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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2

2 RESOLUÇÃO CFP N. º 012/00 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2000..... 3

3 MANUAL PARA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CANDIDATOS À


CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH) ............................................ 5

4 DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ................. 8

4.1 Da Mensuração e Avaliação...................................................... 15

4.2 Instrumentos utilizados para avaliar a Atenção Concentrada na


Avaliação Psicológica para obtenção da Cnh ............................................... 17

4.3 Tipos de Atenção ...................................................................... 24

5 COMO DEVE SER FEITA A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO


CONTEXTO DO TRÂNSITO? .......................................................................... 27

5.1 Avaliações psicológicas da competência de psicólogos no


exercício da sua profissão ............................................................................ 30

5.2 Metodologia de aplicação .......................................................... 31

5.3 Área Psicossocial ...................................................................... 32

5.4 Documentos e resultados da avaliação ..................................... 33

5.5 Características do Exame Psicotécnico .................................... 34

5.6 Recurso por reprovação em avaliação psicológica ................... 36

6 ALGUNS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NO CONTEXTO DO


TRÂNSITO (Vide validade junto ao Satepsi) .................................................... 37

7 BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 39

1
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é


semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro –
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 RESOLUÇÃO CFP N. º 012/00 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2000

Fonte: psicologia.webnode.com

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições


legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei nº 5.766, de 20 de
dezembro de 1971 e;
CONSIDERANDO a necessidade de normatização e qualificação de
procedimentos relacionados à prática da avaliação psicológica de candidatos à
Carteira Nacional de Habilitação e condutores de veículos automotores e;
CONSIDERANDO as exigências do novo Código de Trânsito Brasileiro e
resoluções conexas e;
CONSIDERANDO o trabalho realizado pela “Câmara Interinstitucional de
Avaliação Psicológica”, grupo de trabalho integrado por entidades e segmentos
envolvidos com a área e;
CONSIDERANDO a deliberação da Assembleia das Políticas
Administrativas e Financeiras em reunião realizada no dia 8 de dezembro de
2000 e;
CONSIDERANDO a decisão deste Plenário em Sessão realizada no dia
16 de dezembro de 2000,

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RESOLVE

Art. 1º – Fica aprovado o Manual para Avaliação Psicológica de


Candidatos à Carteira Nacional de Habilitação e condutores de veículos
automotores, que dispõe sobre os seguintes itens:
– Conceito de Avaliação Psicológica
– Perfil do Candidato à CNH e dos Condutores de Veículos Automotores
– Instrumentos de Avaliação Psicológica
– Condições do Aplicador
– Condições da Aplicação dos Instrumentos de Avaliação Psicológica
– Material Utilizado
– Mensuração e Avaliação
– Laudo Psicológico
Art. 2º – Os dispositivos deste manual constituem exigências mínimas de
qualidade referentes à área de avaliação psicológica de candidatos à Carteira
Nacional de Habilitação e condutores de veículos automotores.
§ 1º - para cumprimento do que dispõe o inciso 6.2 do Anexo II da
Resolução N.º 80/98 do CONTRAN, os Conselhos Regionais de Psicologia serão
responsáveis pela verificação do cumprimento desta Resolução, do Código de
Ética Profissional e demais normas referentes ao exercício profissional do
Psicólogo.
§ 2º – A desobediência à presente norma constitui-se falta ético disciplinar
passível de capitulação nos dispositivos referentes ao exercício profissional do
Código de Ética Profissional dos Psicólogos, sem prejuízo de outros que possam
ser arguidos.
Art. 3º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília (DF), 20 de dezembro de 2000.

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3 MANUAL PARA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CANDIDATOS À
CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH)

Fonte: ceatt.com.br

Anexo da Resolução CFP N. º 012/2000

O Manual para Avaliação Psicológica de Candidatos à Carteira Nacional


de Habilitação surge da necessidade de atualizar e qualificar os procedimentos
de avaliação psicológica frente às mudanças propostas pelo novo Código de
Trânsito Brasileiro e suas respectivas resoluções.
Esse Manual pretende suprir uma lacuna quanto à normatização de
procedimentos relacionados à prática da avaliação psicológica junto aos
DETRAN's e, ao mesmo tempo, estar sendo atualizado periodicamente em seu
conteúdo.

