1 Resumo crítico e reflexivo sobre vias de administração (livro: Farmacologia Aplicada
a Medicina Veterinária, SPINOSA) e sobre exame físico geral de grandes animais (livro: A arte do diagnóstico, FEITOSA):
FEITOSA, Francisco Leydson. Semiologia Veterinária – A arte do diagnóstico.
Segunda edição. A abordagem do autor resulta em especificar em detalhes o processo do exame físico geral ou de rotina. O objetivo desse resumo crítico e reflexivo é levantar as principais especificações para o procedimento em grandes animais, de um modo geral numa perspectiva que abrange os estudantes como elementos na etiologia da aplicação das técnicas além de colaborar no conhecimento da disciplina de Bases Farmacológicas da Terapêutica Veterinária. As dificuldades de aplicar as técnicas de um exame físico geral em animais, é muito mais além do que se imagina, e se dá pela forma de contato direto que se tem com o paciente. A necessidade de se ter um amplo conhecimento para oferecer um tratamento terapêutico adequado, vai desde a anamnese, aonde vimos que muitas vezes a queixa principal não é ligada diretamente com o sistema que está em comprometimento naquele momento, ao exame físico geral de fato, que permite ao profissional identificar o estado de saúde em que o paciente se encontra. Está problemática pode ser trabalhada por meio de um cronograma a ser seguido por etapas de acordo com a espécie em que se trabalha. É bem verdade que, algumas vezes, as circunstâncias obrigam o clínico a modificar o cronograma de exame, fazendo com que o mesmo só venha a ser realizado em sua totalidade depois de afastadas algumas condições que possam colocar em risco a vida do animal (FEITOSA, 2004). Diante dessa perspectiva mostra-se evidente uma necessidade de avaliar primeiramente se o animal está em situação de urgência/emergência, com específicas observações como: Nível de consciência, postura e locomoção, condição física e corporal, pelame, forma abdominal, características respiratórias, outros, para assim obter a realização de um diagnóstico e uma intervenção consistente e adequada em vista do primeiro contato. O comportamento ou o nível de consciência do animal deve ser avaliado pela inspeção, considerando, ainda, a sua reação a estímulos, como palmas ou estalos de dedos. Deve-se considerar a excitabilidade do animal como “diminuída” (apático), “ausente” (coma), “normal” e “aumentada” (excitado) (FEITOSA, 2004). Durante esse tipo de avaliação, se faz necessário considerar o nível de temperamento típico de cada espécie. Em grandes animais, como vacas leiteiras, são espécies dóceis, o que torna o manuseio mais fácil de ser aplicado, enquanto em bovinos, há uma certa dificuldade devido ao animal possuir um temperamento diferente das vacas leiteiras, onde o local de criação se difere de uma espécie para outra, o que torna bastante relevante nas características de cada animal. Em relação a postura, é necessário avaliar se o animal assume algum padrão de postura pouco usual, indicativo, muitas vezes, de anormalidade. Para isso, é necessário o conhecimento do comportamento da espécie envolvida (FEITOSA, 2004). Quando o autor afirma essa necessidade, é observável que em grandes animais há essa diferenciação em relação a postura, sendo necessária uma observação visual a distância, pois quando existe uma alteração fisiológica, a espécie demostra se afastando do rebanho, postura diferente do habitual, como cabeça baixa, postura ortopnéica, distensão do pescoço e etc.. O estado nutricional dos animais, deve ser levado em consideração, como diz Feitosa (2004), quando afirma que convém descrever a condição corporal ou física do animal de forma objetiva e sem dúbia interpretação, tal como “caquético, magro, normal, gordo e obeso”. Essa avalição também se faz por observação visual a distância e por apalpação, levando em consideração aos aspectos do comportamento alimentar que envolve alterações da apreensão, mastigação, anorexia, disfagia, obesidade, cada um envolvendo critérios a serem avaliados, devido ao histórico nutricional não ser controlado devidamente sendo mais difícil de ser checado. A avaliação geral da pele, nos animais, o estado do manto piloso é também um bom indicador da saúde física, tanto em relação ao estado nutricional, à constituição física do indivíduo, quanto ao manejo a que esse animal é submetido (FEITOSA, 2004). Levando em consideração o que o autor afirma, de fato nessa fase de avaliação, podemos considerar o nível de estado de hidratação em que o animal se encontra, em grandes animais observamos suas mucosas, quando estão secas se indica que há desidratação, além de se observar o Tempo de Repleção Capilar, sendo avaliado na mucosa gengival e considerado normal entre 1 a 2 segundos, o Tempo de Repleção de Prega Cutânea, sendo avaliado na tábua do pescoço e considerado normal entre 1 a 2 segundos e a Temperatura das extremidades, onde as extremidades frias indicam a desidratação. A ligação da avaliação geral da pele com a estimativa de desidratação e ao estado nutricional do animal se dá aos primeiros aparecimentos visuais como o ressecamento, enrugamento da pele, elasticidade da pele, sendo de acordo com o nível de desidratação, espécie e intensidade onde os sintomas se aprofundarão ainda mais. Na avaliação dos parâmetros vitais, é de fundamental importância na fase que antecede o exame físico específico, pois pode sugerir o comprometimento de outro sistema que não tenha sido abordado ou mencionado pelo proprietário, como também ajuda a determinar, de forma generalista, a situação orgânica do paciente naquele momento (FEITOSA, 2004). Em grandes animais, é necessária uma atenção a temperatura ambiente, sendo feita as observações por avalição dos parâmetros vitais através da Frequência Cardíaca, Frequência Respiratória, Temperatura Retal. Os batimentos cardíacos diferenciam-se de cada espécie, em equinos são de 28-40/min, bovinos 60-80/min, os movimentos