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ELEMENTOS DO 3º GRUPO
DOCENTE:
ELEMENTOS DO 3º GRUPO
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................3
2. OBJETIVOS............................................................................................................................................4
3. METODOLOGIA....................................................................................................................................5
4. REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................................................6
5. EPIDEMIOLOGIA..................................................................................................................................6
6. ETIOLOGIA...........................................................................................................................................6
7. DIAGNÓSTICO......................................................................................................................................8
7.3 Comorbidades....................................................................................................................................9
8. TRATAMENTO....................................................................................................................................10
8.1 Farmacoterapia................................................................................................................................10
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................12
5. EPIDEMIOLOGIA
Os estudos epidemiológicos têm relatado prevalências durante o período de vida de 1,5 a 3%
para o TP e de 3 a 4% para os ataques de pânico. As mulheres têm uma probabilidade duas a
três vezes maior que os homens de serem afectadas por TP, ataques de pânico ou agorafobia.
Entretanto, em diversos estudos, divórcio ou separação estavam associados com taxas
aumentadas tanto de transtorno quanto de ataques de pânico. A história familiar também
representa um factor de risco significativo (Kessler RC, et al.2006).
Estudos retrospectivos têm relatado que as mulheres com TP vivenciam um aumento nos
sintomas de ansiedade e de pânico durante a fase lútea ou pré- menstrual do ciclo menstrual,
talvez devido ao declínio drástico nos níveis de estrogênio e progesterona que ocorrem nesse
período (Kessler RC, et al. 2006).
O TP tem início tipicamente na fase final da adolescência ou início da idade adulta, mas pode
se manifestar na infância. O início é raro após os 45 anos de idade. Parentes em primeiro grau
de indivíduos portadores de TP apresentam uma chance de quatro a sete vezes maior de
desenvolver o transtorno (ANNICCHINO, 2007).
6. ETIOLOGIA
O TP é uma doença complexa, sua etiologia é baseada em diferentes teorias, as quais se
complementam e estão em constante evolução conceitual.
A etiologia do TP é provavelmente multifatorial, incluindo factores genéticos, biológicos,
cognitivocomportamentais e psicossociais que contribuem para o aparecimento de sintomas
de ansiedade, muitas vezes durante a infância, e com manifestações variáveis durante o ciclo
vital (KAPLAN, at al. 2007).
6.1 Neuroanatomia do TP
Em 1989, foi elaborada uma hipótese neuroanatômica para o TP com o objetivo de explicar
como duas terapias diferentes – psicofarmacoterapia e psicoterapia cognitivo-comportamental
eram eficazes no seu tratamento (ANNICCHINO, 2007).
6.2 Fatores Biológicos
Estudos indicam que os sintomas estão relacionados a uma gama de anormalidades biológicas
da estrutura e da função do cérebro a partir da desregulação do sistema nervoso central e
periférico na sua fisiopatologia. Afirmam que o sistema nervoso autônomo de alguns
pacientes exibe aumento do tônus simpático, adaptando-se lentamente a estímulos repetidos e
respondendo de maneira excessiva a estímulos moderados(Kessler RC, et al. 2006).
Os principais sistemas de neurotransmissores implicados são os da norepinefrina, da
serotonina e do ácido у-aminobutírico (GABA). A disfunção serotonérgica é bem evidente no
transtorno do pânico e vários estudos com medicamentos mistos agonistas e antagonistas da
serotonina demonstraram aumento dos níveis de ansiedade (KAPLAN, at al. 2007).
Apontam que os ataques de pânico se associam de forma mais direta à vasoconstrição
cerebral, como tonturas, e sintomas de sistema nervoso periférico, que podem ser induzidos
por hiperventilação e por hipocapnia.
6.3 Fatores Genéticos
Vários estudos verificaram que os parentes de primeiro grau de pacientes afectados tem um
risco de 4 a 8 vezes maior para TP. Estudos com gêmeos relataram que os monozigóticos têm
maior probabilidade de concordância para TP do que os dizigóticos.
6.4 Fatores Psicossociais
Explicados por teorias cognitivo-comportamentais e teorias psicanalíticas.
6.4.1 Teorias Cognitivo - Comportamental (TCC)
A combinação de psicoterapia com farmacoterapia é mais efectiva em relação a monoterapia.
Dessa forma, a TCC apresenta grande relevância no tratamento dos pacientes, uma vez que
focaliza a instrução acerca dos sintomas, corrigindo pensamentos catastróficos e orientando o
paciente a não interpretar de maneira equivocada sensações corporais como indicativas de
ataque de pânico. Além de auxiliar na capacidade de exposição a situações antes evitadas,
melhorando sua qualidade de vida. (KAPLAN, at al. 2007).
6.4.2 Teorias Psicanalíticas
Concebe que acontecimentos estressantes psicológicos produzam modificações
neurofisiológicas. Por exemplo: separações traumáticas durante a infância tornando a criança
suscetível a ansiedades na vida adulta, relacionamentos envolvendo abuso físico ou sexual ou,
ainda, a presença de conflitos internos inconscientes com a percepção dos pais como
controladores e exigentes. Além disso, muitos pacientes apresentam maiores acontecimentos
geradores de ansiedade, como perdas ou aumento de responsabilidades nos meses anteriores
ao início do transtorno. (ANNICCHINO, 2007).
7. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é fundamentalmente clínico.
