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UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados

Faculdade de Ciências Exatas e Agrárias


Curso: Medicina Veterinária

FISIOLOGIA DA DIGESTAO
RUMINANTES

Profa. Gisele Ap. Felix


O termo ruminante esta relacionado com o hábito de ruminar destes
animais, ou seja, depois que ingerem os alimentos, este é regurgitado
para a boca, onde é novamente mastigado (ruminado) e deglutido
Sistema Digestório Ruminantes
Ruminantes:

Animais que mastigam e regurgitam o alimento ingerido

Dividido em 2 subordens:

1-) Ruminantia: veado, alce, rena, antílope, girafa, bisão, bovinos, ovinos e caprinos

2-) Tylopoda: camelo, lhama

Caracterizados por apresentarem estômago PLURILOCULAR

Tylopoda x Ruminantia: Tylopoda não apresenta omaso


Por que os animais
ruminam?
• Processo de obtenção de Energia via fermentação

• Enzimas digestivas de mamíferos: não degradam celulose

O Rúmen: • Enzimas microbianas do rúmen: degradam celulose

• Fermentação Ruminal: necessita de condições especiais

Umidade – Temperatura – Motilidade – Secreção


Condições de desenvolvimento das bactérias, protozoários e fungos que realizam o fracionamento dos
alimentos:

ü Anaerobiose, ou seja, ausência quase total de oxigênio (O2)


Um pH de 7 é neutro
ü pH entre 5,5 a 7,0 sendo mais comum, valore entre 6,8 a 6,9 Um pH inferior a 7 é ácido
Um pH maior que 7 é básico
ü Temperatura entre 39, 40 ⁰C

ü Alta umidade (em torno de 80 % até 90 % de água)

Processo evolutivo → Desenvolvimento do RÚMEM → Câmara fermentativa


O Rúmen: estômago PLURILOCULAR

4 compartimentos:

• Retículo

• Rúmen

• Omaso

• Abomaso

Anatomia do sistema digestório dos ruminantes


Os três primeiros compartimentos são chamados de PRÉ ESTÔMAGO, pois neles
NÃO ocorre DIGESTÃO QUÍMICA

Já o ABOMASO é conhecido como estômago verdadeiro, pois é o ÚNICO


compartimento que POSSUI ENZIMAS utilizadas no processo de
DIGESTÃO QUÍMICA (proteínas microbianas)
FATORES RESPONSÁVEIS PELA DIGESTÃO

a) Fatores mecânicos - mastigação, deglutição, regurgitação, motilidade gástrica e intestinal e


defecação

b) Fatores secretórios - atividades das glândulas digestivas (glândulas do trato gastrointestinal e


glândulas acessórias)

c) Fatores químicos - enzimas, tanto as produzidas pelas glândulas como as das plantas (menos
importante) e as substâncias químicas (ex: HCl), produzida pela mucosa gástrica

d) Fatores microbianos - atividades secretoras dos microorganismos (bactérias, protozoários,


fungos e leveduras) presentes no estômago e intestino dos animais ruminantes e no intestino dos
herbívoros monogástricos
esfíncter pilórico: faz comunicação
entre o estômago e o duodeno

anel muscular na junção entre o fundo


do estômago e o duodeno que se
contrai evitando que o quimo saia do
estômago prematuramente
* Retículo – “Decide” por meio do ofício retículomasal ou região da cárdica (perto um do outro anatomicamente
falando, porque entre eles fica a goteira esofágica) para onde o bolo alimentar irá
1º Interpretação depende – rúmen/retículo é
um compartimento só

2º retículo tem uma porta de entrada e uma


porta de saída
INGESTÃO

BOCA ESÔFAGO RETÍCULO


Retículo movimenta e empurra tudo para dentro do Rúmen/Rúmen movimenta e empurra tudo para o Retículo

REGURGITAÇÃO
BOCA ESÔFAGO RETÍCULO
Tudo entra e cai no retículo e tudo sai do retículo*

