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Fisiologia da lipólise

Os adipócitos são células responsáveis por armazenar o excesso de calorias


consumidas na forma de triglicerídeos, um processo conhecido como lipogênese. Estas
células formam uma camada de tecido gorduroso, localizado entre a derme reticular e os
músculos. É uma região ricamente vascularizada com fibras elásticas, colágenas e
proteoglicanas.
Lipólise é o termo utilizado quando o organismo faz uso da gordura para fornecer
energia quando há jejum prolongado ou atividade física de longa duração. O triglicerídeo (TG)
quando metabolizado é quebrado em 1 molécula de glicerol e 3 de ácidos graxos.
O glicerol é liberado e transportado livremente pelo sangue até o fígado, onde pode ser
usado na gliconeogênese ou servir como intermediário da glicose, na forma de gliceraldeído-
3-fosfato. Uma vez desligado dos ácidos graxos, tanto no tecido adiposo quanto no muscular,
o glicerol obrigatoriamente irá para a corrente sanguínea não podendo ser utilizado
diretamente para a ressíntese de novos TG, devido a ausência de glicerolquinase nesses
tecidos.
Os ácidos graxos ligam-se à albumina porque são lipossolúveis e não conseguem ser
transportados livres no plasma, sendo levados posteriormente até o músculo esquelético para
serem utilizados sob forma de energia. Caso não sejam utilizados como fonte energética,
serão novamente esterificados e acumulados em outro adipócito.
Nos tratamentos estéticos, são utilizados recursos, para que a quebra do TG seja feita.
Dessa forma os TG são quebrados em glicerol e ácidos graxos, e este por sua vez, deve ser
queimado com atividade física. Caso contrário eles se acumularão novamente dentro do
adipócito. Em associação com os recursos eletroestéticos, deve-se utilizar cosméticos com
ativos cujo mecanismo de ação seja: inibir a adipogênese e estimular a lipólise.
A membrana dos adipócitos possui receptores alfa-adrenérgicos (α2) e receptores beta-
adrenérgicos (β1).
As catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) são responsáveis por regular o
metabolismo dos adipócitos. O estímulo dos receptores beta-adrenérgicos (β1) pelas
catecolaminas provoca o aumento da lipólise e inibição da lipogênese. Já, o estímulo dos
receptores alfa-adrenérgicos (α2) pelas catecolaminas provoca efeito contrário, a inibição da
lipólise.
Quando o receptor β1 é estimulado pelas catecolaminas, ocorre a ativação da enzima
adenilciclase, responsável pela conversão do ATP em AMPc. O aumento do AMPc promove
ativação da proteína quinase, que consequentemente ativa a enzima lipase, que é
responsável pela hidrólise dos triglicerídeos armazenados no adipócito. Se o receptor α 2 for
estimulado pelas catecolaminas, vai ocorrer a inibição da enzima adenilciclase e,
consequentemente, inibição da lipólise.
Uma outra enzima importante no processo de lipólise é a fosfodiesterase, que
transforma o AMPc em AMP. Isso reduz as quantidades de AMPc, acarretando na redução da
lipólise.
Os receptores β1 e α2 estão presentes em quantidades diferentes dependendo da
região do corpo da mulher. A região glútea e coxas apresentam maior concentração de
receptores α2, o que favorece o acúmulo de gordura nessa região e justifica a maior dificuldade
que a mulher tem de perder gordura neste local. Assim, o foco do tratamento deve ser
estimular os receptores β1 e inibir os receptores α2.

Fonte: Cosmetologia aplicada à dermocosmética, Claudio Ribeiro, p. 293-297.

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