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Se o débito cardíaco cai, não chega sangue o suficiente nas arteríolas aferentes o que diminui a
filtragem, diminuindo a pressão sanguínea, para isso aumenta-se a absorção de sal ou o
organismo faz vasoconstrição periférica até se normalizar, o que não pode demorar, pois gera
outros tipos de problemas.
Doença Renal: Estamos falando de anormalidades da estrutura que pode levar a alterações
funcionais. Qualquer anormalidade da estrutura ou função do rim, geralmente subclínica. Isso
pode gerar uma insuficiência renal, que é uma síndrome, que pode ser aguda ou crônica.
Aguda: Que aparece em um curto espaço de tempo, que levam a perda de função de forma
súbita, acontece através de queda de volume vascular, doenças vasculares (trombos) ou
medicamentosas.
Crônica: Acontecem a longo prazo, e apresentam vários estágios de doença renal crônica.
- Pré renal: Baixa perfusão renal (Associado a baixo débito cardíaco), hipovolemia e Insuficiência
cardíaca (IC).
- Pós Renal: Associado ao que passou pelo rim, como obstrução do fluxo urinário (uretra, bexiga,
lesões neurológicas). Podem levar um pouco mais de tempo e podem ser mais revertidas.
Quando temos uma doença renal que causa perca de 75% da função total (ambos os rins) ou
mais da função renal (taxa de filtração glomerular), afirmamos que ele tem insuficiência renal.
Isso causa retenção de ureia (grande problema por ser tóxica) e creatinina, e isso vai gerar sinais
clínicos como anorexia, hálito urêmico, vômito e diarreia. Ulceração de Trato gastrointestinal.
Uremia: Síndrome clínica patológica dos animais com aumento de ureia e creatinina. O mau
hálito com discreto odor de urina é um dos primeiros sintomas da uremia. Outras alterações
importantes são a gastrite, náuseas e vômitos. Também vemos com frequência as úlceras e as
hemorragias digestivas, que se manifestam por dor na região do estômago ou ainda vômitos ou
fezes com sangue vivo ou escurecido.
Todo animal que tem UREMIA, tem azotemia, mas nem todo animal que tem azotemia tem
uremia!
Porque que a Ureia causa lesão? Causa necrose células endoteliais (lesão vascular) levando a
inflamação local.
Quando tem lesão vascular, o que acontece? Pode causar trombo, hemorragia, aumento de
permeabilidade vascular, edema. No estômago, ou lesão em mucosas, na luz gástrica existem
bactérias chamadas uréases positivas, elas agem sobre a ureia (que é um gás), essas bactérias
transforma a ureia em amônia, a amônia por sua vez lesiona o epitélio. Por isso que o vômito é
muito comum, pois existe lesão em ambos os locais, tanto epitélio quanto lâmina própria.
Devido ao processo inflamatório, o estômago continua eliminando o suco gástrico, o que lesiona
o órgão, o que faz a gastrite ser um sintoma muito comum. Isso causa vômitos com sangue
digeridos, o que é chamado de borra de café.
Pulmão, também por ser muito irrigado, os vasos sofrem processo inflamatório, aumenta a
permeabilidade vascular o que causa edema no pulmão, que faz o animal morrer por
insuficiência respiratória.
Calcificação distrófica: Deposição de cálcio quando existe lesão necrótica. Acontece com
frequência no estômago e no pulmão (quando acontece no pulmão, ocorre a calcificação dos
alvéolos, aspecto de pedra pome).
Isso vai fazer com que a glândula Paratireoide aumente, o que causa um hiperparatireoidismo
secundário renal, ou seja, causado pelo rim.
Osteodistrofia fibrosa: Quando o quadro se agrave e se retira por muito tempo o cálcio do osso,
ele perde muito cálcio, tornando-se muito fibroso “mole”, porém esse é um caso muito crônico.
Displasia renal: Não é frequente. Também é uma alteração de desenvolvimento que ocorre
durante a formação do rim no período fetal. Pode ter envolvimento com agentes infecciosos
que a mãe teve durante a gestação. Glómerulos imaturos ou ausentes, túbulos malformados,
dilatados, com fibrose. Possui alteração de formato. Também é congênita. Existem raças mais
pré-dispostas a apresentarem, porém é raro.
Lesões de pouco significado: Quando apresentam deformações que não interferem na vida e
bem estar do animal. Geralmente são achados de exames.
Cistos Renais:
- Adquiridos: Cistos de retenção, rins displásicos, DRC. São cistos de túbulos, que se dilatam e
formam cistos.
- Congênitos: Simples ou múltiplos (Hamster, gatos, cães, suínos e terneiros). Múltiplos que são
problemáticos, sendo o grande problema a doença renal policística FELINAS. Existe um gene
PKD, responsável pelas formações dos túbulos, existe gente que causa essa doença. Se
manifesta em ambos os rins e é progressivo.
Distúrbios circulatórios:
Lesão vascular:
Técnicas de Necropsia:
Deve ser descrito apenas o que está alterado, o que é considerado normal não precisa ser
descrito.
Causa infecciosa, tóxica e isquêmica, podem levar a uma degeneração de células tubulares,
necrose e descamação das células, isso pode ser definido como NEFROSE TUBULAR (desuso) ou
NECROSE TUBULAR AGUDA (mais atual), a partir disso, pode ocorrer uma regeneração (por ser
uma célula epitelial) ou atrofia.
Após a doença (necrose), as células se soltam da membrana basal, ficando livres na luz do túbulo
e fazem obstrução dos túbulos, isso gera um dos principais sinais clínicos na fase inicial é uma
obstrução urinária, causando anúria (ausência de urina) ou oligúria (pouca produção de urina).
Esses são os sinais clínicos de necrose tubular, podendo evoluir para uma insuficiência renal
aguda.
3 principais causas:
Causas Isquêmicas: Diminuição de aporte de sangue/oxigênio.
- Hemorragia severa.
Causas tóxicas:
- Metais pesados (mercúrio inorgânico, arsênio inorgânico, principalmente chumbo (faz lesão
específica, lesionando SNC, medula óssea, baço, fígado, rim (células hematopoiéticas em geral)
fazendo corpúsculo de inclusão), cádmio, tálio). Excesso de cobre em ovinos causa hemólise.
- Etilenoglicol: Em excesso forma cristal perivascular no tecido nervoso e necrose tubular aguda.
Hemoglobina é uma proteína presente nos glóbulos vermelhos e a responsável pela coloração
vermelha do sangue. Essa proteína, que tem como função o transporte de oxigênio pelo
organismo, pode apresentar-se de diferentes formas, sendo a hemoglobina a mais comum em
indivíduos adultos.
Glómerulo: Rede de vasos de capilares fenestrados, com células mesangiais, podócitos, que tem
que estar em perfeito funcionamento para que a filtração ocorra de maneira ideal. Só passam
na barreira de filtração (formado por capilares fenestrados, células mesangiais e podócitos) Íons
e moléculas muito pequenas que vão ser eliminadas na urina.
Causa lesões que faz o aumento da permeabilidade, podem causar vasodilatação, edemas,
necrose, hemorragias, podendo até ter trombo, isso aumenta a permeabilidade, dando
passagens de líquidos e substâncias que antes não passavam, como por exemplo proteína, uma
delas é albumina, isso causa uma Hipoproteinemia (Albumina: Responsável para aumentar a
pressão oncótica.) o que causa EDEMA! (Esse edema é sistêmico, pode acontecer em qualquer
lugar! Subcutâneo, Cavidade abdominal, Cavidade torácica...).
Pressão oncótica: Pressão externa, que mantém o plasma dentro dos vasos. Exercida pelas
proteínas (Albumina).
Pressão Hidrostática: Pressão interna que o fluxo do sangue faz contra as paredes dos vasos,
elimina o plasma e demais itens que devem ser eliminados.
Causas virais: Vírus que causam lesões endoteliais. Adenovírus (Causa Hepatite infecciosa
canina), artevírus (Lesões em artérias e capilares), coronavírus felino (PIF) e herpesvírus.
Causas Bacterianas: Chegam nos rins por êmbulos bacterianos, ou seja, a infecção existe em
outro local, que chegaram nos rins pela circulação. (Actinobacillus equuli; Erysepelothrix sp;
Streptococcus spp; Trueperelle puogenes; Corynebacterium pseudotuberculosis).
Amiloidose (Não é uma inflamação, causa glomerulopatia que é uma doença não inflamatória):
Tipos AL, AA. Causas: Macro (Aumentados, pálidos, mais firmes e aparência granular na cortical)
e Micro (Coloração Vemelho congo para corar). Sharpey e Abssínios são pré-dispostos. Também
em cavalos produtores de soros. Mieloma múltiplo (Neoplasia), pode ter desenvolvimento de
Amiloidose.
Intersticio: Espaço entre as estruturas, entre túbulos, vasos sanguíneos e demais estromas.
Causas em Caninos:
- Leptospira sorovar canicola (muito comum em rins de cães), icterohaemorrha giae (Muita
hemorragia), Adenovírus tipo II, Herpesvírus canino, Leishmaniose e Erliquiose.
Causas em Bovinos:
- E. coli, Salmonella sp, Brucelose, Febre catarral maligna, leptospirose (L. interrogans Pomona)
Causa em Equinos:
O fisiológico e sistema de defesa para não aconteça a volta da urina é o bom funcionamento do
ureter (peristaltismo – Movimento de ordenha) e da esfíncter (junção) vesicoureteral, quando a
cistite é grave pode prejudicar a função da junção e toxinas bacterianas que diminuem a atuação
do ureter, permitindo o refluxo da urina, atingindo o rim.
Bactérias gran negativas excretam toxinas que diminuem o peristaltismo do ureter, que facilita
a voltar da urina na pelve.
Causas mais comuns: Klebsiella sp, E. coli, Proteus, Staphulococcus, Streptococcus, Pseudomonas
aeruginosa, Corynebacterium renale (Pielonefrite contagiosa bovina) e Eubacterium suis. (As
duas últimas causam pielonefrite infecciosas.)
Macro: Geralmente bilateral, mas não simétrica (Agudo: espessada, vermelha, secreção, rugosa
/ Crônico: necrose: extensa, deformidade e fibrose).
Pode causar pielonefrite química não infecciosa: Quando existe uma obstrução que faz somente
a urina voltar para o rim, não tem bactérias envolvida.
- Ectopia ureteral: Quando está posicionado no lugar errado. O animal pode se adaptar ou gerar
infecções secundárias.
(*Úraco: Estrutural fetal que liga a bexiga ao cordão umbilical. O persistente, liga a bexiga até o
umbigo. Isso causa que gotejamento de urina no umbigo, podendo causa infecção e infecção da
parede abdominal, de forma química chamada de peritonite química).
Urolitíases: Formação de cálculo (urólitos) urinário. São precipitações de solutos, com deposição
de células ao redor. Pode ser secundário a uma cistite, ou por conta do urólito desenvolver
cistite.
Neoplasias:
Bexiga: Tem se tornado mais comum. (Não se pode fazer biópsia aspirativa).
Sistema Cardiovascular:
Compreendendo a fisiopatologia:
Funções: Fornecer oxigênio e nutrientes, remover gás carbônico e outros metabólitos, fazer a
distribuição de hormônios e outros reguladores, termorregulação e contribui na formação de
urina (Pressão intraglomerular).
