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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

Cadeira: Modelos de intervenção psicológica

TEMA

Transtorno de Ansiedade

Nome dos Estudante:

 Graciano Pedro Sixpense


 Ricardo Fazenda Amoda
 José Paulino

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA, PÓS LABORAL

3º ANO, 1º SEMESTRE

Chimoio, Abril de 2024


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

Cadeira: Modelos de intervenção psicológica

TEMA

Transtorno de Ansiedade

DOCENTE:

Msc: Célia Macheca

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA, PÓS LABORAL

3º ANO, 1º SEMESTRE

Chimoio, Abril de 2024

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Índice
CAPITULO I: ........................................................................................................................ 4

1.Introdução ........................................................................................................................... 4

Objectivos: ............................................................................................................................. 5

1.1.1 Objectivo geral: ....................................................................................................... 5

1.1.2.Objectivos específicos: ................................................................................................. 5

1.1.3.Metodologia .................................................................................................................. 5

CAPITULO II: Transtorno de Ansiedade ............................................................................. 6

2.Conceitos básicos ............................................................................................................... 6

2.1.Transtorno........................................................................................................................ 6

2.1.2Ansiedade ...................................................................................................................... 6

2.1.3.Transtorno de Ansiedade .............................................................................................. 6

2.2.Historial dos transtorno de ansiedade .............................................................................. 7

2.4.Etiologia e Factores de Risco .......................................................................................... 8

2.5.Classificação segundo a CID-10...................................................................................... 8

2.6.Manifestações Clínicas .................................................................................................... 9

2.7.1.Transtorno de Pânico .................................................................................................... 9

2.8.1.Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSs) ......................................................... 12

2.8.3.Transtorno de ansiedade social (fobia social)............................................................. 13

2.8.4.Transtorno Obsessivo-Compulsivo ............................................................................ 13

2 .8.5.Transtorno de Ansiedade Generalizada (Tag) ........................................................... 14

Capitulo III: ......................................................................................................................... 15

3.Conclusão ......................................................................................................................... 15

4.Referências Bibliográficas ................................................................................................ 16

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CAPITULO I:

1.Introdução

O presente trabalho tem como tema: Transtornos de ansiedade. Os transtornos de ansiedade são
doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida. Pode-se sentir
ansioso a maior parte do tempo sem nenhuma razão aparente; pode-se ter ansiedade às vezes,
mas tão intensamente que a pessoa se sentirá imobilizada. A sensação de ansiedade pode ser tão
desconfortável que, para evitá-la, as pessoas deixam de fazer coisas simples (como usar o
elevador) por causa do desconforto que sentem

Importa salientar que ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão,


caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo
desconhecido ou estranho. Os transtornos mentais, regularmente, atravessa transições e sofre
mudanças de paradigma. O homem, desde os princípios da civilização, já observava e
estabelecia categorias relacionadas ao comportamento humano. A palavra ansiedade
frequentemente é contrastada com a palavra angústia. Apesar de muitos autores utilizarem os
dois termos como sinónimos, existe uma relação mais directa de angústia com a sensação de
aperto e compressão retroesternal.

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Objectivos:

1.1.1 Objectivo geral:

 Compreender os estudo de transtorno de Ansiedade para Psicologia clínica,

1.1.2.Objectivos específicos:

 Definir conceito transtornos de ansiedade


 Descrever o diagnóstico de transtornos de ansiedade
 Explicar os factores de risco

1.1.3.Metodologia

O trabalho é resultado de algumas leituras realizadas em torno do tema em análise. Para tal
recorreu-se a levantamentos bibliográficos sobre o assunto em foco, permanecendo na reflexão
teórica. A pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, abrangeu a bibliografia já tornada
pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, jornais, revistas, livros,
internet, e mais.

Portanto, a parte final do trabalho (conclusão) contém a síntese do desenvolvimento do mesmo,


articulada aos temas e objectivos da pesquisa. E as referências bibliográficas apresentam-se
numa listagem em ordem alfabética crescente das fontes citadas no trabalho obedecendo o
regulamento recomendado.

