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INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO PROFISSIONAL - CHIMOIO

Curso: TMG
CADEIRA: Enfermagem e primeiros socorros

Turma: 19

Tema:
Intoxicação, Envenenamento e Alergia

O presente trabalho de investigação Cientifica


serà entregue e apresentado no Instituto Médio
Técnico Profissional, no Curso de Enfermagem
Geral, na disciplina de Microbiologia.

Docente: José João

Chimoio, Março de 2023


INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO PROFISSIONAL - CHIMOIO

Curso: TMG
CADEIRA: Enfermagem e primeiros socorros

Turma: 19

Tema:
Intoxicação, Envenenamento e Alergia

Formandos:
Isabel Luzenda Nº 9
Jerónimo Januário Nº 10
Joaquina Salimo Nº 11
Mercia Fernando Nº 15
Sebastião Abel Nº 31
Chelton Felizardo Nº 32
Soares Manuel Nº 34
Tercia Francisco Nº 36

Chimoio, Março de 2023


Índice
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................4
1.1. OBJECTIVOS................................................................................................................................5
1.1.1. Gerais.......................................................................................................................................5
1.1.2. Específicos...............................................................................................................................5
 Propor acções para reduzir a incidência de envenenamento intoxicações por e alergia;..............5
2. INTOXICAÇÃO...............................................................................................................................6
2.3. Factores importantes do processo de intoxicação:......................................................................6
2.5. Efeitos destas substâncias ao nosso organismo.......................................................................7
2.6. Sinais de intoxicação e/ou envenenamento.............................................................................7
2.7. Recomendações básicas:.........................................................................................................8
2.8. Como proteger uma criança de um envenenamento/intoxicação:...........................................9
2.9. Diagnostico de intoxicação ou envenamento................................................................................10
2.9.1. Teste de drogas......................................................................................................................11
2.10. Tratamento de envenamento / intoxicação..................................................................................12
Os princípios para o tratamento de todos os envenenamentos são idênticos:.................................12
2.10.1. Aumentar a eliminação do veneno...................................................................................12
2.10.2 Antídotos.........................................................................................................................12
2.11. Prevenção de envenenamento.............................................................................................13
2.11.1. Prevenir novas exposições...............................................................................................13
3. ALERGIA.......................................................................................................................................14
3.1. Classificação.............................................................................................................................14
3.2. Quadro clínico e diagnóstico de alergia................................................................................15
3.2.1. Manejo clínico do paciente................................................................................................16
4. CONCLUSÃO.............................................................................................................................17
5. Referencia Bibliográfica:.................................................................................................................18
1. INTRODUÇÃO

O crescente número de intoxicações em humanos representa um grave


problema de saúde pública em todo o mundo. As intoxicações envolvem
tanto drogas legais como ilegais e podem ser acidentais ou intencionais. Uma
grande parcela dos envenenamentos envolve itens domésticos comuns, tais
como materiais de limpeza, medicamentos, cosméticos e itens de higiene
pessoal.
A automedicação e as medicações de venda livre também têm contribuído
para o aumento destes índices.
O principal perigo da maioria dos medicamentos é a sua administração
incorrecta, em doses elevadas, que pode originar uma verdadeira intoxicação.
Além disso, a falta de conhecimento da população sobre os benefícios e
malefícios do uso racional dos medicamentos é uma das principais causas
para este sério problema de saúde pública.
Conforme informações do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas
(SINITOX) 1, os medicamentos no quadro de agentes tóxicos são os
principais responsáveis pelas intoxicações em seres humanos.

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1.1. OBJECTIVOS

1.1.1. Gerais
 Descrever intoxicação, envenenamento e Alergia medicamentosa e oferecer ao clínico
subsídios para uma maior compreensão dessa problemática de grande relevância para a saúde
pública.

1.1.2. Específicos

 Propor acções para reduzir a incidência de envenenamento intoxicações por e


alergia;
 Apresentar algumas medidas farmacológicas para o tratamento de envenenamento,
intoxicações e alergia;
 Especificar os factores que influenciam no de envenenamento e intoxicações;

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2. INTOXICAÇÃO
2.1. CONCEITO DE
Intoxicação é a introdução de uma substância tóxica no organismo. As intoxicações podem
ocorrer por medicamentos e por substâncias químicas. Existem vários tipos de intoxicação,
mas os acidentes em geral ocorrem com a ingestão de excesso de medicamentos ou por
substâncias químicas.