Tudo isso descrito é para manter uma compensação do débito cardiovascular, acontece ou de
uma forma fisiológica ou que já apresente uma doença. Se acontecer a persistência desses
mecanismos por muito tempo, pode causar problemas e alterações clínicas, causando
patologias.
O organismo existe um limite para utilizar de compensações, caso a utilização recorrente desses
mecanismos pode começar a causar problemas (alterações químicas – Insuficiência cardíaca),
geralmente associado a idade ou patologias mais graves.
Insuficiência cardíaca: Síndrome que pode ser aguda ou crônica. Baixa ejeção ventricular
(VD/VE) e baixo retorno venoso.
Dilatação: Sobrecarga de volume. Aumenta a luz da câmara, deixando a parede cardíaca fina.
Devido a câmara estar sempre carregada, acaba ocasionando o afrouxamento das fibras
musculares.
Animais com hipertireoidismo, produzem mais hormônios que aumentam o estímulo cardíaco.
(Excesso de T4).
- Excêntrica: Sobrecarga de volume. Neste caso o coração cresce para fora, existe o aumento da
luz e da circunferência. A parede tende a ficar da espessura normal, porém o coração aumenta
de tamanho. A diferença da dilatação é que a parede (na dilatação) fica mais fina.
O que causa:
- Arritmias
Colapso, perda de consciência, grande alteração de função cardíaca e pressão sanguínea e morte
inesperada.
Insuficiência cardíaca congestiva: Quando crônica. Leva a congestão, hiperemia passiva de todo
o sistema nervoso.
O que causa:
- Cardiopatias
- Doenças vasculares
Esquerdo
Principal sinal clínico de doença cardíaca esquerda: Hiperemia passiva pulmonar e edema
pulmonar, causando dispneia, cansaço ou até tosse.
Fígado em aspecto de noz moscada (Clássico da IC): Quando tem hipóxia sistêmica, o centro
lobular sofre necrose pela falta de oxigênio.
Anomalias do Desenvolvimento: Defeitos genéticos, associados a mutações gênicas.
Possivelmente associado a prenhez.
Esteanose pulmonar
Estenose subaórtica
O forame oval é um canal entre os dois átrios que possibilita na vida fetal, que o sangue
oxigenado flua através do forame oval, do átrio direito para o átrio esquerdo, graças a maior
pressão existente no átrio direito. Após o nascimento ocorre uma inversão da pressão, e isso
faz com que haja o fechamento do forame oval.
Pequenos defeitos não trazem prejuízos significativos à saúde do animal, defeitos maiores
promovem o desvio de sangue do átrio esquerdo para o direito, ocasionando em hipertrofia
excêntrica do ventrículo direito e hipertensão pulmonar, seguida de cianose.
O septo interventricular é constituído por uma porção membranosa e uma porção muscular,
que se desenvolvem, resultando na oclusão da comunicação entre os dois ventrículos. A não
oclusão dessa comunicação, geralmente decorrente de alterações no crescimento do septo
membranoso, resulta no defeito do septo interventricular.
Pequenos defeitos no septo não prejudicam significativamente a função do órgão, se o defeito
for significativo, um desvio de sangue do ventrículo esquerdo para o direito ocorrerá, podendo
levar o animal à morte logo após o nascimento ou levar ao aparecimento de sinais clínicos em
poucas semanas ou meses. O que se observa é hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo
devido ao aumento do volume sanguíneo que chega dos pulmões e hipertrofia concêntrica do
ventrículo direito devido à sobrecarga de pressão.
Hereditariedade aparente nas raças de pastor alemão e boxer. Ocorre a formação de uma
espessa camada de tecido conjuntivo fibroso no ventrículo esquerdo abaixo das válvulas
semilunares aórticas, resultando em dificuldade do fluxo sanguíneo para a aorta. Como
consequência da obstrução, observa-se hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo.
2) Tetralogia de Fallot:
Dextroposição da aorta: Ou seja, sua origem pode ser biventricular, a aorta recebe
sangue de ambos os ventrículos.
Defeito no septo interventricular: O sangue do ventrículo esquerdo flui para o ventrículo
direito, e consequentemente para a aorta.
Estenose da artéria pulmonar: Como a artéria pulmonar apresenta estenose (diminuição
da luz), pouca quantidade de sangue do ventrículo direito passa para os pulmões,
deixando o lado direito submetido a uma sobrecarga de pressão.
Hipertrofia ventricular direita secundária ou compensatória: Devido a sobrecarga de
pressão, por causa da estenose da artéria pulmonar, desenvolve-se uma hipertrofia
concêntrica do miocárdio ventricular direito.
1) Hidropericárdio:
O saco pericárdio apresenta, normalmente, uma pequena quantidade de fluído seroso e claro
para lubrificação dos folhetos. O hidropericárdio é o acúmulo excessivo de líquido dentro do
saco pericárdio e é considerado um transudato. O líquido apresenta-se como fluído aquoso,
claro, transparente ou ligeiramente amarelado.
Acúmulo excessivo de fluído no saco pericárdico sem ocorrer alteração dos folhetos, que
permanecem lisos e brilhantes. Em alguns casos, pode ocorrer o espessamento e a opacidade
dos folhetos quando o fluido permanece acumulado por um período prolongado.
2) Hemopericárdio:
Pericardite
É o processo inflamatório do pericárdio que envolve os folhetos visceral e parietal. O tipo de
pericardite e determinado pelo tipo de exsudato, podendo ser classificado como seroso,
fibrinoso ou supurado.
Endocardiose valvular
Também conhecida como degeneração mixomatosa ou mucoide das válvulas. É uma
importante doença valvular, frequentemente diagnosticada em cães. Ocorre a deposição de
glicosaminoglicanos associado à degeneração de colágeno da válvula (herança genética).
Todas as válvulas podem ser acometidas, porém a maior casuística é na mitral. Sua
incidência aumenta com a idade, a endocardiose valvular também é conhecida como a
doença do cão velho.
Isso é comum nas raças Cavalier king, Charles spaniel, Poodle, Schnauzer, pinscher, fox
terrier e Boston terrier. Os machos são mais acometidos.
Mineralização
A mineralização subendocárdica apresenta-se associada a uma série de desordens que
levam a deposição de cálcio e outros minerais no endocárdio e na íntima das artérias
elásticas. Observam-se múltiplas placas firmes, irregulares, de coloração brancacenta. Pode
ser observada no endocárdio do átrio direito de cães com endocardite viral ulcerativa
consequente de uremia. As mineralizações decorrem da degeneração fibrinoide do tecido
conjuntivo promovida pelas altas concentrações séricas de ureia, creatinina, e outros
compostos nitrogenados do catabolismo proteico.
- Deficiência de selênio e Vitamina E: Faz necrose de músculo, tanto cardíaco quanto estriado
esquelético. (Qualquer espécie está sujeita, mas principalmente animais de produção e suínos).
- Intoxicação por gossipol (Componente da semente do algodão), pode ser utilizado em rações
para suínos.
- Infecciosas
Se aparece coagulo no ventrículo esquerdo é porque estava com doença contrátil, pois devido
ao rigor mortis, o coração expulsa o sangue.
Miocardite
Processo inflamatório do miocárdio, e está associado a uma variedade de doenças sistêmicas.
Pode ser focal, multifocal ou difusa, depende do agente infeccioso envolvido e pode ter necrose
associada. Aqui a inflamação é muito maior, pois é causada por agentes infecciosos.
A via de infecção mais comum é a hematógena, mas também ocorre por extensão de
endocardites e pericardites. No processo inflamatório focal, após a resolução pode-se observar
fibrose, em casos mais difusos podem levar o animal à morte por insuficiência cardíaca aguda
ou crônica.
Miocardite necrosante: Pode ser causada por protozoários como Neospora caninum em
cães e Toxoplasma gondii em cães e gatos. Trypanossoma cruzi também causa essa
miocardite em cães, sendo inicialmente granulomatosa necrosante e tardiamente,
miocardite crônica fibrosante.
Bactéria:
- Necrotizante hemorrágica: Causado pelo Clostridium, que fazem lesões musculares com
produção de gás, pode atingir a musculatura cardíaca.
Hestiócitos = Macrófagos.
Cardiomiopatias
- Macrocospia: Perde o ápice, ela fica arredondada (globoso) com infiltração de tecido adiposo,
câmaras muito grandes e com parede fina e musculatura flácida e com muita palidez. Causa
congestão e edema pulmonar. Em caso de insuficiência bilateral, ocorrerá congestão de veias
cavas e jugulares, ascite e hidroperitônio.
Sinais clínicos: Letargia, intolerância ao exercício, anorexia, síncope, tosse, dispneia e ascite
A cardiomiopatia dilatada felina tem sido associada a deficiência de taurina, para que ocorra
leva-se um tempo prolongado, por isso, os animais acometidos são geralmente gatos de meia
idade. Há diminuição da contratilidade do coração, com redução de débito cardíaco e
insuficiência cardíaca. Alguns gatos podem desenvolver um tromboembolismo aórtico, o
coração perde o formato cônico normal e se apresenta globoso, em decorrência da dilatação
biventricular. As paredes ventriculares são delgadas e flácidas, e ocorrem aumento das câmaras
ventriculares e achatamento dos músculos papilares.
A cardiomiopatia dilatada canina acomete cães jovens e adultos, geralmente machos (pois é
uma doença hereditária ligada ao cromossomo x e recessiva), de raças de grande porte, como
São Bernardo, dobermann, boxer, afgan hound, dálmata, bull mastiff e terranova. Acredita-se
que a deficiência nutricional de carnitina possa estar envolvido na patogenia em cães da raça
boxer. Baixas concentrações de taurina já foram identificadas, outra causa é a administração de
antineoplásico, porém degeneração miocárdica e fibrose podem ocorrer como manifestação
cardiotóxica. O coração perde o formato cônico normal e se apresenta globoso, em decorrência
da dilatação biventricular. As paredes ventriculares são delgadas e flácidas, e ocorrem aumento
das câmaras ventriculares e achatamento dos músculos papilares.
- Causas hereditárias e as causas que podem ser de doenças primarias, ou seja, ela vai ser sempre
secundária a algo.
A cardiomiopatia hipertrófica felina é a mais comum entre felinos, e se caracteriza por uma
desordem diastólica, suspeita-se de um caráter autossômico recessivo, é uma causa importante
de trombos no endocárdio do átrio esquerdo, que podem se desprender, causando obstrução
da artéria abdominal. Parece ser hereditária em Maine Coon E American Shorthair.
Hipertrofia ventricular e mais comum em VE: Dilatação AE, formação de trombo dentro do átrio
devido a estagnação de sangue, as veias pulmonares fazem mais pressão para jogar sangue
dentro do átrio (fazendo turbilhonamento do sangue), que pode gerar lesão endotelial,
causando o trombo. Essa cardiomiopatia causa congestão de pulmão, o que gera
consecutivamente edemas pulmonares, que é o que leva a óbito.
Cardiomiopatia restritiva:
50% fazem tromboembolismo de aorta abdominal caudal (“trombo em sela”), cerca de 10 a 20%
dos animais tem paresia de posterior.
