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Dr. E. Cabezas
São várias as lesões malignas que podem afectar o colo e o corpo do útero; mas tomando em consideração
as características deste texto, desenvolveremos somente os aspectos relacionados com as 2 entidades mais
frequentes no seu aparicimento: o carcinoma epidermoide do colo uterino e o adenocarcinoma do corpo
do útero.
CARCINOMA EPIDERMOIDE
DO COLO UTERINO (CECU)
Se calcula que em todas as Américas, cada ano se apresentam quasie 68 000 novos casos de cáncer
cervicouterino, está demostrado que o colo do útero é a parte do organismo mais susceptivel de apresentar
cáncer nas mulheres de América Latina e Caribe.
EPIDEMIOLOGÍA
Avançou-se muito nos últimos anos no conhecimento dos factores epidemiológicos, ligados ao
aparicimento do cáncer do colo uterino e a maioria dos investigadores estão de acordo em considerar-lo
como uma infermidade de trasmissão sexual, pois dão, uma relação directa entre a maior ou menor
incidência deste tipo de cáncer e a conduta sexual dos diferentes grupos humanos.
Na conduta sexual há elementos que podem considerar-se principais, como:
1. Inicio precoce das relações sexuaias.
2. Múltiplos parceiros sexuais.
3. Parceiro sexual promiscuo.
4. Alta incidência de doenças de trasmissão sexual.
5. A multiparidade.
O inicio de coito antes dos 20 anos, e de maneira marcada as que comiençam antes dos 18 anos de idade,
faz com que aumente a probabilidade de padecer um câncer cervico uterino, quando se comparam estas
mulheres com as que começam depois dos 20 años.
Assim mesmo, quanto mais parceiros sexuais tenha uma mulher, mais probabilidades terá de padecer
cáncer do colo uterino. Se o parceiro sexual, pela sua parte, é promiscuo, a probabilidade é ainda maior.
As IST, especialmente as causadas pelos chamados oncovirus, nas que a infecção pelo papiloma virus
humano (HPV) se considera a causa principal, aumentam a probabilidade de padecer cáncer do colo.
Actualmente se pensa que certos tipos do HPV são o factor etiológico central no aprecimento do cáncer
do colo do útero e de suas lesões precursoras, dado que no mundo enteiro este tipo de cáncer é o mais
comum na mulher, com excepção do cáncer de mama.
Outros factores considerados na actualidade são:
Factores socio-demográficos. Muito se falou sobre a influência da raça, dos elementos económicos, de
sitios geográficos, etc.,mas a verdadeira base comúm parece ser o comportamento sexual dos diferentes
grupos humanos.
Inmunodepressão. Desempenha uma função fundamental no desenvolvimento do cáncer em geral, seja
induzida por tratamento médico, como é o caso das pessoas que receberam o trasplante de órgãos, ou
pelas doenças, como o caso de SIDA.
Hábitos dietéticos. Alguns autores assinalam como factores de risco a dieta pobre em elementos
vitamínicos, como as vitaminas C, A e E e os betacarotenos.
INCIDENCIA
A incidencia varia de uns países a outros, assim se observam taxas muito baixas no Israel (4,5 por 100
000 mulheres), em Connecticut, EE.UU. (9,8) e na Nova Zelandia (9,9). Pelo contrario se registam taxas
muito elevadas em Cali, Colombia (62,8); em Recife, Brasil (58,1) e na Dinamarca (31,6 por 100 000
mulheres). Em Cuba, a taxa bruta de incidencia de cáncer invasor de colo de útero em 1990, foi de 19,2
por 100 000 mulhers.
CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA
O colo uterino apresenta 2 tipos de epitelio: o pavimentoso estratificado que recobre o exocérvix que se
projecta na vagina, e o cilíndrico simple, formado de glândulas endocervicais. O endocérvix e el
exocérvix se encontram um com o uotro no ponto de união escamocolunar. Geralmente, nas mulheres
jovens esta conjunção se encontra localizada mais ou menos ao nivel del orificio cervical externo, mas
nas mulheres menopáusicas penetra mais a cima dentro do canal cervical.
O adenocarcinoma do colo se origina no epitelio cilíndrico simple do canal cervical e é o menos
frequente, mas devido a su forma de crecimiento tem pior prognostico de que o carcinoma epidermoide.
