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FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL

DE SÃO CAETANO DO SUL

VIVIANE DO AMARAL

ANSIEDADE, PÂNICO E COMPULSÃO.

SÃO PAULO

2021
VIVIANE DO AMARAL

ANSIEDADE, PÂNICO E COMPULSÃO.

Trabalho Elaborado para o curso de Pós-Graduação


em Saúde Mental e Psiquiatria com sala de apoio em
Saúde Mental para a disciplina de Transtorno de
Humor e Ansiedade prof. Fernanda Pacheco Ferreira
turma 09.

SÃO PAULO

2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................04
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................05

3. CONCLUSÃO........................................................................................................12
4. REFERÊNCIAS......................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é apresentar uma dissertação diferenciando ansiedade,


pânico e compulsão através do vídeo da psicanalista Fernanda Pacheco Ferreira,
palestrante do Café Filosófico (Programa exibido na TV Cultura), sobre “Patologias
Contemporâneas: Ansiedade, Pânico e Compulsões”.

A palestrante explica o que é ansiedade, pânico e compulsão. Como é viver


no mundo contemporâneo e lidar com as suas transformações cotidianas? Como
lidar com o sofrimento humano e o comportamento humano nos dias atuais?

De acordo com a psicanalista e a Organização Mundial de Saúde (OMS) a


definição de saúde: é o estado completo de bem-estar social, físico e mental.
Atualmente, o sofrimento de ansiedade e/ou transtornos mentais na sociedade cada
vez mais é expressivo, fazendo com que este estado de bem-estar se torne
incompleto.

É comum nos perguntarmos se o ser humano não é por natureza ansioso. Em


primeiro lugar, é importante ter em mente que certa dose de ansiedade não é por si
só um problema. Reagir a situações de estresse ou perigo sempre teve um caráter
protetor para nós seres humanos.

No entanto, viver uma preocupação frequente e demasiada com as diversas


situações do cotidiano que enfrentamos em nossa vida, acompanhada de estresse e
tensões contínuas, traz consequências terríveis para o nosso bem-estar e a nossa
rotina.

O fato de tudo ocorrer numa velocidade espantosa, graças, em parte, ao


aparato tecnológico que desfrutamos, que levam as pessoas a estarem sempre com
pressa, tudo é “pra ontem”, “pra já”, a correria não cessa, é uma aceleração
constante, são preocupações com a vida, família, economia, segurança, bens,
procura por status, as perdas, o estresse do dia a dia, todo esse acúmulo de
situações estressantes podem levar cada vez mais pessoas a desenvolverem o
transtorno de ansiedade.
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2.DESENVOLVIMENTO

De acordo com a OMS, nos últimos 15 anos houve um aumento expressivo na


frequência de transtornos relacionados a este sintoma em todo o mundo, com o
Brasil na liderança do ranking.
A ansiedade é uma sensação de nervosismo, preocupação ou desconforto,
sendo uma experiência humana normal. Ela também está presente em uma ampla
gama de transtornos psiquiátricos, incluindo o transtorno de ansiedade generalizada,
a síndrome do pânico e fobias. Apesar dessas doenças serem diferentes entre si,
todas elas apresentam angústia e disfunção especificamente relacionadas à
ansiedade e ao medo.
Sendo assim, a ansiedade é uma reação normal a uma ameaça ou a um
estresse psicológico. A ansiedade normal tem sua raiz no medo e desempenha um
importante papel na sobrevivência. Quando uma pessoa se vê perante uma situação
perigosa, a ansiedade desencadeia uma resposta de luta ou fuga. Com essa
resposta, entra em curso uma variedade de alterações físicas, como uma maior
irrigação sanguínea para o coração e para os músculos para proporcionar ao corpo a
energia e a força necessárias para enfrentar situações de risco à vida, como fugir de
um animal agressivo ou enfrentar um agressor.

No entanto, a ansiedade é considerada um transtorno quando:

• Ocorre em momentos indevidos


• Ocorre com frequência

• É tão intensa e duradoura que interfere com as atividades normais da pessoa.

A ansiedade significativa pode persistir vários anos e a pessoa com a


ansiedade começa a acreditar que isso é normal. Por essa e outras razões, os
transtornos de ansiedade muitas vezes não são diagnosticados ou tratados.