(Felinos tem a região de final da aorta abdominal que é mais estreito, que é comum a deposição
dos trombo-êmbolos, o que é chamado de trombo em sela, pois se instala na bifurcação das
artérias ilíacas, o que gera quadro de anóxia nos membros pélvicos, faz as extremidades dos
membros ficarem frios, coxins cianóticos, causa paresia e o animal passa a arrastar os membros
podendo causar gangrena em casos mais longos).
- Em cães de grande porte pode ocorrer hipertrofia concêntricas, mas sem causa genética, por
exemplo hipovolemia, em animais com anemia crônica. Hipertiroidismo (Devido ao aumento de
frequência cardíaca, que vai aumentar a pressão, o que leva ao acontecimento da miopatia).
Neoplasias do coração
Rara nos animais domésticos, exceto pelo hemangiossarcoma em cães e pelo neurofibroma em
bovinos. Já as neoplasias secundárias (metastáticas) são relativamente comuns, sendo o linfoma
e os carcinomas as mais frequentes. O rabdomioma é uma neoplasia benigna oriunda de fibras
musculares estriadas primárias do coração e rara nos animais domésticos, conhecido como
rabdomioma congênito e considerado uma lesão não neoplásica, um hamartoma. Os nódulos,
na parede ventricular, são únicos ou múltiplos, acinzentados, bem delimitados, não
encapsulados, sólidos ou císticos, com tamanho que varia até 3 cm de diâmetro.
O neurofibroma é uma neoplasia benigna dos nervos periféricos. É observada com maior
frequência em bovinos, são nódulos solitários ou múltiplos localizados no epicárdio ou no
miocárdio.
O linfoma é uma neoplasia maligna de linfócitos. É a principal neoplasia secundária que acomete
o coração, sendo frequente em bovinos e cães. observase formação de uma ou mais massas
nodulares delimitadas ou difusas, de coloração brancacenta e consistência friável, localizadas na
parede atrial ou ventricular. A invasão do miocárdio, principalmente do átrio direito, é uma
ocorrência frequente, principalmente em bovinos com quadro de leucose. O linfoma cardíaco
pode causar morte por insuficiência cardíaca.
O tumor do corpo aórtico é uma neoplasia frequente em cães e incomum em gatos e bovinos.
Raças caninas braquiocefálicas, como Boxer e Bulldog, têm maior predisposição para o
desenvolvimento do tumor, além do fator genético, estão sujeitas a esforço respiratório crônico,
as massas são simples ou múltiplas, brancacentas, firmes e de tamanho variado e estão
localizadas na adventícia da aorta, próximo à inserção do saco pericárdico na base do coração.
- Metástaticas: Linfoma (Neoplasias malignas, não é muito comum, mas tumores de mama
podem causar neoplasias cardíacas).
- Leucose enzoótica bovina: Vírus com ação mutagênica, se incorpora no material genético, e
nessa incorporação, gera mutações que induz a origem de neoplasias (Linfoma). Coração é um
dos alvos (Miocárdio), no caso dos bovinos, além dos linfonodos e abomaso. Nos gatos, afeta os
linfonodos.
Vasos sanguíneos
O sistema vascular sanguíneo é dividido em sistema arterial, microcirculação (capilares) e
sistema venoso. Esses vasos formam dois circuitos, um responsável pela circulação sistêmica
(transporta sangue oxigenado a todos os órgãos do organismo) e outro, pela circulação
pulmonar (transporta sangue venoso até os pulmões, onde é reoxigenado).
As artérias são vasos eferentes que diminuem de calibre à medida que se ramificam e têm por
função transportar o sangue e levar nutrientes e oxigênio aos tecidos. Capilares, por suas
paredes ocorre o intercâmbio metabólico entre o sangue e os tecidos. As veias são os vasos
aferentes do coração, ou seja, transportam o sangue dos tecidos de volta ao coração. As veias
são formadas pela fusão gradual dos capilares.
A superfície interna é revestida por células endoteliais, apoiadas em uma lâmina basal. As
artérias podem ser classificadas em: artérias elásticas, artérias musculares pequenas e medianas
e arteríolas.
Alterações inflamatórias: A arterite é a inflamação das artérias, vasculite ou angiite são utilizados
quando mais de um tipo de vaso, artérias, veias e capilares estão afetados, flebite e linfangite
também são utilizados para designar inflamação restrita a veias ou a vasos linfáticos,
respectivamente.
A dilatação que ocorre em veias, conhecida como flebectasia, é uma lesão bastante incomum
nos animais domésticos. A telangiectasia é a dilatação dos capilares.
- Aneurisma (Dilatação, mais comum em artérias que veias): Por deficiência de cobre
(importante para formação de fibras elásticas, nessa deficiência, leva alteração), Spiroceta Iupi
(Não é comum) e Strongylus vulgaris (Nematóide do instestino de equino, faz alteração
vascular).
- Hipertrofia: (Tudo que pode causar estímulo crônico, pode levar a hipertrofia): Doenças das
alturas (Não é comum no Brasil, está associada a elevadas altitudes), Aelurostrongylus abstrusus
e Dirofilaria immits (Localiza-se no ventrículo direito e artéria pulmonar).
- Vascultite (Arterite e flebite): Hipersensibilidade tipo III, doença do edema (suínos, 6-14
semanas de idade), ureia, agentes infecciosos, deficiência de vitamina E e selênio (Suíno),
Erysipelothrix rhusiopathiae, peste suína clássica...
Doença do coração de amora: Exclusiva de suínos, acontece por deficiência de vitamina E e
selênio, que causa a doença do músculo branco, que nos suínos o coração continua vermelho,
porque além da necrose do músculo, causa lesão fibrinótica nos vasos causando hemorragia.
Suínos jovens, que apresentam morte súbita e os únicos sinais na necropsia é o hidrotorax e
coração com manchas vermelhas. Vasos tem necrose na parede, e a fibrina começa a extravasar
e se acumular na parede do vaso. Na microcospia: Necrose muscular e necrose de pequenas
artérias. Pode ocorrer no fígado também.
Tríade portal: Ramo da artéria aorta, ramo da veia porta (que vem do fígado, sangue rico em
glicose, aminoácidos) e ramo do ducto biliar (coleta sais biliares que saem dos hepatócitos).
As veias centrolobulares se convergem e formam a veia hepática, que desemboca na veia cava.
A secreção biliar vai da veia porta para o espaço porta, em direção ao ducto biliar, enquanto o
sangue vai do espaço porta para a veia centrolobular.
A zona 1 é a primeira a receber oxigenação, por estar mais próxima a artéria, em caso de hipóxia,
a zona 3 é a mais afetada, por ser a última a ser irrigada.
O capilar sinusóide (vaso sanguíneo) passa entre os cordões de hepatócitos. Existe junto ao
capilar, o espaço de Disse, que é um espaço para as células estreladas, que é ativada em
processos de doenças crônicas/graves. Nessas doenças ela secreta tecido fibrose, ou seja, em
doenças como cirrose, e induz a fibrose do fígado.
Estrutura e Função:
Metabolismo das gorduras:
Os ácidos graxos chegam ao fígado de duas fontes: do intestino (da dieta) ou dos depósitos
adiposos do organismo (quando o animal necessita usar a gordura armazenada para a produção
de energia). Ácidos graxos são absorvidos diretamente do trato gastrintestinal, ligados à
albumina e levados ao fígado pela circulação porta. No entanto, a maioria dos ácidos graxos de
cadeia curta é incorporada em fosfolipídios ou triglicerídios (gorduras) pelo epitélio intestinal e
transportada para o fígado pelo sangue portal. O restante dos ácidos graxos absorvidos do trato
gastrintestinal é transportado como triglicerídios em quilomícrons. Os ácidos graxos liberados
do tecido adiposo chegam ao fígado ligados à albumina.
Os ácidos biliares perfazem até 90% da porção orgânica da bile. São produzidos no fígado pela
oxidação do colesterol, conjugados aos aminoácidos (taurina ou glicina), a sulfatos ou a um
glicuronídio. Os principais ácidos biliares são ácido cólico, ácido quenodeoxicólico, ácido
glicocólico e ácido taurocólico. Ácidos biliares são substâncias anfotéricas que atuam como
detergentes; estes, por sua vez, facilitam a excreção de colesterol e fosfolipídio do fígado pela
bile e a absorção de lipídios e substâncias lipossolúveis (vitamina A, D, E e K) do intestino.
Metabolismo da bilirrubina:
A excreção da bile é a principal função exócrina do fígado. A bile é composta de água, colesterol,
ácidos biliares, bilirrubina, íons inorgânicos e outros constituintes. Os propósitos do organismo
para a síntese da bile são: excretar vários produtos de desgaste do organismo, tais como excesso
de colesterol, bilirrubina e substâncias tóxicas metabolizadas pelo fígado; facilitar a digestão por
meio dos ácidos biliares; fornecer tampões para neutralizar o pH do quimo. A bilirrubina, um
dos componentes principais da bile, é o produto final da degradação do heme.
Hemocaterese: Eritrócitos são as células mais abundantes no nosso corpo, e tem em média um
tempo de vida de 120 dias, são responsáveis por levar oxigenação a todos os tecidos do corpo
graças a hemoglobina, que se liga a molécula de oxigênio e Co2, além de dar a coloração
avermelhada a célula. A hemoglobina, consegue fazer essa ligação graças as moléculas de ferro
que estão dentro dos eritrócitos.
Devido à ausência de núcleo, os eritrócitos desgastados não conseguem se regenerar, por isso,
após seu tempo de vida ele é fagocitado. Essa hemólise acontece na medula óssea, no fígado,
mas principalmente no baço, que por ser muito vascularizado tem a capacidade de selecionar
os eritrócitos, tirar da circulação e destruir (Hemólise) (Sistema Mononuclear Fagocítico: Fígado
e Baço). O ferro liberado após a hemólise no baço é encaminhado para fígado, onde é
armazenado para depois ser utilizado na medula vermelha para fazer a eritropoiese.
Hemoglobina se divide em grupo heme e globina. A globina é quebrada em aminoácidos e
reutilizada na síntese proteica. O grupo heme contém o composto orgânico porfirina, que pela
ação da enzima hemo-oxigenase é convertido em biliverdina (pigmento verde), que pela ação
da enzima biliverdina-redutase, é convertida em bilirrubina (pigmento amarelo).
No baço: A bilirrubina não é solúvel em água, por isso se liga a albumina para se tornar solúvel,
passar pelo sangue e chegar ao fígado, porém Bilirrubina + Albumina é igual a Bilirrubina não
conjugada, quando chega no fígado, se elas se soltam.
No fígado: No retículo endoplasmático liso, a bilirrubina se conjuga a 2 moléculas de ácido
glicurônico, se tornam assim bilirrubina conjugada, desta maneira torna-se solúvel, e vai ser
armazenada na vesícula biliar.
Para chegar ao intestino, é secretada pela bile.
No intestino delgado: Neste órgão ela passa pela ação de bactérias intestinais e é convertida em
uribilinogênio, a maior parte vai para o intestino grosso, uma outra porção para os rins e uma
outra parte volta a vesícula biliar para ser reutilizada para o mesmo propósito.
No intestino grosso: No IG, o uribilinogênio é convertido em estercobilina, o que confere cor as
fezes.