7.2 Critérios diagnósticos para transtorno do pânico.
A- São necessários os critérios 1 e 2:
1. Ataques de pânico recorrentes e inesperados.
2. Pelo menos um dos ataques foi seguido pelo período mínimo de um mês com uma (ou
mais) das seguintes características:
a) Preocupação persistente com o facto de ter ataques adicionais;
b) Preocupação com implicações do ataque ou suas consequências (perder o controlo, ter um
ataque cardíaco, enlouquecer);
c) Uma alteração comportamental significativa relacionada aos ataques;
B- Ausência de agorafobia.
C- Os ataques de pânico não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (Ex:
droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (Ex: hipertireoidismo).
D- Os ataques não são mais bem explicados por outro transtorno mental, como fobia social
(Ex: em situações sociais temidas), fobia específica (ex: exposição a situação fóbica
específica) transtorno obsessivo-compulsivo (Ex: exposição à sujeira), transtorno do estresse
pós-traumático(Ex: resposta a estímulos associados a um estressor grave) ou transtorno de
ansiedade de separação (Ex: em resposta a estar afastado do lar ou de entes queridos).
(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. 1994).
7.3 Comorbidades
Os transtornos depressivos são as comorbidades mais frequentes do TP. Na maioria dos casos
a depressão acompanha o início dos ataques de pânico.
Entretanto, em 25 a 30% dos casos clínicos o transtorno depressivo é relatado como tendo
ocorrido antes ou simultaneamente ao início de ataques de pânico
Os pacientes com TP sem comorbidades apresentam uma história de doença mais recente,
referindo poucos prejuízos atribuídos à doença na qualidade de vida e nas atividades
profissionais e sociais. Já, envolvendo queixas orgânicas prévias, apresenta ataques de pânico
recorrentes e um elevado índice de recaídas (KAPLAN, at al. 2007).
A maior prevalência de transtornos comórbidos em mulheres com TP pode resultar em um
cursomais crônico e grave da doença que entre os homens (ANNICCHINO, 2007).
8. TRATAMENTO
Com o tratamento, a maioria dos pacientes exibe uma melhora importante dos sintomas de
pânico e agorafobia. Os dois tratamentos mais efetivos são a farmacoterapia e a terapia
cognitivo-comportamental (ANNICCHINO, 2007).
8.1 Farmacoterapia
O tratamento farmacológico do TP tem como objetivo bloquear os ataques de pânico,
diminuir a ansiedade antecipatória, reverter a evitação fóbica, assim como reconhecer e tratar
as co-morbidades(ACCATTINI, et al. 2009)
Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) são os psicofármacos de primeira
escolha para o tratamento (fluoxetina, paroxetina, sertralina, fluvoxamina e citalopran). Os
tricíclicos são utilizados como segunda escolha. Os benzodiazepínicos tem início de acção
mais rápido contra o pânico, assim podem ser utilizados enquanto a dose de um serotonérgico
está sendo aumentada aos poucos. Após 4-12 semanas a dose do benzodiazepínico deve ser
reduzida lenta e gradativamente, a fim de evitar dependência. O tratamento deve, em geral,
continuar por 8-12 meses e por se tratar de uma doença crônica existe chance de recaída após
término do tratamento.
8.2 Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
Uma variedade de técnicas comportamentais e cognitivas, tais como relaxamento, exposição
Interoceptiva, habilidades de enfrentamento e reestruturação cognitiva são comprovadamente
eficazes
O tratamento consiste em eliminar padrões de funcionamento desadaptado, ou seja, o medo
das sensações físicas, as evitações e as “estratégias de segurança” desenvolvidas pelo
indivíduo. A abordagem com acompanhamento de longo prazo de pacientes que receberam
TCC mostrou que esse tratamento é eficaz na remissão dos sintomas (ACCATTINI, et al.
2009)
8.3 Farmacoterapia e Psicoterapia Combinadas
O tratamento envolvendo associação da farmacoterapia com tratamento cognitivo
comportamental pode ser ligeiramente mais eficaz do que cada uma das abordagens
isoladamente. Mesmo quando a farmacoterapia é eficaz em eliminar os principais sintomas, a
psicoterapia pode ser necessária para tratar sintomas secundários. Atualmente, a decisão de
usar tratamento combinado é bem mais tomada caso a caso em resposta às necessidades
clínicas específicas (ACCATTINI, et al. 2009)
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado sobre o TP foi de suma importância para a compreensão deste transtorno
de ansiedade que afeta um número significativo na população mundial, sendo caracterizado
como uma doença crônica, que acomete principalmente mulheres na idade de 21 aos 40 anos.
A principal manifestação clínica são os ataques de pânico que podem ser espontâneos e
inesperados. Os ataques de pânico geralmente podem ser confundidos com doenças cardíacas
ou respiratórias devido à presença dos sintomas como taquicardia, dor torácica, sentimento de
asfixia e medo de morrer. Os sintomas podem desaparecer de forma lenta e gradual e podem
ser acompanhados ou não de agorafobia.
O tratamento mais efetivo consiste em farmacoterapia e/ou terapia cognitivo-comportamental.
As drogas mais utilizadas e mais eficazes para este transtorno são os antidepressivos
tricíclicos e tetracíclicos, inibidores da monoaminoxidase, os inibidores seletivos da
recaptação da serotonina e os benzodiazepínicos.
O farmacêutico tem uma função muito importante na orientação dos pacientes com TP, pois a
farmacoterapia pode apresentar várias reações adversas, as quais podem favorecer ou não a
adesão do paciente ao tratamento. Esta orientação poderá ser feita, com o intuito de ensinar o
paciente a como manejar estes efeitos.
Promover a farmacoterapia planejada é fundamental na atenção farmacêutica, uma vez que,
assim procedendo, o profissional encontrará resultados que promovam a qualidade de vida do
paciente.