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Jj 6ano 2021 apostila imunizacoes

Clínica médica (Universidade Federal Fluminense)

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Baixado por Ely Oliveira (dr.elymed2021@gmail.com)
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Imunizações
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Relevância: Muito alta
Todas as aulas da Mentoria possuem relevância moderada, alta ou muito alta,
baseadas na incidência das provas de residência médica dos últimos 5 anos.

Os CCQs (Conteúdo Chave de Questão) aparecem nas questões e ao longo do texto são
sinalizados por bandeirinhas. As incidências são variáveis de acordo com as cores:

Moderada Alta Muito alta

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Tema essencial para as provas de Residência e Revalidação, Imunizações é um dos assuntos mais cobrados
dentre todos. Para começar, uma notícia que não agrada: decoreba! Não deixe de memorizar o Calendário
Básico do Ministério da Saúde (MS) desse ano e preste muita atenção nas mudanças recentes. A versão
mais atualizada se encontra ao final desse texto.
Parece complexo, mas com calma vamos conseguir sair com o que você precisa para acertar a maioria das
questões sobre esse tema.

O que você precisa saber?


Vacinas vivas
As vacinas vivas são aquelas que contêm microrganismos vivos atenuados.
Quais são? São 8 vacinas:
BCG, rotavírus (VORH), poliomielite oral (VOP), febre amarela, tríplice e tetra viral, varicela e dengue
(ainda não está no Calendário de vacinação do Ministério da Saúde - MS).
Quais são as suas características fundamentais?
Elas são mais duradouras, requerem poucas doses e a imunidade é humoral e celular. Podem ser
administradas por diferentes vias (oral, intramuscular, intradérmica, subcutânea).

IMPORTANTE: são contraindicadas em imunossuprimidos e gestantes (exceto febre amarela, que


é uma contraindicação relativa). Alguns pontos:
• Lembre-se que a mulher também não deve engravidar nos 30 dias subsequentes à vacinação).
• Imunossupressão por uso de corticoide: considere prednisona 2mg/kg/dia ou > 20 mg/ dia, por 14 dias.
Para te ajudar a lembrar: elas só são administradas ao final do primeiro ano de vida (com exceção da
BCG), a partir do 9º mês de vida, em razão da influência dos anticorpos maternos até essa faixa etária.

Vacinas não vivas


As vacinas não vivas contêm microrganismos inativados ou toxinas inativadas, ou fragmentos, ou
polissacarídeos (conjugados ou não a proteínas).
Quais são? São 8 vacinas.
Hepatite B, poliomielite injetável (VIP), pentavalente, pneumocócica (todas), meningocócica (todas),
HPV, influenza e hepatite A.
Quais são suas características fundamentais?
A imunidade é humoral, menos duradoura, necessitando de mais doses na maioria das vezes.
A administração é sempre intramuscular (IM). Sua grande vantagem é a segurança de sua aplicação
em imunossuprimidos e gestantes.
ATENÇÃO: as bancas, em geral, usam e abusam de comparações nas provas, portanto, revisar as vacinas
vivas e não-vivas de forma comparativa vai te ajudar.
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Vacinação em pacientes imunossuprimidos


As vacinas deverão ser repetidas após interrupção do tratamento imunossupressor. Lembrando que
as seguintes são contraindicadas: BCG, VOP, febre amarela, tríplice viral, tetra viral e varicela.
Contraindicações gerais
Além das limitações citadas acima, específicas das vacinas vivas, a anafilaxia imediata a qualquer
componente da fórmula é a única contraindicação absoluta à vacinação.
As doenças febris (> 37,8 °C) são indicação para adiamento da aplicação de vacinas de forma
geral. Além disso, pacientes em terapia imunossupressora ou que receberam hemoderivados
ou imunoglobulinas, devem ter a aplicação de qualquer vacina viva adiada.
IMPORTANTE: prematuridade, uso de corticoides inalatórios ou orais por menos de 1 semana,
história pessoal de evento adverso a alguma vacina (exceto anafilaxia), desnutrição e doenças
agudas sem febre, como resfriado, NÃO são contraindicações nem indicam adiamento de vacinação.
As bancas adoram cobrar esses pontos!
Veja a questão sobre o tema:

Questão 1: (USP-RP - 2020) Paciente de 2 meses de vida, apresenta diagnóstico confirmado


de imunodeficiência combinada grave. Encontra-se em boas condições clínicas e com evolução
pondero-estatural adequada. É levado ao posto de saúde para iniciar vacinação. A conduta
adequada é:
A) Fazer todas as vacinas, exceto BCG.
B) Fazer somente vacinas atenuadas.
C) Fazer todas as vacinas indicadas para a idade.
D) Fazer somente vacinas inativadas.

CCQ: Somente vacinas inativadas podem ser realizadas em imunossuprimidos


Questão clássica do tema de imunizações: quais vacinas podem ser realizadas nos pacientes
imunossuprimidos? Memorize essa questão, pois ela aparece frequentemente nas provas!
As vacinas que podem ser aplicadas nos pacientes imunossuprimidos são as vacinas
inativadas, sendo elas: hepatite B, vacina inativada contra poliolmielite (VIP), pneumocócica,
meningocócica, pentavalente, HPV, influenza e hepatite A.
Elas podem ser produzidas com o microrganismo inteiro inativado ou fragmentos, cápsulas
e até engenharia genética, não gerando risco ao paciente imunodeprimido. São sempre
aplicadas pela via intramuscular e possuem imunidade humoral com uma imunidade menos
duradoura.
Aproveitando a questão, lembre-se quais são as vacinas de agentes vivos atenuados, que
jamais poderão ser aplicadas neste grupo de pacientes. São elas: BCG, vacina oral contra
poliomielite, vacina oral contra rotavírus, febre amarela, varicela, dengue, tríplice e tetra viral.

