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Esplenomegalia - Hematologia e
oncologia - Manuais MSD edição para
profissionais
11–15 minutos

Recursos do assunto

A esplenomegalia é o aumento do baço.

Esplenomegalia quase sempre é secundária a outros distúrbios.


Há inúmeras causas de esplenomegalia, assim como há muitas
maneiras possíveis de classificá-las (ver tabela Causas comuns de

esplenomegalia Causas comuns de esplenomegalia ). Em


climas temperados, as causas mais comuns são


Doenças do tecido conjuntivo


Cirrose hepática com hipertensão portal


Anemias hemolíticas


Infecções (p. ex., hepatite, mononucleose)


Doenças linfoproliferativas

Nos trópicos, as causas mais frequentes são


Doenças infecciosas (p. ex., malária Malária Malária é uma
infecção causada por quaisquer das quatro espécies de
Plasmodium. Os sinais e sintomas incluem febre (que pode ser
periódica), arrepios, calafrios, sudorese, diarreia, dor... leia mais

, leishmaniose visceral Leishmaniose


Leishmaniose é causada por espécies de Leishmania. As
manifestações incluem síndromes viscerais, cutâneas e da
mucosa. A leishmaniose cutânea produz lesões de pele nodulares

e indolores... leia mais , esquistossomose


Esquistossomose Esquistossomose é a infecção causada por
trematódeos sanguíneos do gênero Schistosoma, adquiridos
transcutaneamente ao nadar ou entrar em contato com águas
contaminadas. Os parasitas... leia mais )

Se a esplenomegalia é maciça (baço palpável 8 cm abaixo da


margem costal), a causa geralmente é


Leucemia de células pilosas

A maioria dos sintomas aparentes resultam de doença subjacente.


No entanto, a esplenomegalia, por si só, pode ocasionar saciedade
precoce pelo deslocamento do estômago em decorrência de baço
aumentado. Sensação de plenitude e dor no quadrante abdominal
superior esquerdo também são possíveis. Dor súbita e intensa
sugere infarto esplênico. Infecções recidivantes, sintomas de
anemia ou manifestações de sangramento sugerem citopenia e
possível hiperesplenismo. Em pacientes que tiveram trauma
abdominal contuso nas últimas semanas, o aumento esplênico
pode ser decorrente de um hematoma subcapsular esplênico; a
dor súbita intensa e/ou choque podem indicar ruptura esplênica.

A sensibilidade para detecção de aumento esplênico documentado


por ultrassonografia é 60 a 70% para palpação e 60 a 80% para
percussão. Até 3% das pessoas normais magras apresentam baço
palpável. Além disso, uma massa palpável no hipocôndrio
esquerdo pode indicar um problema diferente de um baço
aumentado, como um lobo hepático esquerdo aumentado devido à
trombose da veia hepática, hipernefroma ou massa adrenal.

Outros sinais úteis são atrito esplênico e dor no ombro que


sugerem infarto esplênico e sopros epigástricos ou esplênicos que
podem ocorrer por causa do fluxo sanguíneo aumentado.
Adenopatia pode sugerir doenças linfoproliferativos, infecciosas ou
autoimunes.

Se a confirmação de esplenomegalia for necessária porque o


exame é equívoco, a ultrassonografia é a opção de teste em razão
de sua precisão e baixo custo. TC e RM podem dar mais detalhes
sobre a consistência do órgão. A RM é especialmente útil para
detectar tromboses da veia esplênica ou porta. O mapeamento
nuclear é preciso e pode identificar tecido esplênico acessório,
frequentemente encontrado após uma esplenectomia por
"hipertrofia de trabalho" dos esplênios ou fragmentos
despercebidos liberados de um baço fraturado no momento da
cirurgia. Às vezes, múltiplos remanescentes do baço podem ser
encontrados em todo o abdome, muitas vezes inseridos no
pâncreas adjacente, uma condição denominada esplenose.

Confirmar as causas específicas sugeridas pela anamnese e pelo


exame físico por meio dos exames complementares indicados. Se
a causa não for conhecida, a maior prioridade é a exclusão de
infecção oculta, porque o tratamento precoce afeta o resultado da
infecção mais do que na maioria das outras causas de
esplenomegalia. A análise laboratorial deve ser total nas áreas de
alta prevalência geográfica de infecção ou se o paciente parecer
enfermo. Hemograma completo, culturas sanguíneas e exame da
medula óssea (p. ex., para evidências de câncer ou doenças de
depósito) devem ser considerados.

