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Teníase e Cisticercose

- agentes etiológicos:

 Taenia solium – hospedeiro


intermediário: porcos;
 Taenia saginata – hospedeiro
intermediário: bovinos;

- são vermes hermafroditas, com corpo


segmentado e achatado  cada segmento
é chamado de proglote e cada um atua
como um indivíduo único, pois cada um
tem o aparelho reprodutor masculino e
feminino;

- o cisticerco, que é a larva, tem uma região


de líquido em uma vesícula e uma região
que corresponde à cabeça do parasita
chamado de escólex;

- o colo (pescoço) → possui células com


atividade reprodutora dando origem as
proglotes jovens;

- o corpo do parasita, chamado de - a partir do momento que uma cabeça de


estróbilo, é formado pela união de Taenia se adere no epitélio intestinal,
proglotes; nenhum outro parasita dessa espécie
consegue aderir  por isso, ela é
- quando mais afastadas da cabeça, mais comumente conhecida como solitária;
maduras são as proglotes;
 pode ficar por mais de 3 anos no
- primeiro ocorre a maturação do aparelho hospedeiro;
reprodutor masculino e depois o feminino,  comidas irritativas podem gerar a
tendo uma fecundação cruzada; “quebra” da Taenia;
 quando o escoléx é eliminado,
 são as proglotes maduras;
significa que a infecção pelo
- depois que o segmento se torna parasita "terminou”, não tendo
gravídico, ele solta do verme através do mais a liberação de proglotes
processo de apólise e, no ambiente, gravídicas;
liberam os ovos;
- de acordo com a espécie, os escólex
 são as proglotes terminais; podem ser diferentes:

 T. solium: globoso, com 4 ventosas,


rostro e acúleos (está no centro,
parece uma coroa, permite a
fixação na mucosa);
 T. saginata: quadrangular, com 4
ventosas, sem rostro nem acúleos;
- a casca do ovo é chamada de embrióforo do parasita, não tendo o desenvolvimento
e o embrião é chamado de oncosfera ou dos vermes adultos;
embrião hexacanto;
 o homem é o hospedeiro acidental
- as proglotes gravídicas de T. saginata dos ovos;
podem migrar para o ânus a qualquer
- quando o ovo passa pelo estômago dos
momento do dia e girar um prurido na
hospedeiros intermediários, ele sofre ação
região;
do suco gástrico e, no intestino, o embrião
- na T. saginata, sai uma proglote por vez a é liberado  consegue invadir a mucosa e
qualquer momento do dia, enquanto que submucosa e chega em qualquer tecido 
na T. solium saem blocos de proglotes e, se aloja principalmente no tecido muscular
por isso, só são eliminadas pelas fezes;  forma a vesícula cheia de líquido 
cisticerco (fica viável por muito tempo);
- transmissão:
- quando ingerimos a carne e mastigamos o
 para os humanos – ingestão de
cisticerco, o escólex é liberado e se fixa no
carne crua contendo os cisticercos
duodeno  vai liberando as proglotes que
viáveis dos parasitas;
geram os ovos no ambiente;
 para os porcos e bovinos – através
de excrementos humanos que - auto-infecção: quando as proglotes são
contêm os ovos das Taenias; liberadas, temos náusea e vômito  ativa
movimento anti-peristáltico, estimulando o
- ciclo biológico: ovo  larva (cisticerco) 
movimento para cima  as proglotes
verme adulto  copulam e geram os ovos;
voltam para o estômago  sofrem nova
- os ovos ficam soltos no ambiente  os ação do suco gástrico  os ovos podem
hospedeiros intermediários ingerem esses ser liberados  gerando uma nova
ovos e desenvolvem a larva; infecção;

- os vermes ficam no tecido muscular dos  pode ter náusea e vômito por
hospedeiros intermediários, que são as outros motivos;
partes que normalmente consumimos  maior suscetibilidade de desenvol-
desses animais; ver cisticercose;
 só a T. solium pode fazer isso;
- os vermes adultos se alojam no intestino
delgado, principalmente no duodeno, do
organismo humano, que é o hospedeiro
definitivo, pois contém a fase sexuada do
parasita;

- quando o homem tem a Taenia adulta,


ele tem a teníase e, quando tem o estado
larval, ele tem a cisticercose (nesse caso
causada apenas pela T. solium);