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CAPITULO II: Transtorno de Ansiedade

2.Conceitos básicos

2.1.Transtorno

Define Mirnada (2010), que “os transtornos são condições de ordem psicológica e/ou mental
que geram comprometimento na vida normal de uma pessoa ” (p.87).Essas alterações mentais
são tratadas, geralmente, por psicólogos e psiquiatras e têm aumentado na actualidade devido a
situações do dia-a-dia, como o stresse.

2.1.2Ansiedade

Para Fiqueira (2003), “Todas as pessoas sentem ansiedade e esta faz-se essencial para o
desenvolvimento humano, porém quando esta traz complicações psicossociais e/ou sofrimento
importante para o indivíduo, é considerada patológica” (p.11). A ansiedade pode ser entendida
como manifestação normal de um estado afectivo, como um sintoma encontrado em vários
transtornos e um termo utilizado para nomear um grupo de transtornos mentais nos quais é uma
característica clínica fundamental.

A ansiedade é uma sensação de nervosismo, preocupação ou desconforto, sendo uma


experiência humana normal. Ela também está presente em uma ampla gama de
transtornos psiquiátricos, incluindo o transtorno de ansiedade generalizada, a síndrome
do pânico e fobias. Apesar de essas doenças serem diferentes entre si, todas elas
apresentam angústia e disfunção especificamente relacionadas à ansiedade e ao medo
(Fiqueira, 2003).

2.1.3.Transtorno de Ansiedade

Os transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às


experiências de vida. Pode-se sentir ansioso a maior parte do tempo sem nenhuma razão
aparente; pode-se ter ansiedade às vezes, mas tão intensamente que a pessoa se sentirá
imobilizada (Fiqueira,2003,p.19).

Transtornos de ansiedade são caracterizadas pela preocupação excessiva e constante de que


algo ruim pode acontecer. Durante uma crise de ansiedade, as pessoas sentem muita tensão e
não conseguem permanecer no momento presente, nem analisar uma situação a partir de dados
reais.

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2.2.Historial dos transtorno de ansiedade

Declara Narda (2005), que a“ palavra ansiedade frequentemente é contrastada com a palavra
angústia. Apesar de muitos autores utilizarem os dois termos como sinónimos, existe uma
relação mais directa de angústia com a sensação de aperto e compressão retroesternal” (p.87).
A dicotomia ansiedade angústia é mais evidente nas línguas românicas (português: ansiedade e
angústia, espanhol: ansiedad e angustia, francês: anxieté e angoisse, italiano: ansietà e
angòscia), que provêm das expressões em latim ānxietās e angor, ambas, por sua vez, derivadas
de uma raiz proto-indo-europeia Ank associada a estreiteza.

Na antiguidade clássica, os estados afectivos hoje denominados de ansiedade, medo e fobia,


embora raramente bem diferenciados entre si, já eram abordados. Aristóteles (384 - 323 a.c.),
filósofo grego, em Ética a Nicômaco, afirma que quando alguém é, por natureza, de tal maneira
propenso a ter medo de tudo, até do chiar de um rato, diz-se que é bestialmente covarde e que a
sua covardia é bestial; aquele homem de quem se diz que tinha medo de uma doninha era por
doença Cícero (106-43 a.c.), filósofo estóico romano, fez uma distinção entre ānxietās, que
designava um estado contínuo de ansiedade, ou ansiedade-traço, e angor, que se referia a uma
ansiedade momentânea, ou ansiedade-estado ( Narda, 2005,p.39)

Os estados ansiosos eram entendidos como características morais dos indivíduos, mais
relacionados a defeitos ou vícios, do que como transtornos psíquicos, ainda que não
fosse incomum considerar-se medo ou ansiedade como aspectos de condições mentais
patológicas mais amplas, como melancolia e mania. Há uma discussão sobre se a
ansiedade passou a ser considerada como uma entidade patológica somente a partir do
século XIX. Contudo, existem indicativos de que a ansiedade era claramente
identificada como um estado de afecto negativo distinto por filósofos e médicos greco-
romanos,9 a exemplo do mencionado acima, na distinção feita por Cícero, ( Narda,
2005,p.43)