GABARITO: Alternativa D.

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Calendário vacinal
Vacinas específicas
BCG

Quando Ao nascer
PNI
Tipo de vacina Bacilos vivos atenuados de Mycobacterium bovis

A BCG é aplicada em dose única por via intradérmica (ID), ao nascer. Pode ser aplicada até os 5 anos
incompletos. Previne contra formas graves de tuberculose (miliar e meníngea, principalmente).
• RN abaixo de 2 kg deve ter a BCG adiada até atingir esse peso.
• RNs filhos de mães infectadas pelo HIV devem receber a BCG ao nascimento normalmente,
exceto naqueles sintomáticos (raro).
• Em caso de não surgimento de cicatriz vacinal, não há necessidade de revacinar, independente do
tempo transcorrido da vacinação.
• Contactantes acima de 1 ano de pacientes com hanseníase devem receber uma segunda dose de
BCG (exceto aqueles que possuem duas cicatrizes).
A não revacinação em casos de ausência de cicatriz é recente e vem aparecendonas provas, veja:

Questão 2: (SCMSP- 2020) Uma criança com sete meses de vida foi avaliada em consulta
de puericultura. A criança apresentava desenvolvimento pondero-estatural, desenvolvimento
neuropsicomotor, vacinação e alimentação adequados. Ao exame físico, o médico observou que
a criança não tinha a cicatriz de BCG. Com base nesse caso hipotético e nas recomendações do
Ministério da Saúde, é correto afirmar que a conduta indicada no momento é:
A) A vacinação imediata com BCG.
B) Não dar BCG, pois não há recomendação de revacinação.
C) Realizar teste tuberculínico imediato e vacinar com BCG se o resultado for não reator.
D) Iniciar isoniazida e realizar teste tuberculínico após.
E) Avaliar a epidemiologia da criança e vacinar com BCG em caso de contato com tuberculose.
CCQ: Ausência de cicatriz da BCG não indica revacinação
Em 2018, a Organização Mundial da Saúde emitiu um documento atualizando as diretrizes de
vacinação com a vacina BCG em bebês, apontando que os estudos não demonstraram evidências
convincentes de benefício para doses repetidas de vacina BCG contra tuberculose ou hanseníase.
Portanto, a recomendação é que a revacinação com BCG não deve ser realizada, mesmo nos
casos em que o teste tuberculínico ou o teste de IGRA resultem negativos. O documento também
destaca que a ausência de cicatriz de BCG não indica ausência de proteção, e que pesquisas
para o desenvolvimento de novas vacinas são necessárias. Dessa forma, o Programa Nacional de
Imunizações (PNI) emitiu uma nota informativa atualizando a conduta e passando a não mais indicar
a revacinação das crianças que não desenvolveram a cicatriz vacinal.
GABARITO: Alternativa B.

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Evolução natural da cicatriz vacinal

1. Nódulo local: após a administração, de 3 a 4 semanas, surge um nódulo no local;


2. Pústula: entre 4 e 5 semanas o nódulo evolui para uma pústula;
3. Úlcera: em seguida evolui para uma úlcera de 4 mm a 10 mm de diâmetro;
4. Crosta: entre 6 e 12 semanas surge uma crosta.

Eventos adversos da BCG


Abscesso frio, úlcera > 1 cm persistente por pelo menos 12 semanas e linfadenopatia regional
supurada > 3 cm são indicações do uso de isoniazida até regressão dos quadros.

Linfadenite regional supurada em região axilar direita de um RN após vacinação de BCG.

Abscessos quentes são causados por bactérias da pele e o tratamento é feito da mesma maneira
que qualquer abscesso de pele comum, com antibioticoterapia.

O que fazer quando a mãe possui tuberculose bacilífera?


Essa é uma pergunta clássica nas provas. O RN não deve receber a BCG inicialmente e deve começar
isoniazida ou rifampicina por 3 meses. Após isso, deve ser realizado PPD. Se reagir, mantém-se a isoniazida
por mais 3-6 meses ou rifampicina por mais 1 mês, além de a vacina permanecer contraindicada.
Se não reagir, interrompe-se a isoniazida ou a rifampicina e aplica-se a BCG. Caso, em qualquer momento,
o RN desenvolva clínica e/ou radiografia compatível com tuberculose, inicia-se o tratamento da doença
(esquema RIP). O aleitamento materno deve ser mantido, com o uso de máscara cirúrgica.

ATENÇÃO: não deixe de guardar as informações referentes à BCG e suas peculiaridades!


Para finalizar esse tópico, vamos com mais uma questão:

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Questão 3: (HCP - 2018) Um recém-nascido, filho de pai bacilífero, coabitará com o avô, também
bacilífero, e está em tratamento há 1 semana com esquema básico para tuberculose. Com base no
Manual de recomendações para o controle da Tuberculose no Brasil, de 2010, a orientação adequada
para o recém-nascido é:
A) Vacinar e encerrar o caso se PPD menor ou igual a 5 mm após 3 meses.
B) Não vacinar, mas iniciar quimioprofilaxia primária e realizar PPD após 3 meses.
C) Não vacinar, mas realizar PPD e iniciar quimioprofilaxia primária se PPD maior ou igual a 5 mm.
D) Iniciar quimioprofilaxia primária e manter se PPD maior ou igual a 10 mm aos 3 meses.

CCQ: Recém-nascido contactante de paciente bacilífero


não poderá realizar a vacina BCG
Essa questão traz um CCQ clássico das provas que você precisa saber! Todo recém-nascido
que tenha contato com caso de tuberculose bacilífera não pode receber a vacina BCG e deverá
realizar a quimioprofilaxia com isoniazida ou rifampicina por 3 meses.
Ao final deste período, deve ser realizado o PPD. Se este for < 5 mm, suspende-se a profilaxia e
aplica-se a vacina BCG (alternativa B é a correta). Se o PPD persistir reator com 5 mm
ou mais, deve-se manter a quimioprofilaxia por mais 3-6 meses.
GABARITO: Alternativa B.

