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Como é feito o eletrocardiograma:

Tudo começa com o preparo para o exame, que inclui depilação do tórax caso
o paciente tenha muitos pelos.

Se a pele for especialmente oleosa, deve ser promovida uma limpeza local
com álcool. Em seguida, o paciente deve deitar-se numa maca, em decúbito
dorsal e ao lado do eletrocardiógrafo que será usado para o exame.

O técnico de enfermagem ou auxiliar de sala de exames fixa, então, os


eletrodos à pele dos braços (faces anteriores dos punhos), pernas (faces
ântero-mediais) e tórax do paciente, a fim de captarem os estímulos elétricos
do coração ou as repercussões deles a distância.

A pele deve estar bem limpa e desengordurada nos locais de fixação dos
eletrodos.

Para facilitar a captação desses estímulos, geralmente é aplicado sobre a pele


um gel condutor ou álcool gel.

Os eletrodos dos membros são fixados por braceletes, e os do tórax, por uma
espécie de ventosa de borracha, permitindo aderência à pele sem o uso de
agulhas ou outros instrumentos invasivos.

Após a colocação dos eletrodos nos


punhos, tornozelos e tórax, o
aparelho de ECG é ligado.

O dispositivo registra a atividade


elétrica captada através da pele do
paciente, que resulta de cada batida
do coração.
Combinando os dados coletados pelo eletrodo do punho esquerdo com o
tornozelo esquerdo, o software cria uma figura na tela do computador na forma
de gráfico, que chamamos de derivação.

Cada uma das derivações é formada pela combinação entre dois eletrodos,
permitindo o estudo da atividade elétrica das várias partes do coração (anterior,
posterior, lateral esquerda, lateral direita).

Elas dão base ao traçado mostrado na tela do computador, que pode ser
interpretado in loco ou enviado para que um cardiologista online produza o
laudo médico.

Como funciona um eletrocardiograma:

O aparelho de eletrocardiograma é composto de um sistema eletrônico capaz


de captar os estímulos elétricos produzidos pelo coração.
Ele amplia o sinal do batimento, que é captado pelos eletrodos e enviado ao
monitor do eletrocardiógrafo.

Depois, o sinal vai para um software que o transforma num traçado visível
na tela do computador, na forma de um gráfico.

Cada combinação entre eletrodos (derivação) retrata uma área do músculo


cardíaco.

Por exemplo, juntando punho direito e perna direita, esta combinação mostrará
a parede do lado direito do coração.

O que é eletrocardiograma com laudo:

É o resultado do exame de eletrocardiograma na forma de um relatório


descritivo do funcionamento do coração e uma conclusão indicando se o ECG
é normal ou alterado.
O laudo do eletrocardiograma só pode ser elaborado por cardiologistas
especializados na área do exame, atendendo à determinação do Conselho
Federal de Medicina (CFM).

Além do laudo convencional, elaborado localmente, o resultado do exame


pode ser produzido remotamente e entregue via plataforma de telemedicina.
Existem mais de 2 mil possibilidades de alterações no ECG e muitas podem
ser consideradas normais.

No entanto, certas anomalias indicam doenças que necessitam de avaliação e


tratamento.

Como ler um eletrocardiograma:

A leitura do eletrocardiograma considera os seguintes aspectos:


 Frequência cardíaca, ou seja, a quantidade de batimentos por
minuto
 Análise , verificando se é sinusal (normal) ou alterado
 Avaliação das ondas do ECG– lembrando que cada batimento
normal começa com uma onda P, seguida de um complexo QRS e uma
onda T
 Cálculo doeixo elétrico ealterações no segmento
ST (período de não atividade entre a despolarização e a repolarização do
ventrículo)
 Outras anormalidades eletrocardiográficas.
A seguir, descrevo exemplos de resultados normais e anormais.

Eletrocardiograma normal
 Ritmo sinusal, frequência cardíaca de 71 batimentos por minuto.
 Eixo de ativação elétrica ventricular aproximado de 60º.
 Intervalo PR de 0,16 segundos, intervalo QT de 0,38 segundos.
 Ausência de arritmias, sobrecargas ou isquemias agudas importantes.
Conclusão: Exame dentro dos limites da normalidade.

Laudo de eletrocardiograma normal

Existem ainda situações consideradas normais se não existir nenhuma outra


alteração nos exames de investigação complementar.
Por exemplo:
 Bloqueio divisional anterossuperior esquerdo do feixe de His
 Distúrbio de condução pelo ramo direito do feixe de His
 Distúrbio de condução pelo ramo esquerdo do feixe de His de grau leve
 Bloqueio atrioventricular de primeiro grau
 Extrassístoles ventriculares isoladas
 Extrassístoles supraventriculares isoladas
 Bradicardia sinusal
 Taquicardia sinusal.