Após a Idade Média, em que o tema das condições mentais foi visto sob uma óptica religiosa e
mágica, surgiram, nos séculos XVIII e XIX, novas descrições com base no desenvolvimento do
pensamento científico. A ansiedade, raramente vista como entidade nosológica separada, era
incluída, quase sempre, dentro de outras categorias diagnósticas. Boissier de Sauvages (1706-
1767) utilizou o termo panophobia para um temor que é experimentado à noite, na ausência de
uma causa óbvia.

Confirma Barlow (2016), que “George Miller Beard, em 1869, introduziu o termo neurastenia,
condição centrada na fadiga de origem nervosa e outros sintomas tais como inapetência,
fraqueza, neuralgias, histeria, hipocondria e ansiedade” (p.57). Em 1895, Sigmund Freud (1856
- 1939) diferenciou da neurastenia uma nova síndrome chamada de neurose de ansiedade ou de
angústia (Angstneurose). Esse novo conceito, concebendo pioneiramente a ansiedade como
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uma síndrome independente, foi um precursor directo do actual grupo de transtornos de
ansiedade.

2.3.Epidemiologia de transtorno de ansiedade

Há estudos que apontam uma prevalência geral de transtornos de ansiedade em cerca de 27%.
Dentre eles, o TAG apresenta uma prevalência em 12 meses que varia de 0,4 a 3,6% entre
países, e uma prevalência ao longo da vida na casa dos 9%. ( Barlow,2016,p.58).
Quando se analisa os factores de risco, observa-se maior prevalência do Transtorno de
Ansiedade Generalizada em determinados grupos, como mulheres, pessoas com mais idade,
indivíduos com menor quantidade de anos de estudo, pessoas de baixa renda, fumantes, etilistas
e aqueles que apresentam comorbidades crónicas.

2.4.Etiologia e Factores de Risco

Factores genéticos (incluindo histórico familiar de transtorno de ansiedade) Ambiente (por


exemplo, vivenciar um evento traumático ou estresse) Constituição psicológica, (
Barlow,2016,p.61).

2.5.Classificação segundo a CID-10

 Transtorno de ansiedade generalizada


 Transtorno de pânico
 Agorafobia com ou sem transtorno de pânico
 Fobias específicas (isoladas)
 Fobias sociais
 Transtorno misto de ansiedade e depressão
 Transtorno de ansiedade de separação na infância
 Mutismo electivo

Para Goodman (2010), “na CID-10, eram elencadas nos subgrupos “transtornos fóbico-
ansiosos” e “outros transtornos ansiosos” além de dois transtornos previamente classificados no
grupo de “transtornos emocionais e de comportamento com início ocorrendo habitualmente na
infância ou adolescência”: transtorno de ansiedade de separação e mutismo selectivo” (p.76).

O transtorno misto de ansiedade e depressão não mais aqui figura, sendo que o grupo dos
transtornos do humor agora contém a categoria diagnóstica “transtorno misto de depressão e
ansiedade. A nomenclatura dos transtornos em questão, reflectindo o esforço já mencionado

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pela harmonização entre ambas. Uma comparação entre a CID-10 e a CID-11 revela que certas
características definidoras de alguns dos transtornos ansiosos foram modificadas em razão de
avanços significativos decorrentes de pesquisas sobre a detecção, fenomenologia e
psicobiologia, implicando incremento na validade, utilidade clínica e aplicabilidade da
classificação,11 conforme serão apresentados caso a caso.

O aspecto central do TAG na CID-10 é a apreensão. Na CID-10, quando sintomas


depressivos e ansiosos aparecem de forma simultânea e graves o suficiente para
justificar diagnósticos individuais e, por razões práticas de registo, apenas um
diagnóstico pode ser feito, dá-se precedência ao diagnóstico de depressão; enquanto, os
diagnósticos dos transtornos ansiosos podem ser utilizados concomitantemente
(Goodman, 2010).