Do Conceito de Avaliação Psicológica

A avaliação psicológica é uma função privativa do Psicólogo e, como tal,


se encontra definida na Lei N.º 4.119 de 27/08/62 (alínea "a", do parágrafo 1° do
artigo 13)

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Avaliação em Psicologia, refere-se à coleta e interpretação de
informações psicológicas, resultantes de um conjunto de procedimentos
confiáveis que permitam ao psicólogo avaliar o comportamento. Aplica-se ao
estudo de casos individuais ou de grupos ou situações.
São considerados como procedimentos confiáveis aqueles que
apresentem alto grau de precisão e validade. Entende-se por precisão o grau de
confiabilidade do instrumento e por validade a capacidade para atingir os
objetivos para os quais foi construído.

De acordo com Silva (2008), o candidato à CNH pode ser considerado


apto quando apresentar desempenho condizente na avaliação
psicológica para a condução de veículo na categoria pretendida; apto
com restrição quando apresentar distúrbio ou comprometimento
psicológico que estivesse temporariamente sob controle, fazendo
constar, nesse caso, o prazo de validade para a revalidação da CNH;
inapto temporariamente quando apresentar alguma deficiência
psicológica nos aspectos psicológicos avaliados, que seria passível de
recuperação ou correção; ou, ainda, inapto quando apresentar
inadequação nas áreas avaliadas que estejam fora dos padrões da
normalidade e de natureza não recuperável ( Silva, 2008, apud
SAMPAIO,2011).

Há, na avaliação psicológica, procedimentos com regras e situações bem


definidas e um código operacional de tal forma que permita a qualquer psicólogo
- examinador chegar ao mesmo resultado obtido por outro psicólogo dentro do
mesmo período. Há outros procedimentos que exigem a intervenção
interpretativa do examinador, tais como julgar a adequação ou a categoria de
uma resposta, segundo modelos existentes e que podem exigir, também, a
apreciação das condições do exame e julgamento de fatores externos,
facilitadores ou não das tarefas propostas.
A primeira etapa a ser vencida, em se tratando de Avaliação Psicológica,
é a definição do que avaliar. Quando a avaliação psicológica tem por objetivo a
seleção, a resposta a este quesito chama-se perfil profissiográfico.
Existem dois tipos de condutores: um que utiliza o automóvel para
locomoção, lazer, enfim um facilitador de sua vida; e outro que sobrevive como
condutor das categorias A B, C, D e E, que é o caso dos taxistas, rodoviários etc.
Há necessidade, portanto, de uma sistematização mais objetiva das
características do perfil do condutor que se avalia hoje. Existem perfis já
6
provisoriamente definidos pelos psicólogos que atuam na área de Trânsito, que
devem ser utilizados na medida em que representem satisfatoriamente o
atendimento dos objetivos da Avaliação.
Reconhece-se, entretanto, a impossibilidade, neste momento de
estabelecer um perfil diferenciado para condutores amadores e profissionais, o
que será objeto de investigações futuras.

Fonte: www.perkons.com.br

O perfil psicológico do candidato à CNH e do condutor de veículos


automotores deve considerar:
Nível intelectual capaz de analisar, sintetizar e de estabelecer julgamento
diante de situações problemáticas (somente para as categorias C, D, E);

Nível de atenção capaz de discriminar estímulos e situações


adequados para a execução das atividades relacionadas à
condução de veículos;
Nível psicomotor capaz de satisfazer as condições práticas de
coordenação entre as funções psicológicas e as áreas áudio-
Visio motoras;
Personalidade, respeitando-se as características de adequação
exigidas por cada categoria;
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Nível psicofísico, considerando a possibilidade de adaptação
dos veículos automotores para os deficientes físicos.

Os resultados dos itens supracitados devem ser compatíveis às


exigências de cada uma das categorias da CNH.

