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Bases Farmacológicas da Terapêutica Veterinária

Aluna: Andrela Thayanne de Souza Loureiro

1 Resumo crítico e reflexivo sobre vias de administração (livro: Farmacologia Aplicada


a Medicina Veterinária, SPINOSA) e sobre exame físico geral de grandes animais
(livro: A arte do diagnóstico, FEITOSA):

FEITOSA, Francisco Leydson. Semiologia Veterinária – A arte do diagnóstico.


Segunda edição.
A abordagem do autor resulta em especificar em detalhes o processo do exame
físico geral ou de rotina. O objetivo desse resumo crítico e reflexivo é levantar as
principais especificações para o procedimento em grandes animais, de um modo geral
numa perspectiva que abrange os estudantes como elementos na etiologia da
aplicação das técnicas além de colaborar no conhecimento da disciplina de Bases
Farmacológicas da Terapêutica Veterinária.
As dificuldades de aplicar as técnicas de um exame físico geral em animais, é
muito mais além do que se imagina, e se dá pela forma de contato direto que se tem
com o paciente. A necessidade de se ter um amplo conhecimento para oferecer um
tratamento terapêutico adequado, vai desde a anamnese, aonde vimos que muitas
vezes a queixa principal não é ligada diretamente com o sistema que está em
comprometimento naquele momento, ao exame físico geral de fato, que permite ao
profissional identificar o estado de saúde em que o paciente se encontra.
Está problemática pode ser trabalhada por meio de um cronograma a ser
seguido por etapas de acordo com a espécie em que se trabalha. É bem verdade que,
algumas vezes, as circunstâncias obrigam o clínico a modificar o cronograma de
exame, fazendo com que o mesmo só venha a ser realizado em sua totalidade depois
de afastadas algumas condições que possam colocar em risco a vida do animal
(FEITOSA, 2004). Diante dessa perspectiva mostra-se evidente uma necessidade de
avaliar primeiramente se o animal está em situação de urgência/emergência, com
específicas observações como: Nível de consciência, postura e locomoção, condição
física e corporal, pelame, forma abdominal, características respiratórias, outros, para
assim obter a realização de um diagnóstico e uma intervenção consistente e adequada
em vista do primeiro contato.
O comportamento ou o nível de consciência do animal deve ser avaliado pela
inspeção, considerando, ainda, a sua reação a estímulos, como palmas ou estalos de
dedos. Deve-se considerar a excitabilidade do animal como “diminuída” (apático),
“ausente” (coma), “normal” e “aumentada” (excitado) (FEITOSA, 2004). Durante esse
tipo de avaliação, se faz necessário considerar o nível de temperamento típico de cada
espécie. Em grandes animais, como vacas leiteiras, são espécies dóceis, o que torna
o manuseio mais fácil de ser aplicado, enquanto em bovinos, há uma certa dificuldade
devido ao animal possuir um temperamento diferente das vacas leiteiras, onde o local
de criação se difere de uma espécie para outra, o que torna bastante relevante nas
características de cada animal.
Em relação a postura, é necessário avaliar se o animal assume algum padrão
de postura pouco usual, indicativo, muitas vezes, de anormalidade. Para isso, é
necessário o conhecimento do comportamento da espécie envolvida (FEITOSA,
2004). Quando o autor afirma essa necessidade, é observável que em grandes
animais há essa diferenciação em relação a postura, sendo necessária uma
observação visual a distância, pois quando existe uma alteração fisiológica, a espécie
demostra se afastando do rebanho, postura diferente do habitual, como cabeça baixa,
postura ortopnéica, distensão do pescoço e etc..
O estado nutricional dos animais, deve ser levado em consideração, como diz
Feitosa (2004), quando afirma que convém descrever a condição corporal ou física do
animal de forma objetiva e sem dúbia interpretação, tal como “caquético, magro,
normal, gordo e obeso”. Essa avalição também se faz por observação visual a
distância e por apalpação, levando em consideração aos aspectos do comportamento
alimentar que envolve alterações da apreensão, mastigação, anorexia, disfagia,