Nos rins: Quando chega aos rins é convertido em uribilina, produto que confere cor a urina.
A bilirrubina é tóxica para o cérebro, porém é um dos melhores antioxidantes para o plasma que
tem objetivo de proteção contra peróxidos hidrossolúveis.
Icterícia (Hiperbilirrubinemia): Tom amarelado da pele e das mucosas.
Icterícia Pré hepático: Acúmulo de bilirrubina não conjugada, devido à grande hemólise,
quantidade muito grande que não consegue ser metabolizada para ser eliminada. Esse processo
sobrecarrega o fígado e causar alguma doença o que interfere no seu funcionamento, fazendo
com que não faça a conjugação correta da bilirrubina e aumentando a taxa desta na circulação
causa a Icterícia de origem hepática.
Doença no fígado (hepático): Podem ser problemas nos hepatócitos ou no ducto biliar, o que
não vai conseguir eliminar mesmo a bilirrubina conjugada. Lesão no fígado, por exemplo
hepatite pode causar icterícia, pois danifica o hepatócito, perde a capacidade de captar,
metabolizar e eliminar.
Condições de Icterícia pós hepáticas: Fluxo de bile está prejudicada, obstrução do ducto biliar,
causando acúmulo na vesícula, ou ruptura da vesícula (origem traumática). Doenças de vesicular
biliar, por exemplo, causa icterícia pós hepática.
- Excesso de Bilirrubina está relacionado com colestase (Obstrução dos canalículos biliares,
causando acúmulo e Bile).
- Doença hemolítica: Sobrecarrega o fígado, o que causa Hepatomegalia por sobrecarga. (É um
dos primeiros órgãos que agentes infecciosos migram para fazer multiplicação, juntamente com
o baço, o que causa lesões.)
No hepatócito, os triglicerídeos são quebrados em ácidos graxos, que serão utilizados para
formar fosfolipídio, ou para produção energética na falta de ATP, ou ainda colesterol... entre
outros.
Lipidose hepática:
Degeneração gordurosa ou esteatose são termos usados para descrever acúmulo visível de
triglicerídios na forma de glóbulos redondos de tamanhos variáveis no citoplasma de
hepatócitos. Nas preparações rotineiras, esses glóbulos aparecem como vacúolos (espaços
vazios) no citoplasma da célula, e o conteúdo do vacúolo pode ser confirmado como gordura
por colorações especiais ou pela microscopia eletrônica. Lipidose ocorre principalmente no
fígado, que é o principal órgão envolvido no metabolismo das gorduras, mas pode também
ocorrer no coração, músculo estriado, rim e adrenais. A lipidose hepática pode ser induzida por
hepatotoxinas que alteram as funções mitocondriais e microssomais, por anoxia ou hipoxia, que
inibe a oxidação de gorduras e, por desnutrição, aumenta a mobilização de ácidos graxos dos
tecidos periféricos e seu aporte no fígado.
- Jejum prolongado: Causa lipidose, especialmente em gatos com 12 a 24 horas, já cães suportam
de 5 a 6 dias.
- Deficiência proteica: Precisa ser conjugado por uma proteína para ser liberado.
- Maior demanda energética: Momentos que o animal precisa de mais energia, ou seja, mais
glicose, para isso precisa ser suplementada. Exemplo, vacas no pico de lactação, fêmeas no final
de gestação, ou gestação gemelar, mais comum em ovinos.
Aumento os triglicerídeos nos hepatócitos, assim que degradados, também será encontrado um
aumento de ácidos graxos nos hepatócitos, esses ácidos entram no ciclo de Krebs e formam
corpos cetônicos, que em excesso são tóxicos. O aumento desses corpos cetônicos é
caracterizado como CETOSE, que causa lesão em vários tecidos, como lesões de radicais livres,
atacando as membranas.
Gatos tem alteração no nível metabólico dos triglicerídeos, o que os tornam mais pré-dispostos.
- Comum em animais obesos, nutricionalmente estressados (param de comer por algum motivo
de incômodo. Animais estressados aumentam o cortisol que aumenta a lipólise [degradação do
tecido adiposo).
6-glicose-fosfatase: Enzima que quebra o glicogênio, mas comum em Maltês. A deficiência por
causar hipoglicemia, com o fígado muito aumentado e pálido.
Amiloidose hepática:
Ocorre na maioria das espécies de animais domésticos. Não é uma única doença, mas um termo
usado para vários distúrbios que causam a deposição de proteínas compostas de mantos de
bainhas βplissadas de fibrilas não ramificadas. Os fígados afetados estão aumentados de volume
e pálidos. Histologicamente, o amiloide hepático aparece como um material eosinofílico amorfo,
geralmente depositado no espaço de Disse ao longo dos sinusoides, mas também nas tríades
portais e na parede dos vasos sanguíneos. É observado como um material eosinofílico amorfo
na coloração especial pelo vermelho Congo, mas torna-se verde birrefringente quando
preparações coradas por essa técnica são examinadas ao microscópio de luz polarizada. Na
amiloidose primária, as fibrilas de amiloide são referidas como amiloide de cadeia leve (AL –
derivado das cadeias leves de imunoglobulinas produzidas por plasmócitos). Amiloidose
secundária ou reativa ocorre como uma consequência de inflamação prolongada, como infecção
ou destruição tecidual crônicas. A amiloidose secundária é a mais comum em animais; é
associada a amiloide derivado da proteína SAA (proteína associada a amiloide sérico) produzida
pelo fígado. Esse tipo de amiloide (AA) pode ser diferenciado do amiloide do tipo AL pelo
tratamento dos tecidos com permanganato de potássio. O amiloide AA é sensível a esse
tratamento e perde a afinidade pelo vermelho Congo. Em cães e gatos, formas familiares de
amiloidose têm sido descritas. Uma predisposição hereditária para amiloidose tem sido
observada em gatos Abissínios e cães SharPei. Casos esporádicos de amiloidose em famílias ou
indivíduos aparentados têm sido observados em cães das raças Beagle, Grey Collie, English
Foxhound e em gatos Siameses.
Fígado é responsável por armazenar e eliminar (controle) de cobre no organismo, porém existe
um limiar de depósito. Ovinos são mais suscetíveis pois o limiar de cobre no fígado é bem menor,
e desenvolvem essa doença devido a alguma doença anterior, ou seja, ela é secundária,
desenvolvem quadros agudos. Cães também apresentam essa doença, mas está associado a
mutações enzimáticas, é menos comum, e apresentam um quadro de insuficiência hepática,
cirrose, desenvolvem quadros crônicos.
Hemólise aguda grave: Causa hemoglobinúria e icterícia, além de necrose hepática por hipóxia.
Fotossensibilização hepatógena:
Comum em herbívoros, que comem capim, liberam clorofila que será degrada no rúmen e
convertida em outros compostos, entre eles a Filoeritrina, que vai para o fígado e liberada em
sais biliares. Situações que levem a obstrução de sais biliares (obstrução de ductos, obstrução
do colédoco...), não causando a liberação, fazendo com que a filoeritrina fique livre na circulação
e pode se depositar nos vasos. Quando livre na luz dos vasos, além de mucosas, pele, olhos,
quando há a incidência de luz UV, ocorre uma reação química com produção de radicais livres,
levando a inflamação, o que pode causar até necrose.
Anomalias de desenvolvimento:
Cistos biliares congênitos: São encontrados ocasionalmente como achado incidental no fígado
de todas as espécies. Podem ser solitários ou múltiplos. Apresentam uma parede de tecido
conjuntivo delgada, são revestidos por epitélio do tipo biliar e contêm líquido claro, razão pela
qual são também referidos como cistos serosos. A origem provável da maioria dessas alterações
congênitas é o desenvolvimento anormal dos ductos biliares intrahepáticos. Esses cistos
congênitos devem ser diferenciados de cistos parasitários, como cisto hidático e Cysticercus
tenuicollis. Cistos múltiplos sem significado clínico ocorrem ocasionalmente no fígado de gatos,
suínos e cães e são considerados malformações do sistema biliar intrahepático. São difíceis de
distinguir de neoplasias císticas do sistema biliar. Cistos congênitos são observados com maior
frequência como achados incidentais em animais jovens, o que sugere que tendem a
desaparecer com a idade.
Fístula Arteriovenosa:
Livro: Derivações (shunts) portossistêmicas adquiridas intra e extrahepáticas ocorrem devido à
hipertensão portal secundária e a várias doenças hepáticas crônicas. São comunicações entre o
sangue portal e a circulação sistêmica. O prejuízo funcional dessas comunicações decorre do
fato de o sangue portal ser desviado dos hepatócitos, comprometendo a neutralização de
substâncias tóxicas pelo fígado. Ao contrário das derivações congênitas – que são únicas ou,
ocasionalmente, duplas –, as derivações portossistêmicas adquiridas são múltiplas, tortuosas e
de aspecto varicoso. Derivações adquiridas originam-se de comunicações portossistêmicas
preexistentes e não funcionais que se dilatam e se tornam funcionais em resposta à hipertensão
portal. Tendem a se desenvolver entre as veias mesentéricas e a veia cava caudal, veia renal
direita ou as veias gonadais.
Aula: Ducto que comunica ramo da artéria hepática com o ramo da veia porta, dentro do
parênquima hepático. Conexão entre os ramos do espaço porta, pode pegar o órgão inteiro ou
só os lóbulos. Indo um fluxo sanguíneo da artéria para a veia, sendo que a veia começa a sofrer
arterialização, o sinal clínico depende do quanto o parênquima for afetado, o problema é
quando é multifocal, em um prazo de meses ou anos, vai haver alteração com sobrecarga da
veia, aumentando a pressão portal, aumentando a pressão hidrostática causando ascite
secundária ao processo ou hidroperitônio, em casos crônicos pode acontecer
neogênese/angiogênese (formação de novos vasos), para dar vasão ao fluxo.
- Conexão de veia porta com veia cava: Nesse caso não é adquirido, é congênito. É um vaso
único, mais calibroso e diferente das neoconjungações. Chamado de Shunt porto-caval. Animal
já nasce com quadros convulsivos, um animal que não vai se desenvolver (devido a perca de
nutrientes), fígado pequeno atrofidado, com lóbulos pequenos, podendo ver de forma
histológica (tudo menor), sem muito sangue. Isso é detectado em uma ultrassonografia. Mais
pré disposto em raças pequenas.
- Existe a conexão intra hepática (mais rara), acontece dentro do espaço porta, ou seja veia porta
com a veia centrolobular.
Necrose/Degeneração hepática:
Congestão aguda ou crônica do fígado está quase invariavelmente ligada à insuficiência cardíaca
direita. Adicionalmente, congestão aguda ocorre em cães em casos de choque por diversas
causas. A uma insuficiência cardíaca direita aguda corresponderá uma lesão congestiva aguda
no fígado. Em casos em que a insuficiência cardíaca direita permanece por longo tempo,
alterações morfológicas características vão se sucedendo no fígado. O sangue acumula-se no
centro do lóbulo, devido ao impedimento do fluxo venoso por estase do sangue na circulação
geral. A estase centrolobular causa anoxia, lipidose e atrofia hepatocelulares e subsequente
perda dos hepatócitos do centro do lóbulo. Eritrócitos ocupam os espaços deixados pela perda
de hepatócitos, formando um lago de sangue. Essas alterações são observadas
macroscopicamente como acentuação do padrão lobular por áreas vermelhas (estase sanguínea
centrolobular) intercaladas com áreas mais claras de hepatócitos periportais mais ou menos
íntegros.
