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Aula nº 02

Trypanosomatidae

Prof.ª Ana Carolina Messias


Trypanosomatidae
Subgênero Gênero
Schizotrypanum Bodonídeos,
Paratrypanoso
ma,
Trypanosoma,
Blechomonas,
Sergela,
Wallacemonas,
Hepertomonas,
Phytomonas,
Blastocrithidia,
Leptomonas,
Lotmaria,
Leishmania,
Crithidia,
Angomonas,
Strigomonas e
Kentomonas.
Trypanosomatidae
- É grande interesse médico e econômico, sendo composta por protozoários
uniflagelados;
- Que podem ter seus ciclos de vida estabelecidos em um único hospedeiro
(parasitas monoxênicos) , ou em mais de um hospedeiro (parasitas
heteroxênicos).
- Os gêneros heteroxênicos estão divididos entre os que parasitam invertebrados (em
especial insetos) e vertebrados: Leishmania, Trypanosoma e Endotrypanum e o
constituído de parasitas de insetos e vegetais: Phytomonas.

As formas promastigotas (Fig. B) que estão


presentes dentro do flebotomíneo (hospedeiro
invertebrado) são alongadas e possuem flagelo
longo e as formas amastigotas (Fig. A) que estão
presentes no hospedeiro vertebrado, são
arredondadas, com flagelo curto e intracelulares.
A B
Amastigot Promastigota
a
Trypanosomatidae
Trypanosoma brucei Trypanosoma equiperdum Trypanosoma evansi

Trypanosoma cruzi Trypanosoma vivax


Doença do Sono
Trypanosoma brucei gambiense
O parasita é transmitido para humanos por moscas tsé-tsé do gênero Glossina infectadas,
que procriam em regiões quentes e úmidas. Habitando a vasta savana da África subsaariana.
Transmissão
Moscas tsé-tsé infectadas
Transmissão vertical
Infecções acidentais em laboratórios
A transmissão do parasita através do contato sexual já foi
documentada.
Sintomas
1 Estágio  febre, dores de cabeça, fraqueza, coceira e dores nas
articulações.
2 Estágio  confusão mental, comportamento violento ou
convulsões. A doença tem o nome de seu sintoma mais marcante:
os pacientes vivenciam a inabilidade de dormir durante a noite,
mas são frequentemente vencidos pelo sono durante o dia.
Diagnóstico- É necessário fazer uma punção lombar para examinar
o líquido cérebro-espinhal do paciente.

Tratamento- Fexinidazol.
Mal do Coito
Trypanosoma equiperdum
- Ampla distribuição geográfica, estando presente em regiões da África, Ásia
e América do Sul e Central;
- Surtos dessa doença devem ser notificados à organização mundial de
Saúde Animal.

Estas espécies são os únicos reservatórios naturais do T. equiperdum


Ciclo Biológico

Contato sexual tropismo por macrófagos


(tripomastigota) e monócitos

Células de defesa do animal,


adentram nas células infectadas

o T. equiperdum transforma-se
na forma amastigotas
lise da célula replicação
(reação inflamatória) por divisão binária
Sintomas
- Febre, tumefação e edemaciação da genitália e glândulas
mamárias, erupções cutâneas, edema nas articulações dos
jarretes.
- No sistema nervoso os sinais são: incoordenação e paralisia
principalmente dos membros posteriores, lábios, nariz, orelhas
e garganta.
Diagnóstico
• - ELISA
• - IDGA

Tratamento
- Em cavalos, o Cymelarsan® é efetivo em doses
de 0,25 mg/kg e 0,5 mg/kg tanto em casos
crônicos como em casos agudos, porém esse
tratamento ainda não está oficializado pela
Organização Mundial de Saúde Animal.

- Se necessário, este protozoário pode ser


destruído através de desinfetantes que
compreendem hipoclorito de sódio a 1%,
glutaraldeido e formaldeído 2%, e à
temperatura de 50 a 60 °C.
Mal das cadeiras
Trypanosoma evansi
- É responsável por inúmeros surtos com mortes de equinos no Brasil;

- Tem distribuição geográfica extremamente ampla, ocorrendo na África, Índia,


Malásia, Indonésia, China, Rússia, Filipinas, América Central e América do Sul.

Os hospedeiros comumente observados são os


camelos, cavalos, burros, bovinos, zebuínos,
caprinos, suínos, cães, búfalos, elefantes, capivaras,
coatis, antas, veados e pequenos roedores silvestres.
MAL DAS CADEIRAS
MAL DAS CADEIRAS
Vetores

www.microbiologybook.org

http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-taban%C3%ADdeo-bloodsucking-image15707494

http://coleop123.narod.ru/diptera/Stomoxys_calcitrans.htm
MAL DAS CADEIRAS
Ciclo Biológico
multiplica rapidamente no
T. evansi invade o hospedeiro
sangue e depois no SNC

O tripanossomo
libera fosfolipases

Hidrolisam a membrana de
anemia Eritrócitos
MAL DAS CADEIRAS
Transmissão iatrogênica
MAL DAS CADEIRAS
Transmissão transplacentária
MAL DAS CADEIRAS
Transmissão oral
Sintomas
Apresentar-se com um quadro clínico agudo e crônico.
Agudo Crônico
Febre intermitente Caquexia

