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UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE PSICOLOGIA CLINICA

Modelo de Estress e Vulnerabilidade

Niniana Fátima João Alexandre


Pedro Jairosse Sabão
Rosa Virgílio Carlos
Saquia Bonifácio
Susana Carla Nostade Branquinho
Suzana Mendes Murameia
Teresa Agostinho
Tino António Cabral

Nampula, Março 2023 0


Niniana Fátima João Alexandre
Pedro Jairosse Sabão
Rosa Virgílio Carlos
Saquia Bonifácio
Susana Carla Nostade Branquinho
Suzana Mendes Murameia
Teresa Agostinho
Tino António Cabral

Modelo de Estress e Vulnerabilidade

Trabalho de carácter avaliativo referente a cadeira de


Saúde mental, curso de psicologia Clinica, 4º ano,
leccionado pelo docente Nilton Napoleão

Nampula, Março 2023

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Índice

Introdução...........................................................................................................................................3

1.Conceitos chaves.............................................................................................................................4
1.1.Stress.............................................................................................................................................4
1.1.1Vulnerabilidade..........................................................................................................................4
1.2.Historial de estress e vulnerabilidade...........................................................................................5
1.3.Modelo biológico..........................................................................................................................6
1.4.Modelo de estress e vulnerabilidade.............................................................................................8
1.4.1.Modelo estress-Vulnerablidade.................................................................................................8
1.4.2.O modelo de Henry....................................................................................................................9
1.4.3.O modelo transacional de Lazarus.............................................................................................9
1.4.4.Modelo interacionista................................................................................................................9
1.5.Etiologia e Factores de Risco.....................................................................................................11
1.6.Classificação...............................................................................................................................12
1.7.Diagnóstico de estress e vulnerabilidade....................................................................................12
1.8.Sinais que podem indicar estresse..............................................................................................13
1.9.Tratamento..................................................................................................................................13
Conclusão.........................................................................................................................................14
Referencias Bibliográficas................................................................................................................15

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Introdução

O presente trabalho tem como tema: modelo de estress e vulnerabilidade. O objectivo geral de
tralho é de compreender o modelo de estress vulnerabilidade e os objectivos específicos do
trabalho são:

 Definir os conceitos estress e vulnerabilidade


 Descrever o historial de estress
 Explicar os factores de risco de estress e vulnerabilidade

Pode-se perceber que estress é algo normal e pelo qual todo mundo passa. Ele pode até ser
benéfico, pois é o que nos faz ir atrás do que queremos e precisamos com algum grau de
satisfação. Porém, quando ele permanece por um longo período, ou se torna excessivo, torna-se
prejudicial. Portanto, pode-se compreender que conviver com o estresse só se torna um problema a
partir do momento em que ele é excessivo e, com os tratamentos certos, a convivência em
sociedade pode voltar a ser normal. Foi usado a metodologia bibliográfica para realização do
trabalho e as obras estão indicados ao longo de trabalho e na referência bibliográfica.

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1.Conceitos chaves

1.1.Stress

Estresse ou stresse o termo estresse foi tomado emprestado da física, onde designa a tensão e o
desgaste a que estão expostos os materiais, e usado pela primeira vez no sentido hodierno em 1936
pelo médico Hans Selye na revista científica Nature ( Binanchi, 2001).

O estresse pode ser causado pela ansiedade e pela depressão devido à mudança brusca no estilo de
vida e a exposição a um determinado ambiente, que leva a pessoa a sentir um determinado tipo de
angústia. Quando os sintomas de estresse persistem por um longo intervalo de tempo, podem
ocorrer sentimentos de evasão (ligados à ansiedade e depressão). Os nossos mecanismos de defesa
passam a não responder de uma forma eficaz, aumentando, assim, a possibilidade de vir a ocorrer
doenças, especialmente.

O stress é uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu ou está
para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso
equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, as defesas do organismo
reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reacção de luta ou fuga ou
de “congelamento", é a resposta ao stress ( Binachi, 2001,p.87).

Inicialmente, o stress pode ser positivo, contudo para além de um certo nível, esta deixa de ser
proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a produtividade, os
relacionamentos e a qualidade de vida, em geral. São as diferentes fases do stress 
adiante eustress e distress).

