada Complexo QRS e em seguida
tem a Onda T – Ritmo Sinusal d. D1 e aVL – veem a parede lateral alta do
a. Onda P = despolarização atrial ventrículo
i. Positiva nas derivações INFERIORES i. Ambos apontam para o ombro
b. Complexo QRS = despolarização ventricular ESQUERDO
i. Pode ter só RS; QS (só ondas e. aVR – vê o lado direito do coração
negativas) i. Aponta para o ombro DIREITO
c. Onda T = repolarização ventricular f. D2 , D3 e aVF – veem a parede inferior do
coração
OBS – A repolarização atrial está dentro da despolarização i. Apontam para baixo (pés)
ventricular, então NÃO é possível ver no ECG

5. Duração e tamanho padrão das ondas do ECG


a. Onda P = 0,25 mV e até 100 ms
i. Deve ser analisado em D2 (+60
graus), pois ele está exatamente na
direção do eixo da Onda P (cima-
3. Posicionamento dos eletrodos
baixo; direita-esquerda) e deve ser
a. V1 e V2 – 4º espaço intercostal (a direita e a
POSITIVA nessa derivação
esquerda do esterno)
ii. Em V1, a Onda P é BIFÁSICA (vê a
b. V4 – 5º espaço intercostal, na linha
onda chegar e sair)
hemiclavicular à esquerda
iii. Em D3 e em aVF também será
c. V3 – no meio entre V2 e V4
POSITIVA (paredes inferiores)
d. V5 e V6 – 5º espaço intercostal
b. Intervalo PR = 120 a 200 ms
i. V5 – linha axilar anterior
c. Complexo QRS = de 100 a 120 ms
ii. V6 – linha axilar média
i. Onda Q = 0,3 mV e até 30 ms
e. V7 e V8 – dorso

Se for fazer o ECG à direita usa-se as derivações V1, V2, V3 e


V4 (V3R e V4R nas mesmas posições de V3 e V4 mas do lado
direito – derivações mais sensíveis para ver IAM de VD)

Marina Cavalcante Chini


Curso de Eletrocardiograma
Prof.ª Tatiana Assad
Aula 02 – 10.03.2021

ÁTRIO ESQUERDO

SOBRECARGAS ATRIAIS
OBS – Na prática, a maior parte das doenças que
 Deve analisar principalmente a Onda P – pois ela é a sobrecarregam os átrios também geram sobrecarga nos
onda de despolarização atrial ventrículos
o Analisar a Onda P em D2 e em V1 – pois são
as derivações que melhor mostram a PADRÃO NORMAL DA ONDA P E SOBRECARGA ATRIAL
despolarização atrial DIREITA E ESQUERDA
 D2, D3 e aVF = Onda P positiva nas
paredes inferiores
 V1 = Onda P bifásica (fase positiva e
negativa)
o Até 0,25 mV e até 100 ms – NÃO ultrapassa
2,5 mm em amplitude e em tempo
 Na fase positiva de V1 NÃO pode
ultrapassar 1,5mm (0,15 mV)
 Mas é melhorar analisar essa onda
em D2

POR QUE AS SOBRECARG AS ATRIAIS LEVAM À


ALTERAÇÃO DO ECG?
 A Onda P é marcada pela despolarização do átrio
 Pode ocorrer o aumento do AD (apenas fica maior) direito e do átrio esquerdo – primeiro despolariza o
ou do AE (leva ao desposicionamento do ventrículo) AD e depois o AE (normal)
o Esse desposicionamento que leva às o A soma disso dá a Onda P normal com
alterações do ECG pela sobrecarga morfologia normal –
 Até 0,25 mV e até 100 ms em D2
 Bifásica em V1 com até 1,5 mV

SOBRECARGA DE ÁTRIO ESQUERDO


 A massa do AD continua a mesma
 A massa do AE AUMENTA muito mais – isso leva a um
maior tempo para despolarizar o AE, que pode ser
ÁTRIO DIREITO evidenciado no ECG
Marina Cavalcante Chini
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 Ou seja, agora NÃO despolariza os dois átrios em até RESUMO DAS ALTERAÇÕES DE SOBREC ARGA
100 ms em D2 –
ATRIAL
o Com isso, DESACOPLA o AD e o AE –
despolariza o AD e depois despolariza o AE Analisar nas derivações D2 e V1 – pois são as que mais
(em um tempo maior) mostram a despolarização atrial
o Isso gera o PADRÃO DE CORCOVA
 Como o AE ficou muito grande e o coração está  Sobrecarga Atrial Esquerda –
rodado, isso aumenta a fase negativa em V1 o Duração > 2,5 mm (100 ms) em D2 – Padrão
o A fase positiva vê o AD (continua igual) De Corcova
o A fase negativa vê o AE (aumenta por causa o Aumento da fase negativa em V1 – Índice de
da sobrecarga e demora do tempo de Morris
despolarização) – ÍNDICE DE MORRIS

Índice de Morris = é o que vê em V1 por causa do


prolongamento do tempo de despolarização do AE, ou seja, é
o aumento da fase negativa em V1

SOBRECARGA DE ÁTRIO DIREITO


 A massa do AE continua igual
 A massa do AE AUMENTA muito – ele fica no mesmo
lugar, apenas aumenta sua massa PADRÃO DE ÍNDICE DE
 Dessa forma ocorre o aumento da amplitude da CORCOVA MORRIS
Onda P, pois o problema não é o tempo de
despolarização  Sobrecarga Atrial Direita –
o O AD continua despolarizando primeiro, mas o Amplitude > 2,5 mm (0,25 mV) em D2
ele tem uma maior massa, então é preciso (pontiaguda_
aumentar a voltagem da onda para fazer o Amplitude > 1,5 mm (0,15 mV) da fase
essa despolarização positiva em V1
o Ocorre o AUMENTO DA PRIMEIRA FASE DA
ONDA e a segunda fase fica normal –
aumento de AMPLITUDE
 A Onda P em D2 passa a ter > 2,5 mm de amplitude
(> 0,25 mV) e não tem mudança no tempo – a onda
fica bem pontiaguda
 Em V1 ela tem > 1,5 mm e também não muda o
tempo de duração

OBS – É possível a ocorrência de sobrecarga dos átrios direito


e esquerdo (sobrecarga biatrial)

Em caso de FA (Fibrilação Atrial) NÃO tem a Onda P no ECG,


então não tem como identificar a sobrecarga atrial – porém,
pode inferir essa dilatação atrial pela sobrecarga do ventrículo;
mas como tem uma Onda P em ritmo NÃO sinusal, não pode
interferir

Ou seja, para ter critério de Sobrecarga Atrial é preciso ter


uma Onda P SINUSAL
Marina Cavalcante Chini

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