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ROUND CLÍNICO

- Hipótese Diagnóstica: Dengue Hemorrágica

O que é Dengue?
A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem
quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e
DEN-4), que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do
mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão,
durante ou imediatamente após períodos chuvosos.

A dengue clássica se inicia de maneira súbita e podem ocorrer febre alta, dor
de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas costas. Às vezes aparecem manchas
vermelhas no corpo. A febre dura cerca de cinco dias com melhora progressiva
dos sintomas em 10 dias. Em alguns poucos pacientes podem ocorrer
hemorragias discretas na boca, na urina ou no nariz. Raramente há
complicações.

Durante a infecção pelo vírus da dengue, ocorre uma resposta


imunológica exacerbada, que pode levar a danos nos vasos sanguíneos.
O vírus infecta as células endoteliais, que revestem o interior dos vasos
sanguíneos, causando sua disfunção. Isso resulta em um aumento da
permeabilidade vascular, ou seja, os vasos sanguíneos tornam-se mais
"vazados", permitindo que o plasma sanguíneo extravase para os tecidos
circundantes.

Esse extravasamento plasmático leva à diminuição do volume de plasma


no sistema circulatório, o que pode levar à diminuição da pressão arterial
e ao comprometimento da perfusão adequada de órgãos vitais. Além
disso, o extravasamento de plasma pode causar edema (inchaço) nos
tecidos, especialmente no abdômen e nas extremidades.

O que é Dengue Hemorrágico?


Dengue hemorrágico é uma forma grave de dengue. No início os sintomas são
iguais aos da dengue clássica, mas após o 5º dia da doença alguns pacientes
começam a apresentar sangramento e choque. Os sangramentos ocorrem em
vários órgãos. Este tipo de dengue pode levar a pessoa à morte.

- Alterações Laboratoriais

Eritrócitos: Essa diminuição no volume de líquidos pode levar a uma


concentração maior de células sanguíneas, incluindo os eritrócitos, o
que pode resultar no aumento do número absoluto de eritrócitos.
Hemoglobina: Isso pode acontecer devido a diferentes fatores ou como
concentração sanguínea devido à desidratação, hemoconcentração
decorrente da perda de líquidos .O que é comum já que na dengue acaba
acontecendo o extravasamento plasmático .
Hematócrito: hemoconcentração decorrente do extravasamento
plasmático .O que é comum já que na dengue..

CHCM: Pode ter ocorrido um problema de automação .


Plaquetas: A plaquetopenia ou trombocitopenia pode ser resultado da
influência de citocinas, diminuição da megacariopoiese, aumento da
destruição de plaquetas no fígado e baço durante a fase febril, o consumo
aumentado são os principais responsáveis pela redução do número de
plaquetas no sangue periférico. A falta de plaquetas interfere na homeostase
do
organismo, assim o paciente pode apresentar tendência hemorrágica, sendo
característica da febre hemorrágica da Dengue.
Leucócitos: Isso ocorre devido à supressão da produção de leucócitos
pela medula óssea e ao acúmulo de células nos tecidos periféricos,
como o baço.
Linfócitos típicos: A linfocitopenia ocorre na fase de viremia aguda, pois os
linfócitos participam efetivamente no combate das células infectadas sofrendo
uma destruição acelerada pelo aumento da captura pelo baço ou linfonodos,
reduzindo assim sua população na corrente sanguínea ou alterando sua
morfologia devido ao combate.
Linfócitos reativos: A presença de linfócitos atípicos sugere uma resposta
secundária mais agressiva ao vírus
Dosagem sérica de Glicose: A infecção viral causa acidose metabólica e a
acidose metabólica causa a hipoglicemia.
Dosagem sérica de Ureia /Creatinina: devido principalmente pela degradação
proteica e enzimáticas do fígado em decorrência das lesões hepáticas pela
presença do vírus ali.