1.1.1Vulnerabilidade

Segundo Santos (2006), “a vulnerabilidade é uma particularidade que indica um estado de


fraqueza, que pode se referir tanto ao comportamento das pessoas, como objectos, situações, ideias
e etc” (p.87).

1.2.Historial de estress e vulnerabilidade

Desde a Pré-história, há o reconhecimento de que o homem sofria exaustão após o trabalho, medo,
exposição ao calor e frio, fome, sede, perda de sangue ou doença.1 Tais situações deflagravam
uma série de desfechos biológicos e psicológicos, conhecidos hoje como estresse. Nesse sentido,
visto que as condições sociais, históricas e culturais influenciam na construção de um corpo de
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conhecimento, é importante compreender a evolução do conceito de estresse ao longo dos anos.
Inicialmente, o estresse foi estudado pela Física e Engenharia e utilizado como um termo técnico
para designar forças que actuam sobre a mesma resistência, representando a carga que um material
pode suportar antes de romper-se (Nasci, 1998,p.98).

Posteriormente, foi considerado sinónimo de fadiga e cansaço. Sobre isso, afirma-se que a palavra
estresse é aplicada em diferentes áreas do conhecimento e com conotações distintas, desde o
estresse físico de uma peça mecânica até o estresse psicológico no ser humano. O conceito de
estresse passou a ter relação com o conceito de força, esforço e tensão no século XVIII e XIX.

Nesse período, destaca-se a ocorrência da Revolução Industrial, caracterizada pelo notável


desenvolvimento económico e deslocamento dos indivíduos do meio rural para o urbano a fim de
trabalhar nas fábricas, o que levou a modificações radicais nas condições de vida da sociedade. No
entanto, a miséria, o trabalho estafante e prolongado, as péssimas condições de moradia e de
alimentação persistiram, (Nasci, 1998).

Assim, iniciam-se as discussões sobre a saúde do trabalhador no mundo e ampliam-se


aquelas relacionadas ao estresse. Ainda no século XIX, Claude Bernard, fisiologista
francês, destaca a capacidade dos seres vivos em manter a constância de bem-estar e
equilíbrio do organismo a despeito das modificações externas. Os estudos desse fisiologista
estabeleceram a existência de mecanismos específicos para a protecção contra a fome, sede,
hemorragia e agentes que poderiam alterar os parâmetros normais de temperatura corpórea,
pH sanguíneo, glicemia, proteínas, gorduras e cálcio, (Nasci, 1998,p.109).

Nó século XX, esse mecanismo descoberto por Claude Bernard foi denominado homeostase
orgânica por Walter Cannon. Tal conceito foi importante nos estudos desse período e,
posteriormente, deu suporte a Hans Selye para descrever o modelo biológico do estresse.
Posteriormente, o Modelo Interacionista foi proposto por Lazarus e Folkman, considerando a
interacção do ambiente, pessoa ou grupo como fundamental para o processo de estresse.

No entanto, pouco são os estudos que apresentaram os aspectos conceituais do estresse ao longo do
tempo. Por isso, realizou-se um levantamento na literatura nacional e internacional a fim de
analisar a evolução conceitual do estresse segundo os modelos Biologicista e Interacionista e as
principais pesquisas brasileiras desenvolvidas com base nesses modelos. Como questão
norteadora, tem-se: Como os conceitos de estresse segundo os modelos Biologicista e
Interacionista que evoluíram ao longo do tempo (Rocha, 2000,p.87).

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1.3.Modelo biológico

O cientista canadense Hans Selye, em 1925, ainda quando estudante de medicina, verificou que os
clientes que procuravam a clínica, independente da etiologia, apresentavam sinais e sintomas
comuns, como perda de peso, perda do apetite e diminuição da força muscular, ao que denominou
“Síndrome do estar doente”. Ao submeter animais a situações agressivas diversas, Selye observou
que os organismos respondiam sempre de forma regular e específica, ou seja, com dilatação do
córtex da glândula supra-renal, atrofia timo linfática e úlceras intestinais, (Rocha, 2000,p.89).