Na classificação histológica, um tumor se diagnostica com a sua porção mais diferenciada e se classifica
em graus segundo a sua porção menos diferenciada. Ésta se denomina classificação de Brothers, e basea-
se fundamentalmente na anaplasia celular:
Grau I. 25 % de anaplasia celular.
Grau II. 25 a 50 % de anaplasia celular.
Grau III. 50 a 75 % de anaplasia celular.
Grau IV. mais de 75 % de células anaplásicas.
Criterios clínicos de extensão. A extensão deste tipo de cáncer pode efectuar-se en três formas principais:
propagação por continuidade, propagação aos ganglios linfáticos e metástase a distancia.
Os conhecidos como ganglios secundarios (sacros, ilíacos comuns, aórticos e inguinais) se afectam com
menos frequencia.
Metástasis a distancia.A invasão vascular sanguínea e linfática permite ao tumor diseminar-se a partes
distantes do organismo. Aproximadamente 30 % do total das pacientes que falecen por cáncer
cervicouterino, apresentam metástase no fígado, pulmãos, baço e em menor proporção noutras vísceras. O
crecimiento e a propagación do tumor dão lugar a diferentes etapas clínicas.
SINTOMAS
O carcinoma na etapa 0 (carcinoma in situ) é assintomatico; além disso a maioria das pacientes na etapa
Ia também são assintomaticas, isto é este cancer na sua etapa precoce não tem sintomas que permite o seu
diagnóstico.
Nas etapas mais avançadas os sintomas principais são: metrorragia, leucorreia e dores. No princípio a
metrorragia será em forma de manchas que a paciente relacionará com o coito, com esforços físicos,
inclusive com uma defecação dificultosa. Lamentavelmente, em muitos casos a perda sanguínea não se
produz até que a doença esteja avanzada. O sangramento pode ir incrementando-se em etapas avançadas
e, em ocasiões, pode ser profuso nos estadios finais e ser a hemorragia incoercivel a causa directa da
morte da paciente.
Nos cânceres avançados, o foco tumoral quase sempre se encontra colonizado por germes sépticos, que
unido a necrose do tumor, leucorreia fétido insuportável.
As dores aparecem muito tarde. Quando uma paciente consulte por dores e o factor que está causando as
dores seja um cáncer do útero, este se encontra já pelo menos, na etapa III.
Nas etapas avançadas aparecem outros sintomas que estão em dependencia do órgão que foi alcançado
pelo processo. Assim, quando é a vejiga haverá polaquiuria, disuria, tenesmo vesical e hematúria; se são
afetados os uréteres, seja por compressão ou pela infiltração tumoral, existirá uma obstrucção do fluxo
renal com hidronefrose pielonefrite.
Se é afetado o reto, pode aparecer dificuldade para defecar, rectorragia e obstrução intestinal.
Igualmente, pode aparecer síntomas e sinais localizados noutros órgãos longínquos são metastiçados por
este tumor, por ejemplo: a coluna vertebral (compressão medular), ou sintomas ao nivel do figado, o
pulmão ou o cerebro.
Se apresentarão, ademais, sintomas gerais como são: anemia, anorexia, perda de peso e astenia.
DIAGNÓSTICO
Nas etapas precoces o diagnóstico não será através da clínica. Afortunadamente há varios métodos que
são de ajuda efectiva no diagnóstico precoce desta entidade.
A utilização sistemática de esses métodos proporciona uma situação vantajosa para estabelecer o
diagnóstico.
A metodología é a seguinte:
1. Estudo da citología cervicovaginal.
2. Colposcopia.
3. Prova de Schiller.
4. Biopsia.
5. Exame clinico.
TRATAMENTO
Profilactico
Reduzir a incidência de inicio precoce das relações sexuais( pelo menos até 18 anos de idade);
Evitar a promiscuidade sexual e as infecções sexualmente transmissiveis principalmente as devidas a
oncovirus (HPV), através do uso do preservativo. Es posible que el incremento
Higiene dos orgãos genitais tanto feminios como masculinos;
A diminuição de habito de fumar;
Reduzir a paridade
Melhorar o atendimento ao parto suturando todos os desgarros ou lacerações cervicais depois de partos
Aumentar o consumo das vitaminas (C. E. betacarotenos, etc.);
Tratamento adequado das NIC e a realização da citología cervicovaginal, de acordo com a metodología do
Programa Nacional para o Diagnóstico Precoce do Cáncer Cervico-uterino.
