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AFECÇÕES DA VULVA E A VAGINA

Dr. A. Rodríguez, Dra. A. Sotolongo


As afecções dos genitais externos constituem uma causa frecuente da consulta ginecológica,
portanto é recomendavel estabelecer uma clasificação geral de das afecções e detalhar as que
presentem uma maior incidencia no nosso país.

CLASIFICAÇÃO
1. Anomalías congénitas:
a) Hipospadias e epispadias.
b) Himem imperforado.
c)Vagina tabicada.
d) Hipoplasia vaginal.
e) Agenesia vaginal.

2. Vulvovaginite:
a) Monilias.
b)Trichomonas.
c) Gardnerella.
d) Gonorreia.
e) Clamidia.
f) Outras (corpo extranho, hipoestronismo e banal).

3. Úlceras vulvovaginais:
a) Sífilis.
b) Herpes simple.
c) Chancro mole (chacroide).
d) Granuloma inguinal.
e) Linfogranulona venéreo.
f) Outras (Lipschutzy, Behcet, Crohn).

4. Dermatose:
a) Irritativas (físicas, químicas, parasitarias).
b) Outras (vitíligo, intertrigo, foliculite).

5. Distrofias:
a) Hiperplasia epitelial.
b) Liquem esclero-atrófico.
c) Mistas.

6. Tumores benignos:
a) Condilomas.
b) Quistos (de inclusão, de Gardner e de Skene).
c) Bartolinite.
d) Outras (fibromas e endometriose).

7. Cáncer:
a)Vulva.
b)Vagina.
ANOMALÍAS CONGÉNITAS
São alteracções do aparelho genital que se apresentam com pouca frequencia. As anomalías
da desembocadura da uretra dão lugar à epispadia quando o meato se sitúa acima do clítoris,e
a hipospadia quando se sitúa intra-vaginal.
O himem imperforado é causa de pseudo-amenorreia primaria e se diagnostica pela ausencia
primaria da mestruação, que pode acompanhar-se das dores cíclicas. Quando não se
diagnostica precocemente da lugar ao hematocolpos, que pode chegar até hematometra e
hematosálpinx.

O tratamento é cirúrgico, mediante incisão em cruz do himem para dar lugar à saida de
sangue retenido, que toma o aspecto de alquitrán(côr preta).

Nas anomalías de desenvolvimento da vagina se distinguem 3 grupos:


1. Falta de desenvolvimento da vagina parcial ou total que da lugar à agenesia; ésta se
acompanha com frequencia doutras anomalías genitais.
2. Um grau menos acentuado da lugar à estreitamento vaginal ou hipoplasia.
3. O terceiro tipo é a falta de fusão de ambos os conductos de Müller, que da lugar à vagina
dupla ou à vagina septa, as que quaase sempre coexistem com úteros duplos. Geralmente o
tratamento destas anomalías é cirúrgico.

VULVOVAGINITE

Estudam-se juntas porque em geral a colpite afecta a vulva.

MONILIASE

ETIOLOGÍA
É produzida pela Candida albicans, pequeno fungo grampositivo que desenvolve filamentos
(pseudomicelios), crescem em carbohidratos e prefierem os ácidos (pH entre 5,0 a 6,5).

FREQUENCIA
Representa entre 20 a 25 % das infecções vulvovaginais. É mais frequente durante a gravidez,
uso
de contraceptivos orais, pacientes diabéticas, com o uso de antibiótico de amplo espectro e
nas obesas.

QUADRO CLÍNICO
Se manifesta, sobretudo, com prurido vaginal e preferentemente vulvar, fluxo branco,
espesso, grumoso, que com tendencia a formar placas ligeramente adheridas à parede vaginal
as quais ao desprender-se deixam manchas hemorrágicas múltiples, irritacção local, grande
everlhecimento (Rubicundez) vulvovaginal y dispareunia (fig. 27.1 y 27.2).

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico positivo se faz por exame microscópico dos fungos, se prepara uma extensão
do exudado e se coloreia com Gram. Os fungos aparecem como hebras filiformes chamadas
micelios, às quais
vão unidos pequenos botões ou conidios. Pode cultivar-se o germe no meio de Sabouraud ou
de Nickerson.
Fig. 27.1. Moniliasis. Tomado de FH Netter, Colección Ciba de
ilustraciones médicas, tomo II, 1982.
Fig. 27.2. Vulvitis diabética. Tomado de FH Netter, op. cit.
As principais formas de infecção são através das maões, toalhas, coito, roupa, água de banho
e outros
utensilios.