Com o transcorrer das experiências, verificou-se que, independentes do agente físico (frio, calor,
infecção, trauma, hemorragia), as mesmas respostas eram constatadas. Assim, ele relacionou esses
achados ao conceito de estresse, definindo-o como uma reacção defensiva fisiológica do
organismo em resposta a qualquer estímulo e, em 1936, denominou-a Síndrome Adaptação Geral
(SAG) ou do Estresse Biológico. Por isso, Hans Selye é considerado o precursor do estresse
biológico, (Rocha, 2000,p.101).

A SAG divide-se em três fases: reacção de alarme, de resistência e de exaustão. A primeira ocorre
imediatamente após o confronto com o estressor e pode ser consciente ou não. Se houver a
persistência do estressor, inicia-se a Fase de Resistência em que o corpo trabalha para a
sobrevivência e adaptação. Se o estressor persistir ou não ocorrer o equilíbrio, inicia-se a fase de
exaustão, em que a adaptação não ocorre e podem surgir doenças e até a morte. A Fase de Alarme
é definida como uma reacção comum do corpo que necessita atender as exigências, considerada
como mecanismo básico para defender o organismo de desafios e ameaças à sua integridade.

Os sintomas que caracterizam essa fase são: a taquicardia, sudorese, cefaléia, alterações na
pressão arterial, irritabilidade, fadiga, tensão muscular, sensação de esgotamento e
alterações gastrintestinais. Na fase de Resistência, cujo objectivo é a adaptação aos
estressores, os sinais que a caracterizam, embora com menor intensidade, são: a ansiedade,
o isolamento social, a impotência sexual, o nervosismo, a falta ou o excesso de apetite e o
medo. Na fase de Exaustão ou Esgotamento, quando os estressores continuam e tornam-se
crônicos,os mecanismos de adaptação começam a falhar e ocorre deficit das reservas de
energia. As modificações biológicas que aparecem nesta fase se assemelham as da Reacção
de Alarme, mas de forma mais intensa, (Rocha, 2000,p.103).

Elas levam ao aparecimento de doenças gastrointestinais, cardíacas, respiratórias, depressão e


outras, o que caracteriza os processos patológicos. Nessa fase, o organismo já não é capaz de
equilibrar-se e sobrevém a falência adaptativa, podendo levar à morte. Os sintomas de cada fase

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surgem como resultado da resposta neuroendócrina do organismo ao estressor e envolve dois eixos
principais, a ser: hipotálamo- hipófise- córtex da glândula supra-renal e hipotálamo- Silva RM,
Goulart CT, Guido LA Rev. Cient. Sena Aires. Hipófise- sistema nervoso simpático – medula da
glândula supra-renal.

Ainda, a liberação de diferentes harmónios que participam do estresse é mediada, em alguns


momentos, por centros corticais e supracorticais que se relacionam às funções cognitivas,
emocionais e comportamentais. Isso faz com que a intensidade dos sinais de estresse varie em cada
fase da reação. Dessa forma, no primeiro eixo, o Hipotálamo libera o Harmónio de Liberação de
Corticotrofina (CRH), que estimula a Hipófise a aumentar a produção de Hormônio Adreno-
Corticotrófico (ACTH). Esse age no córtex das glândulas supra-renais estimulando ao aumento da
síntese de corticóides (cortisol e aldosterona)

O aumento na síntese desses harmónios levará aos seguintes sintomas: alteração do peso corporal,
osteoporose, distúrbios de comportamento, incluindo alterações do padrão do sono, aumento da
susceptibilidade a infecções, hipertensão, alterações gastrointestinais, entre outros. No segundo
eixo, o sistema nervosos simpático, sob acção da hipófise, estimula a medula da supra-renal a
liberar catecolaminas na circulação sanguínea (adrenalina e noradrenalina), que causam, entre
outros, os seguintes efeitos: dilatação da pupila; aumento da sudorese, frequência cardíaca e da
força contrátil do miocárdio, dilatação coronariana e brônquica, diminuição do peristaltismo e
aumento do tónus esfincteriano (anal e vesical), redução do debito urinário, aumento do
metabolismo basal, actividade mental e músculo-esquelética ( Roca, 2012,p.87).