Hepatite B

0, 2 e 6 meses
Quando
(acaba entrando nos 4 meses por fazer parte da pentavalente)
PNI
Tipo de vacina Vírus inativado

A vacina de hepatite B é a primeira que todos os recém-nascidos recebem, ainda na sala de parto ou
nas primeiras horas de vida. Diferentemente da BCG, ela não possui contraindicação por peso, então
pode ser feita mesmo em recém-nascidos prematuros/de baixo peso.
Em recém-nascidos filhos de mãe com hepatite B, a vacina deve ser feita igualmente e, associado
a isso, devem receber imunoglobulina idealmente nas primeiras 12 a 24 horas, porém pode ser
realizada até 14 dias.
Que tal vermos uma questão sobre imunoglobulinas?

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Questão 4: (CSNSC - 2020) Ao administrarmos imunoglobulina antirrábica após uma exposição


à mordedura de morcego, empregamos:
A) Prevenção secundária.
B) Imunidade cruzada.
C) Imunização ativa.
D) Imunização passiva.

CCQ: Imunoglobulina é um exemplo de imunização passiva


Questão objetiva trazendo um conceito importante a ser revisado nessa aula: a diferença
entre imunização ativa e passiva. Lembre-se que a imunização ativa ocorre quando é dado um
estímulo ao organismo e este passa a produzir os próprios anticorpos (ex.: vacinas).
Já na imunização passiva, é dado o anticorpo pronto ao indivíduo, sendo os maiores exemplos, os
soros e as imunoglobulinas. Portanto, quando a questão pede qual a imunização empregada com
a aplicação de uma imunoglobulina antirrábica, a resposta é: imunização passiva (alternativa
D é a correta).
GABARITO: Alternativa D.

Poliomielite

VIP: 2, 4 e 6 meses
Quando
VOP: 15 meses e 4 anos
PNI
VIP: vírus inativado
Tipo de vacina
VOP: vírus vivo atenuado

VIP
VIP é a vacina IM, de vírus inativado, recomendada pelo MS nas 3 primeiras doses (2, 4 e 6 meses),
além de ser a preferência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em todas as doses. Não causa
poliomielite vacinal e pode ser aplicada com segurança em imunodeprimidos.

VOP
Vacina oral, de vírus vivo atenuado, recomendada pelo MS somente como reforço aos 15 meses
e 4 anos, além das campanhas. Seu grande problema é a possibilidade de causar a poliomielite vacinal
(paralisia flácida aguda) e a vantagem é a imunidade de rebanho (pela replicação e disseminação do
vírus vivo atenuado via fecal-oral).

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Fique atento a uma pegadinha clássica: se por algum motivo o lactente cuspir ou regurgitar logo
após a vacinação oral da poliomielite, não há necessidade de revacinação.
Outro detalhe importante é que a imunossupressão; contactantes de imunodeprimidos e hospitalização
contraindicam a vacina oral.

Imagem ilustrativa para campanha de vacinação oral.

Questão 5: (HSJC-SP - 2020) Menino com 5 anos traz a caderneta de vacinação para consulta.
Quantas doses e quais as vias de administração da vacina contra poliomielite devem ter sido
aplicadas nesta criança?
A) 5 doses; as 2 primeiras doses via intramuscular, a 3ª, 4ª e 5ª doses por via oral.
B) 4 doses; as 2 primeiras doses via intramuscular, a 3°e 4° doses por via oral.
C) 4 doses; as 3 primeiras doses via intramuscular, a 4ª dose por via oral.
D) 5 doses; as 3 primeiras doses via intramuscular, a 4ª e 5ª doses por via oral.

CCQ: A vacina contra pólio é feita em 5 doses (três com VIP e duas com VOP)
Uma criança de 5 anos deve ter recebido quantas doses da vacina contra poliomielite?
Para acertar essa questão, precisávamos lembrar que a vacina contra pólio possui dois
tipos: a forma inativada e a vacina oral.
A vacina inativada contra poliomielite (VIP) é injetável pela via intramuscular e é a escolha
para a realização das primeiras três doses (2, 4 e 6 meses), pois não causa poliomielite
vacinal sendo, portanto, mais segura. Já a vacina oral (VOP) deve ser feita nas doses
de reforço, aos 15 meses e 4 anos e nas campanhas anuais de vacinação. A criança
é considerada imunizada após a aplicação de 3 doses da vacina (e, idealmente, com
o primeiro reforço). Logo, uma criança de 5 anos deve ter recebido 3 doses da VIP e
2 doses da VOP.
GABARITO: Alternativa D.

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VORH (vacina oral de rotavírus humano)

Quando 2 e 4 meses
PNI
Tipo de vacina Vírus vivo atenuado

A vacina oferece proteção contra diarreia por rotavírus. Aqui você precisa saber que, dentre as
faixas etárias máximas de aplicação, ela é a que mais aparece, sendo a 1ª dose até 3 meses e 15 dias, e
2ª dose até 7 meses e 29 dias.
Após essa faixa etária, aumenta-se o risco de intussuscepção intestinal secundária à vacina do
rotavírus.

Meningocócica

Meningocócica C: 3, 5 e 12 meses
Quando
Meningocócica ACWY: 11-12 anos
PNI
Tipo de vacina Conjugada

A vacina disponibilizada pelo MS era só a meningocócica C, que protege contra esse sorogrupo,
mas em 2020, a vacina ACWY, que amplia a proteção contra esses 4 sorogrupos, foi incluída
no calendário do PNI para os jovens de 11 a 12 anos, como reforço.
Essas duas vacinas são conjugadas e de alta eficácia. Além disso, existe uma vacina recombinante
nova meningocócica B, que também é recomendada pela SBP, mas não está no PNI.

