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MARIA CLARA MORELLATO – 3ºP MEDICINA UVV

ELETROCARDIOGRAMA – PARTE 1
É o registro dos potenciais elétricos gerados pelo coração. Permite avaliar se
a geração e condução elétrica no coração está sendo feita de forma correta,
além da existência de alguns fenômenos, geralmente eventos isquêmicos.

SISTEMA DE CONDUÇÃO
O coração tem dois tipos de células:

 CÉLULAS MIOCÁRDICAS, também denominadas células funcionais,


que quando estimuladas eletricamente são capazes de se contrair. Anatomia do sistema de condução
 CÉLULAS MARCAPASSO, responsáveis pela geração e condução dos
estímulos elétricos.

Sequência da condução de atividade elétrica no coração:


Nó sinoatrial  tratos intermodais do miocárdio atrial (inicia todo o
impulso)  Nó atrioventricular  feixe de His  ramos direito e esquerdo
do feixe de His  Fibras de purkinje  miocárdio ventricular.

OBS.: As células dos nós SA e AV são de potencial de ação de resposta


lenta, enquanto as demais (tratos internodais atriais, ramos
interventriculares, fibras dos feixes de His, fibras de purkinje) são de
potencial de ação de resposta rápida;

Funções do sistema de condução  O nó SA está localizado na parede posterior do átrio direito, onde a veia
 Gerar estímulo automático e rítmico. cava chega ao coração.
 Conduzir o estímulo elétrico até ao miocárdio.  O nó AV está na porção inferior do septo interatrial.
 Contração sincronizada do coração.
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 O feixe de His está no topo do septo interventricular, esse feixe se divide ELETROCARDIOGRAMA
no interior da parede dos ventrículos denominando-se fibras de Purkinje, É composto pela onda P, complexo QRS (três ondas) e onda T.
causando a contração simultânea dos ventrículos.
 Sístole é a contração da câmara cardíaca para ejeção do sangue presente  Onda P: Potenciais elétricos gerados pela despolarização dos átrios,
em seu interior. antes de a contração do átrio começar.
 Diástole é o relaxamento da câmara cardíaca para um novo  Complexo QRS: Despolarização dos ventrículos antes da sua
preenchimento de sangue em seu interior. contração.
 Onda T: é a repolarização dos ventrículos, iniciando assim um novo
ciclo cardíaco.
POTENCIAL DE AÇÃO  Onda U: Despolarização das fibras de Purkinje.
Íons sódio, potássio, cálcio e cloreto. A despolarização leva ao início da
transmissão do impulso.

Ritmicidade do coração
A regulação da ritmicidade do coração ocorre no nó SA ou marca passo do
coração.

As membranas das fibras do nó SA são muito permeáveis ao sódio  Na+


passa para o interior das fibras  potencial da membrana em repouso passa
para um valor positivo até atingir seu limiar, transformando em potencial de
ação.

O impulso é propagado pelos átrios, provocando sua contração.

Centésimos de segundos depois, o impulso atinge o nó AV, que retarda o


impulso para que os átrios forcem a passagem de sangue para os ventrículos.

Após esse retardo, o impulso é propagado pelo sistema de Purkinje aos


ventrículos, contraindo-os.
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OBS.: Os átrios são repolarizados cerca de 0,15 a 0,2 seg. após o término da penetração de sódio (positivo) para o interior da célula e deslocamento do
onda P que é encoberta pela onda QRS no ECG. potássio (negativo) para o exterior, constituindo o Potencial de Ação
transmembrana.

O ECG é uma sucessão de ciclos cardíacos (P-QRS-ST-T-U), composto de


12 derivações:

 6 no plano frontal das extremidades colhidas nos membros.


 6 no plano horizontal localizadas no precórdio.

As derivações são basicamente os spots dos eletrodos de onde o coração


será analisado.
Ondas de despolarização
As ondas geram os vetores da despolarização. O vetor segue em direção à USO DE VETORES PARA REPRESENTAR POTENCIAIS
carga positiva. ELÉTRICOS
Um vetor é uma seta que aponta na direção do potencial elétrico, gerado
pelo fluxo de corrente, com a ponta voltada para a direção positiva. O
comprimento da seta é traçado em proporção à voltagem do potencial.

Devemos imaginar que todos esses vetores têm origem no centro elétrico do
coração, cada um a seu tempo, e que a captação dos vetores resultantes
ocorre através dos eletrodos.

 Vetores de ativação atrial (onda P):

A despolarização começa quando a célula recebe uma descarga elétrica


(interna: célula a célula ou externa de um marca-passo artificial)
rompendo, deste modo, o equilíbrio entre cargas positivas e negativas com a
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VETOR RESULTANTE: Da direita (negativa) para esquerda (Positiva), de


cima (negativo) para baixo (positivo), de trás (negativo) para frente
(positivo).

 Vetores de ativação ventricular (complexo QRS):


São três:
o 1º vetor: só despolariza os septos.
o 2º vetor: de parede livre. O 2º é o maior vetor de ativação  mais massa muscular esquerda  força
o 3º vetor: posterobasal (para cima e para trás). elétrica puxa para o lado esquerdo:

O 1º vetor vai ativar o septo interventricular – primeira parte do ventrículo –


vem da esquerda para a direita:
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3º vetor (verde) é o posterobasal (para cima, pode para D ou para E,


depende das características da pessoa):
OBS.: vetor resultante em marrom.

 Vetores de repolarização ventricular (onda T):


para a frente e para a esquerda; frequentemente para baixo.
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O mesmo estímulo pode ser enxergado de diferentes formas pelas


derivações. Se o olho vê a cabeça do vetor, ele registra carga positiva. Se o
olho olha a “cauda” do vetor, ele registra negativo.

As derivações são divididas em metade positiva e metade negativa. Se o


vetor da despolarização for projetado no plano da derivação e parar na
metade +, ele vai ser enxergado positivamente. Se ele for projetado no plano
da derivação e parar na metade -, ele vai ser enxergado negativamente.
(Rever imagem de Ondas de despolarização acima)

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