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Tripanosomíases ou Tripanosomoses

● Características gerais - Na África variáveis níveis de patogenicidade


- Os causadores dessa doença são protozoários; em bovinos, variando de totalmente
- Trypanosoma spp.; assintomático para sintomatologia severa,
- Podem ser encontrados na corrente sanguínea e como anemia;
nos tecidos de vertebrados; - Na América do Sul geralmente são
- Distribuição cosmopolita com maior incidência assintomáticos mas podem apresentar
em regiões tropicais; sintomatologia nervosa;
- Apatogênica em aves, répteis, anfíbios e peixes; - Confundível com tristeza parasitária bovina;
- São mais de 200 espécies, sendo somente - Comum na ilha de Marajó (onde ocorre a
algumas de importância em saúde pública e transmissão mecânica).
animal. - Sinais clínicos:
- Alta e persistente parasitemia com resposta;
● Transmissão geral - Febre, anemia, perda de consciência física e
- Ocorre através de vetores artrópodes; inapetência, fraqueza progressiva, aborto e
- Pode ser classificada como: morte, conjuntivite, emaciação e caquexia
1. Acíclica: severa, posição de cão sentado e perda de
Possui vetor mecânico artrópode (moscas dos peso em curto período de tempo.
gêneros Tabanus e Stomoxys).
2. Cíclica: 2. Trypanosoma theileri
Possui o artrópode como HI, no qual ocorre - Transmissão estercorária;
multiplicação no trato digestivo e probóscide - HD = bovinos e bubalinos;
Esta ainda pode ser - HI = moscas tabanídeos;
Estercoraria: Através das fezes do artrópode - Já foi descrita em SP (região de Campinas,
Salivaria: Através da picada Vale do Ribeira) e Mato Grosso do Sul, onde
70% dos animais infectados eram
assintomáticos;
Acíclica Cíclica Cíclica
(estercoraria) (salivaria) - Patogenicidade:
É considerado não patogênico, mas depende
T. evansi T. theileri T. vivax do estresse, estado nutricional, gestação;
T. equiperdum T. cruzi - Geralmente a infecção é assintomática, mas
T. rangeli pode levar a abortamentos e suas sequelas.

● Espécies 3. Trypanosoma cruzi


1. Trypanosoma vivax - Transmissão estercorária;
- Transmissão salivaria; - Causador da doença de chagas;
- Infecta ruminantes em geral (cervídeos, - A forma tripomastigota é circulante e a
ovinos, caprinos, bovinos e bubalinos); amastigota é tecidual;
- Amplamente distribuído na áfrica, onde é - O vetor é o barbeiro (HI):
transmitido pela Glossina, a mosca tsé tsé; Triatoma infestans = espécie domiciliar, S e SE;
- Fora da África é transmitida mecanicamente T. brasiliensis = não domiciliar, NE;
por dípteros hematófagos (mutuca); Panstrongylus megistus = Espécie mais importante
Transmissão mecânica = transporta os tripomastigotos domiciliar em MG e BA e silvestre no Sul;
na probóscide
- HD: Humanos, primatas, cães, gatos e
- No Brasil já foi descrito em PA, MS, RS, MG,
reservatórios silvestres (principalmente tatú
CE, RN, PB e PE;
e gambá);
- Vias de infecção: Espécie Diagnóstico
- Natural (Via HI);
- Transplacentária; T. vivax Pesquisa direta em
- Leite materno (só um caso descrito na esfregaço sanguíneo,
Argentina); PCR, Elisa, RIFI,
pesquisa em creme
- Transfusão de sangue;
leucocitário.
- Manipulação e ingestão de alimentos (ocorre
no contato com carcaças de animais); T. theileri —-------------------------
- Acidentes de laboratório (já ocorreram mais
de uma centena de casos, só no Brasil). T. cruzi

T. evansi Pesquisa direta em


- Sinais clínicos: esfregaço sanguíneo,
- ICC, arritmia, hipertrofia cardíaca, PCR, RX, US,
miocardite. acidentes embólicos;] xenodiagnóstico,
- Em cães pode-se encontrar megacólon e ELISA, RIFI, fixação e
miocardite; hemaglutinação.
- Sinal de romanã e chagoma são sinais Na fase aguda IgM e na
crônica IgG;
indicativos da doença de chagas; ! Pode haver reação
- O PI é de 5-14 dias e a doença crônica, mais cruzada com
de 10 anos, tem persistência do parasita no Leishmania !
sangue e/ou tecidos por toda a vida.

- Controle:
- Ambiente (não ter condições favoráveis ao Espécie Tratamento
vetor);
T. vivax Brometo de homidium (em
desuso)
4. Trypanosoma evansi Cloreto de isometamidium
- Transmissão acíclica; (endoparasiticida) e
- Ocorre na Ásia, na América tropical e no Diaceturato de diminazene
continente africano ao norte do Saara; (trypanosomicida).
- No Brasil não tem cinetoplasto;
T. theileri —----------------------------------
- Causa a “surra” ou “mal das cadeiras”,
doença que acomete todas as espécies de T. cruzi Tratamento ineficaz com
animais domésticos; efeitos colaterais;
- Dípteros da família Tabanidae e morcegos Tratamento paliativo, das
hematófagos atuam como vetores mecânicos afecções secundárias à doença
de chagas.
- Capivaras e quatis são reservatórios
silvestres; T. evansi Aceturato de diminazene.
- Pode ser aguda em equinos, camelos e cães;
- Sintomatologia em equinos:
- Tem potencial zoonótico;
- Febre, anemia hemolítica, perda de apetite,
caquexia e fraqueza, edema das regiões
inferiores do carpo e das patas.
Leishmaniose