Pneumocócica

Quando 2, 4 e 12 meses
PNI
Tipo de vacina Conjugada ou polissacarídica

A vacina disponibilizada pelo MS é a conjugada 10-valente, com alta eficácia contra 10 sorotipos
importantes do S. pneumoniae. Existe outra vacina, a 13-valente (também conjugada), recomendada
pela SBP, que adiciona mais 3 sorotipos. Além disso, é muito importante que você conheça a
vacina polissacarídica 23-valente, que não possui antígeno proteico, por isso gera uma imunidade
T-independente, de curta duração.
Ela está disponível somente para pessoas com mais de 2 anos e com alguma dessas condições:
HIV/AIDS, cardiopatia crônica, pneumopatia crônica (exceto asma leve), nefropatia, hepatopatia,
diabetes mellitus, imunodeprimidos, idosos que vivem em instituições fechadas, etc. Máximo
de duas doses separadas por 5 anos, caso a indicação permaneça.

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Vacina difteria, tétano e pertussis

DTP: 2, 4 e 6 meses; reforço aos 15 meses e 4 anos


Quando
dT: Reforço aos 15 anos e a cada 10 anos
PNI
Tipo de vacina Conjugada

Usada aos 2, 4 e 6 meses dentro da vacina pentavalente (inclui anti-hemófilos B e hepatite B)


e reforço aos 15 meses e 4 anos. É usada somente até os 7 anos incompletos, e após isso é substituída
pela dT do adulto.
A dTPa é a que contém a pertussis acelular, indicada para as gestantes e em alguns eventos
adversos conforme citado abaixo:

Eventos adversos
É a vacina mais relacionada a eventos adversos sistêmicos, especialmente ligados ao pertussis
(bactéria inativada). Os principais eventos e condutas são:

• Febre/choro persistente: eventos leves, não modifica a conduta quanto às doses posteriores.

• Episódio hipotônico-hiporresponsivo/convulsão: eventos moderados, deve-se aplicar vacina


dTp acelular nas doses subsequentes.

• Encefalite: evento grave, indica uso de vacina DT em doses seguintes (sem pertussis!).

• Anafilaxia: como vale para qualquer vacina, não pode mais ser aplicada.

Os eventos adversos relacionados a DTP são os mais relevantes para as provas!

Veja como as bancas cobram esse tema:

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Questão 6: (USP-SP - 2020) Lactente feminino, 4 meses, é levada a UBS pela mãe, que
deseja orientações sobre vacinação. A mãe refere que a criança apresentou um quadro
de palidez intensa, associado a hipotonia generalizada, iniciado 6 horas após a aplicação
da vacina dos 2 meses de vida. Refere que a criança não reagia quando estimulada.
À época, a mãe levou a criança ao serviço de saúde, mas o episódio se resolveu antes da
chegada ao hospital. A criança foi avaliada, permaneceu em observação por algumas horas
e depois foi liberada. Evoluiu bem, sem novos episódios. Atualmente com desenvolvimento
neuropsicomotor adequado para a idade. Levando em consideração os dados informados
pela mãe, a conduta é:
A) Contraindicar as vacinas de vírus vivos atenuados (rotavírus e poliomielite) e encaminhar para
imunologia pediátrica para avaliação.
B) Administrar todas as vacinas previstas para a idade e manter observação médica por 6 horas
após aplicação.
C) Administrar cada uma das vacinas previstas para a idade em dias diferentes e observar possíveis
reações de cada uma.
D) Trocar a vacina tríplice bacteriana de células inteiras (DPT) por DPT acelular e aplicar as
demais vacinas previstas para a idade.

CCQ: Episódio hipotônico-hiporresponsivo após a aplicação de vacina DTP


indica uso de dTp acelular
Veja que questão interessante: um lactente recebeu as vacinas dos 2 meses e cerca de
6 horas depois apresentou hipotonia generalizada, com palidez e hiporresponsividade.
O que aconteceu? Muito provavelmente ocorreu um evento adverso à vacina DTP, o
chamado episódio hipotônico-hiporresponsivo. Ele ocorre dentro de 48 horas após a
aplicação da vacina, geralmente nas primeiras 6 horas, e cursa com hipotonia, cianose,
palidez e hiporresponsividade, com duração de minutos a horas, tendo resolução
espontânea. Quando isso ocorre, há indicação de uso da vacina dTp acelular.
Lembre-se que a vacina DTP, que é a aplicada como rotina no Programa nacional de
imunização, protege contra a difteria, tétano e coqueluche (possui toxoide diftérico e
tetânico, com a Bordetella pertussis em sua forma inativada). A dTp acelular indicada
nesse caso possui a Bordetella pertussis com antígenos purificados, reduzindo a ocorrência
de eventos adversos.

GABARITO: Alternativa D.

Abordamos as vacinas DTP e hepatite B, mas além dessas temos mais uma que compõe a pentavalente.
Você sabe qual é?

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Questão 7: (UFMS - 2018) A vacina pentavalente, do Programa Nacional de Imunizações (PNI),


protege contra as seguintes doenças:
A) Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e síndrome de Guillain-Barré.

B) Sarampo, caxumba, rubéola e meningite causada por Haemophilus influenzae.

C) Sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B e síndrome de Guillain-Barré.

D) Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite, e outras infecções causadas pelo


Haemophilus influenzae tipo B.

E) Sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B e meningite, e outras infecções causadas pelo


Haemophilus influenzae tipo B.

