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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA


CAMPUS ROLIM DE MOURA

Helmintos de
Ruminantes e Equinos
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA II

Dra. Mayra Araguaia


3 mayra.araguaia@unir.br
Tecido conjuntivo
Tecido Subcutâneo

Onchocerca spp. e Setaria spp.


Taxonomia
• Ordem Spirurida

• Superfamília Filaroidea
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Superfamília Filaroidea
• Filariformes
• Boca simples
• Macho com espículos diferentes (na forma e no
tamanho)
• Ciclo indireto – heteroxeno
• Biohelmintos
Onchocerca spp.

AG-ICB-USP
Tecido Subcutâneo

Onchocerca spp.
 Onchocerca cervicalis
 Onchocerca gutturosa
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida
Superfamília Filaroidea
Onchocerca
Características:
• Hospedeiros:
• Definitivos: equinos e bovinos.
• Intermediários: Culicoides spp. e Simulium spp.
• Espécies:
• Equinos: O. cervicalis (ligamento nucal de equinos)
• O. gutturosa (Ligamento nucal e gastroesplênico)
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Onchocerca Superfamília Filaroidea

• Identificação: vermes finos com 2 a 6 cm de


comprimento, enrolados no interior dos nódulos.
Onchocerca
Vermes adultos no ligamento
da nuca

Microfilárias presentes Larvas L3 migram para o


Microfilárias migram para a
ligamento da nuca
nos espaços tissulares linha média ventral
da pele.

Microfilárias ingeridas pelas


Moscas inoculam L3 ao picar o moscas geram larvas L3
bovino
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Onchocerca Superfamília Filaroidea

Bovinos:

• Presença de nódulos fibrosos em ligamentos, tecidos


subcutâneos, musculares e intermusculares.

• Dependendo do local, pode ocorrer depreciação dos


tecidos musculares e do couro.
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Onchocerca Superfamília Filaroidea


Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Onchocerca Superfamília Filaroidea

Diagnóstico:

• Biópsia de pele, próximo à linha alba  pesquisa de


microfilárias.

Tratamento: Dietilcarbamazina, ivermectina.

Controle:

• Controle da população de hospedeiros intermediários (uso


de piretróides).
Setaria spp.
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida
Superfamília Filaroidea
Setaria
• Geralmente são apatogênicos.
• Hospedeiros:
• Definitivos: Ruminantes e equinos.
• Intermediários: várias espécies de mosquitos

• Localização:
• Superfície e cavidade peritoneal.
• Menos comum: cavidade pleural.
• Migração errática: SNC.
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida
Superfamília Filaroidea
Setaria
• Distribuição: mundial.

• Espécies:

• Setaria equina: equinos e asininos.

• Setaria cervi: bovinos e ruminantes silvestres.


Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Setaria Superfamília Filaroidea

Vermes delgados e longos, de até 12 cm de comprimento.

Setaria equina
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida
Superfamília Filaroidea
Setaria

• Vermes delgados e longos, de até 12 cm de


comprimento.

Setaria equina
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Setaria Superfamília Filaroidea

Extremidade anterior
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Setaria cervi Superfamília Filaroidea

Extremidade anterior

AG-ICB-USP
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Setaria cervi Superfamília Filaroidea

• Ciclo Biológico: Adultos no hospedeiro definitivo 


microfilárias na circulação sanguínea  mosquitos são
infectados  em 12 dias  L3 infectante  mosquito  L3
no hospedeiro definitivo  adulto.
• Ação sobre o hospedeiro:
• De um modo geral são apatogênicos, não há
sintomatologia clínica evidente.
• Quando há migração errática  SNC  distúrbio
locomotor, geralmente dos membros posteriores.
• Epidemiologia:
• Prevalência mais alta em regiões mais quentes.
• Atividade sazonal relacionada à população de mosquitos.
Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Setaria cervi Superfamília Filaroidea


Tecido Subcutâneo Ordem Spirurida

Setaria cervi Superfamília Filaroidea

• Diagnóstico:
• Microfilárias em esfregaço sanguíneo (achado acidental).
• Acometimento do SNC  exame microscópico dos
tecidos nervosos envolvidos.
• Tratamento:
• Ivermectina  eficaz para formas adultas de Setaria
equina.
• Controle
• Depende do controle de vetores, não é viável para este
parasita.
Fígado
Fasciola hepatica
Fasciola hepatica
Taxonomia:
• Filo Platyhelminthes

• Classe Trematoda

• Subclasse Digenea

• Família Fasciolidae
Canais biliares Classe Trematoda
Família Fasciolidae
Fasciola hepatica
• Local: ductos biliares do fígado de mamíferos,
principalmente bovinos e ovinos. Também acometem
equinos, asininos, cervídeos, suínos e coelhos.
• Acidentalmente também pode parasitar humanos
(zoonose).
• Causa destruição de tecidos, insuficiência hepática e
emagrecimento. Nas infecções agudas, causa anemia,
diarréia sanguinolenta e morte dos animais.
Canais biliares Classe Trematoda
Família Fasciolidae
Fasciola hepatica
• A doença é de ocorrência cosmopolita - áreas
alagadiças e sujeitas à inundações.
• Maiores prejuízos: Estados do Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
• Perda econômica: além da redução da
produtividade, há perdas econômicas devido à
condenação dos fígados nos abatedouros. Rio
Grande do Sul: taxa de condenação dos fígados de
bovinos (13%), ovinos (7%).
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Apresenta aspecto foliáceo, medindo 3 x 1,5 cm.


• Corpo achatado dorsoventralmente
• Tegumento com espinhos.
• Ventosas oral (extremidade anterior) e ventral (no terço
anterior do parasita).
• São hermafroditas.