* Orifício retículomasal esse alimento com partícula mínima já cai para o omaso – abomaso – digestão enzimática
Estômago Verdadeiro: Abomaso – (secreção de suco gástrico)

Pré -Estômagos: Retículo – Rúmen – Omaso

Rúmen: sempre no lado esquerdo


Ruminantes
neonatos:
ABOMASO É O MAIOR
COMPARTIMENTO ESTOMACAL

Desenvolvimento do rúmen:

• Ocorre com o tempo

• Colonização bacteriana

• Mamíferos: início da vida dependente


do leite, adaptação e estrutura
morfológica = Goteira Esofágica
(esofagiana)
Ruminantes neonatos:

Ingestão limitada de forragem

Leite: principal alimento

Goteira Esofágica: é um sulco reticular (localizado no retículo)


Permite que o leite passe DIRETAMENTE DO ESÔFAGO PARA O
ABOMASO

Se “fecha” na passagem do leite formando um “canalículo”

Reflexo iniciado quando são estimulados receptores na boca e


faringe

Com a idade o reflexo perde capacidade de


resposta
Nos recém-nascidos, o processo de digestão
possui algumas diferenças:

O RÚMEN E O RETÍCULO COMUNICAM-SE


ATRAVÉS DA GOTEIRA ESOFÁGICA

Quando o animal É ADULTO, esta goteira


ESTÁ ABERTA, sendo assim, ocorre à
passagem do alimento por TODOS os
compartimentos do estômago

Já nos FILHOTES, o MOVIMENTO DE


SUCÇÃO do leite faz com que a goteira
esofágica SE DOBRE, fazendo com que o
leite passe DIRETAMENTE para o abomaso,

Assim, este sofrerá a ação apenas das


enzimas secretadas no abomaso
Goteira Esofágica

• Excitação do nervo glossofaríngeo, devido ao ato de sucção,


formando um conduto tubular de 8 a 25 cm, por onde o líquido
ingerido será conduzido do esôfago ao abomaso.

• Função:
• Máximo aproveitamento da Proteína e Energia do leite, via
abomaso e intestino
• Prevenção de problemas digestivos - Diarréia

nervo glossofaríngeo está relacionado a sensibilidade gustativa e de


vísceras, além de enervar glândulas, musculatura lisa e esquelética
Goteira Esofágica

Rúmen Abomaso
Goteira Esofágica
Goteira Esofágica

• Duração:
• Depende do estímulo advindo do alimento
fornecido

• Desenvolvimento do Rúmen-retículo
→ Custo benefício
→ Digestão da celulose
→ Síntese de proteínas e vitaminas (B e K)
Fatores que afetam o desenvolvimento
• Espécie, idade e tamanho

• Influência da alimentação
→ Dieta líquida

 ATRASO do desenvolvimento normal

→ Concentrado

 Estímulo da mucosa do rúmen (Papilas) - AGV


se fornecer só [ ] = paraqueratose (aglutinação das papilas)
Fatores que afetam o desenvolvimento

→ Feno
 Salivação (pH)
 Aumento da capacidade ruminal (cresc. rápido do rúmen retículo)
 Espessura dos tecidos, adensamento das papilas
 Microflora típica

→ Feno + concentrado :
 Evita a paraqueratose
 Microflora ampla e diversificada
Tamanho relativo dos compartimentos do estômago dos
ruminantes em diferentes idades (bovinos)

Adaptado de Garcia Sacristán (1995)


EVOLUÇÃO DOS COMPORTIMENTOS DO ESTÔMAGO DOS
BOVINOS (EM % DO TOTAL)
Idade Rúmen- Omaso Abomaso
(semanas) Retículo