- porém, os ovos do parasita podem entrar


em contato acidentalmente com os
humano, tendo uma evolução para a larva
em diversos tecidos e o quadro de
cisticercose  ocorre um bloqueio do ciclo
- os porcos e bovinos ingerem vegetais  T. saginata: muitas
contaminados com os ovos  se ramificações grosseiras e
transformam nos cisticercos (larvas)  bagunçadas com termina-
ficam concentrados no músculo desses ções dicotômicas;
animais  ingerimos a carne com o
cisticerco  se torna verme adulto (com
proglotes);

- se ingerimos vegetais com os ovos ou se


desenvolvermos uma auto-infecção, nós
teremos o cisticerco, gerando a
cisticercose;  PCR: diferenciação das espécies;
 elevação de eosinófilos e de IgE;

- TENÍASE – sintomas do verme adulto:

 alterações de motricidade e
redução da secreção gástrica; CISTICERCOSE
 aumento da fome;
- agente etiológico:
 perda de peso, dor epigástrica e
dor abdominal;  Cysticercus cellulosae – cisticerco
 ocasionalmente: apendicite e da Taenia solium;
obstrução intestinal;  Cysticercus bovis – cisticerco da
Taenia saginata  não causa
- diagnóstico de teníase:
cisticercose no homem;
 direto: observação das proglotes –
- o homem aparece como hospedeiro
no ânus (para T. saginata) ou nas
intermediário  os ovos passam pelo
fezes (para T. solium);
estômago e duodeno e liberam o embrião
 coproparasitológico: pesquisa de
hexacanto que atravessa a mucosa e pode
ovos nas fezes  não consigo
atingir vários órgãos onde se aloja e se
diferenciar a espécie;
transforma em cisticerco;
 tamisação: captura de proglotes
gravídicas em fezes de 24h  - transmissão:
“penera” as fezes e resgata as
 auto-infecção interna: liberação
proglotes que são clarificadas e
dos ovos de proglotes grávidas
coradas para análise  observa-se
dentro do intestino;
as ramificações uterinas;
 auto-infecção externa: ingestão de
 T. solium: poucas ramifica-
ovos ou proglotes  por exemplo,
ções, finas e organizadas,
a pessoa suja sua mão com suas
com terminações dendrí-
fezes e ingere os ovos  acomete
ticas;
principalmente crianças e doentes
mentais, pois eles tem menos
hábitos de higiene ou coprofagia;
 hetero-infecção: ingestão
acidental dos ovos de Taenia
veiculados por água ou alimentos
contaminados, ou mesmo pelas
mãos sujas (contaminadas com os  reação de Weimberg: detecção de
ovos liberados por outra pessoa); IgG;
 ELISA;
- a patogenia depende se o cisticerco é
 TC e RM;
ativo ou não, da localização que ele está e
do número de larvas;

- a ação patogênica ocorre pela PROFILAXIA


disseminação dos ovos pelo corpo e pelo
processo inflamatório gerado como - saneamento básico;
resposta que calcifica os cisticercos - educação sanitária;
(“granuloma”);
- tratamento dos doentes;
- neurocisticercose:
- fiscalização da carne e de produtos
 cisticercos no SNC; vegetais;
 pode ser intraparenquimatosa 
convulsão, cefaleia e hipertensão - cozimento adequado e congelamento das
intracraniana; carnes;
 forma extrapaenquimatosa: altera-
ções neurológicas (compressão de
estruturas como nervos) e TRATAMENTO
sintomas psiquiátricos;
- cirúrgico: quando o número de cisticercos
- oftalmocisticercose: é pequeno e a localização é favorável 
bons resultados para a cisticercose ocular;
 sem dor;
 alterações da visão central ou - medicamentosa:
periférica, descolamento retiniano
 Praziquantel: anti-helmíntico de
e opacificação dos meios
ação sobre platelmintos  muito
transparentes (pela liberação do
bom p T. saginata, mas para
líquido do cisticerco);
T.solium tem que ter cuidado, pois
- cisticercose disseminada: um dos efeitos adversos é náusea,
que poderia gerar auto-infecção;
 tecido subcutâneo e músculo  Niclosamida;
esquelético;  Albendazol;
 dor na nuca, região lombar e
 Mebendazol;
pernas;
 fadiga e câimbras;
 forma grave: intramedular 
hemiparesia e hemiparestesia;

- diagnóstico:

 detecção de anticorpos no humor


aquoso e soro;
 análise de líquor – pleocitose
(qualquer alteração celular 
nesse caso, aumento de neutrófilos
e eosinófilos)

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