Edema subcutâneo, Edema

Anemia progressiva Descoordenação


motora
Cegueira Paralisia de posterior

Letargia

Alterações Hemostáticas
Os animais afetados agudamente podem morrer dentro de semanas
ou poucos meses. No entanto, as infecções crônicas podem durar
anos.
Diagnóstico
Pode ser realizado através de diferentes métodos
parasitológicos, sorológicos e moleculares.
- PCR (encontrar DNA)
- ELISA (usado para detectar a presença de imunoglobulina G).
Tratamento
- A droga disponível no país é o Diminazene cuja dosagem recomendada
é de 7,0 mg/kg.
• Profilaxia
- Desmatamento
- Uso de machos estéreis
- Armadilhas impregnadas com inseticidas para o controle
dos vetores, pulverização de inseticidas nos animais e na
vegetação.
Tripanossomose bovina
Trypanosoma vivax
• Este parasita é originário da África, onde acarreta grandes restrições
à produção de ruminantes;
• No continente africano a doença é conhecida como “nagana” ou
“secadeira”, termo genérico que abrange a infecção por T.vivax,
T.congolense e T.brucei.

Esta doença causa grandes


perdas econômica tais como:
redução na produção leiteira,
queda no desempenho produtivo,
gastos com tratamento e
honorários veterinários e mortes
de animais, interferindo assim no
lucro da produção.
Ciclo Biológico
O ciclo biológico do T. vivax envolve o hospedeiro mamífero
e a mosca tsé-tsé pertencente ao gênero Glossina.
NAGANA

Trypanosoma vivax

Transmissão cíclica

vetor biológico

Glossina spp.
http://influentialpoints.com/Gallery/Tsetse_Feeding_Habits_Nguruman_Kenya.htm
NAGANA

Trypanosoma vivax
Transmissão acíclica
vetor mecânico
Tabanidae
Stomoxidinae

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1984-29612013000400605&script=sci_arttext&tlng=es

Stomoxys calcitrans
NAGANA

TRANSMISSÃO

Transplacentária
http://labmedvet.blogspot.com.br/2011_10_01_archive.html

softwaresesistemas.com.br

Iatrogênica

http://ferrazeopovo.blogspot.com.br
Transmissão
-Compartilhamento de agulhas entre bovinos, para aplicação de
vacinas ou medicamentos

- Trânsito de animais de regiões onde o parasito está presente


para regiões que permanecem livres ou vice-versa
Sinais clínicos
- Cabeça baixa
- Lacrimejamento
- Edema de pálpebras
- Mucosas pálidas
- Aumento de volume nos linfonodos
- Salivação
- Secreção nasal mucosa abundante
- Membros rígidos e perda de peso
Diagnóstico
- Técnica do Microhematócrito
- Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI)
- Ensaio de Imunoabsorção Enzimático (ELISA)
- Reação em Cadeia Polimerase (PCR)
Tratamento
- Aceturato de Diminazeno
- Cloreto de Isometamidium

O desenvolvimento de resistência aos antiparasitários é uma


ameaça para o controle de tripanossomose.
- Controle de vetores
Profilaxia
- Evitar o uso compartilhado de agulhas
- Controle dos animais que se movem de áreas endêmicas para áreas
não endêmicas da doença
- Rotina de exames a fim de identificar o agente envolvido e fazer o
tratamento pontual de animais parasitados.
Doença de Chagas
Trypanosoma cruzi
A espécie mais importante para patologia humana, no Brasil
apenas as formas (A) amastigota, (B) epimastigota e (C)
tripomastigota são encontradas.
Doença de Chagas
Trypanosoma cruzi
- Transmitida por triatomíneos, conhecidos no Brasil como barbeiros
(chupança, fincão, bicudo), pertencem aos gêneros Triatoma, Rhodniuse
Panstrongylus, da família Reduviidae.
- A principal espécie é o Triatoma infestans.

Os vetores abrigam-se em locais muito


próximos à fonte de alimento e podem ser
encontrados na mata, escondidos em
casca de troncos.
Ciclo Biológico • O período de incubação varia de acordo
com a via de transmissão, sendo de 5 a 15
dias na vetorial, de 30 a 40 dias na via
transfusional, do quarto ao nono mês de
gestação na via transplacentária e cerca de
7 a 22 dias para via oral.

Ciclo heteroxênico
Transmissão
- Insetos triatomíneos
- Via placentária
- Transfusão de sangue
- Transplante de órgão
- Via oral
Quadro Clínico
- Febre prolongada
- Cefaléia
- Edema de face ou membros
- Manchas na pele
- Aumento do fígado ou baço
DOENÇA DE CHAGAS
PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS
HIPERTROFIA CARDÍACA ARRITMIAS
MEGACÓLON CARDIOMEGALIA
FASE CRÔNICA
MEGAESÔFAGO
OUTROS

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S007
4-02762006000500001&script=sci_arttext# cardioaragon.com

http://dc394.4shared.com/doc/WsEAFtiN/preview.html
DOENÇA DE CHAGAS
PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS
CÃO
Fase aguda

Miocardite  disfunção miocárdica

Fase latente ou crônica indeterminada

Ausência de sinais clínicos e parasitemia não-detectável

Fase crônica sintomática

Miocardite crônica e focos de fibrose  Insuficiência cardíaca congestiva

Encefalite  manifestações neurológicas


Diagnóstico
- Xenodiagnóstico
- Hemocultura
- PCR
Tratamento
O fármaco disponível para o uso no Brasil é o Benzonidazol.
Profilaxia
- Evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências

- Usar mosquiteiros ou telas metálicas

- Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de


mangas longas etc)

-É importante seguir todas as recomendações de boas práticas de higiene e


manipulação de alimentos, em especial aqueles consumidos in natura.
Bons
estudos!!

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