Você está na página 1de 32

PARASITOLOGIA

Curso de Medicina Dr. Sandro Daniel


TOXOPLASMOSE e
HYMENOLEPSIS

Prof. Dr. Sandro Daniel


CURSO DE MEDICINA
Toxoplasmose
Agente etiológico: Toxoplasma gondii

Homem = Hospedeiro intermediário


Felinos = Hospedeiro definitivo

T. gondii é um protozoário heteroxênico intracelular obrigatório, que acometer várias espécies de


vertebrados (mamíferos e aves), incluindo o homem.

Este parasita possui três formas estruturais durante o


ciclo evolutivo:
1) Taquizoítas (tachys = rápido): forma que apresenta
rápida multiplicação, responsável pela fase aguda da
infecção;
Toxoplasmose

Morfologia da forma taquizoíta


Toxoplasmose
2) Bradizoítas (bradys = lento): encontrado no interior de cistos teciduais, multiplica-se lentamente, responsável pela forma
crônica da infecção;

3) Oocistos: produzidos no epitélio intestinal dos felídeos.


Toxoplasmose

Oocisto não esporulado Oocisto esporulado

Oocistos além de poderem sobreviver durante meses no ambiente, são resistentes a desinfetantes,
congelamento e processo de secagem, mas destruídos pelo aquecimento a 70ºC por 10 minutos.
Toxoplasmose
Toxoplasma gondii

 O Toxoplasma gondii existe em todos os lugares do mundo e infecta a grande maioria dos
mamíferos e das aves;
 Seu ciclo de vida tem duas fases;
 A primeira só ocorre em gatos (selvagens ou domésticos), produzindo oocistos. Nos felídeos, pode
ocorrer a reprodução assexuada, sexuada ou entérica (com a diferenciação do parasita e a
formação dos oocistos imaturos, que são eliminados com as fezes);
 A segunda ocorre em todos os animais infectados (inclusive gatos) e produz taquizoítos,
bradizoítos ou zoitocistos, que infectam a carne.
Fezes do gato
contendo oocistos
não esporulados
Oocistos tornam-se
esporulados no meio
ambiente

Oocistos esporulados infectam


mamíferos ou pássaros por
água contaminada
Ga
de tos s
t e
int ecido infe
erm s ct
ed de h am a
iár
ios ospe travé
cis d s
tos cont eiro
en s
do
Hospedeiros
intermediários

E outros, como carneiro, cabra e pássaros


Toxoplasmose
Habitat do Parasita
- Células e tecidos (não há especificidade); É uma zoonose de alta
- No tecido embrionário tem tropismo pelo SNC;
- Estão sempre no interior do citoplasma. prevalência!!!
Mecanismos de transmissão
- Ao ingerir carne crua ou mal cozida de animais infectados;
- Ao ingerir frutas, verduras e legumes crus contaminados com cistos
esporulados;
- Beber água sem filtrar ou sem ferver;
- Manusear a terra contaminada;
- Via transplacentária.
Toxoplasmose
O grande Problema toxoplasmose congênita.

- nos primeiros meses de gravidez aborto espontâneo.


- final de gravidez criança pode nascer com vida mas com sequelas.

Toxoplasmose adquirida
 hepatite
 pneumonite
 formas linfoglandulares
 erupções cutâneas
Toxoplasmose
Patogenia
- Geralmente assintomática mas nos quadros agudos, simulando uma mononucleose, pode
apresentar febre, linfoadenopatia, linfocitose e dores musculares que persistem durante dias a
semanas.

Ocorre transmissão transplacentária, em que o feto


apresentará lesão cerebral, deformidades físicas e
convulsões desde o nascimento até um pouco
depois.
Toxoplasmose

Em pacientes imunodeficientes são mais acometidos pela infecção, podendo apresentar cerebrite,
corioretinite, pneumonia, envolvimento músculo-esquelético generalizado, miocardite, e morte.
Toxoplasmose cerebral é um componente frequente da AIDS causando encefalite toxoplasmótica.
Toxoplasmose
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Material onde pode ser demonstrado o Toxoplasma


- sangue, LCR, saliva, escarro, gânglio linfático, pele, fígado, baço, musculo.

Imunofluorescência indireta
 é a reação de escolha;
 o Toxoplasma (Ag) é fixado na lâmina;
 Pesquisa-se IgG e IgM;
 verifica-se a uniformidade de luminosidade;
 O Ac IgM aparece cedo (fase aguda da doença). A ausência de IgM significa que a doença não
é aguda.
Toxoplasmose
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
ELISA
 Antígenos virais são colocados nas placas;
 Se o soro possuir anticorpos específicos, estes
serão fixados sobre os antígenos ;
 O Ac secundário é uma antiimunoglobulina
conjugada a uma enzima (peroxidase);
 Apresenta atualmente altas sensibilidade e
especificidade.
Toxoplasmose
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Não ingerir carne crua ou parcialmente cozida.
Lavar bem as mãos e utensílios de cozinha com água
morna, após o contato com carne crua.
Evitar mexer em jardins sem luvas e sempre lavar as
mãos logo após.

Lavar cuidadosamente frutas e verduras, antes de ingerí-los.