O diagnóstico de transtorno de pânico, na CID-10, não pode ser feito se os ataques de pânico
ocorrem em um indivíduo portador de fobia, porque são considerados como expressão da
gravidade da fobia, que deve ter precedência diagnóstica. Na CID-10, há a possibilidade de
registar, no diagnóstico da agorafobia (F40.0), a presença ou ausência de transtorno de pânico,
por meio do acréscimo de mais um caractere na codificação (F40.00 - sem transtorno de pânico
- e F40.01 - com transtorno de pânico)

2.6.Manifestações Clínicas

Declara Narda (2005), que “os aspectos clínicos dos transtornos aqui descritos têm por base a
CID-10, o DSM-5 e os livros-texto de referência. Na CID-10, para serem diagnosticados, esses
transtornos devem resultar em sofrimento ou prejuízo individual, familiar, social, educacional,
ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento” (p.113). O DSM-5 enumera as
comorbidades associadas, o que é típico de seu esquema organizacional. Cabe reafirmar que as
DCDD da CID-10 ainda serão publicadas, após o que os clínicos terão a seu dispor os
elementos necessários para melhor realização desses diagnósticos.

2.7.Diagnóstico

Palpitações, coração acelerado, taquicardia. Sudorese. Tremores ou abalos. Sensações de falta


de ar ou sufocamento. Agitação ou sensação de nervosismo ou tensão. Cansaço fácil.
Dificuldade de concentração. Irritabilidade

2.7.1.Transtorno de Pânico
A manifestação central do transtorno de pânico é o ataque de pânico, um conjunto de
manifestações de ansiedade com início súbito, rico em sintomas físicos e com duração limitada
no tempo, em torno de dez minutos. Os sintomas típicos são: sensação de sufocação, de morte
9
iminente, taquicardia, tonteiras, sudorese, tremores, sensação de perda do controle ou de “ficar
louco”, alterações gastrointestinais.

O transtorno de pânico inicia com os ataques e costuma progredir para um quadro de


agorafobia, no qual o paciente passa a evitar determinadas situações ou locais por causa
do medo de sofrer um ataque. Situações e locais típicos da agorafobia são: túneis,
engarrafamentos, avião, grandes espaços abertos, shopping centers, ficar sozinho, sair
sozinho. Em todas essas situações existe um denominador comum o problema que o
paciente enfrenta, caso nelas tenha um ataque (Narda, 2005).

Com a progressão do transtorno, o paciente fica cada vez mais dependente dos outros e com
seu espectro de actividades cada vez mais limitado. Outros transtornos mentais são comumente
associados com o transtorno de pânico e precisam ser bem investigados para a elaboração de
um plano de tratamento adequado, como depressão ou abuso de álcool ou drogas.

2.7.2.Transtorno de ansiedade social (fobia social)

No transtorno de ansiedade social (fobia social), os sintomas de ansiedade ocorrem em


situações nas quais a pessoa é observada pelos outros. Situações típicas compreendem:
escrever, assinar, comer e fazer uma apresentação na presença dos outros, (Narda, 2005).

2.7.3.Transtorno obsessivo-compulsivo1,2(D)

Obsessões são pensamentos, imagens e impulsos que ocorrem de modo repetitivo, intrusivo,
usualmente associados com ansiedade, que a pessoa não consegue controlar, apesar de
reconhecer seu carácter anormal. Compulsões são actos ou comportamentos, recorrentes e
repetitivos, que o paciente é forçado a realizar, sob pena de entrar em um estado de acentuada
ansiedade. As compulsões costumam se elaborar em rituais com actos relacionados com
limpeza, verificação e contagem, (Narda, 2005). O paciente toma dez, trinta banhos por dia, de
acordo com um esquema predeterminado. Lava as mãos toda vez que se encosta a certo tipo de
objecto.