2.2. Circunstâncias das intoxicações ou envenamento


A falta de conhecimento da população dos benefícios e malefícios do
uso irracional de medicamentos é um grave problema de saúde pública.
O principal perigo está na administração incorreta, nas doses elevadas, o
que pode originar uma verdadeira intoxicação, conforme relatam os
dados estatísticos anualmente publicados pelos Centros de Vigilância
Toxicológicas de nosso país.
Outro fator que contribui em muito para elevar os índices de
intoxicações por medicamentos é a automedicação. Segundo Vitor et
al.,(2008), automedicação é a utilização de medicamento por conta
própria, sem prescrição médica, na qual o próprio paciente decide qual
fármaco utilizar, com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou
mesmo promover a saúde, independente da prescrição do médico.
Medicamentos de venda livre são aqueles que não possuem tarja na
embalagem e podem ser vendidos sem prescrição médica. Geralmente
são utilizados para aliviar sintomas leves e passageiros, como
analgésicos (para combater a dor), antitérmicos (para combater a febre),
etc., em que o próprio usuário define o medicamento que irá utilizar
(PROCON, 2007).

2.3. Factores importantes do processo de intoxicação:


 Tempo de exposição - quanto maior for o tempo em que a pessoa ficou exposta aos produtos
químicos, maiores serão as possibilidades deste produto causar danos à sua saúde.
 Concentração do agente - quanto maior for a concentração do agente químico, maior será a
chance de poder causar um efeito danoso à saúde.
 Toxicidade - algumas substâncias são mais tóxicas que outras, se comparadas a uma mesma

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concentração.
 Natureza da substância química – se é um gás, um líquido, vapor, etc. Isto tem relação com
a forma de entrada deste tóxico no organismo, que veremos mais abaixo.
 Susceptibilidade individual - algumas pessoas são mais sensíveis do que outras a
determinados agentes químicos.

2.4. A absorção das substâncias químicas pelo organismo humano se dá por diferentes
formas:
 Por inalação – podemos absorver uma substância química nociva pela respiração, quando
estamos em um local contaminado.
 Pela pele - certas substâncias podem penetrar no organismo através da pele, mesmo que o
contacto seja breve, mesmo sem escoriações ou ferimentos.
 Por ingestão – podemos ingerir substâncias químicas nocivas acidentalmente quando nos
alimentamos em locais contaminados ou através das mãos, por hábitos inadequados de
higiene.

2.5. Efeitos destas substâncias ao nosso organismo


 Podemos ter desde uma simples irritação até mesmo intoxicações que podem levar à morte.
 Irritação dos olhos, nariz, garganta, pulmões ou pele, geralmente causada por produtos que se
apresentam na forma de gases ou vapores, como os vapores de ácidos, amoníacos, solventes
(removedores), cimento, poeiras, etc.
 Asfixia. Podemos exemplificar algumas substâncias químicas que são asfixiantes: monóxido
de carbono, dióxido de carbono, acetileno, metano, etc.
 Anestesia - provocada por determinados gases ou vapores que após inalados, causam
sonolência ou tonturas. Exemplos: éter etílico, acetona, clorofórmio, etc.
 Intoxicações que podem ser agudas ou crônicas. O benzeno, por exemplo, pode causar aplasia
de medula e leucemia.

2.6. Sinais de intoxicação e/ou envenenamento


A primeira conduta a ser tomada é a verificação se realmente houve a intoxicação ou o
envenenamento. Uma pessoa, que tenha simplesmente deglutido alguma substância, não
estará necessariamente intoxicada. Algumas substâncias são inócuas e não requerem

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tratamento. Entretanto, podemos suspeitar de envenenamento ou intoxicação em qualquer
pessoa que manifeste os sinais e sintomas descritos abaixo.