Trocar caixa de areia dos gatos diariamente.
Não alimentar o gato com carne crua ou parcialmente cozida
Manter o gato dentro de casa para que evitem o hábito de caça.
Toxoplasmose
Prevalência

• A distribuição da doença é mundial, e


afeta mamíferos e as aves. A infecção
no homem é comum.
• Mais comum em regiões de clima
quente e baixa altitude.

• Alta prevalência (85%) de infecção relatada na França pelo consumo de carne crua ou mal cozida.
• Na América Central a alta prevalência foi relacionada à presença de grandes quantidades de
gatos abandonados em climas que favoreciam a sobrevivência de oocistos.
Toxoplasmose
Fisiopatologia da Toxoplasmose na Gravidez

• Em média, 10 a 15% das crianças infectadas durante a gestação apresentam sintomas neonatais
(desenvolvem infecção generalizada).
• Nos demais casos as crianças infectadas parecem saudáveis ao nascer, mas podem desenvolver
coriorretinites ou sintomas neurológicos mais tardiamente. Sequelas a longo prazo podem incluir
retardo mental, paralisia cerebral, convulsões, surdez e cegueira.
Toxoplasmose
Coriorretinite a partir de toxoplasmose congênita ocular
Toxoplasmose
Tratamento
Tratamento: o tratamento não é necessário para pessoas saudáveis e que não estejam grávidas. Para
mulheres grávidas e pessoas com deficiência do sistema imunológico, o tratamento deve ser feito com
pirimetamina, sulfadiaziana e ácido fólico durante quatro semanas. Clindamicina em adição a esses
agentes é utilizada para tratamento da toxoplasmose ocular. Espiramicina é usada em gestantes para
prevenir a infecção placentária.
• As drogas utilizadas para o tratamento da
toxoplasmose congênita no RN são:
• Pirimetamina (Daraprim);
• sulfadiazina;
• ácido folínico.
Hymenolepsis nana
Agente etiológico determinante da himenolepíase humana
QUADRO DE HELMINTOS HUMANOS

Filo : Platyhelminthes

Classe : Trematoda

Família Schistosomatidae Gênero Schistosoma Espécie S. mansoni

Classe : Cestoda

Família Taeniidae Gênero Taenia Espécie T. solium


T. saginata
Hymenolepididae H. nana
Hymenolepis H. diminuta
Hymenolepis nana Filo : Aschelminthes Classe : Nematoda

Família Gênero Espécie


Ascarididae Ascaris A. lumbricoides

Oxyuridae Enterobius E. vermicularis

Rhabdiasidae Strongyloides S. stercoralis

Ancylostomatida Ancilostoma A.duodenale

Necator N. americanus

Trichuridae Trichiurus T. trichiura

Filariidae Wuchereria W. bancrofti


Hymenolepsis nana
 a himenolepíase é uma infecção intestinal causada por uma Taenia (Hymenolepis nana) que
varia de 3 a 4 cm.
 As infecções leves podem ser assintomáticas. Se a infecção for severa pode causar enterites
como diarréia, dor abdominal e outros sintomas, como palidez, perda de peso e debilidade.

Hymenolepsis nana

Ciclo Monoxênico - Homem se contamina com ovos.


Ciclo Heteroxênico - Homem se contamina a partir de
insetos.
Ciclo Biológico
Monoxênico

Ovos eliminados com fezes

Ingeridos (crianças)

liberam ovos
estômago = suco gástrico
intestino = eclodem
libera a oncosfera 20 dias = vermes adultos

larva cisticercoide fixa-se à


mucosa intestinal
Ciclo Biológico
Heteroxênico

Ovos eliminados com fezes

ingeridos (insetos) 20 dias = vermes adultos


põem ovos

intestino = liberam oncosfera fixam-se à mucosa

larva cisticercoide intestino = desenvaginam-se

Homem acidentalmente ingere o inseto


Hymenolepsis nana
Hymenolepsis nana
DIAGNÓSTICO

• Clínico: de pouca utilidade e difícil.


• Laboratorial: exames de fezes pelo método de rotina com o encontro de ovos característicos.

Transmissão
· ovos presentes nas mãos, alimentos contaminados;
· nesse caso ocorrem poucas reinfecções = forte imunidade à
larva;
· mais frequente em crianças;
· transmissão é direta pois os ovos são pouco viáveis no
exterior;
· inseto de cereais (carunchos) e pulgas.
Hymenolepsis nana
Ocorrência
• Hymenolepis nana é encontrado em todo o mundo (cosmopolita).
• Em regiões de clima temperado a incidência de infecção é maior em crianças e em grupos fechados.
Ocorre com maior frequência no sul dos Estados Unidos e América Latina; é comum também na
Austrália, países do Mediterrâneo, Oriente Médio e Índia.

Patogenia (sintomas atribuídos às crianças)


• irritabilidade, agitação, insônia, diarreia, dor abdominal,
eosinofilia;
• depende da idade do paciente e do número de vermes.

Tratamento
• o tratamento deve ser feito com praziquantel ou niclosamida.
OBRIGADO!!!

Você também pode gostar