●Características gerais Complexo Complexo Complexo


- Gênero Leishmania; braziliensis mexicana donovani
- Mesma família do Trypanosoma
(Trypanosomatidae); Leishmania Leishmania Leishmania
- Reservatórios domésticos e silvestres: braziliensis, mexicana, L. donovani, L.
L. guyanensis, amazonensis infantum, L.
Mamíferos = cão, raposa, saruê e roedores; L. tropica chagasi
- Hospedeiro acidental: Homem
- Hospedeiros intermediários: Fêmeas de
flebotomíneos hematófagos (gênero Lutzomyia - O complexo donovani apresenta subgênero
na América Central e do Sul, no Brasil L. leishmania.
longipalpis e L. cruzi);
- Parasitas intracelulares de macrófagos; Agente causador da Leishmaniose visceral
- Formas: amastigota (HD) ou promastigota no Brasil -> Leishmania (L) infantum chagasi
(flebótomo, vetor, HI, por pouco tempo no (ou somente L. leishmania infantum)
HD);
- Vetor ingere amastigotas livres e intracelulares ● Aspectos epidemiológicos
-> após divisões se transformam em - 90% dos casos humanos ocorrem em zona rural
promastigotas -> 5 dias após a infecção, e áreas suburbanas;
promastigotas haptomonas -> promastigotas - Ocorre em áreas tropicais e subtropicais;
metacíclicas infectantes. - Diferentes espécies, reservatórios e vetores são
- De acordo com a espécie e sintomatologia, responsáveis pela manutenção da doença;
pode ser classificada como: Leishmaniose - Hospedeiro pode ser também o reservatório;
cutânea, cutâneo mucosa, cutâneo difusa e - O ser humano é apenas hospedeiro, pois não é
visceral. capaz de transmitir para outros;
- Cadeia epidemiológica:
● Aspectos etiológicos Fonte de infecção: Cão, raposa, saruê e roedores;
- Classificada de acordo com a Via de eliminação: Sangue;
localização/desenvolvimento do parasita no Via de transmissão: Mosquito-palha;
vetor: Porta de entrada: Picada dos vetores;
1. Subgênero vianna -> Susceptível: Hospedeiros e reservatórios.
desenvolvimento limitado ao intestino - Há um aumento da densidade populacional de
médio e anterior do flebótomo; flebotomíneos nas épocas de altas temperaturas
2. Subgênero leishmania -> e umidade relativa do ar;
desenvolvimento nas regiões - Transmissão: Picada de fêmeas infectadas em ser
posteriores, média e anterior do humano e outros hospedeiros mamíferos;
intestino do flebótomo - Via alternativa de transmissão: transfusional,
- As espécies são de difícil distinção venérea* (ainda não foi comprovada), secreções
morfológica; infectadas, transplacentária*, carrapatos*.

● Leishmaniose visceral
- Leishmania (L) infantum chagasi;
- Manifestações clínicas:
Pode ser assintomático, oligossintomático (e
sinais inespecíficos), sintomático (várias
alterações clínicas).
- Sinais: alopecia ao redor dos olhos, depois vacina (imunoterapia)*, uso da coleira
alopecia generalizada e eczema; febre repelente.
intermitente, anemia, caquexia e *Seus benefícios ainda não são
linfoadenopatia generalizada, lesões cutâneas, comprovados.
hepatomegalia e esplenomegalia; podem surgir ¨O protocolo terapêutico dos cães vai
longos períodos sem sintomatologia e depois depender dos sinais clínicos presentes e
haver o ressurgimento do quadro; sorologia, de acordo com o manual da
Brasileish.
Por que ocorrem esses sinais?
- Controle e profilaxia:
Diminuir a exposição ao flebotomíneo,
A proliferação generalizada do parasita utilizando repelentes, telas, mosqueteiro e a
infectando os macrófagos desencadeia uma multiplicação do mesmo, não deixando
grande produção de imunocomplexos que se ambientes favoráveis, como matéria
depositam na parede dos vasos, desencadeando
orgânica.
processos inflamatórios degenerativos e
necróticos em diversas regiões. Manejo adequado dos soropositivos:
estadiamento clínicos a cada 2 meses e uso
de coleira.
- Diagnóstico:
A suspeita surge através do exame físico e
epidemiologia da doença;
Pode-se confirmar com exames diretos:
1. Esfregaços (“imprints”) ou raspados de
pele corados por LEISHMAN ou
GIEMSA; Biópsia de linfonodos ou de
medula (ambos para a pesquisa de
formas amastigotas em exames
histopatológicos);
2. PCR de linfonodo ou medula óssea.

Os exames sorológicos para pesquisa de


anticorpos anti-leishmania, como RIFI
(teste padrão), ELISA e o teste rápido,
teoricamente, não servem como diagnóstico
conclusivo, pois não buscam o agente.

- Tratamento:
Visa reduzir a carga parasitária e produzir
melhora clínica, porém não elimina totalmente
os protozoários.
1. Humanos = Antimoniais pentavalentes
(Glucantime);
2. Cães = Miltefosina (leishmanicida),
alopurinol (leishmaniostático),
domperidona (imunomodulador)*,
COCCIDIOSES
Babesiose

● Características gerais B. caballi G CAPILAR Dermacentor nitens


- Causada por espécies do gênero Babesia;
- Parasitam eritrócitos dos vertebrados; Theileria equi P CIRCUL. ???
- Hospedeiros definitivos: Bovinos, equinos e
cães; ● Patogenia
- Tem o carrapato com vetor. - O período de incubação é de 7-15 dias;
- A patogenia vai variar de acordo com a
● Espécies espécie;
- B. bigemina e B. bovis -> Bovinos; 1. Babesias não viscerotrópicas:
B. vogeli e B. gibsoni*-> Cães; - Alta parasitemia;
B. caballi e Theileria equis -> Equinos; - A saída dos merozoítos das hemácias
B. microti (EUA) e B. divergens (Europa)-> provoca a ruptura e hemólise
Homens. intravascular -> hemoglobinemia
- Classificadas quanto ao: (presença de hemoglobina livre no
1. Tamanho plasma sanguíneo) -> hemoglobinúria e
- Grandes babesias (2,5 - 4 um): mais icterícia;
sensíveis aos quimioterápicos; - Restos celulares + Ags são fagocitados
- Pequenas babesias (1,0 - 2,5 um): por macrófagos e formam pirógenos
menos sensíveis aos quimioterápicos. endógenos, o principal responsável pela
2. Ciclo febre no hospedeiro;
- Viscerotrópicas: tropismo pelos - Hemólise também leva a anemia, ou
capilares da circulação periférica, sendo seja, mucosas pálidas, hipóxia, acidose
viável fazer exame do sangue capilar. metabólica, taquipnéia, lesões neurais e
Podem apresentar a doença sem que a cardíacas;
parasitemia esteja alta. - Todos esses fatores podem levar à
- Não-viscerotrópicas: Espalhadas por morte.
toda a circulação, ou seja, o sangue para 2. Babesias viscerotrópicas
exame pode ser colhido de qualquer - Modificações, físico e química, na
vaso sanguíneo, e apresentam membrana da hemácia parasitada leva a
parasitemias altas. citoaderência (sequestro do parasita
3. Transmissão (vetor) para outros órgãos do corpo) e trombos
- Rhipicephalus microplus (carrapato do -> vasodilatação e estase;
boi); - Trombos no SNC causam
- Rhipicephalus sanguineus (carrapato sintomatologia nervosa.
do cão); - Não há hemólise causada diretamente
- Dermacentor nitens (carrapato da pelo parasita;
orelha do cavalo). - Diarreia devido a trombos intestinais;