 Sinais evidentes, na boca ou na pele, de que a vítima tenha mastigado, engolido, aspirado ou
estado em contato com substâncias tóxicas, como por exemplo: salivação, aumento ou
diminuição das pupilas dos olhos, sudorese excessiva, respiração alterada e inconsciência;
 Hálito com odor estranho;
 Modificação na coloração dos lábios e interior da boca, dependendo do agente causal.
 Dor, sensação de queimação na boca, garganta ou estomago;
 Sonolência, confusão mental, torpor ou outras alterações de consciência.
 Náuseas e vómitos;
 Diarreia;
 Lesões cutâneas, queimaduras intensas com limites bem definidos ou bolhas.
 Convulsões;
 Queda de temperatura, que se mantém abaixo do normal;
 Paralisia.
Os conhecimentos básicos de primeiros socorros são fundamentais, pois podem salvar uma
vida. Procure ler o Manual de Primeiros Socorros da Fundação Oswaldo Cruz.
Em todos os casos de envenenamentos e intoxicações, é importante investigar da área onde a
pessoa foi encontrada, na tentativa de identificar com a maior precisão possível o agente
causador do envenenamento, ou encontrar pistas que ajudem nesta identificação. Muitos
indícios são úteis nesta dedução: frascos de remédios, produtos químicos, materiais de
limpeza, bebidas, seringas de injeção, latas de alimentos, caixas e outros recipientes.

Muitas pessoas supõem que exista um antídoto para a maioria ou a totalidade dos agentes
tóxicos. Infelizmente isto não é verdade. Existem apenas alguns produtos específicos para
certos casos e que, mesmo assim, necessitam de orientação médica para serem usados.

2.7. Recomendações básicas:


Pouco sabemos a respeito de muitas das substâncias químicas que são utilizadas em qualquer
lar, e por esta razão na maioria das vezes são tratadas e manuseadas como substâncias
inofensivas. Vejamos alguns exemplos:

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 Os detergentes que prometem lavar mais branco, possuem em sua composição soda caustica,
fosfatos e cloro.
 Os desinfectantes possuem ácido clorídrico e amônia.
 No bar temos vinho, wisky e aguardente, que possuem na sua composição o álcool etílico.
 O álcool que utilizamos na limpeza doméstica é álcool etílico.
 Os refrigerantes possuem na sua composição ácido fosfórico
 Os desodorizantes possuem tetracloroidróxido de alumínio e estearato.
 O agradável pinho silvestre, por exemplo, pode conter amônia e compostos benzênicos.
 Os inseticidas "spray" possue esteres ácidos (permetrina e piridina).
 Nos perfumes e loções, que possuem um agradável aroma, poderão ser encontrados,
derivados cianídricos; derivados benzênicos e tolueno.

Como você pode ver observar é uma infinidade de substâncias químicas que nem temos
noção que aqueles produtos que consideramos “tão inofensivos” possam conter.

Porém, existem algumas recomendações que são interessantes de serem observados por todos
nós, na rotina da nossa residência:

 Fumaça e gases provenientes da queima de borracha, plástico, cloro, solventes, detergentes,


papel, etc. contém substâncias tóxicas, portanto, devemos eliminar a fonte da fumaça e
ventilar o ambiente.
 Não guardar produtos como soda cáustica, querosene, detergentes, álcool, água sanitária,
removedores, amoníaco e desinfectantes em geral embaixo da pia, tanque ou na parte baixa
de armários de banheiros, cozinhas e áreas de serviços, pois são locais de fácil acesso para
crianças.
 O uso de qualquer medicamento deve ser feito com orientação médica. Guardar fora do
alcance de crianças. Os psicotrópicos (tranqüilizantes, hipnóticos, etc) devem ser mantidos
em locais trancados.
 Não ligar o automóvel em garagem fechada.
 Evitar a permanência de pessoas perto da descarga de veículo.
 Não comprar enlatados cujas embalagens estejam velhas, estufadas ou enferrujadas.

2.8. Como proteger uma criança de um envenenamento/intoxicação:


 Guarde todos os produtos de higiene e limpeza e medicamentos trancados, fora da vista e do

