Parasitoses Intestinais

Transmissão PASSIVA: ingestão de formas evolutivas - Cistos são resistentes, o que determina sua resistência:
Protozoários: Temperatura, salinidade, ...
Giardia lamblia AMEBÍASE
Cryptosporidium sp
Entamoeba histolytica O complexo E. histolytica/dispar
Isospora belli
Cyclospora cayetanensis Existem diferentes tipos de amebas que podem ser
Dientamoeba fragillis diferenciadas pelo:
Blastocysts hominis Tamanho dos cistos;
Urbanorum (???) Quantidade de núcleos;
Helmintos: Número e formas das inclusões citoplasmáticas
Taenia solium - E. histolytica é patogênica.
Taenia saginata OBS: E. díspar pode ser patogênica (indivíduos
Ascaris lumbricoides imunocomprometidos)
Trichuris trichiura
Enterobius - Ameba: na luz intestinal (90% dos casos)
Transmissão ATIVA: penetração na pele - Ameba: em células (10% dos casos)
Helmintos:
Ancilostomídeos O que faz o parasito se tornar virulento e passar a invadir os
Strongyloides stercoralis tecidos?
Rompimento do equilíbrio parasito-hospedeiro

PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS
TRANSMISSÃO: oral-fecal
Direta x Indireta
Mão na boca Ingestão de cistos
Ambiente de aglomeração

Por Roberta Salgado Monteiro

 Resposta imune inata (produção de muco), Resposta do tipo
Th1 (controlando algumas células), Resposta do tipo Th2
O que determina se o parasita invade ou permanece na luz (perfil de resposta para parasito extraintestinal)
intestinal?
Fatores ligados ao parasito GIARDÍASE
✓ Cepa – virulência e patogênese
✓ Adesão – lectinas Infecção por cistos infectantes;
✓ Enzimas proteolíticas –hialuronidase, Cisto sensibilizado na região do estômago;
protease e mucopolissacaridases No intestino delgado dá origem ao trofozoíto;
(digestão da Membrana) No duodeno se prolifera por fissão binária, colonizando essa
✓ Fagocitose - hemácias região;
✓ Citotoxicidade direta – amebaporos Ao longo do intestino sofre encistamento (dobra sobre si
✓ Carga infectante mesmo);
✓ Resistência Liberado nas fezes como cisto infectante.
Fatores ligados ao hospedeiro
✓Localização geográfica
✓ Raça
✓ Sexo
✓ Idade
✓ Resposta imune
✓ Estado nutricional
✓ Dieta
✓ Alcoolismo
✓ Hábitos sexuais
✓ Microbiota

Como se dá a adesão do protozoário à

célula?
Proteína Lectina Giardia tem algo potencial zoonótico.

Como se dá a Invasão do protozoário
na célula?
Movimento ameboide e
Enzimas proteolíticas
- Durante a passagem do protozoário pelo epitélio pode
formar lesões que favorecem infecções secundárias.
- Os casos mais comuns de amebíase são os de Amebíase
Intestinal.
- Existe a possibilidade de Amebíase Extraintestinal, através
da corrente sanguínea outros órgãos. Segundo tipo de
amebíase mais comum é a Hepática. Podendo acometer
ainda o pulmão, lesões cutâneas.
- Entameba histolytica é destaque nas pesquisas devido ao
seu caráter invasivo e fatal. É uma das principais causas de
morte por parasitose.
- Giardia se fixa ao intestino através do flange pela de pressão
negativo. (ventosa)
- O batimento do flagelo ajuda na fixação.
- Giardia tem preferência pela região das criptas do intestino,
onde causa lesões provocando achatamento dessas criptas,
encurtando as vilosidades, dificultando o processo de
absorção, causando a diarreia.
Espécies que infectam mamíferos: Giardia Lamblia
(subespécies: A, B, E)
Fezes diarreicas: trofozoítos (não infectantes)
Fezes formadas: cistos (infectantes)
- Trofozoíto não é resistente ao ambiente porque não tem
parede cística que confere essa resistência.