ESPÉCIE TAM. CICLO VETOR ● Sintomatologia


1. Piroplasmose equina
B. bigemina G CIRCUL. R. microplus
- B. caballi tem a sintomatologia mais
B. bovis P CAPILAR R. microplus branda com PI de 10 a 30 dias;
- Theileria equi a infecção dura por toda
B. vogeli G CAPILAR R. sanguineus
vida e o PI é de 12 - 19 dias.
- A infecção pode ser aguda, crônica ou - Os sinais mais frequentes são: doença
assintomática; hemolítica, anemia progressiva,
- Os sintomas geralmente são: febre, resposta inflamatória sistêmica, choque
inapetência (diminuição da endotóxico e alterações da coagulação.
performance), edema, icterícia e Anemia, febre, anorexia, desidratação,
prostração; perda de peso, dor abdominal e
- Nas babesioses por B. caballi, pode sensibilidade renal à palpação;
haver infecções uterinas em fase final da - Pode acometer o SNC, princip. cérebro;
gestação, gerando abortamento e - Hemorragias geralmente estão
mortalidade neonatal; associadas com Ehrlichia.
2. Babesiose bovina
- Junto com outros agentes, como ● Imunidade
Anaplasma marginale e Ehrlichia, - A imunidade não é duradoura, sendo
causa a Tristeza Parasitária Bovina; necessário o contato com o agente para
- Animais jovens apresentam maior gerar uma imunidade concomitante;
resistência; - Animais imunes mas sem o contato com o
- O período de incubação varia de 8-12 agente por mais de 8 meses já se torna
dias; susceptível, isso se deve ao fato de que os
- Possui alta taxa de mortalidade (50 - títulos de anticorpos declinam em 3-5
90%); meses;
- B. bigemina: Anemia severa devido a - Infecções por cepas heterólogas não
lise das hemácias ocasionada pela garantem imunidade;
parasitemia, icterícia, hemoglobinúria, - Não há imunidade cruzada entre as espécies;
acidose metabólica - Títulos séricos não têm relação com a
(lembrar da patogenia das babesias não imunidade.
viscerotrópicas/circulante)
- B. bovis: Diarreias, abortamento, ● Epidemiologia
sintomatologia nervosa como - Em relação às condições climáticas
agressividade, apatia extrema, paresia e favoráveis ao vetor, pode-se classificar em 3
convulsões. tipos de áreas/situações:
- A transmissão congênita das babesioses 1. Áreas livres da doença: São áreas em que
geralmente ocorre no terço final da as condições climáticas são desfavoráveis
gestação. ao desenvolvimento do carrapato,
- Na TPB o PPP da babesiose é de 5-10 impossibilitando a ocorrência da doença
dias e geralmente os sintomas são por ausência do vetor;
hipertermia, anemia, icterícia, 2. Áreas de instabilidade enzoótica: Em
hemoglobinúria. alguns meses o ciclo do carrapato é
interrompido devido às desfavoráveis
3. Babesiose canina condições climáticas e como consequência,
- Causada por B. vogeli; há queda no nível de anticorpos contra os
- Frequente em cães jovens; agentes da babesiose;
- As recidivas podem ter associação com 3. Áreas de estabilidade enzoótica: Nessas
outros agentes; áreas o ciclo do vetor ocorre durante todo
- Pode apresentar infecção aguda, crônica ano devido às condições climáticas
ou assintomática; favoráveis e, por isso, os níveis de
anticorpos contra os agente da babesiose - Anaplasmicida: tetraciclina e cloranfenicol;
permanecem estáveis, existindo um
equilíbrio entre a imunidade e a doença. 3. Babesiose canina
- Tratamento suporte, fluido e transfusão;
● Diagnóstico - Diamidinas ou imidocarb, sendo que o
- Clínico: através da sintomatologia; último possui efeitos colaterais como edema
- Métodos diretos: Esfregaço sanguíneo na periorbital, depressão, necrose hepática e
fase aguda, coloração por GIEMSA, PCR do renal;
sangue, necropsia através de lesões e - O tratamento profilático para cães viajantes
histopatológico. é imidocarb ou doxycycline em doses baixas.
- Métodos indiretos: ELISA, RIFI.
*Os testes sorológicos podem ser úteis para ● Controle
animais na fase crônica ou assintomáticos, - Colostro nas primeiras 24h de vida (em
pois apresentam baixa parasitemia. bezerros, permitir o contato com carrapato
nos primeiros dias de vida);
● Tratamento - Monitoramento da população de carrapato
- É eficiente, pois as drogas são babesicidas; na região (animais domésticos, áreas
- Em casos de babesiose viscerotrópicas a gramados, vegetação adjacente), em bovinos
presença de uma única hemácia parasitada deve-se ter a exposição controlada do
associada a sintomas clínicos é indicativo de agente, não erradicar, deixando
tratamento; 10-20/animal;
- Já nas não-viscerotrópicas apenas - Sistema integral de vigilância sanitária;
parasitemia acima de 1% são indicativos de - Quarentena dos novos animais adquiridos;
tratamento, caso os animais não - Higienização das baias;
demonstrem sinais de anemia. - Sempre realizar transfusão com doador
negativo.
1. Piroplasmose equina
- Tratamento suporte, fluidoterapia..;
- Diamidinas ou imidocarb (esse último
deve-se ter muito cuidado com a Os bovinos jovens são mais resistentes do
superdosagem pois pode causar cólica e que os adultos devido a presença de
problemas respiratórios); anticorpos colostrais, rápida resposta da
- Quando se vai utilizar o imidocarb, imunidade celular, maior eritropoese da
aconselha-se atropinizar o equino medula óssea e da presença de
previamente à aplicação do babesicida para hemoglobina fetal nos eritrócitos. Sendo
evitar efeitos colinérgicos. assim, a infecção precoce é importante
devido a menor susceptibilidade dos
2. Babesiose bovina animais jovens que apresentam quadros
- Tratamento de suporte, transfusão..; clínicos menos severos
- Condições ambientais favoráveis para o
mínimo de movimentação, com sombra,
água e comida;
- Diamidinas ou imidocarb (B. bigemina em
dose única e B. bovis duas a cada 24h);
- Imidocarb tem efeito babesicida e dizem,
que anaplasmicida*;
COCCIDIOSES
Toxoplasmose