Adaptado de Church 1988


Fonte: Top Veterinária (PennState)
Rezende, P. L.(EVZ/UFG)
Fonte: Top Veterinária (PennState)
Rezende, P. L.(EVZ/UFG)
Fonte: Top Veterinária (PennState)
Rezende, P. L.(EVZ/UFG)
Fonte: Top Veterinária (PennState)
Rezende, P. L.(EVZ/UFG)
Fonte: Top Veterinária (PennState)
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Fonte: Top Veterinária (PennState)
Rezende, P. L.(EVZ/UFG)
Fonte: Top Veterinária (PennState)
Rezende, P. L.(EVZ/UFG)
RUMEN DE UM BEZERRO COM 8 SEMANAS DE IDADE
ERUCTAÇÃO* => produção de gases = 30 a 40 litros/h

volume: 0,5 a 1L/min (vaca leiteira)

Frequência: 1 x/min

RUMINAÇÃO => 30 a 40% do dia ruminando

MOTILIDADE DO RUMEN E RETICULO => 1 a 2 /min

PRODUÇÃO DE SALIVA => 150 a 200 litros/dia

*Eructação: mais comumente chamada de arroto, é o ato de


expulsar o ar do estômago através da boca
É verdade que a produção de metano
em bovinos e sua contribuição para o
aquecimento global ?
A emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) de origem antrópica, a emissão de dióxido de
carbono (CO2) causada pela poluição dos automóveis, de indústrias, desmatamento,
queimadas e outros é QUATRO VEZES MAIOR que a de metano (CH4), produzida pelos bovinos

Realmente os bovinos são eficientes na produção de metano, PORÉM essa produção evoluiu
com a espécie e é necessária para evitar a intoxicação do animal

http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/sustentabilidade/producao-de-metano-em-bovinos-e-sua-contribuicao-para-o-aquecimento-global-video-slides-e-artigo-57061/
Na agricultura são formados diversos gases colaboradores do efeito estufa como o óxido

nitroso (N2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4)

A formação desses gases é ocasionada pela fermentação entérica (no rúmen), dejetos,

respiração do solo, adubação com fertilizantes, desmatamento, queimadas e etc

http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/sustentabilidade/producao-de-metano-em-bovinos-e-sua-contribuicao-para-o-aquecimento-global-video-slides-e-artigo-57061/
http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/sustentabilidade/producao-de-metano-em-bovinos-e-sua-contribuicao-para-o-aquecimento-global-video-slides-e-artigo-57061/
APREENSÃO DOS
ALIMENTOS
O processo de digestão inicia-se com a introdução dos alimentos na cavidade oral

• O processo de apreensão dos alimentos (captação) varia de acordo com a espécie de


animal, podendo ser utilizado em vários graus

• dentes, lábios, língua, cabeça e as extremidades dos membros anteriores


BOVINOS

Língua

CAPRINOS E OVINOS

Dentes incisivos inferiores

Língua

Lábio superior
✓ Nos bovinos, a língua longa e móvel é o principal órgão de apreensão

✓ Os lábios, devido a limitação de seus alimentos, não são utilizados na apreensão

✓ Os alimentos são apanhados por meio de movimentos da língua, introduzidos na boca e


cortados pela compressão dos dentes incisivos inferiores contra o palato duro superior
O processo é auxiliado por movimento da cabeça, na direção posterior

A aspereza da superfície da língua, com suas papilas, impedem o


retrocesso do alimento
Os ovinos e caprinos utilizam, principalmente, os
dentes incisivos inferiores e a língua para
apreensão, mas em grau menor que os bovinos

Os carneiros podem apanhar pequenas partículas


de alimentos graças a movimentos do lábio
superior
Mastigação
✓ Os ruminantes utilizam os dentes e o palato duro no processo da mastigação

A intensidade da mastigação e sua importância, variam nas diferentes espécies

✓ Nos ruminantes ocorre a “moagem” do alimento, devido a natureza grosseira de sua


dieta

✓ Nos ruminantes, deve-se distinguir entre a mastigação fugaz, após a ingestão dos
alimentos, e aquela após a regurgitação do conteúdo do rúmen

