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GLOMERULONEFRITES

O QUE É?
A Glomerulonefrite consiste na inflamação do glomérulo dos rins, ou seja, as estruturas
minúsculas formadas por vasos e fibras nervosas responsáveis diretamente pela filtragem
do sangue e formação da urina. A doença se sucede devido a uma alteração no sistema de
defesa do organismo, caracterizando pela produção de anticorpos que, por sua vez, voltam-
se contra os glomérulos e eliminam indevidamente tais anticorpos nessa porção dos rins.
Essas moléculas são chamadas imunocomplexos e geralmente são formadas em várias
parte do corpo humano por diversas causas.

QUAIS OS TIPOS?
Existem diferentes tipos de Glomerulonefrite, sendo classificadas conforme suas causas e
características.

Glomerulonefrite Primária: São aqueles na qual o distúrbio ataca de forma direta o


glomérulo devido a alguma alteração imunológica, consequência de uma infecção viral ou
bacteriana.

Glomerulonefrite Secundária: Os casos dessa doença em seu tipo secundário são


resultado de outras complicações clínicas que atingem diretamente o funcionamento do
glomérulo, sendo as mais frequentes a hipertensão e a diabetes. Ainda decorrente de
hepatites B e C, HIV e Lúpus.

Glomerulonefrite Aguda: Essa condição ocorre devido a infecções de garganta ou pele


com estreptococos (Faringite por exemplo) ou algum tipo de bactéria. Esse tipo de
Glomerulonefrite desenvolve geralmente em crianças entre 2 e 10 anos de idade, após se
recuperar da infecção. Contaminações por outros tipos bactérias, como estafilococos e
pneumococos, infecções virais, como varicela, e infecções parasitárias, como malária,
também podem causar a Glomerulonefrite aguda.

Glomerulonefrite Crônica: essa classe de Glomerulonefrite pode ser decorrente dos


mesmos quadros clínicos causadores do seu tipo agudo. Em algumas situações, a crônica
possui longa duração e em certas pessoas não é possível identificar a causa certa.

QUAIS OS SINTOMAS?
Geralmente os sintomas da Glomerulonefrite aparecem no tipo secundário, sendo
assintomática na fase primária. Eles podem variar conforme o grau, gravidade da doença e
depende da particularidade de cada paciente. Caso ele apresente quadros dessa condição,
é fundamental procurar um médico Nefrologista para que seja feita a análise do estado
clínico e dar início ao tratamento adequado. Desta forma será possível evitar o diagnóstico
tardio da doença e por consequência maiores complicações. Entretanto, podem ser
percebidos sintomas como:

 Hipertensão Arterial
 Ganho de peso
 Inchaço corporal
 Hematúria (presença de sangue na urina)
 Fraqueza
 Mal-estar geral
 Cansaço
 Anemia

QUAIS SÃO AS CAUSAS?


A Glomerulonefrite pode se desenvolver com a perda da função renal em semanas ou
meses, dependendo da gravidade do comprometimento dos rins. Existem alguns fatores de
risco que merecem devida atenção, como as doenças do sangue ou do sistema linfático, a
exposição a solventes químicos, antecedentes de cancro, infecções por estreptococos e por
vírus (Hepatite B, citomegalovírus) ou abcessos. Enfermidades como a amiloidose,
vasculites e poliarterites, a glomerulosclerose focal segmentar, anti-inflamatórios, a púrpura
de Henoch-Schonlein, o lúpus e diversas doenças renais também são fatores que podem
contribuir para a evolução da Glomerulonefrite.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?


O diagnóstico da Glomerulonefrite é feito por avaliação clínica e exames laboratoriais de
sangue e urina, incluindo dosagem de ureia e creatinina. Em alguns casos, dependendo do
resultado, é necessário a biópsia renal para confirmar o diagnóstico e dar condução ao
tratamento.

QUAL É O TRATAMENTO?
O tratamento das Glomerulonefrites varia de acordo com as características, gravidades e
causas de cada tipo. A particularidade de cada paciente é o que irá estabelecer o melhor
tratamento a ser utilizado, conforme o diagnóstico apresentado por cada um. O uso de
medicamentos se torna um método essencial ou dispensável. Caso não seja necessário a
prescrição das medicações, algumas recomendações nutricionais são determinadas, assim
como o controle de certas condições, especialmente a hipertensão.