RESPOSTA IMUNE:

Por Roberta Salgado Monteiro

 - No intestino grosso, fêmea encontra com macho e fecunda;
- Liberação de ovos nas fezes
- Ovos no ambiente passam pela embriogênese, dando
origem a larvas.

OBS: Em casos de alta carga parasitária = prolapso retal

ASCARIS LUMBRICOIDES
CICLO:
- Ovo infectante é ingerido;
- Ovo percorre o trato gastrointestinal, passa pelo estômago;
- É sensibilizado no intestino delgado, onde é liberada uma
larva;
- A larva atravessa ativamente a parede do intestino;
- Em contato com o sistema circulatório;
- Passa pelo fígado e veia aorta, chegando ao pulmão;
- No pulmão faz o CICLO DE LOSS (onde a larva sofre uma
GEOHELMINTOS muda por conta da oferta de oxigênio presente);
- Precisam passar pelo solo para sofrer uma muda e se tornar - Rompe os alvéolos pulmonares;
infectante. - Sobre o trato gastrointestinal, chega a traqueia e a glote,
- Ovo é eliminado nas fezes e é necessário passar pelo solo onde é deglutida; (pode ser expelida ativamente quando
para se tornar infectante chega a traqueia, mas o mais comum é que seja deglutida)
- Percorre todo o trato gastrointestinal, chega ao intestino
delgado e faz uma nova muda para verme adulto.
- Macho encontra fêmea, ocorre a fecundação e liberação e
ovos nas fezes e estes vão para o solo.

TRICHURIS TRICHIURA
CICLO:
- Ovo infectante é ingerido;
- Na região do duodeno é liberada uma larva que passar por
uma série de mudas, assumindo a forma de verme adulto.
- O verme adulto: 2/3 dentro do enterócito, 1/3 na luz
intestinal

OVO INÉRTIL: ovo eliminado por fêmea que não acasalou.