Fasciola hepatica

• Definitive Host: Herbivorous mammals.


Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

1. Aparelho digestivo
a. Ventosa oral
b. Ventosa ventral ou acetábulo
c. Dois ramos intestinais
d. Numerosas ramificações que
terminam em fundo cego.
2. Substâncias não digeridas
provavelmente são regurgitadas
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae


Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Os parasitas nutrem-se do conteúdo biliar, de produtos da


reação inflamatória e produtos necróticos.
• A longevidade dos parasitas pode chegar até 8 a 10
anos (ovinos)
• Em bovinos a longevidade dos parasitas geralmente é de
1 ano.

Fasciola hepatica
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Um ovo de trematóide  centenas de adultos.


• Isto se deve ao fenômeno de pedogênese que ocorre no
hospedeiro intermediário.
• Pedogênese: uma única forma larval  vários adultos.

Ovo Fasciola hepatica


Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Trematóides adultos  ovíparos. ovos com um opérculo.


• Capacidade de postura de até 10.000 ovos/dia
• Os ovos são postos nos canais biliares, são arrastados pela
bile, sendo eliminados juntamente com as fezes.
• Trematóide jovem atravessa a parede intestinal 
cavidade peritoneal,  parênquima hepático (migram
por 6 a 8 semanas)  dutos biliares onde amadurecem
sexualmente (demora 2 meses).
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Apenas os ovos que caem nos lugares úmidos ou que são


arrastados pelas águas das chuvas para locais baixos e
úmidos se desenvolverão.
• Ovo não sobrevive à dessecação e às temperaturas
baixas

Ovo Fasciola hepatica


Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Em água sob temperatura adequada, os ovos passam por


desenvolvimento embrionário  miracídio (larva piriforme
ciliada).

• Sob estímulo da luz, o miracídio digere o cemento protéico que


mantém o opérculo fechado e emerge do ovo em poucos minutos.

5 ou 8 rédias
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Miracídio possui revestimento ciliar, tem capacidade de nadar é a


forma infectante para o hospedeiro intermediário (molusco do gênero
Lymnaea).
• Quando liberado na água, não se alimenta, necessita infectar o
hospedeiro intermediário dentro de 8 horas.
• O processo de penetração no molusco leva 30 minutos.
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

Rédias

Rédias
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Cercária é oval ou arredondada, mede 20 mm e possui uma


cauda simples
• Apresenta gachos de glândulas cistógenas.

Cercárias
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Cercárias nadam por algum tempo,


elimina o conteúdo das glândulas
cistógenas que a recobre, perde
sua cauda e se encista fixando-se à
vegetação  metacercária

• As metacercárias podem sobreviver


na vegetação por até 3 meses
entre 20 a 30 oC.

• A infecção de um caramujo por um


miracídio  mais de 600
metacercárias.
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae


Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

Período pré-patente: 10 a 12 semanas

Ciclo: 17 a 18 semanas

Fasciola hepatica
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

Fígado – fasciolose aguda


Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

Hipertrofia dos dutos biliares

en.wikipedia.org
Canais biliares Classe Trematoda

Fasciola hepatica Família Fasciolidae

• Clínico: Sintomas observados.


• Epidemiológico: Ocorrência sazonal, identificação dos HIs;
• Necroscópico: lesões no parênquima hepático e nos dutos biliares,
encontro dos parasitas
• Laboratorial:
• Métodos diretos:
• Exame de fezes: presença de ovos de coloração amarelada
nas fezes (observados na segunda e terceira fase da doença).
• Métodos indiretos (pesquisa de anticorpos contra a F. hepatica:
ELISA
Eurytrema coelomaticum
Canais biliares Classe Trematoda
Família Fasciolidae

Eurytrema coelomaticum
• Parasita canais pancreáticos de bovinos, caprinos e ovinos.
• O verme adulto mede de 8 a 16 x 5 a 8,5 mm.
• Tem como hospedeiros intermediários moluscos Bradybaena
e os gafanhotos
Eurytrema spp
Canais biliares Classe Trematoda
Família Fasciolidae

Eurytrema coelomaticum

Molusco do gênero Bradybaena

Gafanhoto do gênero Conocephalus


Canais biliares Classe Trematoda
Família Fasciolidae

Eurytrema coelomaticum
• Os moluscos ingerem os ovos eliminados nas fezes 
Miracídio

• Após 4 semanas há formação de esporocistos nas


glândulas digestivas dos moluscos.  Não há geração de
rédias.

• Um esporocisto de 1a geração 100 esporocistos de 2a


geração  200 cercárias que são eliminadas ainda
dentro do esporocisto pelo molusco à medida que o mesmo
se locomove pela vegetação.
Canais biliares Classe Trematoda
Família Fasciolidae
Eurytrema coelomaticum
• A cercária é do tipo microcercária, possuindo forma oval,
cauda curta.

• O esporocisto contendo as cercárias são ingeridos pelo


gafanhoto. Estas cercárias se transformarão em
metacercárias.

• Os hospedeiros vertebrados se infectam ingerindo os


gafanhotos juntamente com as pastagens.
Canais biliares Classe Trematoda

Eurytrema coelomaticum Família Fasciolidae

• As lesões no pâncreas são decorrentes do processo


inflamatório crônico dos canais pancreáticos, especialmente
em infecções maciças.

• Apesar destes parasitas serem frequentes, não há relatos de


mortalidade devido ao parasitismo e nem estudos estimando
os prejuízos.
Canais biliares Classe Trematoda

Eurytrema coelomaticum Família Fasciolidae

• Diagnóstico: Presença de ovos nas fezes

• Tratamento: não há tratamento eficaz.

Ovos de Eurytrema spp


Até a próxima

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