TRATAMENTO
Se podem empgar os medicamentos siguientes:
1. Nistatina: 1 comprimido vaginal 2 vezes/día durante 10 días.
2. Nistatina em crema: 2 vezes ao día aplicada na vulva.
3. Derivados do imidazol como:
a) Clotrimazol: 1 óvulo vaginal cada 12 horas de 7 a
10 días e clotrimazol em creme 2 vezes/día na vulva.
b) Óvulos de sábila cada 12 horas por 10 días.
4. Alcalinizar o meio vaginal com bicarbonato ou biborato de sodio a 2 %.
5. Tratamento ao parceiro com nistatina ou clotrimazol
em creme por vía tópica e local.

TRICOMONIASE

ETIOLOGÍA
É produzida por Trichomona vaginalis, que é unm protozoo ovoide, flagelado e móvel de 15 a
20 mc de longitude de 8 a 10 mc de largura, aunque se descrevem formas mais pequenas.

QUADRO CLÍNICO
Aparece um fluxo vaginal amarelado, espumoso, associado com ardor, prurido vaginal,
dispareunia e as vezes fetidez (fig. 27.3).
Fig. 27.3. Tricomoniasis. Tomado de FH Netter, op. cit.
A vagina se encontra vermelhada de forma difusa, com áreas de punteado petequial na vagina
e colo, que quase sempre é patognomónico (vagina de aspeto de morango). O meato uretral
externo está congestionado e tumefacto.

DIAGNÓSTICO
Se pode detectar por meio do exudado em fresco, que se realiza misturando o material do
exudado com soro fisiológico e se observa sem colorear no microscopio num portaobjeto
previamente aquecido e coberto por um cobre-objeto. Se reconhece o parásita em
movimiento. Também pode ser encontrada com a coloração de Papanicolaou para estudo
citológico.

TRATAMIENTO
Se deve tomar as medidas siguientes:
1. Aumentar a acidez da vagina, pode usarse vinagre diluido em partes iguais em agua ou
solução de vaginol.
2. Derivados do nitroimidazol: metronidazol 1 tableta de 250 mg 3 vezes/día (pequeno-
almoço, almoço e jantar) durante 7 días ao parceiro. Durante o seu uso não se deve ingerir
bebidas alcohólicas já que inactivam a acção do medicamento e podem ocasionar trastornos
neurológicos. Depois de um
breve descanso pode repetir-se o tratamento em casos mais intensos.
3. Pode utilizar-se tratamento local com metronidazol a 500 mg, 1 tableta vaginal cada 12
horas ou clotrimazol 1 óvulo vaginal cada 12 horas associado com o tratamento oral em casos
recidivantes. También pode usarse a dose única de 2 g oral de metronidazol ou tinidazol numa
toma ou repartido em 2 tomas em 24 horas.
4. Interditar as relações sexuais durante o tratamento.

GARDENELLA VAGINALIS
(HAEMOPHILUS VAGINALIS)

ETIOLOGÍA
São bacilos ou cocobacilos Gram variaveis, imóveis, pleomorfos e aerobios. Se associam com
frequencia a outros gérmenes anaerobios e constituiem a chamada vaginose bacteriana.
QUADRO CLÍNICO
Pode ver-se em forma de vaginite asintomática ou leve, ou como fluxo cinzento maloliente,
homogéneo, acompañado de prurido e inflamação vaginal.

DIAGNÓSTICO
Prova de Aminas. Cheiro a pescado ao acrecentar 1 gota de KOH a uma gota da secreção.
Exame directo. Em busca das células guías (células vaginais com bordes escuros).
Cultivos em agar chocolate e outros meios. Deve procucar-se a existencia de outras IST
(trichomonas,
gonococos e clamidias).
Na actualidade se discute a trasmissão sexual e a necessidade de tratamento ao parceiro.

TRATAMIENTO
1. Metronidazol (250 mg): 1 comp. cada 8 horas por 7 días e ao parceiro ou clindamicina (300
mg) oral por 7 días. Tambiém são efectivos o metronidazol (500 mg) 1 óvulo vaginal cada 12
horas por 7 días e a clindamicina em creme 2 vezes ao día por 7 días.
2. Acidificar o meio vaginal.
3. Também pode usarse a ampicilina e as cefalosporinas.