Embora a Glomerulopatia primária seja assintomática, é importante se atentar aos sintomas


causados pelo seu tipo secundário que, por ser decorrente de outras doenças, requer o uso
de ações que auxiliem no controle da doença e não afete a função dos rins, causando a
insuficiência renal. Por isso, em alguns pacientes pode ser necessário dar início a sessões
de diálise. Em outros casos, o uso de terapia imunossupressoras e plasmaférese serão
métodos determinados pelo médico Nefrologista.

Ressaltando que, não são todos os pacientes diagnosticados com Glomerulonefrite que irão
precisar de diálise. Este é apenas para os quadros mais graves em que os medicamentos
não são suficientes para se tornarem eficazes no tratamento da enfermidade, e para
aqueles que já estão com sintomas mais intensos ou com o risco de maior
comprometimento da sua saúde renal.

SINDROME NEFRÓTICA
O QUE É?
A síndrome nefrótica é um distúrbio dos glomérulos (aglomerados de vasos sanguíneos
microscópicos nos rins que têm pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado) em
que quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína
excessiva tipicamente leva ao acúmulo de líquido no corpo (edema) e níveis baixos de
albumina de proteína e altos níveis de gorduras no sangue.

A síndrome nefrótica é um distúrbio dos glomérulos (aglomerados de vasos sanguíneos


microscópicos nos rins que têm pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado) em
que quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína
excessiva tipicamente leva ao acúmulo de líquido no corpo (edema) e níveis baixos de
albumina de proteína e altos níveis de gorduras no sangue.

TIPOS E CAUSAS
Síndrome nefrótica pode ser

 Primária, originando-se nos rins


 Secundária, causada por uma ampla gama de outros distúrbios
Uma variedade de distúrbios renais primários pode danificar os glomérulos e causar a
síndrome nefrótica. Doença de lesão mínima é a causa mais comum de síndrome nefrótica
em crianças.
As causas secundárias podem envolver outras partes do corpo. Os distúrbios mais comuns
causando a síndrome nefrótica são diabetes mellitus, lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) e
certas infecções virais. A síndrome nefrótica também pode resultar de inflamação do rim
(glomerulonefrite). Vários medicamentos tóxicos para os rins podem também causar
síndrome nefrótica, em especial os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). A síndrome
pode ter como causa certas alergias, entre elas, as provocadas por picadas de insetos e
hera venenosa ou carvalho venenoso. Alguns tipos de síndrome nefrótica são hereditários.

QUAIS OS SINTOMAS?
Os sintomas iniciais incluem

 Perda de apetite
 Uma sensação de mal-estar geral
 Edema palpebral e edema de tecidos (edema) devido ao excesso de sódio e
retenção de água
 Dor e inchaço abdominal
 Urina espumosa
 inchaço nos tornozelos e nos pés;
 inchaço no rosto;

O abdômen pode inchar devido a um grande acúmulo de líquido na cavidade abdominal


(ascite). Falta de ar pode desenvolver-se porque os líquidos se acumulam no espaço
circundando os pulmões (derrame pleural). Outros sintomas podem incluir inchaço dos
lábios vaginais nas mulheres e do escroto nos homens. Com frequência, o líquido que
causa o inchaço dos tecidos fica sujeito à força da gravidade e, dessa forma, circula.
Durante a noite, o líquido acumula-se nas partes superiores do corpo, como as pálpebras.
Durante o dia, quando a pessoa está sentada ou em pé, o líquido acumula-se nas partes
inferiores do corpo, como nos tornozelos. O inchaço pode ocultar o desgaste muscular que
está progredindo ao mesmo tempo.
Nas crianças, a pressão arterial costuma ser baixa, e quando a criança fica de pé, a
pressão arterial pode cair (hipotensão postural ou ortostática). Ocasionalmente, há o
desenvolvimento de choque. Os adultos podem ter pressão arterial baixa, normal ou alta.
A produção de urina pode diminuir e insuficiência renal (perda da maior parte da função
renal) pode se desenvolver se o vazamento de fluido das veias sanguíneas para os tecidos
esgota o componente líquido do sangue e o suprimento de sangue para os rins diminui. Em
algumas situações, a insuficiência renal com baixa produção de urina ocorre de forma
repentina.
As deficiências nutricionais podem resultar porque os nutrientes são excretados na urina.
Em crianças, o crescimento pode ser atrofiado. Pode haver perda de cálcio dos ossos e as
pessoas podem apresentar deficiência de vitamina D, resultando em osteoporose. O cabelo
e as unhas podem tornar-se frágeis e pode haver queda de cabelo. Por razões
desconhecidas, podem surgir linhas brancas horizontais na base das unhas.
A membrana que reveste a cavidade abdominal e os órgãos abdominais (peritônio) pode se
inflamar e se infectar. Infecções oportunistas - infecções causadas por bactérias
normalmente inofensivas - são comuns. Acredita-se que a maior probabilidade de infecção
ocorra porque os anticorpos que normalmente combatem as infecções são excretados na
urina ou não produzidos em quantidades normais. A tendência para o sangue coagular
(trombose) aumenta, sobretudo dentro da veia principal que drena o sangue dos rins. Com
menor frequência, pode acontecer que o sangue não coagule quando é necessário, o que
tende a levar ao sangramento excessivo. A hipertensão arterial, acompanhada de
complicações que afetam o coração e o cérebro, é mais provável em pessoas com diabetes
ou com lúpus eritematoso sistêmico.