No mundo ocorrem uns 437 000 casos novos de cáncer cervicouterino cada ano, dos quais quase 80 %
correspondem aos países em via de desenvolvimento. No continente Américano morrem anualmente mais
de 30 000 mulheres por este cáncer.
A avaliação individual de cada paciente, nas que se tomam em conta a idade, paridade, desejos ou não de
ter mais descendencia e outros factores, seríam determinantes frente ao tratamento do carcinoma in situ
para decidir outro tipo de conduta terapéutica, como: a conização, a amputação baixa do colo ou a
histerctomia respeitando os ovarios.
Etapa Ia. Em pacientes com uma penetração menor de que 3 mm abaixo da membrana basal, sem invasão
do espaço linfático e sem patrão confluente (Ia 1), é recomendável a histerectomia simples (com taxas de
sobre vivencia de cerca de a 100 %)
Quando é um cáncer, com mais de 5 mm de invasão e sem afeção do espaço linfático.
Recomenda-se de maneira geral a histerectomia radical com linfadenectomía pélvica ou radiação quando
haja uma grande zona de invasão tumoral, com afetação do espaço linfático, ou quando a profundidade de
invasão seja de 3 a 5 mm mais ou menos (Ia 2).
A OMS estabelece as normas seguentes:
Etapa Ia (lesão inferior de que 5 cm). Histerectomía radical e linfadenectomía pélvica (operación de
Wertheim).
Etapa Ib (lesão superior de que 5 cm). Radioterapia externa (cobalto) e radioterapia intracavitaria
(CESIUM).
Se boa resposta, continuar um seguimento evolutivo desde o ponto de vista clínico. Se a resposta é pobre
ou nula, reavaliar a paciente para cirurgia radical ou tratamento paliativo.
VANTAGENS DA CIRURGIA SOBRE AS RADIAÇÕES:
1. Permite conhecer exactamente a extensão do tumor.
2. Há tumores que não são radiosensiveis.
3. Nas mãos expertas pode deixar menos sequelas noutros órgãos como o intestino e a pele.
4. Diminui a posibilidade de recidivas tumorais.
5. Permite a conservação da função ovárica nas mulheres jóvens.
6. Deixa a vagina mais funcional.
7. Desde o ponto de vista psicológico, geralmente oferece a paciente maiores esperanças de curar ao
considerar que o tumor foi extirpado.
PRONÓSTICO
As perspetivas são altamente favoraveis quando se estabelece o diagnóstico nas etapas precoces e se
aplica o tratamiento adecquado.
Na etapa 0 pode esperar-se uma tasa de 3 cucura de 100 %; quasi iguais resultados podem esperar-se na
etapa Ia.
O pronóstico é menos esperanzador quando o diagnóstico se faz nas etapas mais avançadas.
EPIDEMIOLOGÍA
Na actualidade aceita-se que o adenocarcinoma de endometrio tem uma dependencia hormonal na qual
desempenha um papel importante o estímulo
estrogénico mantido não equilibrado por uma actividade progesterónica adequada .
Não obstante, há autores que sustentam a hipotese de que isto ocorre de 50 a 60 % dos casos e que existe
um grupo de carcinomas de endometrio, chamados autónomos, cuja génese se ignora, que não teriam
dependencia hormonal e que, ademais,a presentaríam, probavavelmente, uma maior virulencia de que o
grupo que mencionamos em primeiro lugar.*
De todas formas quando se estudam os factores ligados ao aparecimento de adenoma de endometrio, num
número importante deles, se encontram elementos dependentes de hiperestronismo produzido por
diferentes causas.
La anovulación aparece como base fundamental de un grupo de entidades mencionadas entre as
relacionadas com o adenocarcinoma:
1. Ciclo anovulador e seus consequentes trastornos menstruais:os ovarios poliquísticos ou síndrome de
Stein Leventhal, e o regras escasas, oligomenorreia ou amenorrea.