GONORREIA

ETIOLOGÍA
Es producida por Neisseria gonorrhoeae descoberta
por Neisser en 1879.
É a ITS com maior prevalencia no mundo. Pode ver-se nas meninas e anciãs, mas é mais
comum
Na idade reproductiva, em especial nas jóvens promiscuas.
A autodepuração da vagina protege em certa medida desta doença, e a limita mais
frequentemente
às glándulas de Bartholino, Skene e endocervicais.

QUADRO CLÍNICO
Pode evoluir assintomáticamente ou produzir leucorreia amarelo-purulenta ou amarelo-
esverdeada fétida, acompanhada de prurido e ardor vaginal. Se se propaga aos genitais
internos podendo causar DIP aguda.

DIAGNÓSTICO
Se realiza pelo quadro clínico, o antecedente de coito infectante ou um destes. Também se
emprega o
exudado vaginal, endocervical, anal, uretral com coloração de gram, onde se demostra a
presença de
diplococos arrinhonados gramnegativos intracelulares e extracelulares em 50 % dos casos. Se
utilizam culturas em meios especiais como agar chocolate e Thayer-Martin.
A forma de trasmissão fundamentais é a sexual, aunque fala-se do contagio por fomites.

TRATAMIENTO
Na infecção dos genitais externos ou na pesquisa se usa:
1. Probenecid a 1 g, meia hora antes de injectar 2 500 000 UI de penicilina procainica
2. Se existe alergia pode usar-se eritromicina (500 mg) cada 6 horas por 7 días ou tetraciclina
(500 mg) cada 6 horas por 7 días.
3. Deve tratar-se ao parceiro e pesquisar aos contactos para seu estudo e tratamento.
4. Alguns têm utilizado cefalosporinas de terceira generação como:
a) Ceftriaxone a 125 mg i.m. em dose única.
b) Cefotaxime a 400 mg i.m. em dose única.
5. Se têm-se utilizado quinilonas como:
a) Ciprofloxacín a 500 mg i.m. em dose única.
b) Norfloxacín a 400 mg i.m. en dosis única.
*Actualmente a OMS recomenda o seguinte tratamento: Ciprofloxacina (500mg) 1 comp.
Dose unica combinada com Doxiciclina (100mg) 1comp. 12/12h por uma semana e Óvulos
vaginais

Tanto no tratamento com cefalosporinas como com quinolonas se foi reportado cifras
satisfactorias
nos resultados.
6. Sugeriu-se usar tratamento anticlamidias despois de tratada a gonorreia.

CLAMIDIASE
ETIOLOGÍA
São parásitas gramnegativos intracelulares obrigatórios. As cepas de Chlamydia trachomatis
(subgrupo A) são as que infectam aos seres humanos, em especial as que produzem tracoma,
linfogranuloma venéreo e DIP. Se associam com frequencia à infecção por gonococo.

QUADRO CLÍNICO
O 80 % das mulheres colonizadas com clamidias são asintomáticas ou têm leucorreia escassa
de curta
duração ou sintomas ureterais (disuria e polaquiuria).
Se associa a cervicite, a endometrite posparto, a bartolinite e a DIP.

DIAGNÓSTICO
Se realiza por inmunofluorescência e por cultura de tecidos.

TRATAMENTO
1. Tetraciclina a 500 mg 4 vezes/día por 7 días ou 250 mg 4 veces/día por 14 días.
2. Doxiciclina (100 mg) 2 vezes/día por 7 días.
3. Eritromicina ( 500 mg) 4 vezes/día por 7 días.
4. Acitromicina (1 g) oral dose única.

OUTRAS VULVOVAGINITES
Podem ser produzidas por corpos extranhos na vagina (gazes, pesarios, etc.) que produzem
uma leucorreia fétida. Se resolve com a extracção do corpo extranho e antisepsia local.
No hipoestronismo, a falta de defesa vaginal condiciona a infeção por cualquer germe
específico e inespecífico.
Por último, existe uma vulvite produzida pela falta de asseio, conhezida como vulvite banal.
Seu tratamento é cumprimento das medidas de higiene e antisepsia local.