2.7.4.Transtorno deansiedadegeneralizada1,2(D)

No transtorno de ansiedade generalizada, as manifestações de ansiedade oscilam ao longo do


tempo, mas não ocorrem na forma de ataques, nem se relacionam com situações determinadas.
Estão presentes na maioria dos dias e por longos períodos, de muitos meses ou anos. O sintoma
principal é a expectativa apreensiva ou preocupação exagerada, mórbida, (Narda, 2005). A
pessoa está a maior parte do tempo preocupada em excesso. Além disso, sofre de sintomas
como inquietude, cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, insônia

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e sudorese. O início do transtorno de ansiedade generalizada é insidioso e precoce. Os pacientes
informam que sempre foram “nervosos”, “tensos”. A evolução se dá no sentido da cronicidade.

2.8.Tratamento

A intervenção de primeira linha para o tratamento do TAG consiste na utilização dos Inibidores
Seletivos da Receptação de Serotonina (ISRS), como Fluoxetina, Paroxetina, Citalopram e
Escitalopram. A Venlafaxina, da classe dos Inibidores da Receptação de Serotonina e
Noradrenalina (IRSN), também tem eficácia comprovada no tratamento do TAG e é um
tratamento de primeira linha. Antidepressivos tricíclicos, como a Amitriptilina e a Nortriptilina,
também podem ser utilizados, contudo têm eficácia comprovada em menos ensaios, e têm um
maior perfil de efeitos adversos.

Princípios Gerais Os dois componentes principais do tratamento dos transtornos de ansiedade


são o emprego de medicamentos em médio e longo prazo e/ou a psicoterapia cognitivo-
comportamental3 (A) 4 (B). O diagnóstico deve ser abrangente para se elaborar um plano de
tratamento com objectivos bem definidos. Os graus de incapacitação variam Existe dentre
especialistas a noção de que a clomipramina seria superior à imipramina quanto à eficácia no
tratamento do transtorno de pânico, (Narda, 2005).

Nos poucos estudos nos quais os dois tricíclicos foram comparados, em apenas um, com uma
amostra pequena, foi encontrada superioridade da clomipramina9 (B). Em alguns estudos não-
controlados, a clomipramina foi eficaz em doses baixas (10–50 mg/dia), mas nos estudos
controlados as doses eficazes foram em torno de 100 mg/dia. Nos estudos controlados com a
imipramina, em subgrupos de pacientes, doses menores, em torno de 50 mg/dia, foram eficazes
no controle da sintomatologia do pânico. Em um único estudo controlado foi adequadamente
estudada a questão da dose da imipramina eficaz no transtorno de pânico, comparando-se três
níveis, 50, 100 e 200 mg/ dia. Os níveis de 100 e 200 mg/dia foram comparavelmente eficazes
e superiores ao placebo. O nível de 50 mg/dia foi tão eficaz quanto o placebo10(A)

Tanto em ensaios clínicos controlados quanto na experiência de especialistas é notada a


particular sensibilidade dos pacientes que sofrem do transtorno de pânico aos efeitos
indesejáveis dos tricíclicos, especialmente a exacerbação da ansiedade no início do tratamento.
Por isso, recomenda-se que o tratamento seja iniciado com doses muito pequenas (10–20
mg/dia) e que o aumento até os níveis terapêuticos habituais (100–150 mg/dia) seja feito de
modo gradual, ao longo de 2 a 4 semanas, (Narda, 2005).

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2.8.1.Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSs)

Dois Inibidores da Receptação de Serotonina (IRSs), a sertralina e a paroxetina, têm eficácia


bem demonstrada no tratamento do transtorno de pânico em estudos randomizados, duplo-cego,
placebo-controlados11,12(A) 13(B) 14(C). Nos estudos com diferentes níveis de doses fixas, os
níveis de 50, 100 e 200 mg/dia de sertralina foram comparavelmente eficazes e todos
superiores ao placebo15 (A). No estudo de doses fixas com a paroxetina, com 10, 20 e 40
mg/dia, houve clara tendência de curva doseresposta, tendo sido a dose de 40 mg/dia
nitidamente superior às outras16 (A), (Narda, 2005).