Eletrocardiograma anormal
Ritmo sinusal, frequência cardíaca de 66 batimentos por minuto.
Eixo de ativação elétrica ventricular aproximado de 60º.
Intervalo PR de 0,16 segundos, intervalo QT de 0,38 segundos.
Presença de corrente de lesão em parede ântero-septal, infarto agudo em
evolução.
Sugiro encaminhar urgente para um cardiologista.
No caso descrito acima, o paciente está infartando e necessita de tratamento
urgente.
Veja outros exemplos de resultados anormais no ECG:
 Bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus
 Presença de zona inativa inferior
 Presença defibrilação atrial controlada
 Taquicardia sinusal
 Sobrecarga de ventrículo esquerdo
 Fibrilação atrial de alta resposta ventricular
 Taquicardia supraventricular
 Flutter atrial
 Sobrecarga de átrio esquerdo
 Sobrecarga de ventrículo direito
 Sobrecarga biventricular
 Wolf-Parkinson-White
 Long-Ganong-Levine.

O que fazer no caso de eletrocardiograma alterado:

O laudo do eletrocardiograma vem descrito de uma forma técnica, explicando


sobre 11 fatores distintos:
 Ritmo cardíaco
 Intervalos dentro da atividade elétrica cardíaca
 Bloqueios de ramo direito ouesquerdo do feixe de His
 Distúrbios de condução intracardíacos
 Sobrecarga de cavidades como átrios e ventrículos
 Funcionamento de um marcapasso
 Avaliação de atividade de dispositivos implantáveis, como
desfibriladores
 Gravidade de uma pericardite
 Disritmias nas miocardites
 Isquemia miocárdica, que representa falta de irrigação sanguínea
 Infarto do miocárdio antigo não diagnosticado.
Como mencionei acima, muitas alterações descritas são chamadas
de variantes da normalidade.
Ou seja, não têm implicação clínica, nem representam doença.
Porém, outras alterações merecem uma investigação aprofundada.
Principalmente quando o paciente
tem comorbidades como hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes ou val
vulopatia.
Nesses casos, as mesmas alterações inofensivas numa pessoa saudável
podem representar complicações de saúde.
Estas condições pedem o monitoramento de um cardiologista, que adotará
a conduta mais adequada, como a adaptação do tratamento medicamentoso.
Como é o aparelho de eletrocardiograma:
O aparelho de ECG ou eletrocardiógrafo é formado por um monitor conectado
a cabos e eletrodos.

Existe a versão convencional, que é maior e imprime os gráficos em papel


especial, e a digital, cada vez mais popular por suas vantagens.

O eletrocardiógrafo digital compacto, funcionando a partir de conexão a um


computador de mesa ou notebook.

Dessa forma, o dispositivo não precisa de energia elétrica, pois é alimentado


pela própria bateria do computador.

Tudo para facilitar a geração de arquivos digitais, que serão armazenados e/ou
enviados para a plataforma de telemedicina, a fim de serem interpretados a
distância.

O aparelho de eletrocardiograma precisa de manutenção:

Como todo equipamento para exames, o eletrocardiógrafo requer manutenção


periódica, incluindo calibração anual.

Outra dica é adotar cuidados para preservar o dispositivo por mais tempo,
evitando, por exemplo, o desgaste dos cabos.
.

Por quanto tempo posso usar um aparelho de eletrocardiograma antigo:

Desde que esteja bem cuidado, o eletrocardiógrafo pode ser usado por
anos.

Porque, apesar de ter sido descoberto há mais de um século, a apresentação


dos gráficos segue o mesmo padrão.
O que mudou foi a rapidez, qualidade dos registros e formas de aquisição
dos gráficos.

No entanto, mesmo resultados do tempo das tirinhas podem ser interpretados


pelo cardiologista, contanto que estejam nítidos.

Quem vai laudar meus exames:

Embora a quantidade de médicos tenha crescido nos últimos anos, não é raro
que haja carência de especialistas em locais remotos.

A demanda existe mesmo em cidades afastadas dos centros urbanos, que,


muitas vezes, não contam com médicos suficientes em seu território.

O que exige que a população tenha de se deslocar para receber os


laudos de exames simples, como o ECG.

A boa notícia é que dá para romper essa barreira geográfica usando


a telemedicina.

As empresas de telemedicina disponibiliza serviço de laudos online, que


pode ser solicitado a qualquer hora do dia ou da noite.

Basta que um técnico faça o eletrocardiograma normalmente e compartilhe os


gráficos na plataforma.

Cardiologistas qualificados interpretará os registros, considerando dados


prévios sobre o paciente e a suspeita clínica.

Ele elabora o laudo, assinado digitalmente para garantir a autenticidade.


Desse modo, o resultado é liberado em até 60 minutos no sistema.

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