Por Roberta Salgado Monteiro

SÍNDROME DE LÖEFFLER: durante a passagem do verme pelo - No pulmão faz o CICLO DE LOSS (onde a larva sofre uma
pulmão, forma-se um quadro pneumônico. muda por conta da oferta de oxigênio presente);
Mais sobre a síndrome: - Rompe os alvéolos pulmonares;
O síndrome de Löffler, também conhecido como - Sobre o trato gastrointestinal, chega a traqueia e a glote,
síndrome de migração larval, é uma condição caracterizada onde é deglutida; (pode ser expelida ativamente quando
pela migração de larvas de parasitas pelos tecidos do corpo chega a traqueia, mas o mais comum é que seja deglutida)
humano, especialmente nos pulmões. Esse síndrome está - Percorre todo o trato gastrointestinal, chega ao intestino
intimamente associado à infecção por certos parasitas, delgado e faz uma nova muda para verme adulto.
especialmente Strongyloides stercoralis e Ascaris - Macho encontra fêmea, ocorre a fecundação e liberação e
lumbricoides. ovos nas fezes e estes vão para o solo.
A migração das larvas pelos tecidos pode causar uma
série de sintomas respiratórios e sistêmicos, incluindo tosse,
febre, dificuldade para respirar, sibilância e eosinofilia (um
aumento dos eosinófilos no sangue, um tipo de glóbulo
branco associado a reações alérgicas e infecções parasitárias).
Esses sintomas podem variar em gravidade dependendo do
número de larvas envolvidas e da resposta do sistema
imunológico do indivíduo.
O diagnóstico da síndrome de Löffler geralmente é
feito através da história clínica do paciente, dos sintomas
apresentados e de exames laboratoriais, como análises de
sangue que mostram eosinofilia. Além disso, podem ser
realizados testes específicos para detectar a presença de
larvas de parasitas em amostras de escarro ou fezes.
O tratamento da síndrome de Löffler envolve o uso de
medicamentos antiparasitários para eliminar as larvas do
corpo. Além disso, os corticosteroides podem ser
administrados para reduzir a inflamação e controlar os Espécies de Ancilostomídeos: A. duodenale e Necator
sintomas respiratórios associados à migração das larvas. americanos
É importante destacar que a prevenção da síndrome
de Löffler envolve evitar a exposição a fontes de infecção - FATO: indivíduo com uma carga parasitária um pouco mais
parasitária, como contato com solos contaminados e elevada tem um quadro de ANEMIA.
consumo de água ou alimentos não tratados. A higiene - Também faz síndrome de Löffler.
adequada, a lavagem das mãos e o tratamento adequado dos
esgotos também são medidas importantes para prevenir a STRONGYLOIDES STERCORALIS
infecção por parasitas que podem causar essa síndrome. CICLO:
- Larva penetra ativamente pela pele;
OBS: Nos casos dos indígenas a tuberculose é comum e - Indivíduo infectado elimina larvas nas fezes;
muitas vezes é confundida, quando na verdade é Síndrome de - Essas larvas eliminadas nas fezes são do tipo RABDITÓIDE;
Löffler. O paciente apresenta febre e tosse. - No ambiente essas larvas se diferenciam em macho e
fêmea, onde o macho procura a fêmea;
ANCILOSTOMÍDEO - No ambiente ocorre a fecundação gerando o ovo;
CICLO: - Esse ovo dá origem a uma nova larva do tipo RABDITÓIDE
- Indivíduo infectado libera nas fezes os ovos não infectantes; que pode se diferenciar em macho e fêmea ou dá origem a
- O ovo no solo eclode e dá origem a larva RABDITÓIDE; uma larva FILARIÓIDE.
- Essa larva fica no solo captando nutrientes; - Essa larva filarioide penetra ativamente a pele.
- Após um tempo e por passar por proliferação celular, a larva - Ainda, em alguns casos excepcionais a larva RABDITÓIDE
sofre uma muda para larvar FILARIÓIDE; eliminada nas fezes pode virar uma larva FILARIÓRIDE.
- Ocorre a penetração desta larva na pele indivíduo; (ocorre quando a larva não encontra oferta de nutrientes no
- Na pele ganha o sistema circulatório; solo).
- Em contato com o sistema circulatório; - No interior do indivíduo infectado pode acontecer o
- Passa pelo fígado e veia aorta, chegando ao pulmão; processo de AUTOINFECÇÃO (por diminuição do trânsito
Por Roberta Salgado Monteiro
intestinal). A larva RABDITÓIDE fica muito tempo parada por
conta da ausência do fluxo intestinal e no interior desse
hospedeiro dá-se origem a uma larva FILARIÓIDE, que
penetra dele mesmo;
- E no intestino essa larva filarioide dá origem a uma fêmea
partenogenética que dá origem a ovos;
- Esses ovos são origem a larvas RABDITÓIDES que são
liberadas no ambiente.
Forma evolutiva buscada: a larva
ENTEROBIUS VERMICULARIS
NÃO É GEOHELMILTO!!!
CICLO:
- Ovo eliminado já é infectante;
- Ovo é ingerido, percorre o trato gastrointestinal, chega no
intestino delgado, onde eclode;
- Nas últimas porções do intestino grosso, ocorre a muda,
macho fecunda fêmea;
- fêmea migra para região perianal onde põe os ovos.
- A posição dos ovos não é necessariamente a noite, mas sim
quando o indivíduo está em repouso.
- Na membrana dos ovos existe como se fosse uma fita
adesiva, que faz com que o os ovos fiquem grudados na
região perianal, causando coceira.
- Muito comum autoinfecção.
FILO NEMATODA
- Crianças constituem o principal grupo acometido;
- < 5 anos Marcadores de contaminação ambiental
Associação entre a infecção por Giardia lamblia e
desenvolvimento físico:
- Atraso no ganho de peso
- Retardo de crescimento
- A Infecção por esses parasitas causam:
• Achatamento das microvilosidades
• permeabilidade intestinal
• motilidade
• Quebra das junções intercelulares
(Alterações das proteínas de juncionais)
- Ocasionando má absorção, que causa:
❖ Déficits nutricionais
❖ Comprometimento do desenvolvimento
físico e cognitivo
IMPACTOS DA INFECÇÃO POR PARASITOS INTESTINAIS:
LARVA:
Fígado:
Lesões hepáticas Pequenos focos hemorrágicos e
focos de necrose ➔ fibrosados
(posteriormente)
Pulmão:
Quadro pneumônico ➔ tosse, febre, dispneia,
manifestação alérgica, bronquite e eosinofilia
Síndrome de Löffler
Lesões pulmonares Pequenos pontos hemorrágicos
nos alvéolos
Por Roberta Salgado Monteiro
VERME ADULTO:
➢ Ação espoliativa
Vermes consomem proteínas, carboidratos, lipídeos e - Pesquisa quali e quantitativa - Método de Kato-Katz
vitaminas A, D, E e K ➔ subnutrição Permite dimensionar a carga parasitária desse indivíduo.
➢ Ação mecânica
Pequenas lesões das paredes do intestino
Obstrução intestinal
➢ Ação tóxica
Reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes
do hospedeiro ➔ edema, urticária e convulsões AS MEDIDAS DE CONTROLE DEVEM
➢ Localização ectópica CONSIDERAR
Inflamações de órgãos
Eliminação de vermes pela boca e nariz
PARASITO-HOSPEDEIRO-AMBIENTE:
PARASITO:
virulência;
EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES (EPF) – dispersão;
PADRÃO OURO quantidade;
PROBLEMA: SENSIBILIDADE!!! resistência.
- Sedimentação Espontânea - Método de Lutz: HOSPEDEIRO:
Homogeneíza as fezes em água e filtra com a gaze; Susceptibilidade;
Colocam em cálice de fundo cônico e espera sedimentar. Fatores individuais;
Os ovos pesados sedimentam. Densidade populacional;
Hábitos e modos de vida.
AMBIENTE:
Áreas rurais;
Redes de esgoto;
Pontos estratégicos;
- Centrífugo-Flutuação - Método de Faust (ZnSO4): Acesso para o controle.
Com sulfato de zinco cria-se uma diferença de densidade e as
estruturas flutuam, como os cistos de giárdia.