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alcance de crianças;
 Mantenha os produtos em suas embalagens originais. Nunca coloque um produto tóxico em
outra embalagem para que não seja confundido com algo sem perigo;
 Saiba quais produtos domésticos são tóxicos. Produtos comuns como enxaguantes bucais
podem ser nocivos para crianças;
 Dê preferência a embalagens de segurança. Tampas de segurança não garantem que a criança
não abra a embalagem, mas podem dificultar bastante, a tempo que alguém intervenha;
 Nunca deixe produtos venenosos, sem atenção enquanto os usa;
 Não crie novas soluções de limpeza misturando diferentes produtos designados para outro
fim;
 Sempre leia os rótulos e bulas, siga corretamente as instruções para dar remédios às crianças,
baseado no peso e idade, e use apenas o medidor que acompanha as embalagens de
medicamentos infantis;
 Nunca se refira a um medicamento como doce. Isto pode levar a criança a pensar que não é
perigoso ou que é agradável de comer. Como as crianças tendem a imitar os adultos, evite
tomar medicamentos na frente delas;
 Quando adquirir um brinquedo para a criança, certifique-se que ele é atóxico, ou seja, não
contém componentes tóxicos;
 Jogue fora medicamentos com data de validade vencida e outros venenos potenciais. Procure
em sua garagem, banheiro ou outras áreas de armazenamento por produtos de limpeza ou de
trabalho que você não utiliza;
 Instale detectores de fumaça em sua casa. É estimado que estes detectores, projetados para
soar um alarme antes que o nível de monóxido de carbono (fumaça) acumulado seja perigoso,
podem prevenir metade das mortes por envenenamento por monóxido de carbono. Se o
alarme soar, deixe a casa imediatamente e ligue para o departamento de Bombeiros ou
serviço de emergência médica;
 Mantenha telefones de emergência próximos aos aparelhos de telefone de sua casa. Peça para
os avós, parentes e amigos fazerem o mesmo.
2.9. Diagnostico de intoxicação ou envenamento
 Identificação do veneno
 Às vezes, análises de sangue e urina
 Raramente, radiografias abdominais
A identificação do veneno é útil para o tratamento. O rótulo dos frascos e a obtenção de
informações da pessoa, de seus familiares ou de colegas de trabalho são as melhores formas

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de o médico ou o centro antiveneno identificar tóxicos ou venenos. Se não existirem rótulos,
é possível identificar regularmente os medicamentos através de suas identificações e cor no
comprimido ou cápsula. Os testes de laboratório possuem menos probabilidades de
identificarem o veneno, sendo que muitos medicamentos e venenos não podem ser
prontamente identificados ou avaliados por parte do hospital. Por vezes, no entanto, as
análises da urina e do sangue podem ser úteis para essa identificação. Por vezes, as análises
do sangue revelam a gravidade do envenenamento, mas somente com um número muito
pequeno de venenos.

Os médicos examinam as pessoas para procurar sinais sugestivos de um certo tipo de


substância. Por exemplo, os médicos procuram marcas de agulhas ou marcas reveladoras
sugestivas de que a pessoa possa ter injetado drogas (consulte Uso de drogas injetáveis). Os
médicos também examinam as pessoas para procurar sintomas característicos de certos tipos
de intoxicação. Os médicos procuram verificar se as pessoas têm traços de uma droga ou
substâncias em sua pele ou, no caso de drogas absorvidas pela pele, se há adesivos ocultos em
dobras de pele, no céu da boca ou debaixo da língua.

No caso de determinados envenenamentos, as radiografias abdominais podem mostrar a


presença e o local das substâncias ingeridas. Os venenos que podem ser visíveis nas
radiografias incluem ferro, chumbo, arsênico, outros metais e grandes embalagens de cocaína
ou outras drogas ilícitas ingeridas pelos próprios indivíduos, chamados “body packers” ou
correios de droga (consulte Deglutição ou ocultação de drogas no corpo para transporte).
Baterias e ímãs também são visíveis em radiografias, bem como presas, dentes, espinhas
cartilaginosas e outras partes de animais que podem quebrar e permanecer fincadas no corpo
depois do ataque ou envenenamento por um animal.

2.9.1. Teste de drogas


Actualmente, os kits para identificar drogas na urina podem ser adquiridos sem prescrição
médica. A precisão destes kits pode variar significativamente. Logo, os resultados não devem
ser tidos como prova do consumo ou não de uma determinada droga. O teste deve ser
realizado consultando um profissional. Caso seja realizado sem a presença de um
profissional, os resultados devem ser discutidos com um profissional que possua experiência
em testes de drogas. O profissional pode ajudar as pessoas a interpretarem os resultados de

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testes e tirarem as devidas conclusões.
2.10. Tratamento de envenamento / intoxicação
Algumas pessoas que foram intoxicadas devem ser internadas. Com uma rápida assistência
médica, a maioria se recupera por completo.

Os princípios para o tratamento de todos os envenenamentos são idênticos:


 Suportar as funções vitais, tais como a respiração, pressão arterial, temperatura corporal e
frequência cardíaca;
 Prevenir absorção adicional;
 Aumentar a eliminação do veneno e
 Fornecer antídotos específicos (substâncias que eliminam, inativam ou combatem os efeitos
do veneno), se disponíveis.