● Características gerais ● Epidemiologia


- Causada por Toxoplasma gondii; - O período pré-patente dura de 3-10 dias
- Protozoário intracelular obrigatório; após a ingestão de cistos teciduais, 19 dias
- Distribuição mundial; ou mais após a ingestão de taquizoítas e 20
- Prevalência maior em clima úmido; dias ou mais após a ingestão de oocistos;
- A infecção é comum e a doença clínica é - O período patente do HD (eliminação dos
rara; oocistos) é de 1-2 semanas e do HI de
- ⅓ da população humana tem anticorpos poucos dias a semanas, dependendo do
anti-T. gondii; sistema imune;
- Tem maior importância em indivíduos
imunossuprimidos e grávidas; ● Hospedeiro definitivo
- Hospedeiros definitivo: Felídeos; - Os gatos adquirem o protozoário após a
- Hospedeiros intermediários: Aves e ingestão de animais cujos tecidos contêm
mamíferos; taquizoítos ou bradizoítos, ou através de
oocistos de outros felídeos;
● Formas evolutivas - Durante a fase intestinal, os merozoítos
1. Taquizoítas podem invadir a mucosa intestinal e
- Presente na fase aguda da doença; alcançar outros órgãos, onde se verifica o
- Forma de multiplicação rápida em células desenvolvimento de taquizoítos e
nucleadas; bradizoítos, como ocorre nos hospedeiros
- Parasitemia: sangue, secreções.. intermediários.
- Principal forma responsável pela infecção
via transplacentária. ● Hospedeiro intermediário
2. Bradizoítas - Quando aves ou mamíferos ingerem os
- Infecção crônica; oocistos esporulados, eles se rompem no
- Multiplicação lenta; intestino e liberam os esporozoítas;
- Forma cistos teciduais; - Os esporozoítas penetram e se multiplicar
- A imunossupressão pode provocar a nas células intestinais e dos linfonodos
ruptura desses cistos e os os bradizoítos satélites, originando a forma de
readquirem as características invasivas dos multiplicação rápida, os taquizoítas;
taquizoítos. - Os taquizoítas se espalham para todos os
- Será encontrado em alimentos de origem demais tecidos do corpo, invadindo outras
animal contaminados c T. gondii; células e se multiplicando continuamente;
- São resistentes ao congelamento, - Cistos teciduais contendo as formas de
cozimentos e embutidos; multiplicação lenta, os bradizoítas,
3. Esporozoítas formam-se no cérebro, músculos estriados e
- São os oocistos (contém 2 esporocistos e 4 fígado, mantendo-se viáveis por toda a vida
esporozoítos cada); do hospedeiro.
- Eliminado nas fezes dos felídeos; - Desta forma, os hospedeiros intermediários
- São esporulados no meio ambiente; se infectam com T. gondii ingerindo oocistos
- Sensíveis a temperaturas extremas; esporulados (contaminação por fezes de
- Pode haver a infecção pela ingestão dos felinos) ou por meio dos bradizoítas
oocistos em alimentos de origem vegetal, presentes nos tecidos de outros hospedeiros
por exemplo; intermediários.
● Patogenia 5. Bovinos:
- Vai depender da espécie acometida, idade, - Doença aguda -> Febre, dispnéia, sintomas
imunidade, a dose infectante e cepa; nervosos e extrema letargia;
- Congênita -> Abortamento, convulsões,
● Sinais clínicos ranger dos dentes e tremores da cabeça e do
1. Homem: pescoço e morte.
- Geralmente são assintomáticos; 6. Suínos:
- Em casos agudos: febre , diarréia, - Anorexia, perda de peso, febre, encefalite e
linfadenomegalia, apatia, hiporexia e dispnéia;
prostração; - Animais de 2-4 semanas pode haver perda
- Crônico: lesões oculares, uveíte, de peso, tosse e sinais nervosos;
coriorretinite, patologias da reprodução e - Pode haver abortamento.
abortamento; 7. Aves:
- Em fetos (congênita): natimortalidades, - Geralmente assintomáticas;
malformação, alterações neurológicas, 0 Pode apresentar focos necróticos no
encefalite, hidrocefalia, estrabismo, fígado, baço, pulmões e gânglios.
prematuridade, baixo peso, icterícia e
hepatomegalia; ● Diagnóstico
2. Gatos: DIRETO
- Geralmente são assintomáticos; - No HD pode realizar o diagnóstico através
- Aguda -> filhotes: morte com lesões em do coproparasitológico + bioensaio;
fígado, pulmão, coração e SNC (encefalite); (Lembrar de diferenciar de Hammondia
- Crônica -> hepatomegalia, ascite, hammondii)
pneumonia, alterações comportamentais - HI pesquisar a presença de taquizoítos ou
(SNC). cistos teciduais;
3. Cães: - Inoculação em camundongos;
- É raríssima em cães; - Cultura de células;
- Ocorre como infecção secundária ou - Histopatológico de qualquer tecido de
quando há imunossupressão; parede fina;
- Agudo -> Linfadenopatia, vômito, sinais - Imunohistoquímica;
nervosos, tosse, uveíte; - PCR do tecido, do sangue ou das fezes;
- Crônico -> sinais neuromusculares, lesões INDIRETO
cerebelares; - Sorologia (RIFI, ELISA, MAT, Western
- Congênito -> rigidez dos membros Blot)
pélvicos.
4. Ovinos e caprinos: ● Tratamento
- Febre, dispnéia, sintomatologia nervosa e - Cloridrato de clindamicina;
abortamento; - Pirimetamina + sulfonamida;
- No 1º trimestre da gestação pode ocorrer - Trimetoprim + sulfadiazina;
abortamento; - Sulfadiazina e pirimetamina (Daraprim);
- No 2º trimestre aborto ou nascimento - Sulfonamidas;
prematuro; - Ocular: clindamicina + corticóides.
- No 3º trimestre retinocoroidite, OBS.: Sulfas diminuem a conversão alimentar e
calcificações cerebrais, perturbações promovem perda de peso, por essa razão não são muito
neurológicas e hidrocefalia. utilizadas em bovinos.
COCCIDIOSES
Neosporose

● Características gerais ● Sintomatologia


- Causada por Neospora canis; 1. Bovinos:
- HD: Canídeos; - Quando passam a possuir a forma
- HI: Canídeos, bovinos, ovinos, caprinos, taquizoíta, os bovinos e ovinos infectados
equinos, gatos e cervídeos; podem apresentar abortamentos, com
- Os canídeos e bovinos são os principais; degeneração dos cotilédones placentários,
- Local de ação: SNC, sistema respiratório, ou nascimento de bezerros fracos,
músculos esqueléticos e órgãos viscerais; subdesenvolvidos, que desenvolvem
- No hospedeiro definitivo o protozoário paralisia e hiperextensão de posteriores em
também vai parasitar o intestino delgado 3 a 5 dias;
- A descrição desse protozoário é recente; - Recém nascidos podem apresentar
- Distribuição cosmopolita. alterações neuromusculares, membros em
extensão, ou serem clinicamente sadios.
● Formas evolutivas 2. Cães:
1. Bradizoítas: - Jovens = infecção congênita, paralisia
- Presentes dentro dos cistos; ascendente, dificuldade de deglutição,
- São encontrados geralmente no SNC paralisia e flacidez muscular;
(cérebro e medula) e retina, podendo causar - Cadelas = morte e reabsorção do feto,
lesões neuromotoras severas. transmissão da infecção em gestações
2. Esporozoítas: consecutivas;
- Oocistos; 3. Ovinos e caprinos:
- São eliminados não esporulados nas fezes - Baixa prevalência;
dos cães infectados; - Abortamento, lesões no SNC, músculo
- Esporulam em aproximadamente 3 dias esquelético, placenta, fetos com agente no
passando a apresentar 2 esporocistos, cada cérebro.
um com 4 esporozoítos; 4. Gatos:
- Só é eliminado pelo HD. - Ausência de doença naturalmente
3. Taquizoítas: adquirida.
- Invadem diversos tipos celulares, como 5. Equinos:
neurônios, macrófagos, fibroblastos..; - 2 casos de mieloencefalite que acreditam
- Multiplicam-se por endodiogenia; tem como agente Neospora canis;
- Responsável pela infecção transplacentária - A forma subclínica é mais comum, porém
em cães, levando a morte fetal precoce, pode ocorrer aborto dependendo do
reabsorção, mumificação e nascimento de momento em que o feto é infectado, a
filhotes fracos; magnitude da infecção e a
virulência/patogenicidade da cepa.
● Epidemiologia
- Filhotes de cadelas infectadas podem nascer ● Diagnóstico
portadores em sucessivas gestações; - Pesquisa de anticorpos anti-neospora/testes
- Já foi encontrado cães soropositivos em MG, indiretos (RIFI, ELISA);
BA e SP; - Pesquisa direta: microscopia eletrônica
- Outros canídeos podem apresentar (permite a diferenciação do T.gondii)
anticorpos específicos indicando isolamento e cultivo celular (de rim bovino,
participação na transmissão do agente. células Vero, monócitos bovinos),
imunohistoquímica, PCR e teste de
aglutinação modificada.