4 DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Fonte: www.mktvetoreditora.com.br

A Psicologia não pode abdicar dos conhecimentos acumulados, nem


retroceder para explicações reducionistas (estritamente sociológicas
ou culturais) com o intuito de defesa da profissão. Por outro lado, não
é possível negligenciar que a Psicologia detém uma história de
desenvolvimento científico atrelada à origem dos testes psicológicos
(Woody & Viney, 2017), e que possui um sistema de regulação da
formação profissional e do uso de instrumentos psicológicos para
oferecer serviços com competência e ética (Tavares, 2010, apud
SANTANA,2019, p.03).

O elenco de instrumentos psicológicos é bastante variado, incluindo testes


psicológicos, questionários, entrevistas, observações situacionais, técnicas de
dinâmica de grupo, dentre outros.
Os instrumentos de avaliação psicológica mais conhecidos são os testes
psicológicos e as entrevistas psicológicas.
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O teste psicológico pode ser conceituado como sendo uma medida
objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento do sujeito, tendo a
função fundamental de mensurar diferenças entre indivíduos, ou entre as
reações do mesmo indivíduo em diferentes momentos. Para que isso ocorra,
quatro condições devem ser satisfeitas a fim de configurar status científico aos
instrumentos de avaliação:

 A existência de dados científicos sobre os instrumentos, sobretudo


validade e precisão;
 O registro preciso e objetivo de todas as respostas do sujeito, que em
concordância com o tipo de prova podem ser gráficas, de execução ou
verbais;
 A existência de uma situação padronizada tanto para a aplicação quanto
para as condições do material do teste, demonstrando objetividade e
clareza nas instruções, de modo que o teste possa ser administrado
igualmente para todos os sujeitos;
 A presença de normas padronizadas para avaliação e classificação das
respostas que o sujeito apresentou, em relação a um grupo de referência;
 A fim de ampliar, organizar e sistematizar as observações colhidas pelos
testes psicológicos, a avaliação psicológica tem, como uma de suas
principais ferramentas, a entrevista.
Por fim, cabe lembrar que os testes são de uso exclusivo de Psicólogos.
Qualquer pessoa que não seja psicólogo, ao aplicar um teste, pratica o exercício
ilegal da profissão, o que caracteriza contravenção penal, punível com prisão de
15 (quinze) dias a 03 (três) meses e multa.

Entrevista Psicológica

A entrevista psicológica é uma conversação dirigida a um propósito


definido de avaliação. Sua função básica é prover o avaliador de subsídios
técnicos acerca da conduta do candidato, completando os dados obtidos pelos
demais instrumentos utilizados.

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Apesar de suas vantagens, a entrevista está sujeita a interpretações
subjetivas do examinador (valores, estereótipos, preconceitos, etc.). Deve-se,
portanto, planejar e sistematizar indicadores objetivos de avaliação
correspondentes ao perfil examinado.
Sem a manutenção destas condições, a avaliação psicológica corre o
risco de ser ineficaz e ineficiente, razão pela qual reforça-se alguns cuidados
básicos do trabalho com o seu instrumental.
Pode-se encontrar muitos instrumentos de avaliação nos distribuidores,
porém, deve-se selecionar aqueles que sejam adequados aos usuários, ao perfil
desejado, validação, padronização, suporte teórico, entre outros.
Indica-se a adoção dos seguintes critérios para a escolha dos
instrumentos:
 Validação e padronização com amostragem brasileira;
 Manual em português;
 Boa qualidade gráfica e/ou do equipamento e,
 Fundamentação teórica aceita pela comunidade científica.
A entrevista psicológica, realizada com candidatos à CNH e condutores
de veículos, é obrigatória e deve considerar os indicadores abaixo, como
informação básica:
 Dados de identificação pessoal;
 História familiar;
 Dados socioculturais;
 Dados profissionais;
 Indicadores de saúde/doença;
 Aspectos da conduta social;
 Visão e valores associados ao trânsito;
Fica o psicólogo obrigado a realizar a Entrevista Devolutiva, discutindo de
forma clara e objetiva com o usuário, o resultado de sua avaliação psicológica,
orientando aos Aptos Temporários e aos Inaptos Temporários quais os
procedimentos que poderão auxiliar na sua adequação futura.