obesidade, cada um envolvendo critérios a serem avaliados, devido ao histórico
nutricional não ser controlado devidamente sendo mais difícil de ser checado.
A avaliação geral da pele, nos animais, o estado do manto piloso é também um
bom indicador da saúde física, tanto em relação ao estado nutricional, à constituição
física do indivíduo, quanto ao manejo a que esse animal é submetido (FEITOSA,
2004). Levando em consideração o que o autor afirma, de fato nessa fase de
avaliação, podemos considerar o nível de estado de hidratação em que o animal se
encontra, em grandes animais observamos suas mucosas, quando estão secas se
indica que há desidratação, além de se observar o Tempo de Repleção Capilar, sendo
avaliado na mucosa gengival e considerado normal entre 1 a 2 segundos, o Tempo
de Repleção de Prega Cutânea, sendo avaliado na tábua do pescoço e considerado
normal entre 1 a 2 segundos e a Temperatura das extremidades, onde as
extremidades frias indicam a desidratação. A ligação da avaliação geral da pele com
a estimativa de desidratação e ao estado nutricional do animal se dá aos primeiros
aparecimentos visuais como o ressecamento, enrugamento da pele, elasticidade da
pele, sendo de acordo com o nível de desidratação, espécie e intensidade onde os
sintomas se aprofundarão ainda mais.
Na avaliação dos parâmetros vitais, é de fundamental importância na fase que
antecede o exame físico específico, pois pode sugerir o comprometimento de outro
sistema que não tenha sido abordado ou mencionado pelo proprietário, como também
ajuda a determinar, de forma generalista, a situação orgânica do paciente naquele
momento (FEITOSA, 2004). Em grandes animais, é necessária uma atenção a
temperatura ambiente, sendo feita as observações por avalição dos parâmetros vitais
através da Frequência Cardíaca, Frequência Respiratória, Temperatura Retal. Os
batimentos cardíacos diferenciam-se de cada espécie, em equinos são de 28-40/min,
bovinos 60-80/min, os movimentos respiratórios em equinos são de 8-16/min
enquanto em bovinos são de 10-30/min, temperatura retal em equinos são de 37,5-
39,2 (ºC), enquanto em bovinos são de 37,8-39,2 (ºC). A FC é feita através de
palpação da artéria periférica, auscultação cardíaca, a FR é feita através da
observação do movimento das costelas/flanco ou do ar expirado pelas narinas.
O exame das mucosas, revela a presença de enfermidades próprias
(inflamação, tumores, edema), como também auxilia a inferir conclusões acerca da
possibilidade de alterações que reflitam comprometimento do sistema circulatório ou
a existência de doenças em outras partes do corpo (FEITOSA, 2004). Observou-se
que o exame das mucosas tem seus critérios, onde deve-se ser feito apenas em locais
iluminados ou utilizando-se luzes brancas, isso se dá devido a necessidade de se
observar a coloração das mucosas, sendo elas oculopalpebrais, nasal, bucal, vulvar,
prepudal e raramente anal e tendo as colorações denominadas entre pálida, congesta
ou hiperêmica, cianótica, ictérica. Em grandes animais, como os equinos, se tem muita
facilidade de avaliar as mucosas nasais, devido a abertura ampla e flexíveis das suas
narinas.
Na avaliação dos linfonodos, baseia-se em inspeção, palpação e, caso
necessário, realização de biópsia dos linfonodos. Se a pelagem é longa e a pele muito
pigmentada, a inspeção torna-se impossível. A palpação é de melhor valia para
detectar alterações significativas que envolvam direta ou indiretamente o sistema
linfático. Deve-se avaliar o tamanho, consistência, sensibilidade, mobilidade e a
temperatura de todos os linfonodos examináveis e sempre bilateralmente, para que
se possa determinar se o processo é localizado (uni ou bilateral) ou generalizado
(FEITOSA, 2004). Nos grandes animais, a avaliação dos linfonodos é na região
mandibulares ou maxilares, pré-escapulares ou cervicais superficiais, poplíteos,
mamários, inguinais superficiais ou escrotais, levando em consideração as
características examináveis desses linfonodos como, tamanho, sensibilidade,
consistência, mobilidade, temperatura.