● Tratamento:
- Em bovinos não tem tratamento eficaz;
- Lasalocida, Monoensina, Piritrexina,
Pyrimetamina e Trimetropina – atuam
sobre taquizoítos em culturas celulares;
- Sulfadiazina / Trimetropina + Pirimetamina
– utilizados no trat. de cães;

● Controle:
- Seleção de animais soronegativos, através de
RIFI ou ELISA;
- Afastar os cães das criações de bovinos;
- Evitar a alimentação de cães com carne crua
de herbívoros.
COCCIDIOSES
Cystoisospora

● Características gerais oocistos durante o puerpério pode infectar


- Doença causada por diferentes espécies do leitões.
gênero Cystoisospora;
- Acometem células epiteliais do intestino; ● Diagnóstico
- Hospodeiros: Cães, gatos e suínos. - Histórico e anamnese;
- Liberado na forma de oocisto não - Exame físico e coproparasitológico.
esporulado
- Distribuição cosmopolita; ● Controle
- Formam cistos extracelulares no hospedeiro - Limpeza correta das instalações com calor
paratênico; úmido ou vapor;
- All in, all out.
Difere do ciclo do gênero Eimeria em
3 aspectos: ● Tratamento
1) o oocisto esporulado possui 2 - Sulfonamidas;
esporocistos c/ 4 esporozoítos cada Obs.: Cuidado com suínos devido a
2) nos suínos, estágios extra-intestinais consequente perda de peso.
(no baço, fígado e linfonodos) podem
reinvadir a mucosa intestinal e causar
sintomatologia clínica.
3) roedores podem ser reservatórios de
estágios assexuados (H. paratênico),
após a ingestão de oocistos do cão e do
gato (ciclo heteroxênico)

● Espécies
- Cystoisospora canis e C. ohioensis = Cães;
- Cystoisospora felis e C. rivolta = Gatos;
- Isospora suis = Suínos.

● Epidemiologia:
- Camas mal manejadas favorecem condições
adequadas à persistência dos oocistos no
ambiente;
- A superlotação aumenta as chances de
ocorrência de surtos;
- Nos pastos, o tempo de esporulação é
geralmente maior;
- Os oocistos são altamente resistentes,
persistindo no ambiente até por anos.

● Sinais e sintomas
- A forma mais comum da infecção
assintomática é em animais jovens, porém
pode ocorrer diarreia;
- Em suínos normalmente a fêmea é
assintomática, porém a liberação dos
COCCIDIOSES
Sarcostidiose

● Características gerais ● Diagnóstico


- Doença causada por Sarcocystis spp - Através do exame físico (sinais
- Hospedeiros definitivos: Homem, cães, neurológicos);
gatos e carnívoros silvestres; - Exames indiretos (Rifi, ELISA, western
- Hospedeiros intermediários: Ruminantes, blot);
equinos, suínos; - Exames diretos (PCR do líquor).
- Nos HD’s está presente no intestino delgado
e nos HI’s em forma de esquizontes em ● Tratamento
células endoteliais dos vasos sanguíneos; - Pirimetamina + Trimetoprim ou
- Distribuição cosmopolita; sulfadiazina OU Toltrazuril.
- Os oocistos esporulam ainda no interior do
hospedeiro
- Geralmente os parasitados não apresentam
sinais, a não ser que sejam
imunossuprimidos, os quais podem
apresentar rápido emagrecimento,
problemas neurológicos e até morte.

● Espécie
- Tem o cão como HD:
Sarcocystis bovicanis (S.cruzi), S.ovicanis
(S.tenella), S.capricanis, S.porcicanis
(S.miescheriana), S. equicanis (S.bertrami),
S.fayeri (cavalo/cão);
- Gato com HD:
S. bovifelis (S.hirsuta), S. ovifelis
(S.tenella), S. porcifelis;
- Homem como HD:
S. bovihominis, S. porcihominis.

● Sarcocystis neurona
- Provoca a mieloencefalite protozoária
equina, também chamada de “bambeira”;
- É uma doença com manifestações
neurológicas, como inflamação no SNC,
assimetria, incoordenação motora, paresia,
claudicação, ataxia, atrofia muscular,
fraqueza.
- A infecção geralmente se dá pelo consumo
de alimentos ou água contaminada;
- Não transmite de cavalo p/ cavalo;
- O HD: gambá, saruê…
- HI: Tatu, guaxinim;
- O HI ingere os oocistos do HD e adquire
cistos.
COCCIDIOSES
Criptosporidiose

● Características gerais - Coproparasitológico;


- Doença causada por diferente espécies de
Cryptosporidium; ● Controle
- Hospodeiros: Cães, gatos, ruminantes, - Higienização das instalações com remoção
equinos, suínos, animais silvestres, animais diária das fezes;
de laboratório, homem; - Proteção da água p/ consumo;
- É uma zoonótico; - Lembrar que os oocistos resistem a maioria
- Fonte de contaminação principal é a água; dos desinfetantes, mas não resistem à
- Distribuição cosmopolita; fervura.
- Formam cistos extracelulares no hospedeiro
paratênico;
- Os oocistos não tem esporocistos, somente
esporozoítos.

● Espécies
- Cryptosporidium muris e Cryptosporidium
parvum = Mamíferos;
- C. meleagridis, C. baileyi = Aves
- C. nosorum = Peixes;
- C. serpentis = Serpentes
Obs.: Não tem especificidade parasitária.