Os transtornos de ansiedade incluem:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

O transtorno de ansiedade generalizada ocorre quando a pessoa sente


nervosismo e preocupação excessivas em relação a diversas atividades ou
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acontecimentos. O número de dias em que a pessoa tem ansiedade é superior ao


número de dias em que não tem, por um período de seis meses ou mais.

A pessoa fica ansiosa e preocupada com diversos problemas, atividades e


situações, e não apenas com um tipo. Para que esse transtorno seja diagnosticado,
vários outros sintomas (por exemplo, a tendência de se cansar facilmente,
dificuldade de concentração e tensão muscular) precisam acompanhar a ansiedade.

Há vários tipos de transtornos de ansiedade. Se a pessoa sentir ansiedade


sobre uma coisa em particular, como estar em uma multidão, é possível que ela
tenha uma fobia. Se a pessoa não costuma sentir ansiedade na maior parte do
tempo, mas às vezes, sente pânico de maneira súbita, é possível que ela tenha
síndrome do pânico.

A pessoa com transtorno de ansiedade generalizada se sente constantemente


preocupada ou angustiada e ela tem muita dificuldade em controlar esses
sentimentos. A intensidade, a frequência ou a duração das preocupações são
maiores que o esperado para aquela situação.

Além disso, a pessoa precisa apresentar três ou mais dos sintomas a seguir:

• Agitação ou uma sensação de tensão ou nervosismo

• Tendência a cansar-se facilmente

• Dificuldade de concentração

• Irritabilidade

• Tensão muscular

• Distúrbio do sono

Antes de diagnosticar o transtorno de ansiedade generalizada, o médico


realiza um exame físico. Ele pode solicitar exames de sangue ou outros para ter
certeza de que os sintomas não são causados por uma doença física ou uso de um
medicamento ou droga.

O tratamento envolve uma combinação de farmacoterapia (normalmente à


base de ansiolíticos e ocasionalmente antidepressivos) e psicoterapia.

Ataques de pânico e síndrome do pânico

Um ataque de pânico é um período breve em que a pessoa sente angústia,


ansiedade ou medo extremos, que têm início súbito e são acompanhados por
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sintomas físicos e/ou emocionais. A síndrome do pânico consiste em ataques de


pânico recorrentes que causam uma preocupação excessiva com ataques futuros
e/ou modificações de comportamento para evitar situações que poderiam
desencadear um ataque.

Ataques de pânico podem causar sintomas como dor torácica, sensação de


engasgo, tontura, náusea e falta de ar. O diagnóstico baseia-se na descrição dos
ataques feitos pela pessoa e no medo que manifestam de futuros ataques.

Os ataques de pânico podem fazer parte de qualquer transtorno de


ansiedade. Os ataques de pânico também podem ocorrer em pessoas com outros
transtornos psiquiátricos (por exemplo, depressão). Alguns ataques de pânico
ocorrem em resposta a uma situação específica. Por exemplo, uma pessoa com
fobia de cobra pode entrar em pânico ao deparar-se com uma. Outros ataques
ocorrem sem um fator desencadeador.

Um ataque de pânico implica no surgimento súbito de medo ou desconforto


intensos e no mínimo em quatro dos seguintes sintomas físicos e emocionais:

• Dor ou desconforto no tórax

• Uma sensação de engasgo

• Vertigens, instabilidade postural ou desmaios

• Medo de morrer

• Medo de enlouquecer ou de perder o controle

• Sensações de irrealidade, estranhamento ou distanciamento do meio em que


vive

• Agitação ou arrepios

• Náuseas, dores gástricas ou diarreia

• Sensação de dormência ou formigamento

• Palpitações ou frequência cardíaca acelerada

• Falta de ar ou sensação de asfixia

• Sudorese

• Tremores ou espasmos

Muitas pessoas com síndrome do pânico também têm sintomas de depressão.

Os sintomas geralmente alcançam seu ponto máximo em até 10 minutos e


desaparecem em alguns minutos e, por essa razão, o médico pouco consegue
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detectar, exceto o medo que a pessoa sente de sofrer outro ataque aterrador. Uma
vez que os ataques de pânico podem ocorrer sem motivo aparente, a pessoa
afetada com frequência antecipa e se preocupa com a possibilidade de ter outro
ataque – um quadro clínico denominado ansiedade antecipatória – e então tenta
evitar as situações que ela associa à ocorrência de ataques de pânico anteriores.