✓ No primeiro processo, os movimentos mastigatórios não ocorrem com a mesma


intensidade que durante a ruminação e, mesmos os movimentos laterais, são
pouco pronunciados
A mastigação é um fenômeno reflexo que pode receber influência da córtex cerebral

• pode ser interrompida voluntariamente, e por exemplo, partículas indesejáveis podem ser
retiradas da cavidade oral

O processo da mastigação tem por finalidade reduzir o tamanho dos componentes da alimentação
a partículas menores e misturá-las com a saliva, facilitando a deglutição

A importância da mastigação reside no fato de que o alimento finamente dividido apresenta uma
superfície maior de ação dos sucos digestivos, facilitando a digestão
Saliva
ü Mastigação - a mastigação (ou ruminação) aumenta a secreção
de saliva

ü Alimentos - os alimentos fibrosos e secos, estimulam o aumento


na produção de saliva
FATORES QUE ü O contato dos alimentos com a parede do rúmen causa um
AFETAM A aumento na produção de saliva
SECREÇÃO DE ü O alimento concentrado (grãos) estimula a produção de saliva
SALIVA em maior quantidade que determinados volumosos

ü Distensão - a distensão da parede esofágica e ruminal


estimulam aumento na produção de saliva

ü Olfato - o olfato parece estimular o aumento na produção de


saliva
FUNÇÕES DA SALIVA
✓ Nos ruminantes, existe a lipase salivar que atua na hidrólise de triglicerídeos*

✓ Apresenta uma ação lubrificante, principalmente devido a presença de mucina


(complexo altamente lubrificante composto de ácido neuroamínico e N acetil
galactosamina), facilitando o “deslizamento” do alimento, na deglutição e na
ruminação
*Os triglicerídeos, também chamados de triglicérides ou triglicéridos, são as principais gorduras do nosso organismo
São encontrados em sementes de plantas, grãos de alguns cereais e na gordura animal
ü Possui uma pequena atividade antibacteriana

ü Devido ao conteúdo de íons alcalinos na saliva, são neutralizados


principalmente os ácidos íons formados no rúmen, evitando
acidez crescente do rúmen, através da neutralização, o pH do
FUNÇÕES DA rúmen mantem-se dentro de limites estreitos

SALIVA ü Fornece micronutrientes aos microorganismos do rúmen

ü Apresenta uma propriedade ANTIESPUMANTE (tamponante) que


ajuda na prevenção do timpanismo*, que pode ocorrer em
diferentes ruminantes

ü Sob determinadas condições, possui função excretora, eliminando


substâncias ingeridas em excesso, como o mercúrio e o potássio
É uma doença metabólica de animais ruminantes também conhecida por meteorismo ruminal

CARACTERIZADA PELA DISTENSÃO ACENTUADA DO RÚMEN E RETÍCULO, DEVIDO À INCAPACIDADE DO ANIMAL EM


EXPULSAR OS GASES PRODUZIDOS ATRAVÉS DOS MECANISMOS FISIOLÓGICOS NORMAIS, QUE ACARRETA UM QUADRO DE
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA E CIRCULATÓRIA, COM ASFIXIA E MORTE DO ANIMAL

ESTÁ ASSOCIADA A FATORES QUE IMPEDEM O ANIMAL DE ELIMINAR GASES PRODUZIDOS DURANTE A FERMENTAÇÃO
RUMINAL

Timpanismo
Timpanismo

Timpanismo (“empanzinamento”)

• Formação de “espuma” gasosa no rúmen

• Animal não consegue mais eructar*

fruto de alimentação errada ou consumo muito rápido de alimentos ou de


alimentos predisponentes como leguminosas

*Eructação: mais comumente chamada de arroto, é o ato de


expulsar o ar do estômago através da boca
Timpanismo

O timpanismo pode ser classificado em primário ou secundário

O primário é caracterizado pelo aumento na tensão superficial do líquido ruminal ou de sua

viscosidade, que faz com que as bolhas de gases presentes na espuma, persistam por longos

períodos, dispersas na ingesta e, apesar dos movimentos contínuos do conteúdo ruminal, não se

desfazem, impossibilitando sua eliminação


Timpanismo

O timpanismo pode ser classificado em primário ou secundário

O secundário ocorre quando há dificuldade física à eructação.