CCQ: Saber as doenças prevenidas pela vacina pentavalente


Questão objetiva cobrando quais as doenças prevenidas pela vacina pentavalente.
Vamos revisar: a vacina pentavalente possui a combinação de cinco vacinas e é ofertada pelo
Programa Nacional de Imunizações desde 2012. Deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida.
Ela protege contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções pelo Haemophilus influenzae
tipo B (incluindo meningite e outras doenças invasivas).

GABARITO: Alternativa D.

A vacina pentavalente, combinação da hepatite B, DTP e Haemophilus influenzae tipo B é realizada


aos 2, 4 e 6 meses na rede pública. Na rede particular, temos a hexavalente que, além dessas, inclui a VIP.

Tríplice viral: sarampo, caxumba e rubéola

Quando 12 meses + 15 meses (tetraviral)


PNI
Tipo de vacina Vírus vivo atenuado

Devido à epidemia de sarampo em 2019, houve mudança no esquema vacinal para essas doenças.
Se houver vacinação de 12 e 15 meses, não precisa receber outras doses. Se não há comprovação de
vacinação nas faixas indicadas, de 12 e 15 meses, há necessidade de adultos receberem a vacina.
A criança, o adolescente e o adulto até 29 anos devem receber 2 doses. Mas, se recebeu só uma dose, tem
que atualizar a situação vacinal, seja na fase adolescente ou adulta. Para quem tem 30 a 49 anos e não
tomou nenhuma dose da vacina, deve buscar os postos para receber uma dose única.
Já as gestantes devem esperar para serem vacinadas após o parto. Para mulheres que pretendem
engravidar e não foram vacinadas, devem receber a dose com pelo menos 4 semanas até o início da
gestação.

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Resumindo:

• Quem tiver 2 doses: não precisa receber novas doses;

• Até 29 anos: quem não tiver o calendário vacinal completo, deve receber 2 doses;

• De 30-49 anos: quem não tiver o calendário vacinal completo, deve receber 1 dose.

ATENÇÃO: o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde recomenda,


habitualmente, duas doses da vacina tríplice viral (que inclui o sarampo) aos 12 e 15 meses.
Diante da epidemia em 2019, houve uma recomendação de uma dose adicional, chamada de
dose zero (para deixar claro que essa dose não entra na conta das duas doses de tríplice viral
do PNI), destinada à faixa etária de 6 meses até 11 meses e 29 dias.

Imagem da campanha contra sarampo durante epidemia em 2019


(DOSE ZERO).

Após o aumento significativo do número de casos em 2019, o sarampo e a vacina tríplice viral, começaram
a aparecer cada vez mais em concursos de Residência. Atente-se a esse tema!
Um tópico importante, lembrando da aula de doenças exantemáticas, é que a vacina pode ser feita para
pacientes expostos, não imunizados e imunocompetentes como forma de bloqueio. A vacina pode ser
administrada em até 72h após o contato com um caso suspeito.

Agora vamos a uma questão?

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Questão 8: (HIS - 2020) O sarampo estava erradicado da região das Américas desde setembro
de 2016, após esforços de mais de duas décadas de campanhas de vacinação. Em 2019
presenciamos o reaparecimento de casos paulatinamente, e vivemos no segundo semestre
a situação de surto epidemiológico em algumas cidades brasileiras. Novas campanhas foram
iniciadas para ampliar a cobertura vacinal. Assinale a alternativa correta sobre a indicação de
vacinação, de acordo com o Ministério da Saúde, para indivíduos imunocompetentes:
A) Indivíduos entre 30 anos e 49 anos devem ter no total 2 doses de vacina, sendo necessário
completar o status vacinal com intervalos mínimos de 3 meses entre as doses.
B) Indivíduos entre 1 ano e 29 anos devem ter no total 3 doses da vacina, sendo necessário
completar o status vacinal com intervalos mínimos de 3 meses entre as doses.
C) Indivíduos acima de 6 meses de idade e menores de um ano passaram a receber a dose zero.
As doses subsequentes são aos 12 meses e aos 15 meses, estando a imunização completa.
D) O calendário vacinal do sarampo não sofreu alterações. As campanhas são para atualização
do status vacinal dos indivíduos que foram vacinados previamente. Pacientes que já tiveram
sarampo não podem receber vacinação.
E) Todos os indivíduos devem receber vacina de bloqueio, independentemente do status vacinal e
da idade. Tal medida foi adotada para ampliar a cobertura vacinal com o efeito de vacinação de
rebanho.

CCQ: Dose zero da vacina do sarampo deve ser feita para crianças
entre 6 meses e 1 ano
Veja essa questão que interessante: nos últimos anos houve um aumento no número
de casos de sarampo, chegando a ocasionar surtos em alguns locais. Por este motivo, o
Ministério da Saúde instituiu uma dose adicional da vacina contra o sarampo, chamada
de “dose zero”. Essa dose deve ser aplicada em todas as crianças que pertençam à faixa
etária de 6 meses até 11 meses e 29 dias. Lembrando que essa dose não conta, pois,
depois dela, segue-se o calendário de vacinação, devendo a criança receber normalmente
a tríplice viral aos 12 meses e a tetra viral aos 15 meses.
GABARITO: Alternativa C.