Em cães, gatos e suínos, as bordas dos lobos centrais do fígado tornam-se arredondadas, e há
filtração de líquido por meio da cápsula do fígado; como esse líquido é rico em fatores da
coagulação, tende a coagular, formando aderências de fibrina entre os lobos hepáticos; com o
tempo, há proliferação de tecido fibrovascular sobre essa película de fibrina, formando placas
fibrosas espessas. Esse aspecto do fígado de insuficiência crônica do coração direito é bem
característico para as três espécies. Em cães, o líquido ascítico na insuficiência cardíaca crônica
é vermelho diluído (transudato modificado), ao contrário do líquido claro que ocorre na ascite
resultante de lesão hepática primária crônica. O aspecto do líquido ascítico é valioso para
diferenciar lesões cardíacas primárias de lesões hepáticas primárias em casos de ascite em cães.
Em bovinos, o líquido ascítico é claro, tanto na insuficiência cardíaca como na insuficiência
hepática.
O padrão de noz moscada pode ser imitado por algumas formas de necrose centrolobular tóxica,
mas o termo fígado de noz moscada deve ser reservado para designar a lesão secundária à
insuficiência cardíaca congestiva crônica do coração direito. O espessamento da cápsula
hepática por tecido fibroso e o aspecto arboriforme escuro e deprimido da lesão centrolobular
ajudam no diagnóstico diferencial. O reconhecimento da lesão de noz moscada e o
entendimento de que é uma lesão hepática secundária são importantes, pois a lesão cardíaca
primária deve ser investigada na necropsia. Essas lesões cardíacas podem estar localizadas no
endocárdio (incluindo as valvas), no miocárdio ou no pericárdio. As causas mais comuns de
insuficiência cardíaca congestiva e fígado de noz moscada encontram-se na Tabela 4.1
- Aleatórias multifocal: Não tem uma região específica para acontecer, se espalham pelo
parênquimas. Comum em doenças infecciosas. Doenças do Armazenamento de cobre, conduz a
hemólise (causando hipóxia) e também causa necrose, tanto multifocal como centrolobular.
- Zonal: Centrolobular: Qualquer doença que diminui a quantidade oxigênio, pode causar
necrose, portanto essa é a mais comum, além de que essa região é onde acontece a maior
metabolização de substâncias tóxicas.
- Zonal: Periportal: Região dos espaço porta, periportal, RARO, quando tem está associado a
ductos biliares com bactérias de intestinos.
- Difusa: São as mais graves, que abrangem boa parte ou órgão inteiro.
Necrose hepatocelular:
Zonal: Frequentemente, a necrose hepática exibe uma distribuição zonal, isto é, afeta
hepatócitos não aleatoriamente, mas aqueles em áreas anatômicas bem definidas do lóbulo
hepático. A necrose pode localizar-se ao redor da veia centrolobular (necrose centrolobular,
entre o centro e a periferia do lóbulo (necrose mediozonal), ou nos hepatócitos localizados
próximo às tríades portais (necrose periportal). A necrose massiva atinge completamente todo
o lóbulo hepático, isto é, todos os hepatócitos de um lobo estão afetados. A necrose massiva
pode afetar apenas alguns lóbulos hepáticos (nesse caso é, por vezes, denominada submassiva)
ou a maior parte do parênquima hepático. O mesmo tipo de insulto que produz necrose
centrolobular pode, quando em dose maior, produzir necrose massiva.
A necrose centrolobular é a mais comum de todos os tipos de necrose zonal, porque o centro
do lóbulo é mais sensível aos insultos tóxicos e hipóxicos, pois está distante do suprimento de
oxigênio e seus hepatócitos têm maior atividade de enzimas de função mista, capazes de
transformar certas substâncias em compostos tóxicos. Necrose centrolobular pode resultar da
hipoxia de anemia aguda ou crônica, da hipoxia induzida por congestão crônica ou por insultos
tóxicos, como hepatotoxinas de ação aguda. Degeneração e necrose periportal são bastante
incomuns, mas ocorrem em certas intoxicações, como as causadas por ngaione (princípio ativo
de Myoporum spp.) em ovinos. A necrose, seja centrolobular ou periportal, produz uma
acentuação do padrão lobular do órgão. Se a necrose for associada à hemorragia, a zona
necrosada do lóbulo aparece macroscopicamente vermelha e deprimida, cercada por uma área
mais clara, que corresponde a hepatócitos vacuolizados. Embora a alteração zonal tipicamente
produza um padrão lobular acentuado, geralmente é necessário o exame microscópico para
determinar qual zona está afetada, embora alguns livros textos argumentem que se pode
identificar macroscopicamente um vaso no centro do lóbulo e, assim, determinar se a lesão é
centrolobular ou periportal. Em casos de anemia grave, o fígado pode apresentar acentuação
do padrão lobular devido à hipóxia. Exemplos comuns em veterinária são as anemias por perda
de sangue, como hemoncose em ovinos e a ancilostomose em cães, e as doenças hemolíticas,
como a babesiose em bovinos e a rangeliose em cães. Os hepatócitos da região centrolobular
estão mais distantes do suprimento sanguíneo e, por isso, são mais intensa e precocemente
afetados. Necrose de coagulação associada, por vezes, à lipidose hepatocelular demarca o
centro do lóbulo, e o padrão lobular pode ser observado macroscopicamente. Esse tipo de lesão
deve ser diferenciado da necrose centrolobular produzida por hepatotoxinas de ação aguda
A regeneração depende do grau de lesão e do tempo, quanto maior e mais grave a lesão, mais
difícil de acontecer a regeneração. Se danificar a membrana basal ou células estreladas, mais
difícil de haver regeneração. Áreas necrosadas são fagocitadas, os hepatócitos saudáveis e
íntegros, que com estímulo de fator de crescimento (endógeno) podem ser restaurar, além
disso, existem células troncos que podem se diferenciar, porém para o órgão manter a
arquitetura precisa que as fibras articulares sejam preservadas.
Aspecto de noz moscada: Ocorre na IC direita, que quando juntamos a hiperemia passiva
(congestão) e a hipóxia (devido a diminuição do débito cardíaco), temos a formação desse
aspecto.
Desfecho da necrose:
Em casos de lesões contínuas e graves (hepatite, por exemplo), causa lesões de hepatócitos e
necrose de fibras reticulares, então, por mais que os hepatócitos se multipliquem, eles não
conseguem se organizar em cordões e sim no formato de nódulos de regeneração, mudando a
arquitetura do órgão.
Além disso, acontece a deposição de tecido conjuntivo fibroso produzido pelas células
estreladas mimetizando os fibroblastos, o que vai gerar a fibrose.
Fibrose é a consequência da maioria das lesões hepáticas crônicas. É uma resposta curativa à
lesão, caracterizada pelo aumento da deposição de matriz extracelular ou pela formação de uma
cicatriz subsequente a uma lesão crônica. O acúmulo progressivo de matriz extracelular no
fígado ocorre em consequência de dano celular repetido, por ação de drogas ou substâncias
tóxicas, agentes infecciosos ou causas metabólicas e autoimunes. Essa cicatriz decorre
principalmente do aumento na quantidade de colágeno tipo I, embora colágenos dos tipos III e
IV também sejam produzidos em menor proporção.
A hiperplasia de ductos biliares é uma resposta inespecífica a vários tipos de lesão hepática.
Pode ocorrer rapidamente, em particular nos animais jovens, mas, na maioria das vezes, é
observada em lesões hepáticas de longa duração, principalmente após doenças que causam
obstrução física do fluxo normal de bile ou como resposta a determinadas toxinas. Pode ser uma
tentativa de regeneração do parênquima quando os hepatócitos perderam a capacidade de
realizar essa função. Em animais domésticos, a proliferação de ductos biliares é encontrada em
várias formas subagudas ou crônicas de lesão hepática, como na aflatoxicose em várias espécies,
intoxicação por alcaloides pirrolizidínicos em herbívoros, na infecção pelo trematódeo Fasciola
hepatica em ruminantes e ao redor de abscessos e cistos parasitários (principalmente cisto
hidático) em várias espécies.
Cirrose:
As causas de cirrose são numerosas. Por se tratar de uma lesão crônica, com os efeitos
temporalmente muito afastados das causas, estas são difíceis ou impossíveis de detectar
quando o diagnóstico é feito. Insultos tóxicos crônicos resultam da ingestão continuada de
hepatotoxinas (p. ex., herbívoros que ingerem plantas tóxicas que contêm alcaloides
pirrolizidínicos e cães que recebem tratamento prolongado com drogas anticonvulsivantes).
Obstrução biliar extrahepática e colestase provocam intensa fibrose, que primariamente afeta
as tríades portais, estendendo-se mais tarde para o parênquima hepático. Hepatites crônicas
(ou crônicoativas) que se seguem a doenças infecciosas, como leptospirose, podem resultar em
cirrose. Um tipo de cirrose, referida como cirrose biliar, resulta de inflamações crônicas do trato
biliar (colangites); um exemplo deste último tipo é a infecção por Fascíola hepática em
ruminantes. Congestão crônica resulta em extensa fibrose ao redor da veia centrolobular,
alteração que é, às vezes, denominada cirrose (ou fibrose) cardíaca. Cirrose hepática pode
ocorrer em cães de várias raças com distúrbios hereditários do metabolismo do cobre. Várias
outras doenças ainda não bem definidas podem provocar lesão hepatocelular e fibrose
progressivas, resultando em cirrose.
- 70 a 80% do sangue que chega no fígado é transportado pela veia porta, muito mais do que a
artéria.
Distúrbios metabólicos:
- Encefalopatia hepática: A expressão encefalopatia hepática (coma hepático ou encefalopatia
portossistêmica) designa uma condição neurológica resultante de uma lesão hepática difusa
primária. Os sinais clínicos variam desde depressão, pressão da cabeça contra objetos, andar a
esmo e outros distúrbios. Os sinais clínicos neurológicos da encefalopatia hepática resultam do
acúmulo, na corrente sanguínea, no líquido cefalorraquidiano e no encéfalo, de substâncias
como amônia, ácidos graxos de cadeias curtas e mercaptanos, além de alterações nas
concentrações de neurotransmissores. Normalmente, substâncias tóxicas são eliminadas
quando de sua passagem pelo fígado, o que não ocorre quando há lesão hepática difusa e grave
o suficiente para produzir insuficiência hepática. Como consequência, essas substâncias podem
chegar ao encéfalo e, como falsos neurotransmissores, causar vários sinais clínicos neurológicos.
A amônia é considerada a principal substância envolvida na patogênese da encefalopatia
hepática. A disfunção hepática impede a metabolização da amônia (principalmente oriunda do
intestino) em ureia, o que resulta em hiperamonemia e acúmulo de amônia no encéfalo. Na
encefalopatia hepática estão aumentados os níveis de amônia no sangue e de glutamina no
líquido cefalorraquidiano. A degeneração esponjosa é caracterizada por edema intramielínico
(microcavitações) mais pronunciado nos tratos mielinizados da substância branca cerebral
(cápsula interna), do mesencéfalo, base do encéfalo, dos pedúnculos cerebelares e na interfase
entre substância branca e cinzenta do córtex telencefálico. Ao contrário do que mencionam
alguns livrostextos de patologia veterinária, essa lesão esponjosa é consistentemente
encontrada em bovinos com encefalopatia hepática, em razão da cirrose e da insuficiência
hepática produzidas em bovinos pela ingestão crônica de Senecio spp.