Isso pode ser determinado por uma obstrução do esôfago, por corpo estranho, como complicação de

doenças que podem levar a enfartamento ganglionar (tuberculose, pneumonia etc.) ou por lesão nas

vias nervosas responsáveis pelos processos de eructação


Prevenção

A maneira mais indicada de se prevenir o problema é evitar a adoção de dietas com


excesso de grãos e deficiente em fibras, assim como a excessiva moagem dos grãos
ESTÔMAGO DOS RUMINANTES
O estômago é um dos principais órgãos do trato gastrointestinal

Nos animais ruminantes, o estômago compreende quatro


compartimentos: os pré estômagos (contendo o rúmen, retículo e omaso)
e o estômago verdadeiro, o abomaso.
Nos animais ruminantes, a estrutura da mucosa dos compartimentos do Rúmen, Retículo e
Omaso é semelhante a estrutura da mucosa da região esofágica do estômago dos
monogástricos e da primeira parte do abomaso

Nesses compartimentos, NÃO EXISTEM SECREÇÕES e predomina a presença de


microorganismos (bactérias, fungos, leveduras) responsáveis pela “digestão microbiana”,
fundamental no suprimento de nutrientes para o animal especialmente substrato para
produção de energia
FUNÇÕES DO RÚMEN
RÚMEN

O maior dos três pré-estômago

Dividido em quatro áreas ou sacos por estruturas musculares

Saco dorsal

Saco ventral

Dois sacos posteriores

Apresenta vilosidades na face interna de sua parede, chamadas papilas ruminais


RÚMEN
Sempre em movimento (motilidade ruminal)

• Apresenta 3 porções: sólida, líquida e gasosa

• Local onde ocorre a fermentação microbiana, alimento


permanentemente misturado

• Local onde bactérias e protozoários produzem ácidos graxos


voláteis (AGV´s)

Os movimentos do rúmen-retículo promovem:


MISTURA, ESVAZIAMENTO, ERUCTAÇÃO DOS GASES E RUMINAÇÃO
RÚMEN

Bactérias: 80% do metabolismo ruminal (1011 bactérias/mL conteúdo)

Protozoários: 20% do metabolismo ruminal (106 protozoários/mL conteúdo)

Produzem AGV´s de cadeia curta:

• CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico)

• CH4 (metano)

• Ácidos: Acético (2C) – Propiônico (3C) – Butírico (4C)


RÚMEN

AGV´s – principal fonte de energia para ruminantes

São absorvidos e transferidos pelas papilas ruminais na forma gasosa para o sangue:
RÚMEN

Produção de AGV´s no rúmen:

• Acético: 60 a 70%

• Propiônico: 15 a 20%

• Butírico: 10 a 15%

Esta proporção está estritamente correlacionada com o perfil


de alimentos ingeridos
CURIOSIDADE:

A principal fonte de energia para os ruminantes são os ácidos graxos voláteis (AGV)

produzidos no rúmen pela fermentação microbiana de carboidratos e, em alguns casos, da

proteína, sendo o acético, propiônico e butírico os principais

http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v63n6/27.pdf (Berchielli et al., 2006)


CURIOSIDADE:

As proporções molares de acetato:propionato:butirato são variáveis:

✓ sendo encontrados valores de 75:15:10, em dietas ricas em carboidratos fibrosos