2.10.1. Aumentar a eliminação do veneno


Se um veneno continuar a ser potencialmente mortal, apesar do uso do carvão e dos
antídotos, pode ser necessário um tratamento mais complexo. Os tratamentos mais comuns
são hemodiálise e hemoperfusão com carvão.
No caso da hemodiálise, é utilizado um rim artificial (dialisador) para filtrar os venenos
directamente da circulação sanguínea.
Na hemoperfusão com carvão, o sangue da pessoa passa sobre o carvão activado para ajudar
a eliminar os venenos (consulte a tabela Hemofiltração e hemoperfusão: outras maneiras de
filtrar o sangue).
Em qualquer um desses métodos introduzem-se pequenos tubos (cateteres) nos vasos
sanguíneos, um tubo para drenar o sangue de uma artéria e outro para devolver o sangue a
uma veia. Antes de ser devolvido ao organismo, o sangue passa por filtros especiais para
eliminar a substância tóxica antes de regressar ao corpo.
Às vezes é usada a diurese alcalina. Com este procedimento, é administrada uma solução
contendo bicarbonato de sódio por via intravenosa para tornar a urina mais alcalina ou básica
(em vez de ácida). Isto pode aumentar a excreção de determinados medicamentos (tais como
aspirina e barbitúricos) na urina.

2.10.2 Antídotos
Apesar de a maioria dos venenos e medicamentos não possuir antídotos específicos (ao

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contrário da percepção popular proveniente da televisão e de filmes), alguns têm, de fato,
antídotos próprios. Algumas substâncias comuns que podem necessitar de antídotos
específicos incluem paracetamol (o antídoto é a N-acetilcisteína) e opioides como heroína e
fentanila (o antídoto é a naloxona). Algumas mordidas e picadas venenosas também têm
antídotos (consulte Mordidas de serpentes). Nem todas as pessoas que foram expostas a um
veneno precisam tomar seu antídoto. Muitas pessoas recuperam espontaneamente. Mas, no
caso de envenenamento grave, os antídotos podem salvar a vida da pessoa.

2.11. Prevenção de envenenamento


Nos Estados Unidos, o uso disseminado dos recipientes com protecção para crianças com
tampas de segurança diminuiu consideravelmente o número de mortes por envenenamento
em crianças com menos de 5 anos de idade. Para prevenir o envenenamento acidental, os
medicamentos e outras substâncias potencialmente perigosas devem ser mantidos em seus
recipientes originais e estes devem ser guardados fora do alcance de crianças. Substâncias
tóxicas tais como insecticidas e agentes de limpeza não devem ser colocadas em garrafas e
copos, mesmo que por breves momentos. Outras medidas preventivas incluem:

 Colocar rótulos bem evidentes nos produtos domésticos


 Guardar medicamentos (principalmente opioides) e substâncias tóxicas ou perigosas em
armários trancados e fora do alcance de crianças
 Usar detectores de monóxido de carbono
Os medicamentos fora da validade devem ser eliminados juntamente com pedras higiênicas
para gatos ou outra substância que não seja tentadora, colocando-os em um contentor do lixo
inacessível a crianças. Também é possível contatar uma farmácia local para obter mais
informações acerca da eliminação correta de medicamentos. É aconselhável ler o rótulo antes
de se tomar qualquer medicamento ou usar produtos domésticos.

Limitar a quantidade de analgésicos sem prescrição médica em um único recipiente reduz a


gravidade dos envenenamentos, particularmente com paracetamol, aspirina ou ibuprofeno. As
marcas de identificação impressas nos comprimidos e cápsulas por parte do fabricante do
medicamento podem ajudar a prevenir confusão e erros por parte dos farmacêuticos,
profissionais da área da saúde e outros.

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2.11.1. Prevenir novas exposições
O objectivo comum do tratamento hospitalar é manter os pacientes com vida até que o
veneno tenha desaparecido ou tenha se tornado inativo pelo organismo. Finalmente, o fígado
inativa a maior parte das substâncias tóxicas, que também podem ser expelidas na urina.

3. ALERGIA
A alergia múltipla a fármacos é rara e se caracteriza pela propensão do indivíduo a apresentar
reacções contra antibióticos de grupos químicos diferentes ou contra outros fármacos; no
entanto, com exceção dos antibióticos ßlactâmicos, os mecanismos para outros fármacos
parecem não envolver mecanismos imunológicos de liberação dahistamina.