Tendo em vista que os sintomas de um ataque de pânico envolvem muitos


órgãos vitais, as pessoas costumam pensar que têm algum problema de saúde
grave afetando seu coração, pulmões ou cérebro. Por exemplo, um ataque de pânico
pode dar à pessoa a sensação de que está tendo um ataque cardíaco. Por isso, é
possível que a pessoa visite repetidamente o médico de família ou o pronto socorro
no hospital. Se não for feito o diagnóstico correto do ataque de pânico, as pessoas
podem ter a preocupação adicional de que um problema médico grave foi
negligenciado. Embora os ataques de pânico causem incômodo, às vezes extremo,
eles não são perigosos.

Assim que o médico tiver confirmado que os sintomas da pessoa são


causados por síndrome do pânico, ele tenta evitar fazer exames prolongados quando
ataques de pânico ocorrem no futuro, a menos que os sintomas da pessoa ou os
resultados de exame físico sugiram a existência um novo problema.

Os medicamentos que são usados para tratar a síndrome do pânico incluem:

• Antidepressivos

• Ansiolíticos, como benzodiazepínicos

A maioria dos antidepressivos – antidepressivos tricíclicos (ATCs), inibidores


da monoaminoxidase (IMAOs), inibidores seletivos de recaptação de serotonina
(ISRSs), moduladores da serotonina e inibidores de recaptação de serotonina-
noradrenalina (IRSNs) – são eficazes.

Benzodiazepínicos funcionam mais rapidamente que os antidepressivos, mas


podem causar dependência farmacológica e, provavelmente, são mais propensos a
causar sonolência, falta de coordenação, problemas de memória e demora em
reagir.

Inicialmente, as pessoas podem receber um benzodiazepínico e um


antidepressivo. Assim que o antidepressivo começa a fazer efeito, a dose do
benzodiazepínico costuma ser reduzida e, em seguida, suspensa. Contudo, em
algumas pessoas, um benzodiazepínico é o único tratamento eficaz em longo prazo.

O tratamento medicamentoso pode prevenir ou reduzir significantemente o


número de ataques de pânico. Contudo, sem psicoterapia, é possível que os
medicamentos não ajudem a pessoa a se preocupar menos sobre ataques futuros e
parar de evitar situações que causam os ataques de pânico.
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Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

O transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por obsessões,


compulsões ou ambas. As obsessões são ideias, imagens ou impulsos recorrentes,
persistentes, indesejados, que provocam ansiedade e são intrusivos. As compulsões
(também conhecidas como rituais) são determinadas ações ou atos mentais que a
pessoa se sente impelida a praticar para tentar diminuir ou evitar a ansiedade
causada pelas obsessões.

A maioria dos casos de comportamento obsessivo-compulsivo está


relacionada a preocupações com danos ou riscos. O médico diagnostica o transtorno
quando a pessoa tem obsessões, compulsões ou ambas.

O tratamento pode incluir terapia de exposição (com prevenção de rituais


compulsivos) e determinados antidepressivos (inibidores seletivos de recaptação da
serotonina ou clomipramina).

A pessoa com TOC tem obsessões – pensamentos, imagens ou impulsos que


ocorrem frequentemente, mesmo que ela não queira. Essas obsessões surgem
mesmo quando a pessoa está pensando e fazendo outras coisas. Além disso, as
obsessões normalmente causam grande angústia e ansiedade. As obsessões
normalmente envolvem pensamentos de dano, risco ou perigo.

As obsessões comuns incluem:

• Preocupação com contaminação (por exemplo, supor que tocar em


maçanetas provocará alguma doença)

• Dúvidas (por exemplo, supor que a porta da frente não foi trancada)

• Preocupação com objetos que não estão perfeitamente alinhados ou


uniformes

Uma vez que as obsessões não causam prazer à pessoa, frequentemente ela
tenta ignorá-las e/ou controlá-las.

Compulsões (também chamadas de rituais) são uma forma que a pessoa tem
de responder às suas obsessões. Por exemplo, elas sentem vontade de fazer algo -
repetitivo, propositado e intencional para evitar ou aliviar a ansiedade causada pelas
obsessões.

As compulsões comuns incluem:

• Lavar ou limpar algo para evitar contaminação

• Verificar algo para eliminar dúvidas (por exemplo, verificar muitas vezes que
uma porta está trancada)
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• Contar (por exemplo, repetir uma ação um determinado número de vezes).

• Ordenar (por exemplo, arrumar talheres ou objetos da mesa de trabalho em


um padrão específico).

