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Coração | Complexo estimulante – Eletrocardiograma
Por Leandro Mattos
Leandro Nobeschi - 02/07/2021
Antes de começarmos, aí vai uma curiosidade:

O coração do sapo quando retirado do corpo do animal continua a


contrair-se ritmicamente durante algum tempo.

A esta propriedade deu-se o nome de automatismo cardíaco (teoria


miogênica da contração cardíaca).

Da mesma forma, corações isolados de animais de sangue quente


apresentam este automatismo, desde que colocados em uma solução
líquida especial substitutiva do sangue.

O Sistema Nervoso Autônomo, de forma automática e independendo


de nossa vontade consciente, exerce influência no funcionamento de
diversos tecidos do nosso corpo através dos mediadores químicos
liberados pelas terminações de seus 2 tipos de
fibras: Simpáticas e Parassimpáticas (teoria neurogênica)

O controle da atividade cardíaca é realizado minuto a minuto, por


meio n. vago (com efeito parassimpático sobre o tecido nodal e
cardiomiócitos).

O neurotransmissor parassimpático é a acetilcolina.


Seu receptor no coração é o muscarínico 2 (receptor metabotrópico
acoplado a proteína G, que promove diminuição da frequência
cardíaca devido a abertura prolongada dos canais de potássio na
repolarização, aumentando o tempo de repolarização e; diminuição da
força de contração por aumento da recaptação de cálcio pelo retículo
sarcoplasmático).

As fibras simpáticas, na sua quase totalidade,


liberam noradrenalina.

Ao mesmo tempo, fazendo também parte do Sistema Nervoso


Autônomo Simpático, a medula das glândulas Supra Renais que
liberam uma considerável quantidade de adrenalina na circulação.

A noradrenalina atua em receptores adrenérgico beta-1 (receptor


metabotrópico acoplado a proteína G que promove aumento da
frequência cardíaca, devido a abertura rápida dos canais de cálcio na
despolarização e; aumento da força de contração por aumentar a
liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático),

A estimulação simpática e parassimpática atuam sobre o sistema


excito-condutor cardíaco e nos cardiomiócitos.

O sistema excito-condutor, também


conhecido como complexo estimulante
do coração, é composto:
 Nó sinoatrial: localizado na junção da veia cava superior
com a margem superior da aurícula direita. Epônimo: nó
Keith-Flack;

 Nó atrioventricular: localizado no ápice do trígono de


Koch – (formado por uma base delimitada pelo óstio do
seio coronário, vértice posterior pelo tendão de Todaro –
formado pela válvula da veia cava inferior e a válvula do
seio coronário; vértice anterior – formada pela cúspide da
valva atrioventricular direita). Epônimo: nó Aschoff-
Tawara;
 Feixes internodais: anterior, médio e posterior;

 Feixe inreratrial: Epônimo: Feixe de Bachmann;

 Fascículo atrioventricular: origina-se do nó


atrioventricular e atravessa o esqueleto fibroso do
coração≈ão, por dentro septo interventricular, dividindo-
se em dois ramos: direito e esquerdo. Epônimo: feixe de
His;

 Fibras subendocárdicas: que se espalham do ápice para


a base dos ventrículos. Epônimo: fibras de Purkinje.
Significado das letras no ECG
Onda P:

Corresponde à despolarização atrial, sendo a sua primeira


componente relativa à aurícula direita e a segunda relativa à aurícula
esquerda, a sobreposição das suas componentes gera a morfologia
tipicamente arredondada (excepção de V1)[não se encontra explicação
sobre o que vem a ser V1], e sua amplitude máxima é de 0,25 mV.

Tamanho normal: Altura: 2,5 mm, comprimento: 3,0 mm, sendo


avaliada em DII.
A Hipertrofia atrial causa um aumento na altura e/ou duração da Onda
P.

Complexo QRS:

Corresponde a despolarização ventricular.

É maior que a onda P pois a massa muscular dos ventrículos é maior


que a dos átrios, os sinais gerados pela despolarização ventricular são
mais fortes do que os sinais gerados pela repolarização atrial.

Anormalidades no sistema de condução geram complexos QRS


alargados.

Onda T:

Corresponde a repolarização ventricular.

Normalmente é perpendicular e arredondada.

A inversão da onda T indica processo isquêmico.

Onda T de configuração anormal indica hipercalemia.

Arritmia não sinusal = ausência da onda P

Onda U:

A onda U, nem sempre registrada no ECG, corresponde


a repolarização dos Músculos Papilares.
Onda T atrial:

A onda T atrial, geralmente não aparece no ECG, pois é


“camuflada” pela Repolarização Ventricular.

Ela corresponde a Repolarização Atrial, e quando aparece possui


polaridade inversa a onda T – Repolarização Ventricular.

Intervalo PR:

É o intervalo entre o início da onda P e início do complexo QRS.

É um indicativo da velocidade de condução entre os átrios e os


ventrículos e corresponde ao tempo de condução do impulso elétrico
desde o nó atrio-ventricular até aos ventrículos.

O espaço entre a onda P e o complexo QRS é provocado


pelo retardo do impulso elétrico no tecido fibroso que está localizado
entre átrios e ventrículos, a passagem por esse tecido impede que o
impulso seja captado devidamente, pois o tecido fibroso não é um
bom condutor de eletricidade.

Período PP:

O Intervalo PP, ou Ciclo PP.

É o intervalo entre o início de duas ondas P.

Corresponde a frequência de despolarização atrial, ou


simplesmente frequência atrial.

Período RR:
O Intervalo RR ou Ciclo RR.

É o intervalo entre duas ondas R.

Corresponde a frequência de despolarização ventricular, ou


simplesmente frequência ventricular.

Para compreender a formação das ondas no eletrocardiograma


precisamos estudar a figura abaixo:

Vamos entender a formação das


ondas!
Teoria do dipolo

O dipolo é formado por duas cargas elétricas, opostas, separadas por


uma distância ou, no nosso caso a membrana plasmática.
Observe na figura 1:

A face interna da membrana plasmática de uma célula em repouso


(polarizada) eletronegativo e, a face externa da
membrana eletropositiva.

Fig
ura 1

Figura 2
O dipolo cria um sentido elétrico (vetor elétrico), que sempre aponta
do lado negativo para o lado positivo.

Observe na figura 2:

O vetor elétrico traçado no sentido de dentro para fora de uma célula


polarizada (lembrando que o vetor sempre caminha do negativo para o
positivo).

Desta forma, a ponta da seta indica para o local da eletropositividade.

Despolarização

Quando ocorre a despolarização, o estímulo é conduzido pelo


complexo estimulante do coração e também por meio das junções
comunicantes (GAPs) que estão localizadas entre as células cardíacas
(formando um sincício – conexão citoplasma com citoplasma das
células vizinhas).

A inversão da carga elétrica promove o deslocamento do vetor


elétrico, do ponto negativo para o ponto positivo.

A figura 3 demonstra a despolarização iniciou do lado esquerdo da


célula e caminha para a direita, desta forma, o vetor elétrico
acompanha a entrada das cargas positivas (da esquerda para a direita).

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