SPINOSA, Helenice de Souza. FARMACOLOGIA APLICADA À MEDICINA


VETERINÁRIA. Sexta edição.
Os autores abordam nesse livro a Farmacologia Aplicada à Medicina
Veterinária de um modo geral. O objetivo desse resumo crítico e reflexivo é levantar
os conceitos de vias de administração de medicamentos, de um modo geral, oferecer
uma abordagem mais focada aos vários fatores que devem ser considerados na
escolha de uma via de administração.
Esses fatores vêm desde a necessidade de efeito sistêmico ou localizado, para
o efeito (curto ou longo), características físico-químicas do medicamento (resistente a
hidrólise em meio ácido etc.), entre outros (SPINOSA, 2017). É de acordo que há as
principais vias de administração a serem utilizadas por um profissional da área, e certo
de que a e escolha esteja certa, oferece um bom manejo nos cuidados necessários.
Durante a escolha da via digestiva, devemos saber que para que um
medicamento seja de fato absorvido no organismo é necessária uma atuação da
circulação sistêmica através da via oral, sublingual, retal e ruminal, devido ao intestino
delgado ser o principal órgão de absorção de todos os medicamentos administrados
por via oral. As formas farmacêuticas existentes como suspensões, comprimidos,
cápsulas, tabletes, tem a capacidade de se inserir no sistema gastrointestinal.
A administração de medicamentos por via oral é bem mais segura do que por
vias parenterais e evita que haja irritação tissular no local da injeção. No entanto, é
muito marcante a variação inter – e intraespécie na biodisponibilidade quando se
administra o medicamento por esta via (SPINOSA, 2017). Quando é afirmado isso,
vemos que os vários tipos de formas farmacêuticas existentes que incluem soluções,
líquidos, suspensões, géis, pastas, pós solúveis, é produzida pela determinação do
que a espécie necessita. É visto também que na escolha dessa administração, a
facilidade que oferece através do manejo, pelo ponto de vista do bem-estar do animal,
onde ao utilizar-se esses medicamentos, temos a diminuição de estresse do animal,
uma liberação prolongada do medicamento no organismo além da facilidade do tutor
se administrar essa medicação.
A administração por via retal tem uma desvantagem no ponto de vista geral,
por ser uma área que oferece uma absorção irregular e incompleta, mas sendo
bastante necessária de acordo com o que o animal precisa, como por exemplo, em
gatos com epilepsia.
Na administração por via ruminal, a autora fala sobre seu uso restrito a
medicamentos com ação no rúmen (SPINOSA, 2017).
As vias de administração parenteral oferecem diversas opções através da via
intravenosa, intramuscular e subcutânea. Devendo-se atentar ao tipo de espécie em
que se está trabalhando, de acordo com as suas particularidades, dependendo
também da formulação farmacêutica em que se é trabalhada. Na via intravenosa,
temos um efeito rápido e a chance de se administrar grandes doses, além do uso de
substâncias que são irritantes, utilizando-as diluídas para melhor controle. Apesar das
desvantagens que a autora esclarece, como embolias, infecções por contaminação, a
via de fato oferece uma facilidade para trabalhar.
As vias de administração intramuscular, oferece a conveniência de ser fácil
emprego e pela considerável quantidade de preparações parenterais produzidas
como formulação de longa duração (SPINOSA, 2017). Na área de Medicina
Veterinária, a via é muito utilizada devido a vantagem de uma absorção muito rápida,
apesar das desvantagens de se utilizar podendo ocorrer dor e lesões musculares.
A via de administração subcutânea, é uma via que se utiliza também pela forma
insolúvel tendo uma liberação lenta no organismo, muito utilizada em gatos e cães.
Encontramos outras vias parenteral para se administrar medicamentos como,
intradermal, intraperitoneal, intracardíaca, intratecal, epidural, intra-articular.

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