ÚLCERAS VULVOVAGINAIS

SÍFILIS
O cancro primario tem forma de cráter com bordos definidos, fundo limpo e ausencia de
dores; é pouco frequente observa-lo na vulva, pois fica generalmente na vagina e colo uterino
e desaparece ao cabo de varios días. Quando se detecta, o exame no campo escuro encontra o
Treponema pallidum ou espiroqueta sifilítica. Mais frequente é ver as lesões em forma de
pápulas confluentes na vulva conhecidas como condiloma plano, que são manifestações de
sífilis secundaria. Nesta etapa a serología dará resultados positivos.
Como doença de trasmissão sexual, a sífilis tem tendencia actual a aumentar em frequencia, e
no seu diagnóstico deve identificar-se a cadeia epidemiológica de contactos para ser tratada.

TRATAMIENTO
1. Penicilina procaínica: 1 000 000 UI I.M diaria por 10 días.
2. Penicilina benzatínica: 2 400 000 U em primeiro e quinto día.
3. Se houver alergia à penicilina:
a) Eritromicina (500 mg) oral cada 6 horas por 14 días.
b) Doxiciclina (100 mg) oral 2 veces/día por 14 días.
Os contactos mais recentes devem tratar-se com 2 400 000 UI de penicilina benzatínica,
mesmo sem lesão primaria

HERPES SIMPLE

ETIOLOGÍA E QUADRO CLÍNICO


É uma doença de trasmissão sexual produzida pelo virus de herpes simple tipo II.O quadro
clínico se caracteriza pela aspiração de pequenas e múltiplas vesículas na vulva, perineo e
introito vaginal, são
muito dolorosas e estão acompanhadas de adenopatías inguinais. As vezes há febre, cefaleia e
mal-estar general.
As vesículas se rompem e se conviertem nuna úlcera plana, dolorosa, que cicatriza de 7 a 10
días,
aunque pode demorar-se se há infecção bacteriana secundaria. Novas crisis aparecem varios
meses despois, o que converte o processo em crónico.

DIAGNÓSTICO
A identificação das lesões descritas na vulva, vagina ou colo são suficientes. Si não se
observam com
claridade, um estudo citológico das lesões segundo a técnica de Papanicolaou demostra as
células gigantes multinucleadas e as inclusões intranucleares características ou uma destas
duas manifestações.
A cultura viral é menos asequivel e os títulos de anticorpos no sangue não são específicos
para o diagnóstico da crisis aguda da doença.

TRATAMIENTO
1. Mantener a área das lesões limpa e seca, uso de analgésicos, antiinflamatorios não
esteroideos
(AINE).
2. Aciclovir (agente antiviral) oral e em creme para seu uso local, constituiem as pautas
terapéuticas
indicadas.
3. O uso de preservativo para as relaciones sexuais é también uma medida recomendavel.
4. Nas gestantes não deve permitir-se o parto transpelviano durante a crisis.

CHANCROIDE (CHANCRO BRANDO)


ETIOLOGÍA E QUADRO CLÍNICO
É uma ITS cujo agente etiológico é o Haemophilus ducreyi. Começa com uma pequena
pápula ou
pústula dolorosa que rápidamente se converte numa úlcera branda de fondo sujo e dolorosa. A
adenite
inguinal é común .

DIAGNÓSTICO
Além do quadro clínico descrito se pode encontrar o germe causal no exudado ou raspado da
lesão com coloração de Gram.

TRATAMIENTO
Se pode empregar eritromicina ou tetraciclina (500 mg) oral cada 6 horas durante 7 a 10 días
ou
ceftriaxona 250 mg i.m. como dose única, unido a curativo local com solução antiseptica.

GRANULOMA INGUINAL

CUADRO CLÍNICO
É uma IST menos frequente em Cuba.
Aparece como pequenas úlceras na vulva e perineo, acompanhadas de aumento de volume,
doloroso e inflamação dos ganglios inguinais, que pouco depois supuram.

DIAGNÓSTICO
O agente causal é uma bacteria grampositiva, que se observa em toma directa com coloração
de Gram em forma de inclusão citoplasmática, conhcida como "corpos de Donovan" e que
são patognomónicos desta entidade.