Varicela

Quando 15 meses (tetraviral) + 4 anos


PNI
Tipo de vacina Vírus vivo atenuado

A vacina da varicela, doença também conhecida como catapora, tem sua primeira dose em conjunto com
sarampo, caxumba e rubéola, a chamada tetra viral (SCRV). Aos 4 anos é feita sua 2ª dose, sozinha.
Um ponto importante a ser lembrado, abordado na aula de Doenças exantemáticas, é a possibilidade
da vacinação de bloqueio após exposição de varicela. Normalmente, ela é realizada apenas em casos
de surtos hospitalares, porém existe a possibilidade de ser realizada em maiores de 9 meses que
tiveram exposição relevante ao vírus. Veja essa questão sobre o tema:
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Imunizações

Questão 9: (HUFES - 2019) Um lactente de 13 meses, foi atendido ambulatorialmente há


2 dias, e está recebendo salbutamol com inalador dosimetrado e prednisona 1 mg/kg/dia,
devido a broncoespasmo. Seu esquema de vacinações foi atualizado há um mês, de acordo
com a orientação do Ministério da Saúde. Seu primo, com quem brincou durante várias
horas, há um dia, na casa da avó, apresentou vesículas de varicela hoje. Além de não ter
contato com o primo, até que a última vesícula se transforme em crosta, o lactente deve
receber o mais rapidamente possível:
A) Vacina e imunoglobulina hiperimune contra varicela.
B) Imunoglobulina hiperimune contra varicela.
C) Vacina contra varicela.
D) Aciclovir oral.

CCQ: A vacinação de bloqueio é indicada a partir dos 9 meses


para pacientes suscetíveis
Um lactente de 13 meses teve contato próximo com seu primo que apresentou lesões sugestivas
de varicela. Qual a conduta frente ao caso? Deve-se manter o isolamento da criança acometida
e proceder à vacinação de bloqueio para a criança sem a doença. Por quê? Lembre-se que a
vacinação de bloqueio está indicada para pacientes suscetíveis e imunocompetentes que tiveram
contato íntimo com um caso de varicela (são considerados suscetíveis pacientes que nunca tiveram
a doença ou que não receberam a vacina). Pode ser realizada em até 5 dias após a exposição, para
pacientes a partir de 9 meses.
GABARITO: Alternativa C.

Hepatite A

Quando 15 meses
PNI
Tipo de vacina Inatividade

Apesar de haver recomendação de duas doses, foi observada uma grande taxa de imunização
(90%) em crianças na primeira dose. Levando isso em conta, o Ministério da Saúde recomenda
uma dose única aos 15 meses.

Febre amarela

Quando 9 meses e 4 anos


PNI
Tipo de vacina Vírus vivo atenuado

Essa é uma vacina com atualização em 2020 do calendário vacinal, que incluiu uma dose de reforço aos
4 anos após a primeira dose aos 9 meses.
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Imunizações

Nos adultos, está indicada em residentes ou viajantes para áreas endêmicas pelo menos 10 dias
antes da data da viagem.
No Brasil, a endemia acontece principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, Minas Gerais,
Maranhão e alguns municípios dos estados do Sul, Piauí, São Paulo e Bahia. Para viagens
internacionais com destino à zona endêmica, a OMS recomenda uma dose. Idosos e gestantes
podem ser vacinados para febre amarela, devendo-se avaliar caso a caso a relação risco-benefício.
Outro ponto importante é a possibilidade do uso da dose fracionada (1/₅ da dose habitual, que
induz à resposta por 8 anos) em indivíduos acima de 2 anos, especialmente em campanhas.
E fique atento a alguns detalhes! Como se trata de um vírus vivo atenuado, ela não pode ser
aplicada no mesmo dia que as vacinas tríplice e tetra viral devido ao risco de interferência
e diminuição da imunogenicidade. O intervalo entre essas vacinas deve ser de pelo menos
30 dias. Além disso, em mulheres lactantes que tomarem a vacina da febre amarela, o aleitamento
materno deve ser suspenso idealmente por 28 dias, sendo 15 dias o tempo mínimo.

HPV

Meninas: 8 - 13 anos (2 doses)


Quando Meninos: 9 - 14 anos (2 doses)
PNI
HIV: 9 - 45 anos (3 doses)
Tipo de vacina Partículas inativadas

A vacina do HPV oferecida pelo PNI é a quadrivalente, que inclui os tipos 6, 11, 16 e 18.
Deve ser feita a aplicação em 2 doses com intervalo de 6 meses entre elas. Para portadores do
HIV, são 3 doses, a segunda após 2 meses da primeira, e a terceira dose 6 meses após a segunda
(meses 0, 2, 6). Fique atento, pois tivemos uma nova atualização em 2021 na faixa etária de
imunossuprimidos coberta pela vacina: antes era de 9-26 anos e agora vai até os 45 anos!
Não é uma vacina indicada na gestação, mas se for aplicada inadvertidamente, não há nenhuma
medida a ser tomada.

Dengue

Quando Não está inclusa


PNI
Tipo de vacina Vírus vivo atenuado

Vacina com vírus vivo nova, disponível somente na rede privada. Está indicada somente para
pessoas que tiveram contato com o vírus da dengue (sorologia positiva), com 9 a 45 anos.
É aplicada em 3 doses, separadas por 6 meses. Reduz em aproximadamente 65% a chance de
adoecimento e 93% a chance de dengue grave.
Antes de seguir ao próximo tema, muitas bancas gostam de cobrar atualização de calendário
por faixa etária, então veja a questão:
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Imunizações

Questão 10: (HSL-RP - 2020) Lactente com 12 meses comparece a UBS para atualizar vacinação
e caderneta de saúde. Ao considerar que, até a presente data, a caderneta de vacinação está
atualizada, quais as próximas vacinas que essa criança deve receber?
A) Reforço de Meningo C + reforço Pneumo 10 + reforço DPT.
B) Reforço de Pneumo 10 + reforço VOP + 1ª dose tríplice viral.
C) Reforço de Pneumo 10 + reforço DPT + 1ª dose tríplice viral.
D) Reforço de Meningo C + reforço Pneumo 10 + 1ª dose tríplice viral.
CCQ: Saber quais são as vacinas indicadas aos 12 meses de vida
Mais uma questão clássica sobre imunizações pedindo as vacinas indicadas para uma criança
de 12 meses. Para acertar essa questão, é preciso ter conhecimento do calendário vacinal do
Programa Nacional de Imunizações.
Para lembrar: aos 12 meses indica-se a primeira dose da tríplice viral (sarampo, rubéola e
caxumba) e dois reforços (dose de reforço contra Pneumococo e o Meningococo), através da
vacina Pneumocócica 10 e Meningocócica C.
GABARITO: Alternativa D.