3.1. Classificação
As reacções adversas a medicamentos podem ser agrupadas em três categorias: as do tipo A,
previsíveis e comuns, relacionadas com a actividade farmacológica da droga; as do tipo B,
imprevisíveis e incomuns, dependentes de características dos pacientes; e as do tipo C,
relacionadas com o aumento estatístico da ocorrência de uma doença em pacientes expostos a
um medicamento frente à sua frequência basal em não expostos.
Aproximadamente 80% das reacções adversas a medicamentos são do tipo A, enquanto que
as do tipo B compreendem em torno de 6 a 10%. Apesar de mais raras, as reacções do tipo B
constituem a maior parte das notificações espontâneas recebidas pelos sistemas de fármaco
vigilância nos EUA, dado o carácter peculiar e imprevisível das mesmas, bem como sua
gravidade.
As reacções do tipo B incluem manifestações de intolerância a fármacos, reacções
idiossincrásicas e reacções alérgicas. Elas geralmente são identificadas após o medicamento
ter sido comercializado, durante o processo de fármaco vigilância. Utiliza-se a denominação
reação alérgica a medicamentos quando há participação de anticorpos circulantes específicos
e/ou linfócitos específicos sensibilizados.
Utiliza-se a denominação “reação alérgica a medicamentos quando há participação de
anticorpos circulantes específicos e/ou linfócitos específicos sensibilizados.
Reações pseudo-alérgicas ocorrem quando há manifestações semelhantes às de uma reação
alérgica, mas com a ausência da especificidade imunológica.

As RAs são agrupadas de acordo com a classificação de Gell & Coombs 16,20. As reações do
tipo I ou imediatas são mediadas por anticorpos IgE específicos associados a mastócitos e

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basófilos, e suas manifestações clínicas podem seranafilaxia 21e urticária/angioedema. Nas do
tipo II oucitotóxico, medicamentos e/ou seus metabólitos podem se aderir inespecificamente
à superfície de eritrócitos, plaquetas e neutrófilos, propiciando a ligação de anticorpos, com
conseqüente lise celular por mecanismos de ativação do sistema do complemento (C) ou de
citotoxicidade celular mediada por anticorpos. Ahipersensibilidade do tipo III,também
denominada de “doença do soro”, ocorre devido à deposição de complexos imunes em vasos,
membranas basais da pele ou do glomérulo, ativação do sistema do C, aumento de
permeabilidade vascular e recrutamento de neutrófilos. O dano tissular se origina a partir da
liberação das enzimas líticas dos neutrófilos e da ativação do C.
Por fim, a hipersensibilidade do tipo IV ou tardia é causada pela interação do antígeno com
linfócitos T inflamatórios e/ou citotóxicos na ausência de anticorpos.
Embora esta classificação fisiopatológica seja útil para algumas reações alérgicas, ela não
permite, na maioria das vezes, inferir, pelo quadro clínico, qual o mecanismo imunológico
envolvido, como ocorre, por exemplo, nos rashes, na necrólise epidérmica tóxica e na reação
de Stevens Johnson.

3.2. Quadro clínico e diagnóstico de alergia


As manifestações clínicas das RAs são variáveis e dependentes do mecanismo imunológico e
do órgão acometido. As reações dependentes de anticorpos I g E específicos são em geral de
instalação rápida e podem ser tão intensas a ponto de colocar em risco a vida do paciente,
como ocorre no choque anafilático.
De acordo com o mecanismo imunológico envolvido, o tempo de exteriorização das RAs é
variável. Elas podem ser classificadas em:
 Imediatas - ocorrem nos primeiros 30 minutos a 2 horas após a administração do
fármaco;
 b) Aceleradas - ocorrem entre 2 e 48 horas
(urticária, broncoespasmo, febre, nefropatia), c) reações tardias - após 48 horas da ingestão
do fármaco (erupções cutâneas, febre, doença do soro, anemia hemolítica,
trombocitopenia, nefropatia).
Componentes genéticos, idade do paciente, história de reações anteriores ou mesmo de
reações cruzadas, potência e imunogenicidade do fármaco são fatores de risco importantes
para o aparecimento das RAs. O diagnóstico de RA deve incluir história minuciosa sobre o
tipo de medicamento administrado, dose, via de administração, tempo de aparecimento das
lesões e conhecimento de outros factores que possam interferir com o seu metabolismo, assim

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como a terapêutica até então utilizada no seu controle. Além disso, a abordagem laboratorial
é de extrema valia.