2.8.2.Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSNs)

A venlafaxina tem eficácia demonstrada no tratamento do transtorno de pânico, em dois


estudos randomizados, duplo-cego, placebocontrolados17,18(A). Benzodiazepínicos de Alta
Potência O alprazolam, depois da imipramina, é o medicamento mais estudado no tratamento
do transtorno de pânico, com eficácia comprovada em estudos randomizados, duplo-cego,
placebocontrolados19,20(B).

Na maioria das pesquisas com o alprazolam, as doses eficazes para o controle da


sintomatologia do pânico foram em torno de 6 mg/dia. Poucos estudos foram realizados
com doses fixas. Apesar da evidência obtida em estudos de doses fixas ser pequena,
parece que o alprazolam pode ser eficaz em grande proporção de casos em doses de 3 a
6 mg/dia. O alprazolam, em decorrência da meia-vida plasmática curta, deve ser
administrado em quatro doses por dia: manhã, almoço, jantar e ao deitar. Quando isso
não é feito, o paciente pode sofrer de sintomas de ansiedade nos períodos em que o
nível plasmático diminui, (Narda, 2005).

O clonazepam é outro benzodiazepínico de alta potência com eficácia bem demonstrada em


estudos randomizados, duplo-cego, placebocontrolados, no tratamento do transtorno de pânico.
O espectro de doses do clonazepam que foi eficaz, nesses estudos, foi de 1,5 a 4,0 mg/ dia.
Nesses estudos controlados, o clonazepam foi administrado em duas doses por dia, por causa de
sua meia-vida plasmática mais longa. Na prática clínica, contudo, é comum o emprego do
clonazepam em três doses por dia, o que induziria um nível plasmático mais estável21,22(A).

Benzodiazepínicos de Alta Potência O alprazolam, depois da imipramina, é o medicamento


mais estudado no tratamento do transtorno de pânico, com eficácia comprovada em estudos
randomizados, duplo-cego, placebocontrolados19,20(B). Na maioria das pesquisas com o
alprazolam, as doses eficazes para o controle da sintomatologia do pânico foram em torno de 6
mg/dia. Poucos estudos foram realizados com doses fixas. Apesar da evidência obtida em
estudos de doses fixas ser pequena, parece que o alprazolam pode ser eficaz em grande
proporção de casos em doses de 3 a 6 mg/dia. O alprazolam, em decorrência da meia-vida

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plasmática curta, deve ser administrado em quatro doses por dia: manhã, almoço, jantar e ao
deitar. Quando isso não é feito, o paciente pode sofrer de sintomas.

2.8.3.Transtorno de ansiedade social (fobia social)

Inibidor da Monoaminooxidase (IMAO) A eficácia da fenelzina no tratamento do transtorno de


ansiedade social foi bem demonstrado em estudos randomizados, duplocego, placebo-
controlados. Em dois desses estudos, esse medicamento foi comparado com a terapia cognitivo-
comportamental e com o placebo, em combinação ou sozinho. Esses estudos indicaram que a
fenelzina é altamente eficaz. A combinação do medicamento com a terapia cognitivo-
comportamental foi mais eficaz do que os dois tratamentos isolados23 (A) 4,24(B). A fenelzina
foi eficaz nos estudos controlados em doses entre 60 e 90 mg/dia, (Narda, 2005).

Inibidor da Monoaminooxidase Reversível (RIMA) Foram realizados quatro ensaios


randomizados duplo-cego, placebo-controlados, com a moclobemida, um IMAO reversível, no
tratamento do transtorno de ansiedade social. Em dois desses ensaios, a moclobemida foi
superior ao placebo quanto à eficácia e, em dois, não houve diferenças significativas entre os
efeitos terapêuticos observados nos grupos tratados com o medicamento e nos grupos tratados
com o placebo26-28(A) 24(B). As doses de moclobemida empregadas nesses estudos variaram
entre 600 e 900 mg/dia. Inibidora da Recaptação de Serotonina (IRSs) de ansiedade social, em
doses em torno de 3 e de 30 mg/dia, respectivamente33,34(B).