Vacinas sazonais/pandemia
Coronavírus
A corrida por uma vacina para o coronavírus foi a todo vapor desde que a pandemia começou,
em 2020. Vários países e instituições se juntaram e muitas vacinas foram propostas. Como ainda
estamos vivendo esse momento, esse é um tema que pode ter atualizações, então fique atento
às novidades!
Aqui vamos trazer os principais aspectos gerais das vacinas que estão sendo aplicadas. Para mais detalhes
você terá uma apostila especial somente sobre o coronavírus.
Como estamos vivendo dia a dia o processo de criação e aprovação de vacinas novas, é muito importante
conhecer as principais fases dos estudos e quais as suas finalidades até que sua aprovação seja feita.

Fase pré-clínica
• Fase exploratória: pesquisa básica em laboratório, mais conceitual sobre o tipo de antígeno que será
usado;
• Fase experimental: avalia segurança e imunogenicidade em cultura de células, tecidos e testes em
animais (camundongos, macacos, coelhos...).

Fases clínicas
Envolvem seres humanos, em progressão de amostra.
• Fase I: avalia dose, segurança e imunogenicidade; em pequena amostra de seres humanos saudáveis;

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Imunizações

• Fase II: avalia dose, segurança e imunogenicidade, além dos efeitos adversos; em centenas de pessoas;
• Fase III: confirma segurança e eficácia; milhares de pessoas, incluindo grupos, como idosos e crianças;
• Fase IV: farmacovigilância. Após registro, avaliação e aprovação para comercialização; monitora os
efeitos adversos enquanto a vacina é distribuída no comércio.
Para as vacinas contra o coronavírus, esse processo foi acelerado, bem mais rápido que o normal.
São diferentes tecnologias usadas nos projetos, desde as clássicas de vírus vivo atenuado ou inteiro,
inativados às novas de DNA e mRNA e vetores virais. O que você precisa saber é que todas têm
como alvo a proteína S (spike), que é a responsável pela ligação do vírus SARS-CoV-2 com as células
humanas.
Observe a tabela abaixo que traz as principais informações sobre as vacinas aprovadas para uso de
emergência no Brasil até maio de 2021:

Tipo de Esquema
Desenvolvedor País Observação
vacina de doses

Contém partículas
2 doses, virais do vetor
University of Oxford/ Vetor viral
Reino Unido com intervalo adenovírus
AstraZeneca não replicante
de 4-12 semanas recombinante
de chimpanzé

2 doses,
Instituto Butantan/ Vírus
China com intervalo
Sinovac (CoronaVac) inativado
de 2-4 semanas

Bula prevê 21 dias.


Pfizer / BioNtech EUA / Alemanha mRNA MS indicou
12 semanas

Janssen Contém
Vetor viral
Pharmaceuticals / Bélgica Dose única adenovírus
não replicante
Johnson & Johnson humano 26

Com as vacinas em produção e uma demanda mundial, foi necessária a criação de um Plano Nacional
de Vacinação contra a Covid-19 com base nos grupos prioritários, a fim de reduzir a morbimortalidade
até que se atinja um número alto de imunizados que efetivamente contribua para a redução da
circulação do vírus. A vacinação começou com os profissionais da saúde e seguiu conforme a idade,
prioritariamente maiores de 60 anos e com comorbidades.

Influenza

Quando 6 e 7 meses/ anual até 5 anos ou a depender de comorbidades


PNI
Tipo de vacina Inativado

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Imunizações

A última pandemia por Influenza foi em 2009, pelo H1N1. Por ser um vírus com grande capacidade
de modificação, novas cepas são geradas com frequência e estudos mostram que a memória
imunológica contra as cepas tem uma validade, tornando necessária a revacinação anual. As vacinas
são feitas conforme as cepas mais frequentes no último ano: na trivalente são escolhidas duas cepas
de influenza A (H1N1 e H2N3) e uma cepa influenza tipo B. E na quadrivalente, 2 cepas de cada.
Como é uma doença sazonal, a campanha deve acontecer nos meses que precedem o período
de maior contágio. No ano de 2020 houve uma atualização com extensão da faixa etária coberta,
incluindo os adultos de 55-59 anos. Agora ela é oferecida pelo SUS para indivíduos de: 6 meses a
5 anos e maiores de 55 anos. É importante lembrar que na primeira dose deve-se aplicar uma dose
adicional 30 dias depois, até os 8 anos.

Vacinas e gestantes
A gestação é um período importante para assegurar a saúde da mãe e da futura criança. As infecções
maternas durante a gestação podem implicar em malformações e morte fetal. Como muitas dessas
infecções são imunopreveníveis, profilaxias (como a imunização) adequadamente estimuladas e
implementadas asseguram uma gestação saudável e livre de complicações.
Além disso, sabe-se que o IgG, imunoglobulina de memória imunológica, tem capacidade de atravessar a
barreira placentária e de ser secretada no leite materno, garantindo proteção até o período de 6 meses e
o primeiro ano de vida, momento em que há imaturidade imunológica do bebê.
O melhor momento para a imunização da gestante para a maioria das doenças é a pré-concepção,
conforme o calendário vacinal vigente. Se alguma vacina estiver faltando, existem alguns conceitos
básicos que você precisa guardar sobre vacinação em gestantes:

1) Vacinas de vírus vivo não devem ser administradas pelo risco de causar transmissão do vírus
vacinal para o feto*;

2) Se não há comprovação da vacina questionada, a gestante é considerada não vacinada;

3) Se a gestante não tiver completado o esquema vacinal, deve-se continuar o esquema a partir da
dose registrada porque toda dose recebida e registrada é considerada válida.