Agentes que causam inflamação no parênquima hepático ou nas vias biliares chegam ao fígado
pela via hematogênica (p. ex., doenças infecciosas, como hepatite infecciosa canina), pela via
ascendente pelo trato biliar (p. ex., colangite linfocítica crônica dos gatos) e pela penetração
direta (p. ex., abscessos hepáticos em bovinos causados por corpo estranho metálico). A via
hematogênica é, de longe, a mais comum, em razão da grande quantidade de sangue que o
fígado recebe pela sua dupla circulação, sangue arterial pela artéria hepática e sangue venoso
do sistema gastrintestinal pela veia porta. As inflamações hematogênicas distribuem-se no
fígado como focos múltiplos e aleatórios de necrose, associados ou não a infiltrado inflamatório
celular.
Hepatite crônica:
Após penetrar no organismo por via oronasal, CAV1 localiza-se inicialmente nas tonsilas, onde
se replica e aumenta a carga viral. Posteriormente, dissemina-se para linfonodos regionais, de
onde ganha a circulação sanguínea pelos vasos linfáticos e ducto torácico. A viremia que ocorre
em 4 a 8 dias após a infecção propicia a disseminação do vírus para outros tecidos e secreções
orgânicas, incluindo saliva, urina e fezes. Hepatócitos, células do sistema fagocítico mononuclear
e células endoteliais de vários tecidos são os alvos primários do vírus. A lesão hepática é de
necrose hepatocelular zonal ou aleatória. Cães que sobrevivem à fase de necrose hepatocelular
apresentam regeneração hepática e títulos de anticorpos.
Embora a causa da morte em casos de HIC seja incerta, o fígado é o local primário da lesão
causada pelo vírus, e a insuficiência hepática e a CID estão envolvidas na sua gênese.
Originalmente, era aceito que a tendência disseminada à hemorragia que ocorre nos casos de
HIC devia-se apenas à lesão direta ao endotélio associada à incapacidade do fígado de sintetizar
fatores da coagulação. Embora provavelmente isso tenha participação na patogênese, acredita-
se que a CID seja o evento patogenético central das hemorragias.
Ocorre de forma endêmica em bovinos bem nutridos acima de 2 anos de idade, nos meses de
verão e outono, em regiões onde são comuns a infestação por Fascíola hepática e a presença de
C. haemolyticum, isto é, em pastos irrigados e com drenagem deficiente, especialmente os de
pH alcalino. A doença ocorre também esporadicamente em locais onde não há F. hepática, e
acredita-se que, nesses casos, a lesão hepática inicial seja produzida por outras causas.
Cysticercus tenuicollis, telangiectasia e trajetos produzidos pela agulha de biopsia hepática são
mencionados como lesões hepáticas que raramente são capazes de precipitar a doença. A
contaminação dos pastos pode ocorrer a partir de fezes de cadáveres em decomposição; os
esporos de C. haemolyticum podem permanecer nos ossos de cadáveres por até 2 anos, e a
doença se transfere de uma área para outra por enchentes, drenagem natural, feno de pasto
colhido em áreas afetadas e administrado a animais de áreas indenes e pelo transporte de ossos
por cães e outros carnívoros.
As taxas de morbidade podem ser bem maiores quando se introduzem bovinos de zonas indenes
em zonas endêmicas. Vários eventos da patogênese da hemoglobinúria bacilar são bem
conhecidos. Sob condições naturais, os esporos do microrganismo são ingeridos com alimento
contaminado e chegam ao fígado, no qual permanecem dormentes nas células de Kupffer por
vários meses até serem estimulados a germinar. A migração de larvas de F. hepática pelo fígado
é o principal fator que desencadeia a doença; a lesão hepática inicial por esses trematódeos em
um fígado que está abrigando esporos latentes de C. haemolyticum cria as condições favoráveis
de hipóxia (anaerobiose), necessárias para que os esporos germinem, cresçam vegetativamente
e produzam βtoxina, uma toxina hepatotóxica e exacerbadora de necrose hepática preexistente.
Após ganhar a circulação sistêmica, a βtoxina causa hemólise intravascular, que culmina em
anemia, hemoglobinemia e hemoglobinúria. Animais afetados morrem por hipóxia e toxemia. O
período de incubação da hemoglobinúria bacilar é de 7 a 10 dias, e o curso clínico é agudo – em
geral, 12 a 24 h, embora casos de até 4 dias de evolução sejam relatados. Provavelmente devido
a condições de manejo extensivo, alguns bovinos são encontrados mortos no campo, sem que
tenham sido observados sinais clínicos. Em um exame cuidadoso, observase febre (39,5 a 41°C)
nos estágios iniciais, que tende a desaparecer com o decorrer da doença. Cessam as funções
como ruminação, alimentação, lactação e defecação. As fezes são marromescuras, e pode haver
diarreia com muito muco e algum sangue. O bovino geme ao movimentar-se e movimenta-se
com o dorso arqueado, provavelmente em decorrência de dor abdominal. Frequentemente, há
dispneia e edema subcutâneo ventral na região do peito. A cor vermelha da urina devese à
presença de hemoglobina (Figura 4.87). Há icterícia, mas esta pode não ser muito marcante.
Vacas prenhes podem abortar. Imediatamente antes da morte, dispneia grave é evidente.
Hepatose dietética:
A hepatose dietética (necrose hepática nutricional) ocorre em suínos de crescimento rápido com
2 a 16 semanas de idade. É um de vários distúrbios causados pela deficiência de vitamina E e/ou
selênio. As lesões incluem edema subcutâneo, transudato nas cavidades serosas e necrose
hepatocelular hemorrágica. Nos últimos anos, a hepatose dietética tem se tornado uma doença
rara em suínos, provavelmente em razão do uso generalizado de rações balanceadas de boa
qualidade. A maioria dos suínos afetados é encontrada morta. Em casos esporádicos, ocorre
dispneia, depressão grave, vômito, icterícia e incoordenação. A degeneração muscular é
regularmente encontrada na necropsia associada às lesões hepáticas, mas geralmente os sinais
de insuficiência hepática obscurecem os sinais de incapacitação muscular. Pode ocorrer
aumento significativo nas atividades séricas da creatinoquinase (CK, creatine quinase) e AST. A
hepatose dietética é caracterizada por necrose hemorrágica massiva. O aspecto do fígado
reflete a extensão da necrose hepática, a gravidade das hemorragias e a duração da deficiência.
Regiões de necrose massiva no fígado afetado estarão inicialmente distendidas, vermelho-
escuras e macias. Em suínos que sobrevivem à doença aguda, as áreas de necrose colapsam e
são substituídas por faixas densas de fibrose, processo conhecido como cicatrização pós-
necrótica.
Cica revoluta: Muito hepatotóxica, nesse caso principalmente para cães, pois é muito
utilizada como planta ornamental.
Aflatoxinas:
Principalmente presente em grãos, como amendoim, por exemplo. É uma toxina acumulativa
que pode levar até a necrose se for consumida em grandes quantidades. Pode causar alteração
genética, que pode causar carcinoma hepático, comprovado em humanos. São um grupo de
compostos bisfurnocumarínicos produzidos principalmente como metabólitos de Aspergillus
flavus, A. parasiticus e Penicillium puberulum; portanto, são micotoxinas. A aflatoxicose pode
ter várias manifestações clínicas. A aflatoxicose aguda fulminante pode ocorrer em cães como
resultado da ingestão de grandes quantidades de aflatoxinas. Ocorrem sinais de insuficiência
hepática, incluindo icterícia, hematoquezia e elevação da atividade sérica das enzimas
hepáticas. Na necropsia observa-se necrose hemorrágica centrolobular. A maioria dos
hepatócitos do centro do lóbulo desaparece e é substituída por uma mistura de células
inflamatórias, restos de células dos sinusoides e eritrócitos. Em cães que sobrevivem alguns dias,
a lipidose hepatocelular é marcante e pode ser uniformemente distribuída no fígado. Outros
achados de necropsia incluem hemorragia intestinal e edema da vesícula biliar. Na rotina
laboratorial do autor, esses casos de aflatoxicose em cães estão relacionados com o hábito de
alimentar cães com polenta, um alimento barato feito de milho e muito utilizado com cães de
fazendas.
A aflatoxicose crônica é a apresentação mais comum da doença. Uma exposição prolongada de
doses pequenas, mesmo em animais sensíveis, pode induzir uma doença pouco específica,
caracterizada por redução no crescimento, baixa produtividade e suscetibilidade a outras
doenças. Em muitos casos, pode ocorrer doença hepática crônica, em que o fígado está
aumentado de volume, firme, um pouco nodular e amarelo, devido à lipidose. Em lesões mais
avançadas, o fígado torna-se atrófico. Histologicamente, a lesão mais notável e que ocorre em
todas as espécies é a proliferação de ductos biliares, observada principalmente na periferia do
lóbulo. Alterações nos hepatócitos incluem lipidose, tumefação e necrose focal ou apoptose.
Megalocitose: Célula muito grande com possibilidade de dois núcleos. Aspecto muito
característico de intoxicação por aflotoxina.
Hiperplasia nodular: Doença de pouco significado que vem com a idade, são pequenos nódulos
de até 2 cms que não se desenvolvem com o tempo, geralmente estão achados a achados de
exames ou necropsia.
A inflamação e o câncer estão associados e uma pode induzir a outra. Principalmente em gatos.
Patologia do Sistema Respiratório
É muito susceptível a vários processos inflamatórios, pois está em contato direto com o meio
externo, para isso tem que ter um mecanismo de defesa muito competente para evitar infecções
a todo momento.
Mecanismos de defesas:
- Lençol mucociliar: faz com que toda a superfície das vias respiratórias, incluindo a traqueia, os
brônquios e os bronquíolos, seja coberta por uma camada praticamente contínua de muco, a
qual se move no sentido da laringe por meio do batimento dos cílios das células ciliadas do
epitélio respiratório. A alteração morfológica e funcional dos cílios, que ocorre na condição
conhecida como discinesia ciliar primária, faz com que ocorra comprometimento desse
mecanismo, estando esta alteração associada à predisposição acentuada a rinites e
broncopneumonias. As funções primordiais do lençol mucociliar são a remoção de partículas do
trato respiratório e a difusão de substâncias protetoras.
O maior leito capilar no organismo está no pulmão, então além do que vem da via respiratório,
também pode vir da circulação sistêmica. Auto volume de ar. Grande extensão do parênquima
pulmonar.
Aspectos anatômicos: Conchas nasais, carina e aparelho mucociliar. Sistema vascular que
aquece o ar na entrada para o organismo.
Microbiota: Existe bactérias normais e residentes no organismo, que estão em equilíbrio com os
mecanismos de defesa, não se proliferando. (Bovinos: Mannheimia haemolytica, pode se
proliferar e causar pneumonia. Existe Pasteurela multocida e Bordetella bronchiseptica).