TRATAMIENTO
1. Eritromicina ou tetraciclina ( 500 mg) oral cada 6 horas por 14 días.
2. Doxiciclina ( 100 mg ) 2 veces/día por 14 días.
LINFOGRANULOMA VENÉREO

ETIOLOGÍA E QUADRO CLÍNICO


É uma IST produzida por uma variedade de Chlamydia trachomatis. A partir de uma úlcera
dolorosa
que desaparece rápidamente, aparecem alterações hipertróficas, linfedemas e fístulas nos
vasos
linfáticos inguinais, com retracção da pele da área. As vezes há febre e malestar geral.
Nalguns casos pode desenvolver-se um carcinoma sobre um granuloma previo.

DIAGNÓSTICO
O quadro clínico descrito mais cultura de tecidos ou reacções antigénicas (reacção do
complemento
para clamidias) esclarecem o diagnóstico do germe causal.

TRATAMIENTO
1. Doxiciclina ( 250 mg) oral cada 12 horas por 14 días.
2. Eritromicina ou tetraciclina ( 500 mg) oral cada 6 horas por 14 días.
Outras úlceras que podem aparecer na vulva ou no introito vaginal são: úlceras de Behcet, de
Lipschütz ou úlceras de Crhon. Só produzem ligeiras molestias locais e respondem bem ao
tratamento com antisépticos.
A pesar de ter pouca importância clínica devem ser diferenciadas do cáncer de vulva.

DERMATOSE
Podem ser produzidas por agentes físicos (calor, roupas ajustadas), químicos (urina, perfumes,
talcos, sabãos, etc.) ou parásitas (oxiuros).
O quadro clínico típico é a vulvite, enverlhecimento com edema e prurido local. O tratamento
se dirige a suprimir o agente causal ou tratar os parásitas e, além disso usar substâncias
refrescantes (manzanilha em fomentos), antihistamínicos orais e nalguns casos corticoide
local em creme.
Outras variedades de dermatose são:
1. Vitíligo:é a pérda de pigmento cutáneo. Se associa com o mesmo quadro em outras partes
do
corpo e é de manejo dermatológico.
2. Intertrigo: é um espesamento da pele interlabial crural com cambio de coloração escura.
Se acompanha de prurido e é devida à irritação crónica da pele por diversas substâncias.

O tratamento
é igual ao das causas irritativas. A nistatina ou o clotrimazol em creme podem ajudar ao
tratamento.
3. Foliculite: é a inflamação dos folículos pilosos ou sebáceos de fácil identificação na pele da
vulva. O tratamento se dirige à evacuação do folículo, curativo local e ocasionalmente
antibiótico sistémico.

DISTROFIAS VULVARES
No passado existía confusão na designação dos diferentes tipos descritos. Actualmente se
distinguem 3 variedades de distrofias:
1. Hiperplásica.
2. Atrófica (liquen escleroso).
3. Mistas.
Em todas podem aparecer atipias celulares clasificadas como leves, moderadas o severas e
esta última
é difícil de distinguir do cáncer intraepitelial. Nestas atipias se ha atribuido uma função aos
virus do
papiloma (Papovirus).
A distrofia hiperplásica epidérmica da vulva aparece como uma lesão branca, algo sobre-
elevada e as
vezes rugosa ou escamosa (fig. 27.4). O prurido é o sintoma principal. A causa não é
conhecida. Com frequencia tem que distinguí-la do cáncer vulvar mediante biopsia.
O tratamento consiste no tratamento do prurido com cremes esteroides, adequada , higiene e
evitar as roupas e substancias irritantes, unido ao apoio emocional. Em alguns casos podem
ser necessarios outros tratamentos especializados ou a cirugía.
O liquen escleroso produz um aplanamento das estructuras normais da vulva que se tornam
esbranqueadas por despigmentação parcial e queratose superficial.
Pode aparecer em qualquer idade, aunque é mais frequente despois dos 60 anos. Antigamente
se conhecía como craurose vulvar (fig. 27.5). O intenso
prurido e as molestias durante o coito (por estreitamento do introito) são os sintomas
fundamentais. Em alguns casos é necesario distingui-lo do cáncer vulvar mediante biopsia
dirigida.

O tratamento é similar ao anterior (hiperplasia), aunque se reportam bons índicadores de


melhoría com
testosterona em crema a 2 % em aceite, varias vezes por semana.
Podem encontrar-se formas mistas em pontos diferentes da mesma vulva e com frequencia há
atipias celulares.
A conducta é a já referida antes.