- Sedimentação por centrifugação - Método de Ritchie:

Utiliza-se formol e éter e por sedimentação as estruturas
precipitam.

BENEFÍCIOS DO SANEAMENTO:
Impacto econômico
• Faltas no trabalho
- Termohidrotropismo - Método de Baermann-Moraes:
• Gastos com medicamentos
Gaze com amostra fecal próximo a água quente;
• Impacto na pecuária
A larva migra em direção da água quente.

Por Roberta Salgado Monteiro

 PROFILAXIA
VERMES DE PENETRAÇÃO ATIVA:
Evitar contato direto com o solo e andar calçado
TENÍASE:
Não comprar carnes de procedência duvidosa
Não consumir carne crua ou mal cozida.
CISTICERCOSE, PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS E
GEOHELMINTOS:
Lavar bem as mãos após utilizar o banheiro
Beber água fervida ou filtrada
Lavar bem os alimentos de consumo cru
Evitar ambientes de aglomeração
Evitar levar a mão à boca

Parasitoses Intestinais: Até quando

negligenciadas?
LIMITAÇÕES:
- Conhecer a atual prevalência e distribuição das parasitoses
intestinais
Padronização de uma técnica de EPF de pesquisa para
parasitoses intestinais.
- Investimento em pesquisas de:
❖ Novos fármacos
❖ Novas estratégias de diagnóstico
❖ Desenvolvimento de vacinas
❖ Patogenia das infecções
- Saneamento universal

Por Roberta Salgado Monteiro