2.8.4.Transtorno Obsessivo-Compulsivo

Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSs) A única classe de medicamentos com eficácia


comprovada em pesquisas clínicas no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo é a dos
Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSs). A clomipramina foi o primeiro medicamento a
ter sua eficácia demonstrada no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo em estudos
randomizados, duplo-cego, placebocontrolados35 (B). Isso explica, em parte, a melhor
diferenciação entre os resultados terapêuticos da clomipramina e os do placebo obtidos nesses
estudos, realizados no final da década de 80 do século passado, (Narda, 2005).

As doses desses medicamentos que se mostraram eficazes foram relativamente altas, 226, 200,
249, e 60 mg/ dia, respectivamente36 (A) 37(B). Em duas meta-análises foram avaliados os
resultados obtidos até 1994 em estudos randomizados, duplo-cego, placebo-controlados, no
tratamento do transtorno obsessivo compulsivo36 (A)37(B). Nessas duas metaanálises, a
clomipramina foi associada com um efeito terapêutico em relação ao placebo maior do que os

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da sertralina, fluvoxamina ou fluoxet entre a clomipramina e os outros IRSs, contudo, não
foram encontradas diferenças quanto à eficácia. A paroxetina, outro IRS, foi comparavelmente
eficaz à clomipramina no tratamento do transtorno obsessivo compulsivo em um estudo
randomizado, duplo-cego, placebocontrolado (A).

2 .8.5.Transtorno de Ansiedade Generalizada (Tag)

O transtorno de ansiedade generalizada passou a ser considerado um transtorno residual desde a


publicação dos critérios diagnósticos da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-IV) e da
Classificação Internacional de Doenças da O.M.S. (CID-10). Essa situação está mudando com a
demonstração a partir de estudos epidemiológicos de que o transtorno existe sozinho, é
frequente e muito incapacitante 39 (A), (Narda, 2005).

Por causa das dúvidas quanto à importância clínica do transtorno de ansiedade generalizada e
do predomínio do emprego de outras categorias diagnósticas de ansiedade, poucos estudos
controlados foram realizados sobre o tratamento dessa condição. O primeiro estudo
randomizado, duplocego, placebo-controlado, sobre o tratamento do transtorno de ansiedade
generalizada definido de acordo com o sistema DSM-IV, foi realizado com a venlafaxina XR.
Três doses de venlafaxina XR, 75, 150 e 225 mg/dia foram superiores ao placebo quanto à
eficácia em um período de tratamento de seis meses. Os três níveis de doses foram
comparavelmente eficazes e todos superiores ao placebo40 (A).

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Capitulo III:

3.Conclusão

A ansiedade é uma reacção normal a uma ameaça ou a um stresse psicológico. A ansiedade


normal tem sua raiz no medo e desempenha um importante papel na sobrevivência. Quando
uma pessoa se vê perante uma situação perigosa, a ansiedade desencadeia uma resposta de luta
ou fuga A angústia mental que ocorre imediatamente ou logo após vivenciar ou testemunhar
um evento extremamente traumático não é mais classificada como um transtorno de ansiedade.
Esses transtornos são actualmente classificados como transtornos relacionados a trauma e a
stresse e incluem o transtorno de stresse agudo, o transtorno de adaptação e o transtorno de
stresse pós-traumático.

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4.Referências Bibliográficas
BARLOW, D.H (2016) Manual clínico dos transtornos psicológicos 5. ed. – Porto Alegre :
Artmed,

FIGUEIRA I, M. (2003). Diagnóstico do transtorno de estresse Diagnóstico do transtorno de


estresse pós-traumático pós-traumático

GOODMAN L, G A (2010). As bases farmacológicas da terapêutica. 11ª Ed. Porto Alegre:


AMGH Editora Ltda

MANFRO, G.G. (2008). Terapia cognitivo-comportamental no transtorno de pânico. Rev.


Bras. Psiquiatr. vol.30, São Paulo

MIRANDA-SÁ LS J (2010). O diagnóstico psiquiátrico ontem e hoje. E amanhã. Rio de


Janeiro: ABP Editora

NARDI A.E, V A (2005). Transtorno do pânico: diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan.

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