A maioria dos rituais, como lavar as mãos com muita frequência ou verificar
repetidamente se a porta está trancada, pode ser observada. Outros rituais não
podem ser observados, como o cálculo repetitivo ou afirmações em voz baixa com a
intenção de diminuir algum perigo.

Os rituais podem ser realizados de forma precisa de acordo com regras


rígidas. Os rituais podem ou não estar logicamente conectados com a obsessão.
Quando as compulsões estão logicamente conectadas à obsessão (por exemplo,
tomar banho para evitar ficar sujo ou verificar o fogão para evitar incêndios), elas são
claramente excessivas. Por exemplo, é possível que a pessoa tome banho durante
muitas horas todo dia ou verifique o fogão trinta vezes antes de sair de casa. Todos
os rituais e obsessões exigem tempo. É possível que a pessoa gaste horas todos os
dias dedicada a eles. Eles podem causar tanta angústia ou interferir tanto com a
capacidade funcional da pessoa que algumas chegam a ficar incapacitadas.

A maioria das pessoas com TOC sabe que seus pensamentos obsessivos não
refletem riscos reais e que seus comportamentos compulsivos são excessivos. No
entanto, algumas pessoas estão convencidas que suas obsessões são bem
fundamentadas e que suas compulsões são plausíveis.

Algumas pessoas com TOC estão cientes de que seus comportamentos


compulsivos são excessivos. Por isso, elas geralmente realizam os rituais de
maneira secreta, mesmo quando esses rituais consomem muitas horas do dia.

O médico diagnostica o transtorno obsessivo-compulsivo tomando por base


os sintomas: a presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões ou
compulsões precisam atender, no mínimo, um dos quesitos a seguir:

• Tomar muito tempo

• Causar angústia significativa ou interferir com a capacidade funcional da pessoa

Aproximadamente 50% das pessoas com TOC têm pensamentos suicidas em


algum momento e até 25% delas comete tentativa de suicídio. O risco de haver uma
tentativa de suicídio é maior se a pessoa também tiver transtorno depressivo maior.

A terapia de exposição e a terapia de prevenção de rituais (resposta)


costumam ser eficazes no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo. A terapia
de exposição consiste na exposição gradativa e repetida da pessoa àquilo (situações
ou pessoas) que desencadeia as obsessões, rituais ou desconforto, sem permitir que
ela realize o ritual compulsivo (terapia de prevenção de ritual). O desconforto ou a
ansiedade diminuem gradativamente durante a exposição repetida, na medida em
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que a pessoa passa a reconhecer que a realização de rituais é desnecessária para a


redução do desconforto. A melhora geralmente persiste por anos, provavelmente
porque as pessoas que dominam essa abordagem conseguem continuar a praticá-la
após o tratamento formal ter sido concluído.

Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (por exemplo, fluoxetina),


que são um tipo de antidepressivo, e a clomipramina, que é um tipo de
antidepressivo tricíclico, costumam ser eficazes. Muitos especialistas supõem que
uma associação entre a terapia de exposição e de prevenção de rituais e a
farmacoterapia seja o melhor tratamento.
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CONCLUSÃO

O mundo moderno traz consigo muitos desafios que exigem cada vez mais
das pessoas. E é nesse contexto de muitos desafios, cobranças e mudanças
repentinas de cenários que surge a ansiedade que com o passar do tempo pode ir
se agravando e transformar-se em um transtorno que afeta o bem-estar físico,
mental e também social.

Medo, insegurança e angústia são emoções que todo mundo sente em algum
momento ou situação. Entretanto, indivíduos com transtornos de ansiedade (um dos
mais incidentes na atualidade, ao lado da depressão) apresentam uma
complexidade maior de sintomas. O modo como reagimos a esse agente estressante
diferencia uma “ansiedade normal” de uma patologia. Diante disso, é utilizado o
termo ‘transtorno’ porque ele se refere a algo que desorganiza a vida do indivíduo e
gera um sofrimento excessivo. A pessoa passa a ter prejuízos em diversas esferas.
Não consegue sair, manter um emprego, entre outras.

A ansiedade é considerada o mal do século, pois aflige pessoas em diferentes


faixas etárias e se manifesta independente da posição social ou cultural, afligindo a
sociedade de modo geral.
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REFERÊNCIA

https://www.youtube.com/watch?v=AU1rlvd6e9k&feature=emb_title

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