No sistema de trocas:
Doenças na cavidade nasal e seios nasais
Distúrbios circulatórios:
- Epistaxe: É a denominação utilizada para designar os casos em que ocorre hemorragia nasal.
Nos casos em que a hemorragia é proveniente da própria cavidade nasal, a condição é designada
como rinorragia. Pode ter várias causas, como: trauma; exercício intenso em equídeos;
inflamação; neoplasias; diáteses hemorrágicas; micose da bolsa gutural; e trombose da veia cava
caudal em bovinos. Epistaxe secundária a traumas pode ocorrer em qualquer espécie, sendo
mais frequente em cães e em equinos; nesta última espécie ocorre principalmente devido ao
traumatismo da mucosa nasal causado pela introdução de sonda nasogástrica.
Está associada a sangue vivo, só sangue, podendo ser de origem de respiratório superior ou do
pulmão.
Podem ser classificadas como aguda (exsudação), crônica (processos proliferativos) e crônico
ativo (mistura de ambas). Quanto ao exsudato, as rinites podem ser classificadas em: serosa;
catarral; catarralpurulenta; purulenta; hemorrágica; fibrinosa; fibrinonecrótica; e
granulomatosa.
- Rinite serosa: é a forma mais comum, caracterizada por exsudato translúcido e líquido com
número muito reduzido de células inflamatórias e epiteliais.
- Rinite catarral: o exsudato apresenta aspecto mais viscoso, uma vez que é rico em muco. A
hiperemia e o edema na mucosa nasal tendem a ser mais acentuados do que na rinite serosa.
- Rinite hemorrágica: Quando o processo inflamatório está associado à hemorragia, com grande
quantidade de sangue compondo o exsudato inflamatório.
- Rinite fibrinonecrótica, também classificada como diftérica, é caracterizada por placa de fibrina
aderida à mucosa ulcerada. Portanto, quando a membrana diftérica é removida, observase
ulceração da mucosa. Exemplo dessa condição é a difteria dos bezerros causada por
Fusobacterium necrophorum.
Fibrinosa (Pseudodiftérica) e Fibrinonecrótica (Diftérica): São mais graves, e o animal não precisa
passar por todo o processo anterior para chegar nesse estágio.
Nos casos graves em que ocorre acúmulo de exsudato nos seios paranasais, o processo recebe
denominações específicas, como mucocele dos seios paranasais, quando ocorre acúmulo de
muco, ou empiema dos seios paranasais, quando ocorre acúmulo de exsudato purulento. Como
consequência de sinusite, frequentemente ocorre atrofia e metaplasia do epitélio de
revestimento dos seios paranasais e, em alguns casos raros, pode ocorrer meningite,
principalmente em consequência de sinusite purulenta, por extensão do processo inflamatório
devido à proximidade com o cérebro.
Suínos:
Rinite atrófica: Distribuição mundial, acomete em muitas granjas, podendo ser subclínica,
multifatorial porque várias coisas podem causar depleção dos mecanismos de defesa, devido a
mudanças de temperatura, deficiência nutricional ou localizados só em ambientes fechados,
diminui a imunidade e bactérias comuns do trato, se proliferam e liberam toxinas. Existe uma
certa pré-disposição genética.
O nome se dá, porque faz atrofia das conchas nasais, devido a rinite crônica.
Discarga nasal serosa a mucopurulenta, espirro, obstrução do ducto lacrimal, gerando secreção
ocular e deformidade facial.
Bovinos:
É uma doença de etiologia viral, causada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (HVB1), existem três
cepas que causam, predominantemente, inflamação do trato respiratório superior
(rinotraqueíte), sendo o HVB1.1 também causa de aborto em bovinos (problemas reprodutivos).
Ovinos e caprinos:
- Oestrus ovis: Bicho da cabeça, causa sinusite. Mosca coloca os ovos na entrada da cavidade e
larvas penetram.
- Tumor enzóotico nasal: Pode acometer ovinos, caprinos e bovinos. Adenoma ou carcinoma
(Neoplasia maligna). Causado por um retrovírus e pode ser contagioso de um animal para outro.
Não tem uma idade definida, podendo ir de animais jovens e a idosos, com relação a imunidade.
Equinos:
Infecções virais: Aérogena, sendo muito sutis e o animal se recuperando sozinho na maioria das
vezes. Animais com imunidade boa, passam de forma branda ou subclínica. Animais
imunocomprometidos podem ter complicações, mesmo não sendo muito comum.
- Rinopneumonite Viral dos Eqüinos: Causado por Herpesvírus 1 e 4. O tipo 1 também está
associado à ocorrência de aborto e encefalomielite, enquanto o tipo 4 está predominantemente
associado à doença respiratória. Estabelecem latência por toda a vida do hospedeiro, podendo
ocorrer reativação da infecção principalmente em decorrência de estresse – por exemplo,
desmame, castração ou transporte. Branda doença respiratória em potros < 1 ano e aborto em
fêmeas
- Adenovírus
- Parainfluenza
- Rinovírus
Infecções bacterianas em equinos: Tanto no mormo quanto garrotilho, bem comum secreção
nasal purulenta, sendo doenças importantes e de notificação obrigatória. A disseminação entre
equinos é rápido.
- Mormo: É uma zoonose, causado por Burkhoderia mallei, o processo de transmissão é muito
parecido com garrotilho, transmissão de fômites e iatrogênica. A clínica respiratória parecida
com garrotilho, porém com algumas lesões diferentes, por exemplo, clínica cutâneas.
• Clínica: respiratórias e cutâneas (Linfangite supurativa) • Macro: nódulo , necrose central, que
ulceram (“forma de estrela”) • Micro: granulomas • D.D: garrotilho.
- Melioidose/pseudomormo: Causado por Burkholderia pseudomallei, causa abscessos em
vários órgãos. Pneumonia embólica bacteriana.
Macroscopia: Nódulo com necrose central que ulceram (em forma de estrela), dentro da
cavidade nasal.
Gatos:
Calicivirose: Calicivirus
Rhinosporidium seeberi*: Humanos, cães, cavalos ▫ Locais úmidos ▫ Pólipos nasais/ inflamação
granulomatos
Infecções fungicas:
Cryptococcus neoformans. Não é incomum de ver invasão de sistema nervoso central, causando
alterações neurológicas. Possui uma cápsula muito espessa. Na cultura, cora-se com tinta
nanquim, que dá pra ver a capsula.
Sporothrix schenckii: Só é possível confirmar com a cultura, mesmo que a morfologia seja super
sugestivo. Deve ser feito de forma citologia aspirativa e não com imprint.
Aspergillus fumigatus: Em casos graves, pode ter osteólise. Em cavidade oral é muito grave,
fazendo necrose e cresce em direção a carótida, pois tem tropismo por vasos sanguíneos,
podendo causar encefalite. Em caso de osteólise, existe perda da placa cribriforme, causando
quadro neurológicos.
Neoplasias: Região com muito tipos de tecidos diferentes, o que pode causar diversos tipos de
neoplasias, sendo todos malignos. Mais comuns são adenocarcinoma nasal em cãe e carcinoma
(Da glândula). Com frequência espitaxe.
Faringe, Laringe e Traqueia
- Síndrome Aérea dos braquiocefálicos: Tendem a ter o focinho mais curto, estenose da narina
e palato mole muito longo. Dificultando a respiração.
- Colapso de traqueia: Má formação dos anéis da traqueia, sendo influenciado pelo musculo liso,
que pode pressionar e fechar a traqueia. É um achatamento dorso-ventral, comum em raças
pequenas e toys, podendo ser congênita ou adquirida e em cavalos. O adquirido pode acontecer
em casos de compressão por traumas ou por neoplasias. Sinais clínicos: Tosse, engasgo,
dispnéia, chiados, intolerância ao exercício.
- Edema laringe: As principais causas de edema nesses segmentos do trato respiratório são:
inflamação aguda; doença do edema em suínos (causada por Escherichia coli toxigênica).
Importância:
Atelectasia: Por definição, atelectasia é a expansão incompleta do pulmão, que pode ser
localizada ou generalizada, e resulta no colapso de alvéolos previamente preenchidos por ar.
Colabamento alveolar, fazendo com que o pulmão não consiga se expandir. A atelectasia é
caracterizada pela condição na qual os alvéolos pulmonares encontram-se sem ar e sem nenhum
outro conteúdo em seu interior. Existe duas maneiras (Etiopatogenia):
- Adquirida: Pode ser obstrutiva, devido à obstrução total de vias respiratórias, ou compressiva,
por compressão externa do parênquima pulmonar.
Atelectasia congênita: é difusa, caracterizando atelectasia pulmonar total, que ocorre nos casos
de animais natimortos que não tiveram nenhum movimento respiratório. A atelectasia
congênita também pode ser focal ou multifocal, nos casos de animais neonatos que têm
movimentos respiratórios fracos devidos à debilidade ou lesão nos centros respiratórios do
sistema nervoso central, que geralmente é provocada por hipoxia, principalmente nos casos de
distocia, decorrente de trabalho de parto laborioso e demorado.
Atelectasia obstrutiva: é a forma mais comum e decorre da obstrução total de uma determinada
via respiratória, quando a ventilação colateral não é suficiente para a expansão da área afetada.
Comum na espécie bovina e menos comum em pequenos animais. Quando tem a obstrução da
árvore aérea, pode acontecer por muco ou por algo que não permita que o ar chegue de fato
aos pulmões.
Atelectasia adquirida compressiva: Causada por lesões pleurais, mediastinais ou pulmonares,
que ocupam espaço na cavidade torácica e, consequentemente, comprimem o parênquima
pulmonar, como: hidrotórax; hemotórax; quilotórax; pleurite exsudativa com piotórax;
processos neoplásicos do mediastino e do pulmão; e pneumotórax. Quando existe algo dentro
do tórax que comprime o pulmão, dificultando a inflação, bem delimitada, sem compactação,
mais avermelhada e deprimida. Decúbito prolongada pode levar a atelectasia.
Pneumotórax e atelectasia: Perda da pressão negativa por ar que invadiu a cavidade torácica.
Isso pode acontecer por trauma, com perfuração, ou pelo rompimento de pulmão (laceração
pulmonar), que também acontece por trauma, que vai levar o ar da respiração para dentro da
cavidade.
Hérnia diafragmática e atelectasia: Que pode ser congênita ou traumática. Quando os órgão da
cavidade abdominal invadem o espaço da cavidade torácica, o que vai comprimir o pulmão e
causar atelectasia compressiva
Enfisemas: Por definição, enfisema pulmonar significa distensão excessiva e anormal dos
alvéolos associada à destruição de paredes alveolares, o que caracteriza excesso de ar nos
pulmões, ou seja, condição contrária à atelectasia. Sempre secundário, os alvéolos se rompem
e fazem uma bolha. Comum que acontecer quando tiver atelectasia, pois o pulmão sadio vai
compensar pela parte alterada, e o esforço para respiração, pode gerar enfisemas. É comum
encontrar atelectasia juntamente com enfisemas.