Agora chegamos ao ponto de maior importância desse subtema!

São vacinas indicadas durante a gestação:

• Vacina influenza na campanha anual em qualquer período gestacional;

• Esquema da vacina hepatite B, para as não previamente imunizadas;

• Esquema das vacinas de difteria, tétano e coqueluche (DTP/ dT) para as não previamente imunizadas;

• dTpa (difteria, tétano e coqueluche do tipo acelular) após a 20ª semana de gestação para prevenir
a coqueluche no lactente.

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Imunizações

Ou seja, toda gestante vai tomar a vacina de influenza e a dTpa durante a gestação e em todas as
gestações, mesmo se já tiver tomado essas vacinas em outra gravidez ou se seu calendário vacinal
estiver completo.
*Uma exceção é em relação à vacina da febre amarela, em que deve ser avaliado com cautela a
relação de risco-benefício em áreas onde a doença é endêmica por se tratar de uma vacina de vírus
vivo atenuado com risco teórico de transmissão ao feto. Se for ponderada a situação e concluído que
os benefícios são superiores aos riscos, a vacinação deverá ser realizada.

E a vacina do Coronavírus?
Apesar de a segurança e eficácia das vacinas contra o coronavírus não ter sido avaliada nesses
grupos, estudos em animais não demonstraram riscos de malformações. Por isso, aqui cabe uma
decisão compartilhada entre a gestante e seu médico sobre os riscos e benefícios.
A seguir, encontra-se o calendário vacinal para o ano de 2021. Memorize-o! Desta decoreba realmente
não dá para escapar!

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Calendário vacinal PNI

Grupo 1 Triplice 5 Dupla 7 8


1 1 2 4 1,4 7 dTpa Influenza
Pneumocócia 10V Rotavírus Meningocócica C Febre Hepatite A Tetra Varicela HPV
Idade BCG Hepatite B Penta/DTP VIP/VOP (conjugada) Pneumocócica 23V
Alvo Humano (conjugada) Amarela Viral Viral Adulto
Ao nascer Dose Dose ao
única nascer
2 meses 1a dose 1a dose 1a dose 1a dose
(com ponta) (com VIP)
3 meses 1a dose
4 meses 2a dose 2a dose 2a dose 2a dose
(com ponta) (com VIP)
5 meses 2a dose
6 meses 3a dose 3a dose
(com ponta) (com VIP)

9 meses 1 dose

Crianças
12 meses Reforço Reforço 1a dose 1 ou 2
doses
15 meses 1o reforço 1o reforço 1 dose 1 dose (anual)
(com DTP) (com VOP)

4 anos 2o reforço 2o reforço Reforço


(com DTP) (com VOP)
1 dose
5 anos (a depender da situação vacinal
anterior com a PNM10v)

9 anos
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2 doses
(meninas de
3 doses 1 reforço ou Dose 9 a 14 anos)
dose única única 2 doses 1 dose Reforço
10 a 19 (verificar a (verificar a
situação (verificar a (verificar a 2 doses (a depender da situação a cada
anos vacinal situação (meninos de vacinal anterior)
situação situação vacinal) 10 anos
anterior) 11 a 14 anos)
vacinal) vacinal)

Adolescentes
2 doses
Imunizações

Dose (20 a 29 anos)


3 doses
(verificar a única 1 dose 1 dose Reforço 1 dose
20 a 59 (verificar a (anual)
anos situação (30 a 49 anos) (a depender da situação a cada (a partir dos
vacinal situação vacinal anterior)

Adultos
(verificar a 10 anos 55 anos)
anterior) vacinal)

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situação
vacinal)

3 doses Dose
(verificar a única Reforço
60 anos (verificar a Reforço a cada 1 dose
ou mais situação (anual)

Idosos
vacinal situação 10 anos
anterior) vacinal)

3 doses 1 dose a
3 doses cada
(verificar a (verificar a 1 dose
situação gestação (anual)
vacinal situação
a partir da

Gestantes
anterior) vacinal)
20a semana
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Imunizações

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) possui algumas vacinas com diferenças em relação ao
PNI. A maioria das instituições cobra apenas o PNI e, por esse motivo, o nosso foco da aula foi nele,
mas vamos deixar abaixo o calendário da SBP, caso precise consultá-lo.

Calendário vacinal SBP


Ao nascer

Idade Meses Anos

2 3 4 5 6 7-11 12 15 18 4 a 6 10 11-12 13-15 16 17-19

BCG ID
Adolescentes não vacinados
Hepatite B
deverão receber 3 doses
Rotavírus
DTP/DTPa
dT/dTpa
Hib
VOP/VIP
Pneumocócica
conjugada
Meningocócica
conjugada C e
ACWY
Meningocócica B Adolescentes não vacinados
recombinante deverão receber duas doses
Influenza A partir dos 6 meses
Reforço entre Adolescentes não vacinados
SCR/ Varicela/
15 meses a deverão receber duas doses
SCRV
4 anos de ambas as vacinas
Adolescentes não vacinados
Hepatite A
deverão receber duas doses
Meninos e meninas a partir
HPV
dos 9 anos
A partir dos 9 meses e 1 dose para não vacinados
Febre amarela
1 reforço aos 4 anos previamente
Crianças e adolescentes
Dengue a partir dos 9 anos com
infecção prévia comprovada

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Imunizações

#JJTOP3

1 Indicações das vacinas: quando aplicá-las e quando não aplicá-las (principalmente


BCG, VORH e VOP).

2 Vacinas contraindicadas na imunossupressão.

3 Vacinação do sarampo.

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