Resultados específicos do sangue periférico podem sugerir


doenças subjacentes [p. ex., linfocitose de células pequenas na
leucemia linfocítica crônica Leucemia linfocítica crônica (LLC) A
leucemia linfocítica crônica (LLC) é caracterizada pelo acúmulo
progressivo de linfócitos B malignos fenotipicamente maduros. Os
locais primários da doença incluem sangue periférico, medula...
leia mais e linfocitose granular de células grandes nos linfócitos
granulares de células T (TGL) hiperplásicos ou na leucemia por
TGL, nos linfócitos atípicos na leucemia de células pilosas, e
leucocitose e células imaturas em outras leucemias]. Excesso de
basófilos, eosinófilos ou eritrócitos, ou eritrócitos nucleados ou em
forma de gota, sugerem neoplasma mieloproliferativo Visão geral
dos distúrbios mieloproliferativos Neoplasmos mieloproliferativos
são proliferações clonais das células-tronco da medula óssea, que
podem se manifestar como um aumento de plaquetas, eritrócitos
ou leucócitos, isoladamente ou... leia mais . Citopenias sugerem
hiperesplenismo Hiperesplenismo Consiste em citopenia causada
por esplenomegalia. (Ver também Visão geral do baço.) É um
processo secundário que pode surgir em consequência da
esplenomegalia de qualquer causa (ver tabela Causas... leia mais .
Esferocitose sugere hiperesplenismo ou esferocitose hereditária
Esferocitose hereditária e eliptocitose hereditária Esferocitose e
eliptocitose hereditárias são doenças congênitas das membranas
dos eritrócitos que causam anemia hemolítica leve. Os sintomas,
normalmente mais leves na eliptocitose hereditária... leia mais

. Células-alvo, células falciformes ou esferócitos


podem sugerir hemoglobinopatia Visão geral da hemoglobinopatias
Hemoglobinopatias são doenças genéticas que afetam a estrutura
ou a produção das moléculas de hemoglobina. As moléculas de
hemoglobina são formadas por cadeias de polipeptídeos cuja
estrutura... leia mais .

Os resultados dos testes hepáticos encontram-se difusamente


alterados na esplenomegalia congestiva com cirrose; o aumento
isolado da fosfatase alcalina sugere infiltração hepática como nos
distúrbios mieloproliferativos e linfoproliferativos, tuberculose miliar
Tuberculose miliar Tuberculose extrapulmonar geralmente resulta
da disseminação hematogênica. Algumas vezes, a infecção se
estende diretamente de um órgão adjacente. Os sintomas variam

dependendo do local, mas... leia mais e doenças


fúngicas crônicas (p. ex., candidíase Candidíase (invasiva)
Candidíase é a infecção causada por Candida spp, mais
frequentemente C. albicans; ela manifesta-se por lesões
mucocutâneas, fungemia e, algumas vezes, infecção focal de

múltiplos... leia mais ou histoplasmose


Histoplasmose Histoplasmose é uma doença pulmonar e
hematogênica causada por Histoplasma capsulatum,
frequentemente crônica, e geralmente se segue a uma infecção

primária assintomática. Os sintomas... leia mais


).

Alguns outros testes podem ser úteis, mesmo em pacientes


assintomáticos. A eletroforese de proteínas séricas identificando
gamopatia monoclonal ou diminuição das imunoglobulinas sugere
transtornos linfoproliferativos ou amiloidose Amiloidose Amiloidose
é qualquer de um grupo de condições distintas caracterizadas por
deposição extracelular de fibrilas insolúveis compostas de
proteínas mal agregadas. Essas proteínas podem se acumular...

leia mais ; hipergamaglobulinemia difusa sugere


infecção crônica (p. ex., malária Malária Malária é uma infecção
causada por quaisquer das quatro espécies de Plasmodium. Os
sinais e sintomas incluem febre (que pode ser periódica), arrepios,

calafrios, sudorese, diarreia, dor... leia mais ,


leishmaniose visceral Leishmaniose Leishmaniose é causada por
espécies de Leishmania. As manifestações incluem síndromes
viscerais, cutâneas e da mucosa. A leishmaniose cutânea produz

lesões de pele nodulares e indolores... leia mais


, brucelose Brucelose Brucelose é causada por Brucella spp que
são bactérias Gram-negativas. Os sintomas iniciam-se como uma
doença febril aguda, com pouco ou nenhum sinal localizado, e
pode progridir para... leia mais , tuberculose Tuberculose (TB) A
tuberculose é uma infecção micobacteriana progressiva crônica,
frequentemente com um período latente assintomático após a
infecção inicial. A tuberculose afeta mais comumente os pulmões.

Os... leia mais ), cirrose com esplenomegalia


congestiva, sarcoidose Sarcoidose A sarcoidose é uma doença
inflamatória que resulta em granulomas sem caseificação em um
ou mais órgãos e tecidos; a etiologia é desconhecida. Os pulmões
e o sistema linfático são afetados com... leia mais

ou doenças do tecido conjuntivo (p. ex., lúpus


eritematoso sistêmico, síndrome de Felty em pacientes com artrite
reumatoide). A citometria de fluxo pode identificar uma pequena
população de linfócitos monoclonais, sugestiva de linfoma. A
elevação do ácido úrico sugere distúrbio mieloproliferativo ou
linfoproliferativo. A elevação da fosfatase alcalina dos leucócitos
(FAL) sugere neoplasma mieloproliferativo, enquanto os níveis
diminuídos sugerem leucemia mielocítica crônica.

Se os exames subsidiários não revelarem outras anormalidades


além de esplenomegalia, o paciente deve ser reavaliado em
intervalos de 6 a 12 meses ou quando novos sintomas se
desenvolverem.


Tratamento da doença subjacente


Esplenomegalia quase sempre é secundária a outros distúrbios.


Ao testar a etiologia da esplenomegalia e não encontrar uma causa
imediatamente aparente, é importante excluir as causas
infecciosas.


Pacientes assintomáticos com esplenomegalia não exigem
tratamento, mas devem evitar esportes de contato e levantamento
de peso para diminuir o risco de ruptura esplênica.

Visão Educação para o paciente

OBS.: Esta é a versão para profissionais. CONSUMIDORES:


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