2. Infertilidade: as mulheres com infertilidade têm risco de padecer cáncer de endometrio 2 vezes
superior de que as que têm tido um filho e 3 vezes superior de que as que têm tido mais filhos
3. Hemorragias disfuncionais no climaterio e a perimenopausia: nas diversas estatísticas assinalam um
aumento da incidencia de carcinoma de endometrio nas mulhers que padeceram de metrorragias na
época menopáusica. Se supõe que se trata de hemorragias anovulatorias, com produção de estrógenios
não compensados pela secreção de progesterona
4. Estrógenos exógenos: um tema polémico te sido sempre se o uso de estrógenos depois da menopausia,
pode ser factor contribuinte no aparecimento do carcinoma endometrial. Há autores que planteam um
aumento do risco.** Este risco pode eliminar-se ou pelo menos diminuir-se grandemente, ao acrescentar
um progestágeno no esquema de tratamiento com estrógenos.
5. Obesidade: em numerosos trabalhos se demostrouo que a obesidade é um importante factor de risco no
aparecimento do carcinoma de endometrio.
6. Anticonceptivos orais combinados: recentes estudos de casos e controlos confirmam que o uso de
anticonceptivos orais se associa com uma diminuição
de 50 % de risco de padecer o cáncer de endometrio. Aunque este efeito protector foi atribuido a um
incremento relativo das concentrações de progestágenos, os resultados de diferentes estudos são
contradictorios.
7. Por ter relação com o hiperestronismo, alguns autores falam da relação entre o fibroma uterino e o
adenocarcinoma de endometrio; contudo, num estudo realizado em Cuba com 453 pacientes às quais
foram feitas histerectomía, já seja por fibromioma ou por adenocarcinoma de endometrio, não se
demostrou em ninhum dos casos associação entre estas duas entidades.
8. Diabetes e hipertensión arterial:la relação de estas duas afecções parece ser realmente devida a relação
destas duas afecções com a obesidade,
que é verdadeiramente a causa.
9. Raça: as opiniões são diferentes. Uns dizem que é mais frequente na raça branca, enquanto outros
dizem é mais frequente na negra;
10. Herencia: parece desempenhar algúm papel no aparecimento do carcinoma de endometrio, aunque
não se conhece bem de qué forma intervem.
INCIDENCIA
Na actualidade a maioría das estatísticas confirmam um aumento da incidencia do carcinoma de
endometrio, mas as cifras varían de uns países a outros.
Actualmente é a doença ginecológica invasora mais frecuente nos Estados Unidos, o que se deve não só a
exitencia de maior numero de caso mas também a diminuição da incidencia de cáncer invasor do colo
uterino.
HISTORIA NATURAL
O adenocarcinoma está sempre precedido de uma actividade de longa duração da basal do endometrio que
é mais frequente como resultado do cesse da
ovulação. Contudo, se debe-se ter presente de que isto é um factor predisponente, e não causal.
Supõe-se que exista esta sequencia de fenómenos:
CARACTERÍSTICAS ANATOMOPATOLÓGICAS
O adenocarcinoma pode surgir em qualquier porção do útero e apresentar-se como lesão bem circunscrita.
Em ocasiões o tumor é polipoide por completo; em outras, a imagem a simple vista é de uma afecção
superficial difusa. A profundidade da invasão
miometrial é a de maior importância clínica.
Aspecto microscópico. De acordo com o grau de evolução alcanzado, os adenocarcinomas endometriais
se podem clasificar esquemáticamente em
3 tipos principais:
1. Maduro ou bem diferenciado.
2. Imaturo ou pouco diferenciado.
3. Adenoacantoma, com metaplasia pavimentosa benigna.
TRATAMENTO
O tratamento do carcinoma do endometrio foi um ponto muito discutido e se plantem distintas conductas
nas quais a etapa clínica tem importância vital:
1. Cirurgía.
2. Irradiação.
3. Irradiação e cirurgía.
4. Terapia hormonal.
Cirurgía. Na etapa I, geralmente, se realiza uma histerectomía total com anexectomía bilateral.
Na etapa clínica II, ou seja, quando já tem invadido o colo, se fará uma histerectomía ampliada tipo
Wertheim, com linfadenectomía. Nas etapas mais avançadas não se utiliza a cirugía.
Irradiação. Consiste na aplicação de radio e dos raios Roentgen.
Irradiação e cirurgía. Os observadores desapasionados coincidem em que para todas as etapas do
adenocarcinoma do endometrio os melhores resultados são os proporcionados pelo o tratamento
combinado .
Terapia hormonal. O adenocarcinoma do endometrio parece ser um tumor estrogenodependente, e como
o estrógenio a progesterona se complementam por tanto se emprega a progesterona no tratamento de
certas neoplasias.