TUMORES BENIGNOS

CONDILOMAS ACUMINADOS

ETIOLOGÍA E QUADRO CLÍNICO


São verrugas venéreas de causa viral produzida pelo papilomavirus humano (Papovirus). Se
apresentam em forma de coliflor, mais frequentes na parte posterior dos grandes labios e na
horquilha perineal, assim como nas paredes da vagina e no cérvix
(fig. 27.6).
Quando a lesão se infecta secundariamente se acompanha de um fluxo abundante fétido, com
prurido
vulvar, dispareunia (em dependencia de tamanho das coliflores) e molestias para a marcha. A
sua frequencia é mais marcada durante gravidez, em virtude de certo grau de dependencia
hormonal.

TRATAMIENTO
1. Tintura de podofilino a 25 %: se aplica semanalmente
nas lesões tendo cuidado com o tecido são . É citotóxico, por isso não deve ser usado no
primiero trimestre da gravidez.
2. Acido tricloroacético: se aplica em igual que o anterior.
3. Aplicação de fluoracilo tópico 3 vezes/semana.
4. Pomada de interferão.
5. Criocirugía.
6. Electrofulguração quando são pequenos.
7. Extirpação cirúrgica quando são grandes masas.

QUISTOS DE GARTNER
Têm a sua origem nos restos dos condutos de Wolff na vagina, são de tamaño variavel e se
localizam na parede antero-lateral da vagina, desde o colo até a região da uretra e o clítoris.
Habitualmente são pequenos e múltiplos, mas podem alcançar o tamanho de uma cabeça fetal.
O seu conteudo líquido carece de mucina (fig. 27.7).

QUADRO CLÍNICO
Os pequenos são asintomáticos, os grandes produzem dispareunia, infertilidade ou sensação de
plenitude
vaginal.
Se diferenciam do cistocele e uretrocele porque não se deprimem à palpação.

TRATAMENTO
Se é pequeno e asintomático pode manter-se uma conduta espectante. Se é grande e
sintomático, ou um destes, se realiza tratamiento cirúrgico.

QUISTOS DOS TÚBULOS DE SKENE


(PARAURETRAIS)
Se formam quando os poros de estas estruturas se bloqueam por infecção previa; são pequenas tumefacções
Localizadas na parte inferior da parede anterior da vagina. Podem infectar-se e produzir um
abscesso periuretral.
O tratamento é cirúrgico e escisão.
QUISTOS DE INCLUSÃO
Se localizam nos lugares de sutura previa (episiotomía, desgarros), e o seu tratamento é a
resecção cirúrgica.

TUMORES DA GLÁNDULA DE BARTHOLINO. ABSCESOS E QUISTOS


Comúnmente aparecem como uma inflamação da glándula de Bartholino, localizada no terço
posterior dos grandes labios, muito comúm na idade reproductiva, com maior frequencia na
esquerda, muito raramente bilateral (fig. 27.8).
Ol processo inflamatorio desta glándula é recidivante, e com frequencia da lugar a quistos de
retenção
(fig. 27.9).

ETIOLOGÍA
Geralmente o germe causal é o gonococo, aunque também podem ser outros cocos, bacilos e
outros gérmens.

QUADRO CLÍNICO

Na fase aguda os principais sintomas são dôr intenso por distensão da glándula que pode
aumentar
consideravelmente de volume, calor e rubor.
Quando o pus se coleccionou é fluctuante à palpação. Aparece dificultade à marcha (a
paciente
deambula com as pernas separadas) e imposibilita o coito.
Na fase crónica a única manifestação da doença pode consistir num abultamento da
glándula.

DIAGNÓSTICO
É eminentemente clínico. Na fase aguda se realiza pelo aparecimento dos sinais de inflamação
da glándula antes descritos, e na crónica pelo aparecimento do tumor ou o quisto.