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Das Condições do Aplicador

Os estudantes de psicologia poderão atuar como aplicadores e


avaliadores, desde que sob supervisão direta de psicólogo, de acordo com a Lei
N.º 8.859/94 e normas.

Fonte: tecnicasdeentrevista.com

Sendo certo que os instrumentos e o material a ser usado, a


apresentação, a postura e o tom de voz do aplicador e as possíveis interferências
externas, podem alterar os resultados do usuário, é importante que se leve em
consideração alguns detalhes importantes:
 Certificar-se dos objetivos da aplicação, para que possam ser escolhidos
os instrumentos que poderão fornecer os melhores indicadores;
 Planejar a aplicação dos testes, levando em consideração o tempo
necessário bem como o horário mais adequado;
 Estar preparado tecnicamente para a utilização dos instrumentos de
avaliação escolhidos, estando treinado para todas as etapas do processo
de testagem, podendo oferecer respostas precisas às eventuais questões
levantadas pelos candidatos, transmitindo-lhes, assim, segurança;

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 Treinar previamente a leitura das instruções para poder se expressar de
forma espontânea durante as instruções;
 Quando utilizar cadernos de teste reutilizáveis, verificar sempre suas
condições de uso, tais como manchas ou rasuras. Nunca usar testes que
apresentem quaisquer alterações que possam interferir no processo de
avaliação e seus resultados;
 Assegurar-se que o material de teste (cadernos de teste, folhas de
respostas, lápis, borracha, etc.) está em número suficiente para todos os
candidatos. Deixar sempre o material de reserva, prevenindo
eventualidades;
 Utilizar vestuário adequado à situação de testagem, evitando o uso de
quaisquer estímulos que possam interferir na concentração do candidato;
 Registrar as necessárias observações do comportamento durante o teste,
de forma a colher material que possa enriquecer a posterior análise dos
resultados.
A forma de aplicação faz parte da padronização de um teste. Por
conseguinte, a sua validade passa, necessariamente, por uma adequada
aplicação. Reduções de testes não previstas pelos manuais, utilização de cópias
reprográficas ou originais com baixa qualidade de impressão, e instruções
diferentes das estabelecidas na padronização, são alguns dos fatores que
comprometem a validade dos testes e, por conclusão, os objetivos por que são
utilizados.
Portanto, na aplicação de qualquer instrumento de avaliação psicológica,
devem ser observadas rigorosamente as determinações do seu manual.
Assim, devem ser seguidas algumas recomendações básicas e
imprescindíveis:
 Verificar as condições físicas do candidato ou testando, tais como, se ele
tomou alguma medicação que possa interferir no seu desempenho; se
possui problemas visuais; se está bem alimentado e descansado. Verificar
também se o candidato não está passando por algum problema
situacional ou qualquer outro fator existencial que possa alterar o seu
comportamento;

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 Como regra padrão, antes de iniciar a testagem, estabelecer o “rapport”,
esclarecendo eventuais dúvidas e informando os objetivos do teste;
 Aplicar os testes de forma clara e objetiva, inspirando tranquilidade,
evitando, com isto, acentuar a ansiedade situacional típica da situação de
teste;
 Seguir, rigorosamente, as instruções do manual sem, entretanto, assumir
uma postura estereotipada e rígida, razão do porquê é dever do aplicador
treinar exaustivamente antes da aplicação;
 Candidatos portadores de deficiências físicas, não impeditivas para a
obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, devem ser avaliados de
forma compatível com suas limitações.
Além das recomendações relativas à aplicação do teste é imprescindível
considerar a importância do ambiente quanto à sua adequação. Assim, um
ambiente correto deve possuir, no mínimo, as seguintes características:

