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Dessa forma, o aparelho avisa a equipe médica e de enfermagem caso haja arritmias de padrão rápido
ou lento.
Não por acaso, pode fazer a diferença entre a vida e a morte, evitar sequelas e melhorar o prognóstico.
O ECG é empregado para monitorar o paciente por reunir uma série de vantagens, a exemplo de:
Ser um exame simples, conduzido por médicos, enfermeiros ou técnicos de enfermagem devidamente
treinados
De forma resumida, a monitorização cardíaca serve para acompanhar a saúde cardíaca de pacientes
fisiologicamente instáveis.
A técnica permite a otimização das atividades em locais como enfermarias e unidades de terapia
intensiva (UTI).
Sem essa possibilidade, os profissionais teriam de gastar muito mais tempo realizando exames para
conferir a evolução das terapias aplicadas, e sem conseguir tantos dados quanto os registrados pela
monitorização com ECG.
Indivíduos em estado crítico, com instabilidades hemodinâmicas e/ou que tenham passado por
cardioversão (choque) têm indicação para permanecer em monitoramento.
A ideia é evitar complicações cardíacas como o infarto agudo do miocárdio (IAM), verificando a resposta
a medidas como a terapia antiarrítmica
Taquicardia sinusal
Bradicardia sinusal
Taquicardia supraventricular
Fibrilação atrial
Flutter atrial
Extrassístoles ventriculares
Extrassístoles supraventriculares.
Eles dependem de fatores como o posicionamento dos eletrodos, sua aderência e conexão com o
monitor.
Além, é claro, da condição e programação do eletrocardiógrafo e monitor de UTI – que fornece a leitura
dos sinais vitais de modo automático.
Portanto, é fundamental conferir esses itens antes de iniciar a monitorização e, depois, em intervalos
programados durante o dia.
Uma das etapas básicas está na identificação do padrão para a colocação dos eletrodos periféricos, que
oferecem dados sobre o plano frontal.
Esses eletrodos são identificados por cores diferentes, que devem ser posicionadas nas extremidades
dos membros superiores e inferiores no ECG convencional.
Lembrando que, na monitorização cardíaca, os eletrodos são colocados todos no tórax, o mais próximo
possível dos membros do paciente.
Os padrões utilizados em equipamentos de ECG foram criados por duas entidades reconhecidas
internacionalmente: AHA e IEC.
Abaixo, trago detalhes sobre cada um para tirar as dúvidas sobre esses os protocolos.
Monitoramento cardíaco
A monitorização cardíaca é um exame não invasivo, que registra continuamente a atividade elétrica do
coração
Padrão AHA
Referência mundial em cursos e treinamentos para suporte básico e avançado de vida, a American Heart
Association (AHA) publica diretrizes sobre os principais exames cardiológicos.
O que inclui diferentes tipos de eletrocardiograma, devido à sua importância para diagnosticar doenças
cardiovasculares e eventos graves como o infarto.
Aparelhos que seguem as guidelines da AHA apresentam as cores branco, preto, vermelho, verde e
marrom.
Dispositivos que atendem aos padrões IEC empregam as cores vermelho, amarelo, verde, preto e branco
para os eletrodos.
Como mencionei acima, o posicionamento de eletrodos faz toda a diferença na monitorização cardíaca.
Simplesmente porque trocas ou falhas comprometem a qualidade dos registros, favorecendo equívocos
na interpretação dos dados sobre a atividade cardíaca.
Caso a troca ou falha não seja identificada com rapidez, o paciente corre o risco de não receber a
assistência necessária diante de anormalidades com o ritmo cardíaco.
Afinal, a equipe de saúde terá de reparar em outros sintomas de que algo está errado, o que pode levar
tempo.
Quando o assunto são doentes críticos, mesmo poucos minutos podem comprometer seu tratamento e
recuperação.
Cada um deles é responsável pela captação da atividade elétrica de uma parte do músculo cardíaco,
formando as derivações observadas no traçado do ECG.