TRATAMENTO
Na fase aguda recomenda-se repouso, analgésico e aplicação de fomentos tibios e
antibioticoterapia,
preferivelmente penicilina ou tetraciclina ou combinação de doxiciclina e ciprofloxacina.
Quando pus tem colecionado, se realiza incisão e drenagem da glándula, aunque é preferivel
realizar marsupialização (técnica na qual se suturam as paredes do quisto aos labios da ferida,
de maneira que uma vez aberto e vaziado o quisto, fica uma bolsa semelhante aos que
possuem os marsupiais e deixa permeavel a glándula e evita a recidiva.
Na fase crónica ou na de quisto pode realizar-se marsupialização ou exéresis dla glándula.

QUISTOS DO ENDOMETRIO
São pequenos nódulos azuis, que crescen durante a menstruação e as vezes sangram. Podem
aparecer no fundo do saco posterior, no tabique recto-vaginal ou despois do parto na cicatriz
da episiotomía.
O tratamento pode ser médico (o proprio da endometriose) ou cirúrgico (exérese da lesão).

FIBROMA
Se origina nas cobertas externas da vagina e no paracolpos. Podem alcançar grande tamanho e
extender-se ao ligamento largo e à fossa isquiorrectal.
En ocasiões aparece na pele da vulva com um grosso pedículo. O tratamento é cirurgico.

CÁNCER .

CÁNCER DE VULVA
É pouco frequente e a variedade epidermoideia é a mais comúm. Pode aparecer sobre uma
distrofia vulvar em pequenas e múltiplas zonas da vulva, numa tumoração verrucosa ou
granulomatosa ou nas lesões de aspecto ulcerativo. Com frequencia afecta a região cercana ao
clítoris, mas pode localizar-se em qualquer outra (fig. 27.10).
O sintoma básico é o prurido intenso, a presença de sangramento, dores e, as vezes, também
uma tumoração.

DIAGNÓSTICO
A búsca da lesão maligna nas áreas afectadas por outras afecções ou não requer a coloração
com azul de toluidina a 1 %, que se decolora com ácido acético a 1 % e permite a biopsia nas
áreas que permanecem coradas. A colposcopia pode ajudar, mas é menos eficaz de que no
colo uterino.

TRATAMIENTO
O carcinoma intraepitelial pode tratar-se com resecção local ou vulvectomía simple. Quando

sinais de extensão se indica vulvectomía com linfadenectomía ou sem ésta, segundo o caso.
Outras proceduras terapéuticas, radiações, citostáticos, etc., não tem demostrado
superioridade sobre a cirugía e só em casos específicos se associam com a mesma. A
sobrevida postratamento é em geral muito boa nos estados precoces.

MELANOMA
Constitui cerca de 10 % dos cánceres de vulva. É uma massa tumoral escura; existe prurido e
sangramento no introito ou região do clítoris.

O diagnóstico se realiza mediante biopsia, e o tratamento consiste na resecção local com


linfadenectomía.
Geralmente a sobrevida se limita a 5 años.

CÁNCER DE VAGINA
É dos tumores malignos genitais dos mais raro aparecimento dentre destes o carcinoma
epidermoide é a variedade mais comum. Se associa com carcinoma cervical e com frequencia
é metástase daquele.
O carcinoma intraepitelial de vagina é asintomático e só se detecta por inspecção cuidadosa
periódica da vagina. Em caso duvidoso, o exame de Schiller e a colposcopia ajudam a dirigir
a biopsia.
Quando o cáncer se torna invasivo penetra a parede vaginal e se extende aos tecidos vezinhos
(recto ou bexiga). Clínicamente se ve como uma ulceração indurezida da parede vaginal
posterior ou lateral em direção ao fundo; só a biopsia assegura o diagnóstico e o tratamento
com 5 fluorocilo e láser produz bons resultados nas primeras etapas. En outros casos, a cirugía
é a terapéutica indicada.
Existem 2 variedades de cáncer de vagina que resulta importante conhecer:
1. O sarcoma botrioideo de origen embrionario, que aparece como uma massa polipoide,
vermelho e sangrante nas meninas pequenas (menores de 5 años). O tratamento é a exérese
cirúrgica e a poliquimioterapia.
2. O adenocarcinoma de células claras da vagina é uma lesão proliferativa, vermelha
sangrante que se observa nas jóvens filhas de mulheres que usaram dietilestilbestrol como
tratamento em caso ameaça de aborto. Esta entidade tem ido desaparecendo ao cessar o uso
do medicamento, mas se caracterizou por uma rápida invasão e agresividade. Hoje se estudam
as possiveis afectações noutros órgaõs.

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