● Patogenia
- Destrói microvilosidades e pode ocasionar
atrofia e intumescimento e depois fusão das
vilosidades, alterando a absorção dos
nutrientes e a ação de enzimas a este nível;
- Dependendo da espécie hospedeira, idade e
status imunológico do hospedeiro, o grau de
infecção pode variar de subclínica a severa;

● Sinais
- Diarreia aquosa e amarelada, febre,
anorexia, desidratação e cólicas;
- Geralmente essa diarréia e demais sinais são
autolimitantes, durando de 7-14 dias, sendo
mais observados em animais jovens ou na
primeira semana de vida;
- Em imunossuprimidos os sintomas podem
ser mais graves e persistentes.

● Diagnóstico
- É difícil, pois os oocistos são muito
pequenos e incolores;
- Esfregaços fecais corados;
COCCIDIOSES
Eimeriose

● Características gerais ● Sinais e sintomas


- Doença causada por diferentes espécies do - Os sintomas dependem da espécie de
gênero Eimeria; Eimeria, da dose infectante (nº de oocistos
- Cada espécie tem diferentes graus de ingeridos) e da resistência orgânica do
patogenicidade; hospedeiro (idade, estado nutricional,
- São diferenciadas através da morfologia do doenças concomitantes);
oocisto esporulado que é liberado nas fezes; - Pode haver morte súbita dos animais
- Não é intracelular; suscetíveis ou reação discreta nos animais
- Parasita do trato gastrointestinal/ céls do imunes;
epitélio intestinal; - Fezes diarréicas com muco ou sangue;
- Nomes comuns: Curso vermelho ou curso de - Baixa conversão alimentar seguida de perda
sangue; de peso, anorexia, fraqueza e desidratação,
- Doença de caráter agudo; consequentemente queda na produção.
- Alta morbidade e baixa mortalidade;
- Acomete principalmente animais jovens; ● Fatores relacionados à doença
- Principais HD: Aves, ruminantes, coelhos, 1. Instalação do protozoário na célula:
suínos e equinos (principalmente os 3 - Quanto mais profundo, mais patogênico.
primeiros); 2. Virulência do parasita:
- Não formam cistos, somente oocistos; - Cepas mais virulentas penetram mais
- Não precisa de HI (ciclo monoxênico) profundamente.
- Os oocistos apresentam 4 esporocistos e 2 3. Resistência ao ambiente:
esporozoítos. - Os oocistos têm resistência ao ambiente,
sendo que os que esporulam mais rápido são
● Patogenia mais resistentes.
- Pode haver a infecção por várias espécies 4. Capacidade reprodutiva do agente:
simultaneamente, o que promove - O agente se multiplica mais rápido sob
multiplicação do parasita causando condição de estresse ou queda de
alterações e modificações nos tecidos e imunidade.
posterior perda de células epiteliais, gerando 5. Imunidade:
enterite; - Não gera imunidade prolongada e nem
- Ocorre espessamento da mucosa da parede cruzada.
intestinal, com consequente destruição das 6. Idade do hospedeiro:
vilosidades, levando a alterações de - Acomete mais animais jovens que não
permeabilidade da mucosa intestinal. apresentam imunidade desenvolvida.
- As lesões na mucosa intestinal dependem da
densidade e localização dos parasitas; ● Eimeriose em Aves
- Após a ruptura das células epiteliais, a - Sinais clínicos: Palidez, desânimo, cansaço,
recuperação tecidual é lenta e, em certos diarréias sanguinolentas, queda no consumo
casos, causa hemorragia, ulceração e necrose da ração, anorexia, mortalidade crescente,
da mucosa intestinal; asas caídas, queda de penas, desidratação,
- Destruindo as vilosidades -> diminuição da prostração;
absorção de nutrientes -> deficiência de - Patogenia: Modificação nas vilosidades
conversão alimentar. intestinais.

● Eimeriose em Ruminantes
- Principais espécies em: - Antibióticos ionóforos como Lasalocida (não
Bovinos e bubalinos = Eimeria zuernii, E. pode usar em coelhos), Monensima,
bovis; Salinomicina;
Ovinos = E. ovina, E. ovinoidalis; - Toltrazuril (aves e suínos);
Caprinos = E. arloingi e E. caprovina (cap e - Decoquinato.
ov). 2. Tratamento curativo:
- Amprólio, sulfonamidas (sulfaquinoxalina e
● Eimeriose em Coelhos sulfametazina)
- Possui duas formas: OBS.: Sulfas interferem no ganho de peso.
1. Hepática:
- E. stidae, que parasita os ductos biliares ● Profilaxia e controle
chegando ao fígado, promovendo 1. Hospedeiro:
transtornos de secreção de bile e digestivos - Separação por faixas etárias, evitar alta
(sem diarréia); densidade animal, pois contribui para carga
2. Intestinal: parasitária, realizar o isolamento e
- Provocada por várias espécies que parasital tratamento dos doentes, quarentena dos
o ID causando diarréia escura. introduzidos no plantel, evitar
- Ambas podem levar a morte súbita. medicamentos na ração para evitar
subdosagem e consequente resistência;
● Diagnóstico 2. Ambiente:
- Através da anamnese (histórico, categoria - Instalações limpas, secas, com boa higiene
do animal, tipo de manejo); ambiental, desinfecção com amônia,
- Sinais clínicos (diarréia sanguinolenta e formalina, calor ou insolação.
fétida, associadas ao tenesmo e dilatação do Descontaminação de comedouros e
esfincter anal. Perda de apetite, debilidade bebedouros e destino correto das excretas.
orgânica em animais jovens);
- Exame de fezes (diag de rebanho, pode ser
feito através do método de flutuação e
exames quali e quantitativos);
- Necropsia;
- PCR dos raspados da mucosa intestinal.

● Tratamento
- Drogas coccidiostáticas impedem a
multiplicação do agente agindo nas fases
finais do desenvolvimento do mesmo e
retarda ou inibe re-infecções = Aumento da
imunidade e redução da eliminação de
oocistos;
- Esses medicamentos são indicados em
puerpério, desmame, mudança na dieta,
transporte, etc.;
- Outros tratamentos:
1. Tratamento preventivo:
- Amprólio;
Giardíase ou Giardiose