Nesse sentido, destaca-se o cortisol, pois seus níveis modulam o sistema imunológico,
influenciam a resposta inflamatória aos estressores e nas reservas de energia do organismo
apenas ligado aos aspectos negativos, mas também está presente em factores positivos.
Assim, o estresse proporciona o desenvolvimento do indivíduo tanto para o enfrentamento
de desafios, como para a cautela e à impetuosidade. No entanto, embora os repetidos
experimentos de Selye reafirmassem sua teoria, era insustentável a afirmação de que os
determinantes da resposta ao estresse eram específicos. Isso ocorria porque, em seus
experimentos, Selye utilizava apenas estressores físicos ( Monteiro, 2014)

Contudo, era consensual na comunidade científica que a maioria dos estressores quotidianos era
de natureza psicológica, uma vez que dependiam da interpretação do indivíduo em relação ao
evento.7 Com isso, em 1984, Lazarus e Folkman propuseram o Modelo Interacionista

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1.4.Modelo de estress e vulnerabilidade

A vulnerabilidade ao estresse diz respeito às situações que tornam os indivíduos susceptíveis ao


estresse (Sisto, Baptista, Noronha, & Santos, 2007), podendo ser definida como distorções
cognitivas, caracterizadas por um equívoco, por parte do indivíduo, em pensar e avaliar os eventos
da vida ( Santo, 2006).

1.4.1.Modelo estress-Vulnerablidade

De acordo com o modelo estresse-vulnerabilidade, o irromper de um transtorno mental ou de uma


doença física está ligado, de um lado, à presença de uma predisposição genética ou adquirida no
decorrer da vida (vulnerabilidade) e, de outro, à exposição a estressores. Quanto maior a
predisposição, menor precisa ser o nível de estresse para que um distúrbio qualquer irrompa. A
relação entre vulnerabilidade e estresse, no entanto, é mediada pela resiliência, ou seja, a
capacidade do indivíduo de resistir ao estresse, ( Santo, 2006).

1.4.2.O modelo de Henry

Este modelo diferencia as reacções corporais de acordo com a situação estressora: fuga gera um
aumento de adrenalina, luta de noradrenalina e testosterona, depressão (perda de controle,
submissão) um aumento de cortisol e uma diminuição de testosterona, ( Santo, 2006).

1.4.3.O modelo transacional de Lazarus

Esse modelo, também chamado de modelo cognitivo, sublinha a importância de processos mentais
de juízo para o estresse: segundo ele, as reacções de estresse resultam da relação entre exigência e
meios disponíveis. Essa relação é, no entanto, mediada por processos cognitivos (juízos de valor e
outros). Assim, não apenas factores externos podem agir como estressores, mas também factores
internos, como valores, objectivos etc. ( Santo, 2006).

Juízo primário (primary appraisal): modificações, que exigem uma adaptação do organismos para
a manutenção do bem-estar, são julgadas quanto a três aspectos - se a situação é (a) irrelevante, (b)
positiva ou (c) negativa para os objectivos do indivíduo. Se os acontecimentos são considerados
irrelevantes ou positivos, não ocorre nenhuma reacção de estresse; reacções de adaptação são
típicas de situações julgadas negativas, nocivas ou ameaçadoras.

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Após a decisão sobre a necessidade de adaptação, ocorre um julgamento dos meios disponíveis
(recursos para essa adaptação, para a solução do problema. Se a relação entre exigências e meios
for equilibrada, então a situação é tomada por um desafio - o que corresponde ao conceito de
eustresse (estresse positivo, ver acima Definições se os estressores forem tomados por um dano ou
perda, o indivíduo experimenta emoções de tristeza e de diminuição da auto-estima ou de raiva; se
os estressores forem considerados uma ameaça, a emoção é medo - ambos os casos correspondem
ao distresse de Seyle, ( Santo, 2006).

1.4.4.Modelo interacionista

Na década de 60, diante da proposição biologista de Selye e do contexto pós Segunda Guerra
Mundial, em que se necessitava compreender os motivos dos transtornos emocionais no pós-
guerra, intensifica-se a incorporação de componentes psicológicos na investigação da resposta ao
estresse. A fim de compreender esse processo, estudos foram desenvolvidos com diferentes
populações ao longo dos anos. Tais investigações evidenciaram que os indivíduos respondem de
maneiras diferentes aos estressores e, acompanhado da resposta biológica, o estresse desencadeia
uma resposta cognitiva ao estressor, ( Santo, 2006).