QUAL O DIAGNÓSTICO?
 Exames de sangue e urina
O médico baseia o diagnóstico de síndrome nefrótica nos sintomas, nos achados do exame
físico e nos achados laboratoriais. Um exame laboratorial da urina recolhida dentro de 24
horas é útil para medir o nível de perda de proteínas, ainda que para muitas pessoas seja
difícil recolher a urina durante um período tão extenso. Alternativamente, para estimar a
perda de proteína, uma amostra de urina única pode ser testada para medir a razão do
nível de proteína para o da creatinina (um resíduo).
Outros exames de sangue e de urina detectam outras características da síndrome. O nível
de albumina no sangue é baixo porque se perde esta proteína vital pela urina e a sua
produção é prejudicada. É habitual a urina conter aglomerados de células que podem estar
combinadas com proteínas e gordura (cilindros). A urina contém baixos níveis de sódio e
altos níveis de potássio. As concentrações de lipídios no sangue estão elevadas, em muitos
casos 10 vezes mais do que o normal. Os níveis de lipídios na urina também são elevados.
A anemia pode estar presente. Os níveis de proteínas de coágulos de sangue podem
aumentar ou diminuir.

QUAL O TRATAMENTO?
O tratamento da Síndrome Nefrótica tem como objetivo controlar os sintomas e minimizar os
prejuízos que eles podem causar. O paciente precisa, por exemplo, de medicamentos para
controlar a pressão arterial, para equilibrar o volume de líquidos e sais no organismo e, em
alguns casos, medicações imunossupressoras, aquelas que deprimem o sistema
imunológico, para combater alguma doença imune que esteja afetando nossos rins.
A abordagem também visa evitar a perda descontrolada de proteínas, para que elas atinjam
seus níveis adequados, o que automaticamente minimiza os sintomas. Porém, também é
preciso identificar o que está causando os problemas com o sistema de filtragem renal, para
assim atenuar a perda de proteína pela urina.

BIBLIOGRAFIA:
O’BRIEN, Frank. Síndrome Nefrótica. MD, Washington University in St. Louis. Manual MSD de
Saúde. Julho, 2021. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-renais-e-
urinários/distúrbios-da-filtração-dos-rins/síndrome-nefrótica Acesso em: 2 de maio de 2023.

GELMETTI, Adriana. Et. al. Glomerulonefrites Agudas. Grupo Medicina Net. Junho, 2010. Disponível
em: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2482/glomerulonefrites_agudas.htm
Acesso em: 2 de maio de 2023.

BUEHLER, Anna Maria. Et. al. Protocolo Clínico e diretrizes terapêuticas da síndrome nefrótica
primária em adultos. Ministério da Saúde. Abril, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-
br/midias/protocolos/publicacoes_ms/20210416_sindrome_nefrotica_primaria_adulto.pdf Acesso em:
2 de maio de 2023.

MARQUES, V. DE P. et al.. Glomerulonefrite aguda após infecção de vias aéreas superiores ou pele:
análise descritiva de 82 pacientes entre 14 e 64 anos de idade. Brazilian Journal of Nephrology, v.
32, n. 3, p. 237–241, jul. 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jbn/a/MCvt3QYvp9WNDFfDsHbvQvz/?lang=pt Acesso em: 2 de maio de 2023.

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