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TEMA 11:

Vacinação com BCG


e doença pós vacinal

Formação de TB Infantil

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Objectivos de aprendizagem

No final desta unidade, os participantes devem ser


capazes de:
• Descrever a vacina BCG e suas indicações;
• Descrever a vacinação com BCG para casos
especiais;
• Descrever as contra-indicações e efeitos adversos
do BCG;
• Fazer o diagnóstico e manejo da doença BCG.
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Apresentação dos conteúdos

• Introdução

• Uso de BCG
• Casos especiais
• Contra-indicações de BCG
• Efeitos adversos

• Doença BCG

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I. A vacina BCG

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Introdução

• BCG: Bacillus Calmette–Guérin;


• É a única vacina existente para TB – eficaz e boa relação
custo benefício;
• Contém uma forma viva atenuada da cepa Micobacterium
bovis;
• Previne as formas graves da TB (meningite tuberculosa e TB
miliar ou disseminada).
• Confere uma protecção de 60-80% das formas acima
referidas nos pacientes imunizados
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Introdução (2)

• A administração é intra-dérmica, feita a nível do músculo


deltóide esquerdo;
• Em crianças que não receberam a vacina BCG ao
nascimento, ou nas quais não há evidência de imunização
(cicatriz vacinal), a vacina pode ser administrada até aos
5 anos de idade (em Moçambique indicada até aos 2
anos);
• Faz parte do calendário vacinal do Programa Alargado de
Vacinação de Moçambique. 6
Indicações de uso de BCG
• Normas da OMS: Todos os recém nascidos devem receber a vacina

BCG, com a excepção dos RN com infecção por HIV confirmada

através de teste DNA PCR HIV.

• Normas do PAV Moçambique: Uma vez que ainda não foi

implementada DNA PCR HIV na maternidade, o país recomenda a

vacinação com BCG a todos os RNs e crianças até os 23 meses de

idade (< 2anos).

• Sempre que possível a vacina deve ser administrada nas primeiras

24 horas de vida

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Contraindicações do uso do BCG
• RN´s expostos ao HIV e com sintomas sugestivos de doença por HIV
• RN´s com doença por HIV confirmada (PCR positivo na
maternidade)
• Crianças com suspeita de TB congénita
• Criança nascidas de mãe:
• Com diagnóstico de TB durante os 2 últimos meses de gravidez
• Que não apresenta boa resposta clínica ao TAT
• Que não tem conversão da baciloscopia
• Criança com peso ˂ 2kg (vacinar ao atingir 2kg)

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Conduta em casos de criança sem
evidência de vacinação por BCG
• Criança que aparecer pela primeira vez na US
com idade ≥ 1 ano:
Mantoux NÃO
Positivo VACINAR
Não tem Fazer
cicatriz * Mantoux
Verificar
Mantoux
cicatriz de VACINAR
Negativo
BCG
NÃO
Tem cicatriz
VACINAR

Independentemente da documentação no cartão,


se a criança não tem cicatriz deve fazer a
vacinação
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Evolução normal da lesão vacinal da
BCG
• Da 3ª a 4ª semana: Mácula avermelhada com induracão de
5-15mm de diâmetro. Segue o aparecimento de uma pústula
com o amolecimento do centro da lesão, seguida pelo
aparecimento de crosta
• Da 4ª a 5ª semana: ao cair a crosta, aparece uma úlcera de
4-10mm de diâmetro
• Da 6ª a 12ª semana: ao sarar a úlcera fica uma cicatriz de
3-7mm de diâmetro, encontrada em cerca de 95% dos
vacinados. A ulceração e a cicatriz podem ser sinal de uma
melhor resposta imunológica face à vacina
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II: A Doença por BCG

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A Doença por BCG (1)
• Efeito não desejado da vacina BCG
• Dependendo da localização, extensão e gravidade, as complicações da
vacina BCG podem ser classificadas da seguinte forma:

* As reacções locais e regionais geralmente são auto-limitadas 13


A doença BCG (2)

• A doença disseminada é rara.

• Complicação potencialmente fatal 🡪 alta


mortalidade, sobre tudo nas crianças infectadas
pelo HIV
• O início precoce do TARV nestas crianças é
importante na prevenção e a redução da
morbimortalidade

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Síndome de Imuno-reconstituição por
BCG (SIR) ou BCG-ite
• Fenómeno semelhante à doença por BCG, frequente nas crianças
infectadas pelo HIV, que já haviam sido vacinadas à nascença com BCG
• Geralmente nos primeiros 6 meses após início de TARV, sobre tudo nas
crianças com imunodepressão severa
• Os cuidadores devem ser informados de esta possível reacção, e da
importância de manter o TARV
• Formas de apresentação:
• doença local,
• adenite ou
• doença sistémica

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Conduta no caso de doença BCG
local/regional (com ou sem SIR)
• O diagnóstico da doença local e adenite sem

sintomas sistémicos é clínico;

• Recomenda-se conducta expectante (observação

e monitoria);

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Conduta no caso de suspeita de doença
BCG sistémica (SIR ou não)
Conduta Exames
Anamnese e exame físico
completo
Teste de HIV para todas as Se HIV positivo, fazer:
crianças • CD4, hemograma, ALT, AST (caso não foi feito nos últimos 2
meses)
• Raio X Tórax
Diagnóstico diferencial com Fazer:
TB (é dificíl descartar • Punção por Agulha Fina (PAF) e enviar amostra para:
infecção/coinfecção com 1. BK – confirma a presença de Micobactéria mas não
diferencia entre M. bovis e M. tuberculosis
TB) 2. GeneXpert MTB/RIF – identifica M. tuberculosis mas não
detecta M.bovis
3. Cultura – identifica M. tuberculosis e/ou M.bovis
Outros estudos baseado na • Ecografia abdominal – organomegália, linfadenopatias etc.
apresentação cliníca • Hemocultura – identifica M.tuberculosis e/ou M. bovis
• Aspirado da Medulla òssea
• Punção Lumbar
• Raio X Ossos
• Etc.
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Tratamento
• HIV positivo 🡪 iniciar TARV
• Adenite:
• Linfonodo não supurativo 🡪 observar
• Linfonofo supurativo 🡪 a maioria dos casos tem resolução espontânea
• Se não houver melhoria ao 3º mês de TARV, considerar excisão
cirúrgica
• Doença sistémica 🡪 referir para um médico especialista (cobrir para
M.tuberculosis e M.bovis)
• Rifampicina 20mg/kg/d x 9 meses
• Isoniazida 20mg/kg/d x 9 meses
• Etambutol 20mg/kg/d x 9 meses
• Pirazinamida 35mg/kg/d x 2 meses (para M.tuberculosis, pois M.bovis e
resistente a Pirazinamida)
• Levofloxaxina 15-20mg/kg/d x 9 meses
• Reportar o Evento Adverso Pós-Vacinação (EAPV) ao PAV

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Pontos-chave (1)

• BCG: Bacillus Calmette–Guérin. Única vacina


existente para TB
• Previne as formas graves da TB (meningite
tuberculosa, e TB miliar/disseminada).

• Confere uma protecção de 60-80% das formas


acima referidas nos pacientes

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Pontos-chave (2)

• Normas do PAV Moçambique 🡪 recomenda a


vacinação com BCG a todos os RNs e crianças até
os 23 meses de idade ( < 2anos)
• Doença por BCG mais frequente em RN
imunodeprimidos
• Considerar sempre a doença por BCG em RN
vacinados recentemente, como diagnóstico
diferencial de outros quadros comuns em neonatos.
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