✓ até 40:40:20, em dietas ricas em carboidratos não fibrosos (CNF)

total de AGV entre 60 e 150 milímetro/mililitro de líquido ruminal

sendo estes ácidos reflexo da atividade microbiana e da absorção através da parede ruminal

http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v63n6/27.pdf (Berchielli et al., 2006)


CURIOSIDADE:

A população microbiana do rúmen geralmente converte os carboidratos fermentados em:

60 a 70% de ácido acético, 18 a 22% de ácido propiônico

13 a 16% de ácido butírico e 2 a 4% de ácido valérico

os quais podem prover até 80% da exigência diária de energia dos ruminantes

(Teixeira e Teixeira, 2001)


(Bergman, 1990)

http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v63n6/27.pdf
A remoção-absorção dos AGV do rúmen-retículo ocorre por dois processos: absorção
passiva, pela parede do órgão, e passagem com a fase fluída para o omaso

Se a taxa de produção excede a de remoção, existe acúmulo de AGV no rúmen, podendo


desencadear distúrbios metabólicos, com efeitos negativos sobre o desempenho e a
saúde dos animais

http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v63n6/27.pdf
Rúmen

• Sempre em movimento

• Motilidade ruminal – contrações (rúmen não para) não podem cessar

• Movimentação da massa de alimento

• 1 ou mais ciclos/min

• Controle do pH – saliva (regurgitação)

• Ruminante: 100 a 200 L de saliva/dia (deglutida 2 a 3 vezes)


Rúmen

Ruminantes – passam horas do dia ruminando

• Processo intercalado

• Até 14 períodos/24 horas

• Dietas ricas em volumoso: 8 horas ruminação/dia

• Formação de gases: Eructação (“arroto”) dos ruminantes

• Gás Carbônico (60 a 70%) e Metano (30 a 40%)


Aspectos Fisiológicos

➢ Estratificação* da digesta
➢ Contrações ruminais
➢ Ruminação
➢ Eructação

* camadas
Motilidade Ruminal
Estratificação conteúdo ruminal

Zona de
ejeção*

Retículo
Retículo
* excreção
Aspectos Fisiológicos
➢ Estratificação da digesta

Gás

Zona Sólida

Zona Pastosa

Zona Líquida
Motilidade Ruminal
Fluxo do alimento (ingesta) no rúmen-retículo
Ruminação

✓ Regurgitação da ingesta do retículo-rúmen

✓ Deglutição do excesso do material regurgitado

✓ Remastigação da parte sólida (1 min aprox)

✓ Re-insalivação do bolo

✓ Deglutição do bolo

Ruminar = mastigar de novo


Motilidade Ruminal

Há dois tipos de ciclos de contração

Contrações primárias ou de mistura (1-16)

Contrações secundárias ou eructação (17-21)