Assim, agrega-se o carácter individual da experiência de estresse, o que contraria a


concepção de que reacções físicas e comportamentais são lineares e universais frente ao
estressor. Nessa perspectiva, Lazarus e Launier, em 1978, definem estresse como qualquer
estímulo que demande do ambiente externo ou interno e que taxe ou exceda as fontes de
adaptação de um indivíduo ou sistema social. Actualmente, tal conceito compõe o modelo
integracionista do estresse, amplamente utilizado e assim chamado por considerar a
interacção entre o ambiente a pessoa ou o grupo, como responsáveis e actuantes no
processo, (Santo, 2006).

Dessa forma, Lazarus e Folkman, em 1984, entendem que as alterações orgânicas ligadas ao
estresse têm uma etapa biológica e uma fase na qual participam algumas funções cognitivas,
emocionais e comportamentais, que podem influenciar na intensidade dessas alterações9.
Destacam que, no modelo interacionista, acontece uma avaliação cognitiva, que é entendida como
um processo mental de localizar o evento ou situação em uma série de categorias avaliativas que
são relacionadas com o significado de bem-estar da pessoa9. Nesse processo de categorização, são
possíveis as avaliações primária e secundária que produzem respostas.

Na primeira, o indivíduo identifica as demandas de determinada situação e define o significado do


evento, que pode resultar em uma acção. Tal evento pode significar um desafio, uma ameaça ou
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ser irrelevante para o indivíduo. O resultado dessa primeira avaliação dependerá de alguns factores
como: natureza do estímulo, sua intensidade, experiência prévia do indivíduo e de sua resposta à
emoção vivenciada. Caso o estressor seja definido como uma ameaça ou como um desafio,
acontece a reacção de estresse e o indivíduo realizará a avaliação secundária, na qual serão
verificadas as possibilidades e estratégias de enfrentamento ou adaptação ao estressor.

Apesar da construção histórica dos conceitos de estresse, destaca-se que não há uma
definição consensual entre os pesquisadores da área. Alguns dos possíveis motivos seriam a
própria terminologia e a definição primeira utilizada para esse constructo. Assim, outras
definições têm sido apresentadas. Dentre elas, aquela proposta por Bianchi, em 1990, em
que estresse é definido como uma alteração no ambiente interno ou externo de tal
magnitude, qualitativa ou quantitativa, que requer do organismo uma maior adaptação,
promovendo uma reacção de Silva RM, Goulart defesa para manter a vida em homeostase
( Monteiro, 2014)

Em 1991, Monat e Lazarus descrevem três tipos distintos de estresse: sistémico ou fisiológico, que
corresponde a distúrbios dos sistemas e tecidos corporais; psicológico, que compreende o estresse
relacionado a factores de cognição; e social, destacando o comprometimento do sistema social no
processo de estresse. Ainda, em 1992, Vasconcelos define o termo estresse é um processo
psicofisiológico do organismo e a reacção de estresse é o comportamento manifestado pelo
organismo ante o processo desencadeado. Nesse contexto, sob influência dos recentes avanços nas
pesquisas em neurociências, genética e biologia molecular, pesquisas têm sido desenvolvidas
envolvendo de forma isolada ou associada os aspectos biológicos, psicológicos e sociais da
resposta ao stresse.

1.5.Etiologia e Factores de Risco

Reacção natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça.
Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e
emocionais. A reacção ao stresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação às situações
novas. Dentre as principais causas do stresse estão as mudanças na rotina e estilo de vida do
indivíduo, problemas com a vida pessoal, no relacionamento, trabalho, sobrecarga, provas, tensões,
falecimento de pessoas próximas levando a um choque emocional, prazos curtos para realizações
de tarefas, privação de sono e repouso. Buscando identificar os principais factores de risco para o
stresse de acordo com as variáveis de interesse (situações críticas, sobrecarga de trabalho,
relacionamento interpessoal, gerenciamento de pessoal e conflito de funções), calculou-se a
mediana da escala e das respostas obtidas, ( Monteiro, 2014)
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Trânsito, problemas financeiros, profissionais, familiares, situações de vida, doenças, álcool,
drogas, acidentes, correria, insegurança, dificuldades com chefes, colegas, carro quebrado,
Marginal parada, etc., fazem nosso corpo produzir excesso de dois harmónios, Adrenalina e
Cortisol. Destaca-se que, nesta circunstância, o relacionamento interpessoal pode estar sendo
prejudicado, quando se observam alguns itens que perpassam esta questão como: falta de poder e
influência (40%); incompatibilidade com superior hierárquico (44%), subordinados pouco
competentes (58%) e o fato dos enfermeiros sentirem-se só frente às tomadas de decisões (56%).