● Características gerais - Quando o trofozoíto percebe que o indivíduo


- Giardia é um gênero de protozoários está se preparando para evacuar, realiza o
flagelado intestinal; encistamento para ser eliminado nas fezes e
- A doença por ele provocado é uma zoonose; apresentar resistência ao ambiente.
- É uma doença negligenciada;
- Distribuição mundial; ● Patogenia
- Maior acometimento/prevalência em países - Ação irritativa na mucosa intestinal através
em desenvolvimento. da produção de excessiva de muco e
alterações da produção de enzimas
● Espéciea digestivas;
- Giardia agilis -> Anfíbios - Fenômeno de tapetamento, em que
Giardia muris -> Roedores compromete a capacidade de absorção do
Giardia ardeae -> Pássaros epitélio intestinal;
Giardia duodenalis/G. intestinalis/G. - Lesões ao nível das microvilosidades
lamblia -> Animais domésticos e selvagens intestinais.
e homens.
● Transmissão
● Giardia lamblia - Principalmente oral-fecal;
- Possui 8 sub-espécies; - Através de água contaminada;
- Sendo a A e B pouco hospedeiro-específico, - Transmissão direta (pessoa para pessoa -
e da C - H hospedeiro-específico; animal para animal);
- A e B= geral (homem, animal doméstico e - Transmissão zoonótica.
selvagem)
- C e D = cães; ● Sintomatologia
- E = equinos; - Em muitos casos são assintomáticos, com a
- F = gatos; resolução espontânea da infecção e
- G = roedores; eliminação de cistos por até 6 meses ->
- H = mamíferos aquáticos. GIARDÍASE;
- Em casos em que há sintomatologia, a
● Formas evolutivas mesma será aguda com sinais como
- Trofozoítos: é o parasita adulto que fica esteatorreia, vômito, diarréia fétida, perda
aderido ao epitélio do intestino, não é de peso em um período curto e dor
resistente ao ambiente e é responsável pelos abdominal. O período de incubação dura de
sinais clínicos; 7 a 12 dias -> GIARDIOSE.
- Cisto: é a forma infectante que é eliminada Em casos crônicos, os sintomas são
nas fezes dos hospedeiros definitivos, é persistentes com diarréia contínua,
resistente à ambientes úmidos e frios e há intermitente ou esporádica, pode haver
alguns produtos químicos. síndrome da má absorção e o crescimento
- Quando o cisto é ingerido pelo hospedeiro, físico e cognitivo pode ser comprometido.
no estômago, devido ao pH ácido, começa o
desencistamento, o qual termina no ● Diagnóstico
intestino com o auxílio da enzima tripsina e, - Esfregaço direto com fezes frescas e
já na forma de trofozoíto, se adere à mucosa diarréicas;
do intestino;
- Coproparasitológico com técnicas de
flutuação (Sheather - açúcar / Faust - sulfato
de zinco), realizar em 3 dias consecutivos.
- Detecção de coproantígenos através de teste
rápido (ELISA);
- PCR das fezes;
- RIFI.

● Tratamento
- Metronidazol, fembendazol ou albendazol;
- Lembrar que o primeiro não pode ser usado
em fêmeas gestantes e é carcinogênico,
teratogênico e mutagênico.

● Controle e prevenção
- Desinfecção do ambiente com amônia
quaternária;
- Banho no animal infectado;
- Consumo de água filtrada ou fervida.
- Medidas de higiene pessoal;
- Vacina (Lembrando que não é tão eficaz e
vai servir para reduzir a sintomatologia
quando infectado e a eliminação dos cistos.
Tricomonose bovina

● Características gerais aborto, maceração fetal, diminuição da taxa


- Causada por a espécie Tritrichomonas de natalidade e morte embrionária.
foetus;
- É um protozoário flagelado que parasita o ● Diagnóstico
geniturinário de bovinos; - Clínico, quando houver sintomatologia
- Também conhecida como DST dos bovinos; somado aos dados zootécnicos;
- Pode ser uma tricomonose ou tricomoníase - Laboratorial através do isolamento e
bovina; identificação do agente;
- PCR do muco prepucial/vaginal, feto;
● Outras espécies - Pesquisa do parasita com microscopia de
- T. suis -> Suínos; luz;
T. gallinae -> Aves; - O animal só é considerado negativo após 3
T. vaginalis -> Seres humanos; exames (-) consecutivos com intervalo de 7 a
T. mobilensis -> Macacos. 15 dias.

● Formas evolutivas do T. foetus e ● Tratamento


transmissão - Em fêmeas há a autocura após 3 a 6 ciclos
- Protozoário móvel é o trofozoíto, estrais;
responsável pela transmissão venérea - No geral pode ser administrado
(através da cópula, mas não devido a dimetrodazole por via oral OU Ipronidazole
contaminação das secreções e sim devido ao + metronidazol por via parenteral OU
protozoário está aderido no prepúcio e às Acriflavina e tripaflavina de uso tópico.
vezes no pênis e uretra);
- Pode ser transmitidos através de fômites, ● Controle e prevenção
principalmente naqueles usados para IA; - Medidas educativas-sanitárias;
- Realizar exames nos machos
● Patogenia do T. foetus principalmente;
- Não é invasivo, se restringe à cavidade - Realizar quarentena e testes em animais
prepucial e orifício uretral; introduzidos no plantel;
- Produz e secreta cisteínas proteinases que - Adquirir machos livres da infecção.
induzem a inflamação, citotoxicidade e
apoptose nas células epiteliais.
- O aparelho genital é totalmente colonizado
apesar de não ser invasivo.

● Sintomatologia
- Os machos geralmente são assintomáticos,
mas pode apresentar exaustão física e perda
de condição corporal após estação de monta;
- Machos com mais de 3 anos são fator de
risco para infecção;
- As fêmeas são mais susceptíveis à infecção
sintomática e podem apresentar vaginite,
retorno do cio, piometra, infertilidade,
Babesiose

● Características gerais B. caballi G CAPILAR Dermacentor nitens


- Causada por espécies do gênero Babesia;
- Parasitam eritrócitos dos vertebrados; Theileria equi P CIRCUL. ???
- Hospedeiros definitivos: Bovinos, equinos e
cães; ● Patogenia
- Tem o carrapato com vetor. - O período de incubação é de 7-15 dias;
- A patogenia vai variar de acordo com a
● Espécies espécie;
- B. bigemina e B. bovis -> Bovinos; 1. Babesias não viscerotrópicas:
B. vogeli e B. gibsoni*-> Cães; - Alta parasitemia;
B. caballi e Theileria equis -> Equinos; - A saída dos merozoítos das hemácias
B. microti (EUA) e B. divergens (Europa)-> provoca a ruptura e hemólise
Homens. intravascular -> hemoglobinemia
- Classificadas quanto ao: (presença de hemoglobina livre no
1. Tamanho plasma sanguíneo) -> hemoglobinúria e
- Grandes babesias (2,5 - 4 um): mais icterícia;
sensíveis aos quimioterápicos; - Restos celulares + Ags são fagocitados
- Pequenas babesias (1,0 - 2,5 um): por macrófagos e formam pirógenos
menos sensíveis aos quimioterápicos. endógenos, o principal responsável pela
2. Ciclo febre no hospedeiro;
- Viscerotrópicas: tropismo pelos - Hemólise também leva a anemia, ou
capilares da circulação periférica, sendo seja, mucosas pálidas, hipóxia, acidose
viável fazer exame do sangue capilar. metabólica, taquipnéia, lesões neurais e
Podem apresentar a doença sem que a cardíacas;
parasitemia esteja alta. - Todos esses fatores podem levar à
- Não-viscerotrópicas: Espalhadas por morte.
toda a circulação, ou seja, o sangue para 2. Babesias viscerotrópicas
exame pode ser colhido de qualquer - Modificações, físico e química, na
vaso sanguíneo, e apresentam membrana da hemácia parasitada leva a
parasitemias altas. citoaderência (sequestro do parasita
3. Transmissão (vetor) para outros órgãos do corpo) e trombos
- Rhipicephalus microplus (carrapato do -> vasodilatação e estase;
boi); - Trombos no SNC causam
- Rhipicephalus sanguineus (carrapato sintomatologia nervosa.
do cão); - Não há hemólise causada diretamente
- Dermacentor nitens (carrapato da pelo parasita;
orelha do cavalo). - Diarreia devido a trombos intestinais;