Dosagem sérica de Albumina:Durante a dengue hemorrágica, ocorre


extravasamento de fluidos dos vasos sanguíneos para os tecidos, o que
pode levar à desidratação e à concentração das proteínas no sangue.
Essa desidratação e alteração do equilíbrio de fluidos podem contribuir
para a redução dos níveis de albumina sérica A albumina é utilizada
comumente para avaliação do estado nutricional dos indivíduos, pois
está associada ao equilíbrio do volume plasmático circulante. como é
comum na dengue o extravasamento plasmático a alteração desse fator
está justamente relacionada a mesma.

Sódio: indica desidratação

Potássio: indica desidratação


Bilirrubina direta: está alterada justamente por conta da insuficiência hepática
que está acontecendo com o paciente em decorrência da dengue.
TGO/AST e TGP/ALT: estão aumentando por conta de degradação das células
hepáticas decorrente da dengue, mas também por conta do excesso de
resposta imune que acontece , levando hipóxia , alteração de plasma e diversas
alterações que ocorrem por conta do vírus.
GGT: Durante a dengue hemorrágica, a inflamação no fígado pode levar a
alterações nas enzimas hepáticas, incluindo aumento dos níveis de GGT
PCR: Presença de processo inflamatório

hemacia/sangue : rabdomiólise , justamente por conta do tropismo que


a dengue tem por células musculares o que acaba acarretando uma
lesão renal. e com isso as funções acabam prejudicadas uma delas a
filtração oq acaba acarretando a presença de sangue na urina .
proteina : A presença de proteína na urina, A proteinúria ocorre quando
há vazamento de proteínas dos vasos sanguíneos para a urina devido a
danos nos glomérulos, que são as estruturas responsáveis pela filtração
do sangue nos rins.

Durante a dengue hemorrágica, a inflamação generalizada, a disfunção


vascular e as alterações na coagulação sanguínea podem afetar os
glomérulos, resultando em proteinúria.

exames complementares

A prova do laço é um exame complementar utilizado no contexto da


dengue para avaliar a fragilidade dos vasos sanguíneos e a tendência ao
sangramento. Esse teste é realizado com o objetivo de identificar sinais
de suscetibilidade ao sangramento, especialmente em casos de dengue
hemorrágica.

O procedimento da prova do laço é relativamente simples. Geralmente,


um manguito de pressão arterial é colocado no braço do paciente e
inflado para interromper o fluxo sanguíneo venoso e arterial na região. O
manguito é mantido inflado por um período de cerca de cinco minutos.

Durante esse tempo, o profissional de saúde pode realizar uma avaliação


visual e física para identificar a ocorrência de pequenas manifestações
de sangramento, como petéquias (pontos vermelhos na pele causados
por pequenos sangramentos capilares) e equimoses (manchas roxas na
pele devido ao extravasamento de sangue).

A presença de petéquias ou equimoses indica que os vasos sanguíneos


estão mais frágeis e que o paciente pode ter uma tendência aumentada
a sangrar. Isso pode ser um sinal de alerta para a possibilidade de
dengue hemorrágica, que é uma complicação grave da dengue.

É importante observar que a prova do laço não é um teste diagnóstico


específico para a dengue ou para a dengue hemorrágica. É apenas um
exame complementar que pode auxiliar na avaliação clínica do paciente,
juntamente com outros exames e sintomas apresentados.

O diagnóstico da dengue e de suas complicações é baseado em uma


avaliação abrangente que inclui a análise dos sintomas clínicos, o
histórico epidemiológico, os exames laboratoriais, como sorologia e
testes moleculares, e a avaliação do quadro clínico geral do paciente.

Lembrando que é sempre essencial procurar um profissional de saúde


qualificado para realizar o diagnóstico adequado e receber orientações
específicas em relação à dengue e seus exames complementares.

Teste de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): É usado para detectar


o material genético do vírus da dengue em uma amostra de sangue. O
teste de PCR permite a detecção precoce do vírus durante a fase aguda
da infecção.

TS - Esse exame é normalmente solicitado como forma de


complementar os outros exames e é útil para detectar qualquer
alteração nas plaquetas e é feito por meio da realização de um
pequeno furo na orelha, que corresponda à técnica de Duke

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