Dentre as situações críticas, os itens considerados factores de risco para o stresse destacam-se:
enfrentar as crises e a remuneração. Considera-se que estes dois itens têm raízes nas questões
macroeconómicas e estruturais do país.

1.6.Classificação

O stresse pode ser classificado em agudo, crónico e evidente.


Agudo: ocorre por situações traumáticas e passageiras, como uma tragédia e falecimento súbito;
Também chamado de pós traumático.
Crónico: afecta grande parte das pessoas e está relacionado com situações recorrentes.

1.7.Diagnóstico de estress e vulnerabilidade

Especialistas como clínico geral, otorrinolaringologista, psiquiatra e psicólogo podem ajudar no


seu diagnóstico. Chegar a uma consulta com as informações certas, pode facilitar o diagnóstico,
como:Todos os sintomas sofridos e há quanto tempo eles apareceram; Histórico médico com
outras condições que o paciente tenha e medicamentos que ele toma regularmente

Memórias angustiantes recorrentes, incontroláveis e intrusivas sobre o evento. Sonhos angustiantes


recorrentes sobre o evento. Sensação de que o evento traumático está ocorrendo novamente, por
exemplo, por meio de flashbacks.

1.8.Sinais que podem indicar estresse

 Sensação de desgaste constante


 Alteração de sono (dormir demais ou pouco)
 Tensão muscular;
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 Formigamento (na face ou nas mãos, por exemplo);
 Problemas de pele;
 Hipertensão;
 Mudança de apetite;
 Alterações de humo

O estresse e vulnerabilidade também podem estar relacionados a algumas doenças como:

 Transtorno obsessivo compulsivo (TOC);


 Transtorno de estresse agudo;
 Síndrome de Burnout;
 Síndrome do pânico;
 Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT);
 Depressão

1.9.Tratamento

 Psicoterapia;
 Práticas de relaxamento
 Exercícios físicos;
 Reestruturação de aspectos emocionais;
 Boa alimentação;
 Terapias alternativas;

Tratamentos médicos

 Dormir bem;
 Cuidar da saúde;
 Alimentar-se de forma saudável;
 Fazer actividades físicas;
 Permitir-se ter momentos de prazer e relaxamento;
 Evitar estimulantes e substâncias tóxicas.

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Conclusão

Depois da realização do trabalho percebe-se que o estresse é uma resposta do organismo (física ou
mental) a um evento de esforço extremo ou importante, geralmente quando se sente ameaçado ou
sob pressão. Essa resposta libera uma série de reacções químicas no seu organismo, o que provoca
reacções fisiológicas. O organismo passa por diversos tipos de alterações durante nosso dia a dia;
isso acontece sempre que o cérebro entende alguma actividade como ameaçadora ou que cause
pressão, denominada Síndrome Geral de Adaptação ao Estresse. Essas alterações no organismos
podem ser muito positivas, como por exemplo: se alguém está passando por períodos de pressão
no trabalho, o cérebro percebe e responde com alterações que ajudarão o indivíduo a concluir suas
actividades com eficiência

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Referencias Bibliográficas

Bianchi E (2001). Conceito de stress: evolução histórica. Nursing (São Paulo)

Santos B.S (2006). Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez

Masci C.B. (1988).Stress no trabalho: um desafio a medicina moderna. Rev bras

Rocha LE, (2000). Distúrbios Psíquicos relacionados ao trabalho. In: Saúde no Trabalho. São
Paulo.

Roca G (2012). Vulnerabilidade ao stress nos enfermeiros nos cuidados de saúde primários

Monteiro I. (2014), Stresse, Ansiedade, Vulnerabilidade ao Stresse, Imagem Corporal e Satisfação


Profissional, em meio ocupacional.

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