Edema: Pode ocorrer por aumento de pressão hidrostática, redução da pressão oncótica,
vasculite, e edema pulmonar (dentro do pulmão), pode causar dificuldade respiratória, pois
diminui a área de expansão. Líquido espumoso dentro do pulmão ou na traqueia. Na histologia,
cora-se como eosinofilico, que é o líquido com fibrina que dá a cor na coloração, agora se o
edema for por hipoproteinemia não aparece na microscopia, pois no tratamento o líquido é
removido de fato.
Embolismo pulmonar: Tudo que vem pela circulação sistêmica pode chegar no pulmão, visto
que vem do coração direito, que é sistêmico, por isso, pode receber muito tipos de êmbolos.
Embolia neoplásica: Células neoplásicas fazem uma migração e chegam até o parêquima
pulmonar, se estabelecendo.
- Pneumonia Intersticial: Processo tem início nos septos alveolares, não ocorrendo envolvimento
das vias respiratórias e a via de infecção é, na maioria dos casos, hematógena, seu curso é
geralmente crônico. Na maior parte das vezes acomete o pulmão como um todo, tem um
caracteristican diferencial que é a impressão das costelas sobre a pleura.
Broncopneumonia:
- Junção bronquíolo-alvéolo: Mecanismo de defesa, região crítica, e essa patologia se inicia nessa
região.
Morfologia:
Bovinos e suínos
Micro
Mais grave (superaguda a aguda), pode ter aderências entre pleuras ou com o
pericárdio, podendo acontecer com frequência necrose. Bactérias são mais patogênicas, por isso
que causa o depósito de fibrina.
Micro
• Histophilus (Nome antigo: Haemophilus) somni, faz vasculite em bezerros, pode causar
também septicemias, pleurite, miocardite, encefalite, artrite, oftalmite e demais ites.
Doença de Glässer: Bactéria Glaesserella parasuis (flora normal). Presente na microbiota, muito
importante, se dissemina via hemátogena para diversos locais, causando bastante vasculite que
induz a deposição de fibrina em diversos órgãos. Animais tem quadro neurológico com
frequeência pois induz a meningite. Quadro clássico dessa doença é a peritonite (peritônio,
omento, pleura, meninges com muito fibrina), o que caracteriza é policerosite, deposito de
fibrino em todas as serosas. Diagnóstico diferencial é Streptococcus suis.
Pneumonia aspirativa
• Aspiração mecônio ou líquido amniótico: Em filhotes. Outra coisa que é comum é a forma
iatrogênica, o manejo inadequado em sondas ou alimentação.
Ocorre no septo, parte de revestimento alveolar, ou seja, não é na luz e sim na parede. É onde
se localizam os pneumócitos e onde chegam os vasos. O agente pode vir por via aerógena
quando hematógena. Os que vem por via aerógena fazem lesão na parede, fazendo necrose dos
pneumócitos, como por exemplo morbilivirus, herpesvírus, influenza, desenvolvendo um
processo inflamatório, causando edema, saída de fibrina.
O agente que vem por via hematógena podem ser vírus, bactérias, imunocomplexo, larva de
parasitas, gases tóxicos ou seja, tem vários agentes etiológicos. Ocorre na transição entre
pneumócito e célula endotelial, ou seja, é a barreira hematoaérea, acontece a ruptura dessa
barreira, sendo uma característica dessa patologia.
Ocorre em todo o pulmão, fazendo a impressão da costela no pulmão devido ao fato dele fica
muito inflado. Se for só essa pneumonia não tem exsudato inflamatório de forma macroscópica,
mas pode ser visto edema, com o pulmão mais borrachento, perdendo a crepitação e ficar mais
pesado, podendo ficar moteado com coloração heterogênea.
- Fase Aguda: Fase exsudação, produção mediadores inflamatórios, com edema, necrose, muita
fibrina. Exsudato de plasmas e fibrina. Não está na luz, presença de membrana hialina se adere
a parede do alvéolo.
Pneumonia broncointersticial
Junção das duas pneumonias, sendo muito comum em doenças virais começar como intersticial
e evoluir para essa.
• Clínica – dispnéia e emaciação lenta (animais > 3anos), encefalite, artrite e mastite • Macro –
pneumonia intersticial clássica
• Jovens
Doença sistêmica, entra de forma aérogena e atinge muitos sistêmica, forma corpúsculo
intracitoplasmático, pode causar bronqueolite necrozante, necrose de pneumócitos,
pneumonia intersticial MN, hiperplasia de pneumócitos tipo II. A perda da bainha de mielina é
característico da cinomose, atinge os oligodedrócitos que fazem a bainha de mielina. Além disso,
pode ocorrer uma lesão imunomediada. Ainda no SNC, faz corpúsculo de incluso no núcleo dos
astrócitos.
Pneumonias Parasitárias:
São raras.
• Parascarys equorum
• Ascaris summ
• Toxocara canis
Pneumonia Granulomatosa
Rodococose
• Clínica – morte rápida; tosse, perda de peso, dispnéia; diarréia, artrite, abscesso subcut.
Formação de piogranulomas com nódulos multifocais a colalescentes. A morte pode ser muito
rápido, por deficiência respiratória, ou de forma lenta se espalhando, fazendo abscessos em
outros órgãos. Pode causar também a linfadenite mesentérica, além de colite
piogranulomatosa.
Neoplasias:
Ameloblastoma: Muito parecido com hiperplasia gengival. Boxer tem hiperplasia multifocal.
Inflamação da cavidade oral: Estomatites (Esôfagite é causado pela mesma coisa, tem os
mesmos agentes). Podem ulcerar de imediato ou irão fazer bolhas para depois romper e ulcerar.
Físicas: Queimaduras.
Virais: Febre aftosa, estomatite vesicular, doença vesicular dos suínos, calicivírus/herpesvírus
felina, diarreia viral bovina, febre catarral maligna.
Diarreia viral bovino (BVD): Doença muito importante, subclínica. Vírus que tem tropismo por
alta taxa de multiplicação celular. Dependendo da cepa a doença pode ser grave ou bem branda.
Pode fazer vasculite. Doenças das mucosas que causa alteração nas mucosas do
tratograstrointestinal.
Animal PI: persistentemente infectado, quando nasce com a infecção. Dificuldade de controle
da doença caso não tenham a NCP que não faz a doença clínica, porém, pode ocorrer a
conversão para a CP, que ai começa a se manifestar clinicamente a doença entre os 6 meses e
os 2 anos de idade, desenvolvendo a doença das mucosas. Faz muita necrose de tecido linfótico
como placas de peyer, linfonodos...
A hipoplasia cerebelar acontece quando a doença é congênita, que causa alteração na formação
cerebelar.
Úlceras no esôfago: São lineares e chamadas também como “arranhadura de gato”, vão ao longo
do órgão, com deposição de fibrina (fibrino-necrótica).
Febre catarral maligna: Contato entre espécies, vem do ovino para o bovino, faz quadro
digestório, respiratório, neurológico (60% dos casos) e pode fazer aborto. Quando se pensa em
herpesvírus tem que associar que faz vasculite. Um diferencial é a rinotraqueíte infecciosa dos
bovinos. Faz ceratoconjutivite.
Lesão característica: Hiperplasia linfoide, crescimento de linfonodos, polpa branca do baço fica
aumentado.
Patognomônico: Rede admirável, perto da hipófise, na base da carótida, caso tenha vasculite
nessa rede, o diagnóstico é fechado.
Ectima contagioso: Mais comum em pequenos ruminantes, formando vesículas em lábio, narina
ou até em glândula mamária devido ao filhote estar contaminado. Diagnóstico feito por
histopatológico de coleta de lesão aguda. Acontece a degeneração balonosa na histologia e
também corpúsculos de inclusão. Juntamente com a Macrocospia torna-se patognômico.
Megaesôfago: Ocorre perda da motilidade associado a uma dilatação, sendo mais comum em
cão mas pode dar em gatos e equinos. Pode ser congênita que está associada a deficiência de
inervação, que não estimulou a musculatura e ficou flácida. Animal com regurgitação constante,
pode fazer pneumonia por aspiração.
Primário ou espumoso: Ocorre por erro de manejo na alimentação, quando se faz a utilização
de leguminosas, que no momento da digestão formam espumas que não permite a liberação de
gases pela eructação, e dilata o rúmen e as vezes todos os estômagos. Se o animal recebe um
excesso de concentrado diminui a produção de saliva que controla o pH, favorecendo o
timpanismo. Geralmente começa logo depois a ingestão da dieta, e pode ser associado ao
período da primavera. É considerado mais grave por ser mais agudo.
Secundário: Mais raro e de progressão lenta. Tem que estar associado a uma obstrução física,
para não permitir a liberação dos gases, como por exemplo, obstrução por caroço de manga ou
neoplasias, mas não está ligado a alimentação do manejo.
Uma das coisas que pode ser encontrado no timpanismo, mas não é sempre, é alteração da
coloração da carcaça, a parte mais caudal fica pálida e a região cranial mais avermelhada devido
a capacidade do coração de conseguir bombear o sangue para a região cranial.
Acidose ruminal (ruminite química, acidose lática): Alteração abrupta de pH (normal 5,5 a 6),
sem acúmulo de gás e se dá pelo excesso de carboidrato. Quando ocorre uma alteração abrupta
de alimentação, fazendo com que o animal se alimente só de concentrado, vai haver maior
produção de ácidos graxos, fazendo com que o pH do rúmen dimimua, chegando a 5 já tem
morte da microbiota local, fazendo com que outras se multipliquem, como o Streptococcus, que
produz ácido lático, diminuindo ainda mais esse pH para menos de 5, proliferando lactobaciluus
acidófilo e vai abaixar ainda mais o pH, chegando até 4,5, que é quase morte, tornando o rúmen
muito ácido fazendo necrose, lesão de mucose, hiperemia ativa, isso aumenta a permeabilidade
vascular, faz edema de parede e o líquido vai de fato para a luz do órgão, ou seja, perde água
dos vasos para a luz do órgão. O sangue faz uma hemoconcentração, ficando viscoso, piorando
o fluxo, diminuindo a velocidade e faz com que o animal entre em quadro de choque circulatório.
Um rúmen danificado desse jeito, não é produzido aminoácidos essenciais para eles, e a não
produção de várias vitaminas, como a vitamina B1 (Tiamina), que é imprescindível para a
manutenção do neurônia, com essa falta, existe necrose e neurônios do córtex cerebral que são
bem ativos, que então, secundário a acidose entram em um quadro neurológico chamado
Polioencefalomalácia por deficiência de Tiamina (Necrose da substância cinzenta do encéfalo),
esse animal vai fazer headpressing, cegueira, quadros de sonolência como se estivesse
evoluindo para um coma, convulsões.
As bactérias associadas a ruminite podem fazer lesões hepáticas que chegam pelo sistema porta,
e pelo fígado usam essa porta de entrada para a circulação sistêmica.
Dilatação gástrica aguda: Mais comum em cães. De monogástricos, associado a alimentação com
manejo errado, como por exemplo, a alimentação com leite de vaca, que faz a dilatação do
estômago pela incapacidade do filhote digerir aquele leite. Faz compressão de diafragma,
reduzindo a capacidade torácica e compressão da cava. Faz a mesma patogenia do timpanismo.
Quando se faz uma obstrução vascular, deve se atentar a produção de radicais livres nos tecidos
que ficaram em hipóxia.