ESPÉCIE TAM. CICLO VETOR ● Sintomatologia


1. Piroplasmose equina
B. bigemina G CIRCUL. R. microplus
- B. caballi tem a sintomatologia mais
B. bovis P CAPILAR R. microplus branda com PI de 10 a 30 dias;
- Theileria equi a infecção dura por toda
B. vogeli G CAPILAR R. sanguineus
vida e o PI é de 12 - 19 dias.
- A infecção pode ser aguda, crônica ou - Os sinais mais frequentes são: doença
assintomática; hemolítica, anemia progressiva,
- Os sintomas geralmente são: febre, resposta inflamatória sistêmica, choque
inapetência (diminuição da endotóxico e alterações da coagulação.
performance), edema, icterícia e Anemia, febre, anorexia, desidratação,
prostração; perda de peso, dor abdominal e
- Nas babesioses por B. caballi, pode sensibilidade renal à palpação;
haver infecções uterinas em fase final da - Pode acometer o SNC, princip. cérebro;
gestação, gerando abortamento e - Hemorragias geralmente estão
mortalidade neonatal; associadas com Ehrlichia.
2. Babesiose bovina
- Junto com outros agentes, como ● Imunidade
Anaplasma marginale e Ehrlichia, - A imunidade não é duradoura, sendo
causa a Tristeza Parasitária Bovina; necessário o contato com o agente para
- Animais jovens apresentam maior gerar uma imunidade concomitante;
resistência; - Animais imunes mas sem o contato com o
- O período de incubação varia de 8-12 agente por mais de 8 meses já se torna
dias; susceptível, isso se deve ao fato de que os
- Possui alta taxa de mortalidade (50 - títulos de anticorpos declinam em 3-5
90%); meses;
- B. bigemina: Anemia severa devido a - Infecções por cepas heterólogas não
lise das hemácias ocasionada pela garantem imunidade;
parasitemia, icterícia, hemoglobinúria, - Não há imunidade cruzada entre as espécies;
acidose metabólica - Títulos séricos não têm relação com a
(lembrar da patogenia das babesias não imunidade.
viscerotrópicas/circulante)
- B. bovis: Diarreias, abortamento, ● Epidemiologia
sintomatologia nervosa como - Em relação às condições climáticas
agressividade, apatia extrema, paresia e favoráveis ao vetor, pode-se classificar em 3
convulsões. tipos de áreas/situações:
- A transmissão congênita das babesioses 1. Áreas livres da doença: São áreas em que
geralmente ocorre no terço final da as condições climáticas são desfavoráveis
gestação. ao desenvolvimento do carrapato,
- Na TPB o PPP da babesiose é de 5-10 impossibilitando a ocorrência da doença
dias e geralmente os sintomas são por ausência do vetor;
hipertermia, anemia, icterícia, 2. Áreas de instabilidade enzoótica: Em
hemoglobinúria. alguns meses o ciclo do carrapato é
interrompido devido às desfavoráveis
3. Babesiose canina condições climáticas e como consequência,
- Causada por B. vogeli; há queda no nível de anticorpos contra os
- Frequente em cães jovens; agentes da babesiose;
- As recidivas podem ter associação com 3. Áreas de estabilidade enzoótica: Nessas
outros agentes; áreas o ciclo do vetor ocorre durante todo
- Pode apresentar infecção aguda, crônica ano devido às condições climáticas
ou assintomática; favoráveis e, por isso, os níveis de
anticorpos contra os agente da babesiose - Anaplasmicida: tetraciclina e cloranfenicol;
permanecem estáveis, existindo um
equilíbrio entre a imunidade e a doença. 3. Babesiose canina
- Tratamento suporte, fluido e transfusão;
● Diagnóstico - Diamidinas ou imidocarb, sendo que o
- Clínico: através da sintomatologia; último possui efeitos colaterais como edema
- Métodos diretos: Esfregaço sanguíneo na periorbital, depressão, necrose hepática e
fase aguda, coloração por GIEMSA, PCR do renal;
sangue, necropsia através de lesões e - O tratamento profilático para cães viajantes
histopatológico. é imidocarb ou doxycycline em doses baixas.
- Métodos indiretos: ELISA, RIFI.
*Os testes sorológicos podem ser úteis para ● Controle
animais na fase crônica ou assintomáticos, - Colostro nas primeiras 24h de vida (em
pois apresentam baixa parasitemia. bezerros, permitir o contato com carrapato
nos primeiros dias de vida);
● Tratamento - Monitoramento da população de carrapato
- É eficiente, pois as drogas são babesicidas; na região (animais domésticos, áreas
- Em casos de babesiose viscerotrópicas a gramados, vegetação adjacente), em bovinos
presença de uma única hemácia parasitada deve-se ter a exposição controlada do
associada a sintomas clínicos é indicativo de agente, não erradicar, deixando
tratamento; 10-20/animal;
- Já nas não-viscerotrópicas apenas - Sistema integral de vigilância sanitária;
parasitemia acima de 1% são indicativos de - Quarentena dos novos animais adquiridos;
tratamento, caso os animais não - Higienização das baias;
demonstrem sinais de anemia. - Sempre realizar transfusão com doador
negativo.
1. Piroplasmose equina
- Tratamento suporte, fluidoterapia..;
- Diamidinas ou imidocarb (esse último
deve-se ter muito cuidado com a Os bovinos jovens são mais resistentes do
superdosagem pois pode causar cólica e que os adultos devido a presença de
problemas respiratórios); anticorpos colostrais, rápida resposta da
- Quando se vai utilizar o imidocarb, imunidade celular, maior eritropoese da
aconselha-se atropinizar o equino medula óssea e da presença de
previamente à aplicação do babesicida para hemoglobina fetal nos eritrócitos. Sendo
evitar efeitos colinérgicos. assim, a infecção precoce é importante
devido a menor susceptibilidade dos
2. Babesiose bovina animais jovens que apresentam quadros
- Tratamento de suporte, transfusão..; clínicos menos severos
- Condições ambientais favoráveis para o
mínimo de movimentação, com sombra,
água e comida;
- Diamidinas ou imidocarb (B. bigemina em
dose única e B. bovis duas a cada 24h);
- Imidocarb tem efeito babesicida e dizem,
que anaplasmicida*;

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