respiratórios em equinos são de 8-16/min enquanto em bovinos são de 10-30/min, temperatura retal em equinos são de 37,5- 39,2 (ºC), enquanto em bovinos são de 37,8-39,2 (ºC). A FC é feita através de palpação da artéria periférica, auscultação cardíaca, a FR é feita através da observação do movimento das costelas/flanco ou do ar expirado pelas narinas. O exame das mucosas, revela a presença de enfermidades próprias (inflamação, tumores, edema), como também auxilia a inferir conclusões acerca da possibilidade de alterações que reflitam comprometimento do sistema circulatório ou a existência de doenças em outras partes do corpo (FEITOSA, 2004). Observou-se que o exame das mucosas tem seus critérios, onde deve-se ser feito apenas em locais iluminados ou utilizando-se luzes brancas, isso se dá devido a necessidade de se observar a coloração das mucosas, sendo elas oculopalpebrais, nasal, bucal, vulvar, prepudal e raramente anal e tendo as colorações denominadas entre pálida, congesta ou hiperêmica, cianótica, ictérica. Em grandes animais, como os equinos, se tem muita facilidade de avaliar as mucosas nasais, devido a abertura ampla e flexíveis das suas narinas. Na avaliação dos linfonodos, baseia-se em inspeção, palpação e, caso necessário, realização de biópsia dos linfonodos. Se a pelagem é longa e a pele muito pigmentada, a inspeção torna-se impossível. A palpação é de melhor valia para detectar alterações significativas que envolvam direta ou indiretamente o sistema linfático. Deve-se avaliar o tamanho, consistência, sensibilidade, mobilidade e a temperatura de todos os linfonodos examináveis e sempre bilateralmente, para que se possa determinar se o processo é localizado (uni ou bilateral) ou generalizado (FEITOSA, 2004). Nos grandes animais, a avaliação dos linfonodos é na região mandibulares ou maxilares, pré-escapulares ou cervicais superficiais, poplíteos, mamários, inguinais superficiais ou escrotais, levando em consideração as características examináveis desses linfonodos como, tamanho, sensibilidade, consistência, mobilidade, temperatura.
SPINOSA, Helenice de Souza. FARMACOLOGIA APLICADA À MEDICINA
VETERINÁRIA. Sexta edição. Os autores abordam nesse livro a Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária de um modo geral. O objetivo desse resumo crítico e reflexivo é levantar os conceitos de vias de administração de medicamentos, de um modo geral, oferecer uma abordagem mais focada aos vários fatores que devem ser considerados na escolha de uma via de administração. Esses fatores vêm desde a necessidade de efeito sistêmico ou localizado, para o efeito (curto ou longo), características físico-químicas do medicamento (resistente a hidrólise em meio ácido etc.), entre outros (SPINOSA, 2017). É de acordo que há as principais vias de administração a serem utilizadas por um profissional da área, e certo de que a e escolha esteja certa, oferece um bom manejo nos cuidados necessários. Durante a escolha da via digestiva, devemos saber que para que um medicamento seja de fato absorvido no organismo é necessária uma atuação da circulação sistêmica através da via oral, sublingual, retal e ruminal, devido ao intestino delgado ser o principal órgão de absorção de todos os medicamentos administrados por via oral. As formas farmacêuticas existentes como suspensões, comprimidos, cápsulas, tabletes, tem a capacidade de se inserir no sistema gastrointestinal. A administração de medicamentos por via oral é bem mais segura do que por vias parenterais e evita que haja irritação tissular no local da injeção. No entanto, é muito marcante a variação inter – e intraespécie na biodisponibilidade quando se administra o medicamento por esta via (SPINOSA, 2017). Quando é afirmado isso, vemos que os vários tipos de formas farmacêuticas existentes que incluem soluções, líquidos, suspensões, géis, pastas, pós solúveis, é produzida pela determinação do que a espécie necessita. É visto também que na escolha dessa administração, a facilidade que oferece através do manejo, pelo ponto de vista do bem-estar do animal, onde ao utilizar-se esses medicamentos, temos a diminuição de estresse do animal, uma liberação prolongada do medicamento no organismo além da facilidade do tutor se administrar essa medicação. A administração por via retal tem uma desvantagem no ponto de vista geral, por ser uma área que oferece uma absorção irregular e incompleta, mas sendo bastante necessária de acordo com o que o animal precisa, como por exemplo, em gatos com epilepsia. Na administração por via ruminal, a autora fala sobre seu uso restrito a medicamentos com ação no rúmen (SPINOSA, 2017). As vias de administração parenteral oferecem diversas opções através da via intravenosa, intramuscular e subcutânea. Devendo-se atentar ao tipo de espécie em que se está trabalhando, de acordo com as suas particularidades, dependendo também da formulação farmacêutica em que se é trabalhada. Na via intravenosa, temos um efeito rápido e a chance de se administrar grandes doses, além do uso de substâncias que são irritantes, utilizando-as diluídas para melhor controle. Apesar das desvantagens que a autora esclarece, como embolias, infecções por contaminação, a via de fato oferece uma facilidade para trabalhar. As vias de administração intramuscular, oferece a conveniência de ser fácil emprego e pela considerável quantidade de preparações parenterais produzidas como formulação de longa duração (SPINOSA, 2017). Na área de Medicina Veterinária, a via é muito utilizada devido a vantagem de uma absorção muito rápida, apesar das desvantagens de se utilizar podendo ocorrer dor e lesões musculares. A via de administração subcutânea, é uma via que se utiliza também pela forma insolúvel tendo uma liberação lenta no organismo, muito utilizada em gatos e cães. Encontramos outras vias parenteral para se administrar medicamentos como, intradermal, intraperitoneal, intracardíaca, intratecal, epidural, intra-articular.