As segundas seguem sempre as primárias, mas não todas as primárias

Os ciclos se repetem a cada 50-70 segundos (+- 1440 vezes por dia)
1 (estado de repouso) Motilidade Ruminal
Motilidade Ruminal
(2) Início da sequência primária com elevação das dobras do retículo-ruminal
Motilidade Ruminal
(3) Primeira fase da contração reticular
Motilidade Ruminal
(4) Segunda fase da contração reticular com relaxamento do saco craneal
Motilidade Ruminal
(5-7) Contração do saco craneal seguido da contração do pilar craneal e saco dorsal
Motilidade Ruminal
(5-7) Contração do saco craneal seguido da contração do pilar craneal e saco dorsal
Motilidade Ruminal
(8) Contração do saco cego dorsal e pilar caudal
Motilidade Ruminal
(9) Contração do pilar longitudinal e parte anterior do saco ventral do rúmen
Motilidade Ruminal
(10 - 13) Onda de contração em sentido caudal do saco ventral até alcançar o saco cego
ventral
Motilidade Ruminal
(10 - 13) Onda de contração em sentido caudal do saco ventral até alcançar o saco cego
ventral
Motilidade Ruminal
(10 - 13) Onda de contração em sentido caudal do saco ventral até alcançar o saco cego
ventral
Motilidade Ruminal
(10 - 13) Onda de contração em sentido caudal do saco ventral até alcançar o saco cego
ventral
Motilidade Ruminal
(14-16) Migração da contração em sentido craneal, quando não se produz uma contração
secundária
Motilidade Ruminal
(14-16) Migração da contração em sentido craneal, quando não se produz uma contração
secundária
Motilidade Ruminal
(14-16) Migração da contração em sentido craneal, quando não se produz uma contração
secundária
Motilidade Ruminal
(17) Ínicio da contração secundária do rúmen com contração do saco cego ventral e pilar
caudal
Motilidade Ruminal
(18) Contração do pilar caudal e saco cego dorsal que empurra para a frente da cúpula de
gás e começa a contração da parte posterior do saco cego ventral que avança depois
cranealmente
Motilidade Ruminal
(19) A contração avança rapidamente para frente e através do saco dorsal e afeta também
o pilar craneal. Nesse ponto que ocorre a eructação
Motilidade Ruminal
(20-21) Migração da contração do saco ventral em sentido craneal. Com a contração da
parte anterior do saco ventral finaliza o ciclo
Motilidade Ruminal
(20-21) Migração da contração do saco ventral em sentido craneal. Com a contração da
parte anterior do saco ventral finaliza o ciclo
Funções do Trato GastroIntestinal de ruminantes
SISTEMA DIGESTÓRIO
Retículo: atua como uma “bomba”, estimulando o fluxo líquido para dentro e
para fora do rúmen
SISTEMA DIGESTÓRIO
Omaso: fermentação e absorção contínua de nutrientes

Superfície com “pregas”, aspecto “folhoso” (“livro”)

Alimento é “prensado”/espremido, perdendo boa parte da sua fração: água


SISTEMA DIGESTÓRIO
Abomaso: estômago verdadeiro

Local onde ocorre digestão química

Atuação de enzimas digestivas e presença de suco gástrico


SISTEMA DIGESTÓRIO
Intestino Delgado: continuação da digestão química

• Atuação do suco pancreático, bile e suco intestinal

• Importante local de absorção de nutrientes

• Alimentos “by pass"

• Absorção de proteína metabolizável

• Cuidados com fluxo de alimentos (permeabilidade de membrana)

• Enterotoxemia*
O termo refere a desvio, passagem e/ou contorno de
algo para alguma finalidade

“by pass” As porções de alimentos são reduzidas em tamanho,


mas são semelhantes em qualidade (nutricional) ao
que o animal consome naturalmente, ou seja, uma
refeição equilibrada mas , em porções reduzidas
CURIOSIDADE – PROTEÍNA bypass
desvio de direção ou caminho

O balanceamento proteico em ruminantes deve considerar a disponibilidade de nitrogênio para os


microorganismos do rúmen

A proporção da proteína bruta dietética que é degradável no rúmen depende da fonte de proteína
utilizada
CURIOSIDADE – PROTEÍNA bypass
desvio de direção ou caminho

Forrageiras com alto conteúdo proteico e ensiladas, por exemplo, têm alta proporção da proteína
em forma degradável enquanto farinhas de origem animal são consideradas fontes de proteína não-
degradável

Fontes de proteína não-degradável fornecem aminoácidos pós-ruminalmente, dai o termo "bypass"


ou proteína sobrepassante
PROTEÍNA
bypass
A proteína metabolizável, aquela absorvida no intestino e cujos aminoácidos estão disponíveis para o
animal, é composta pela proteína microbiana sintetizada no rúmen, pela proteína alimentar
sobrepassante e por muito pouca proteína de origem endógena

A proteína quantitativamente mais importante para o ruminante é a microbiana, também de alto


valor biológico DESVIO DE DIREÇÃO OU
CAMINHO
DÚVIDAS?????

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