O mais comum é que o teste compreenda 12 derivações, que precisam de 10 eletrodos para serem
monitoradas.
Eletrodos precordiais
Mencionei antes os eletrodos periféricos, mas também há os precordiais, usados para mostrar os planos
horizontais.
O primeiro eletrodo torácico (V1) precisa ficar no 4º espaço intercostal, à margem direita do esterno
O quarto (V4) fica no 5º espaço intercostal esquerdo, na linha abaixo do ponto médio da clavícula
(hemiclavicular)
O quinto eletrodo (V5) deve ser posicionado também no 5° espaço intercostal, nível que V4, mais
para a esquerda, na linha axilar anterior
O último dispositivo (V6) deve ficar no mesmo nível que V4 e V5, pouco mais para a esquerda, na
linha axilar média.
Monitorização do coração
Organizar todo o material necessário numa bandeja (álcool 70%, luvas, solução antisséptica, gazes, gel
para os eletrodos)
UsarEPI recomendado
Verificar o número de conectores do cabo de monitorização Standard (se cabo de 3 vias ou cabo de 5
vias)
Selecionar na tela do monitor o número de eletrodos de acordo com o cabo (se 3 ou 5 vias)
Realizar limpeza da pele com álcool a 70% para colocar os eletrodos e tricotomia (remoção de pelos),
caso necessário
Sua principal vantagem é não exigir procedimentos invasivos, o que facilita o preparo e reduz o
desconforto para o doente.
Para que seja bem-sucedida, a monitorização não invasiva depende dos cuidados que citei nos tópicos
anteriores, além da calibração do equipamento.
Um dos principais corresponde à bradicardia ou taquicardia, que merecem avaliação imediata para
evitar agravos à saúde.
Para tanto, é possível determinar os valores mínimos e máximos para a frequência cardíaca.
Por exemplo, acionando o alarme quando ela cair para menos de 60 batimentos por minuto (BPM) ou
mais de 100 BPM, que são os valores padrão.
Monitorização cardíaca invasiva
Casos graves podem se beneficiar da monitorização por meio da Cateterização da Artéria Pulmonar
(CAP), que é uma modalidade invasiva.
Por exemplo, vítimas de choque séptico, hipovolêmico e complicações mecânicas do infarto agudo do
miocárdio, como explica um estudo publicado na Revista da Escola de Enfermagem da USP:
“Somente por meio da avaliação clínica, sem parâmetros invasivos, a predição do estado hemodinâmico
em pacientes críticos fica em torno de 50%, o que torna muito arriscado o tratamento de pacientes com
instabilidade hemodinâmica grave, sem a utilização de um método complementar de monitorização”.
Muitos pacientes em UTI são monitorizados de forma invasiva, devido à gravidade de seu quadro.
Entretanto, a monitorização cardíaca não invasiva pode ser indicada em alguns casos, quando o doente
foi estabilizado.
De qualquer forma, todo indivíduo internado em UTI deve ser monitorizado continuamente, evitando
que sua condição se agrave.
Os monitores empregados na unidade de terapia intensiva devem sempre possuir sistemas de alarmes
visuais e sonoros, a fim de avisar aos profissionais de saúde sobre alterações importantes nos sinais
vitais.
O que faz sentido, pois o procedimento serve para registrar a atividade elétrica de forma contínua,
dando maior segurança ao paciente e à equipe responsável por seu monitoramento, que pode atender
diversos doentes de maneira simultânea.
É importante tomar alguns cuidados para prevenir interrupções e outros problemas nos registros,
evitando:
Interferências elétricas
Os achados são analisados à luz da condição clínica do doente, histórico de saúde e hipótese
diagnóstica, a fim de qualificar a interpretação.
Monitorização cardíaca é um tema complexo, mas que deve ser dominado por médicos e profissionais
de saúde de diversos setores.
Principalmente aqueles alocados em UTIs, enfermarias ou que atendam doentes acamados em home
care.