3.2.1. Manejo clínico do paciente


O tratamento das RAs compreende a retirada imediata do medicamento e a terapêutica
habitual para as diferentes manifestações clínicas. Em pacientes com reações graves,
a distinção dos mecanismos envolvidos muitas vezes é desnecessária. Reações anafiláticas ou
anafilactóides (independentes da presença de anticorpos IgE específicos) terão tratamento
emergencial similar.
O tratamento de emergência dessas reações graves deve ser iniciado com a administração
subcutânea de solução milesimal de adrenalina, que tem se mostrado efetiva na maioria dos
casos. Em estudo recente, Simons et al.
50 confirmaram dados anteriormente observados em crianças, de que a aplicação
intramuscular de adrenalina na face lateral da coxa garante concentrações plasmáticas
mais elevadas e maior precocidade na resposta terapêutica quanto à administração subcutânea
no deltóide. Além disso, ela tem sido melhor tolerada. A esse tratamento deve-se adicionar
um agente anti-histamínico (intramuscular) ecorticosteróide (intravenoso).
O pré-tratamento com corticosteróides ou com antihistamínicos H1 ainda é um assunto
controverso. Eles vêm sendo indicados em pacientes com risco de ter reações adversas a
contrastes iodados.
A dificuldade do manejo clínico do paciente que apresenta RA decorre principalmente do
desconhecimento sobre a fisiopatologia e sobre os fatores predisponentes ao
desencadeamento de tais reações. Enquanto que para as reações do tipo A, a modificação na
dosagem anterior à sua readministração possa ser suficiente, o manejo clínico das RAs
depende do conhecimento dos mecanismos responsáveis pelas mesmas. Quando não há testes
conclusivospara o diagnóstico preciso, recomenda-se utilizar um medicamento alternativo.
Pacientes com reações aos AINH, sobretudo asma e/ou rinite, beneficiam-se com o
afastamento dos mesmos, restrições de alimentos ricos em salicilatos naturais (tomate,
morango) e com o uso continuado de antagonistas de receptores de leucotrienos cisteínicos.
Em casos especiais, em que o uso continuado do AINH é necessário e não se dispõe de um
substituto, a dessensibilização está indicada.
permitiria ao paciente manter-se assintomático apesar de estar recebendo o AINH. Este
estado de tolerância se perde com a parada do uso regular do AINH.

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4. CONCLUSÃO

De acordo com o trabalho referente a intoxicações, envenenamento e alergias conclui que


necessita-se de intervenções no campo da prevenção e promoção, com objetivo de redução
dos registros de incidência desse tipo de casos.
As reações alérgicas constituem uma fração importante dos eventos adversos decorrentes da
exposição a medicamentos e de seu potencial de morbimortalidade. É importante enfatizar a
necessidade de notificação das RAs pelos profissionais envolvidos no tratamento do paciente
de forma sistematizada, por meio de acções de fármaco vigilância. O custo das RAs para o
serviço de saúde muitas vezes é subestimado, pois a maioria das reacções ocorre em
pacientes não hospitalizados. O fato dos mecanismos imunológicos envolvidos não estarem
completamente esclarecidos dificulta a prevenção de novos eventos, excluindo pacientes
ditos “alérgicos” do uso de fármacos eficazes e seguros em vários aspectos, o que faz
justificar o emprego de alternativas mais dispendiosas e de reserva. O teste cutâneo para
avaliação de hipersensibilidade imediata serve basicamente para as reações alérgicas a
medicamentos mediadas por IgE.

5. Referencia Bibliográfica:

17
 Rang, H. P.; Dale,M.M. et Ritter, J.M..Farmacologia. 4 ed. Rio deJaneiro: Guanabara
Koogan, 2001. 703 p.
 Nasi, L.A. et al. Rotinas em Pronto – Socorro. Porto Alegre:Artes Médicas, 1994. p. 449-72.
 1. Adkinson Jr NF, Essayan D, Gruchalla R, Haggerty H, Kawabata T, Sandler JD, et al. Task
force report: future research needs for prevention and management of immune-mediated drug
hypersensitivity reactions. J Allergy Clin Immunol. 2002;109:
S461-78.
 2. Thong BY-H, Leong K-P, Tang C-Y, Chng H-H. Drug allergy in a general hospital: results
of a novel prospective inpatient reporting system. Ann Allergy Asthma Immunol.
2003;90:342-7.

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