 O ambiente físico de uma sala de aplicação individual deve ter, no mínimo,


as dimensões de quatro metros quadrados. Uma sala de aplicação de
testes coletivos deve possuir, no mínimo, dois metros quadrados por
candidato. Estas medidas são necessárias para o conforto do candidato,
reduzindo efeitos negativos, facilitando as tarefas de observação do
aplicador e reduzindo as possibilidades de comunicação entre os testando
ou que um observe o teste de outro;
 O ambiente deve estar bem iluminado por luz natural ou artificial fria,
evitando-se sombras ou ofuscamento;
 As condições de ventilação devem ser adequadas à situação de teste,
considerando-se as peculiaridades regionais do país;
 Deve ser mantida uma adequada higienização do ambiente, tanto na sala
de recepção como nas salas de teste, escritórios, sanitários e anexos;
 As salas de teste devem ser indevassáveis, de forma a evitar interferência
ou interrupção na execução das tarefas dos candidatos;

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Do Material Utilizado

O teste psicológico, para ser reconhecido como instrumento de caráter


científico, precisa, necessariamente, ser padronizado, o que, quando da sua
utilização, exige o uso também padronizado do instrumento.

Fonte: www.sorayaoliveira.psc.br

Assim, também o aplicador, nos seus limites de atuação, deve padronizar


o material não fornecido pelo teste original e que será utilizado na sua aplicação.
Para os demais materiais, seguir rigorosamente as determinações de seus
autores. Assim, este manual, considera essenciais os seguintes itens básicos:
 Utilizar sempre testes originais. Quando se tratar de material reutilizável,
verificar se permanecem em perfeito estado de uso;
 Quando o manual do teste determinar a utilização de lápis para sua
aplicação, seguir rigorosamente as recomendações quanto ao tipo de
grafite e a cor. Como medida de precaução, deixar alguns lápis extras em
condições de uso como reserva para eventualidades;
 Devem ser utilizadas mesas e cadeiras para teste que facilitem a postura
do candidato, que não sejam incômodas e cujo tempo tenha as dimensões
necessárias para a execução das tarefas do candidato. É recomendado
que não sejam utilizadas carteiras universitárias.

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4.1 Da Mensuração e Avaliação

Ao corrigir e avaliar um teste, o profissional deve seguir rigorosamente as


normatizações apresentadas pelo manual. Alguns testes possuem padronização
desatualizadas. Procure manter-se atualizado com relação às publicações
científicas e novas pesquisas, pois serão através delas que novas padronizações
estarão disponibilizadas.
Ao proceder à correção e a avaliação de instrumentos psicológicos, seguir
criteriosamente os indicadores e escalas apresentadas nos seus respectivos
manuais.
Os instrumentos psicométricos estão, basicamente, fundamentados em
valores estatísticos que indicam sua sensibilidade (ou adaptabilidade do teste ao
grupo examinado), sua precisão (fidedignidade nos valores quanto à
confiabilidade e estabilidade dos resultados) e validade (segurança de que o
teste mede o que se deseja medir).
O profissional de psicologia aplicada deve estar também atento para que
a mensuração das respostas de um teste e a sua interpretação (avaliação)
estejam rigorosamente de acordo com as pesquisas iniciais que permitiram a
sua construção e padronização.
A forma da mensuração e da avaliação de um instrumento de avaliação
psicológica, quando da sua construção, devem fazer parte do conjunto de
exigências para sua validação e padronização, concedendo ao teste o seu nível
de precisão, fidedignidade e validade.
Para proceder a mensuração e avaliação de um teste, o profissional deve
seguir rigorosamente as determinações do seu manual, determinações estas
padronizadas quando da validação do instrumento. Assim, qualquer variação
que ocorra, pode comprometer os resultados;
Por outro lado, na medida que alguns testes estão com sua padronização
desatualizada, é essencial que o profissional se mantenha atualizado quanto às
publicações científicas e às novas pesquisas, através das quais as atualizações
são disponibilizadas;
Ao proceder a mensuração e a avaliação de testes psicológicos, devem
ser seguidos os indicadores e escalas apresentadas nos seus manuais;
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Verificar, ainda, as normas relativas ao grupo de referência à qual
pertencem os sujeitos avaliados. Qualquer norma é restrita à população da qual
foi derivada. Elas não são absolutas, universais ou permanentes. Elas podem
variar de acordo com a época, os costumes e a evolução da cultura. Daí a
necessidade periódica de pesquisas de atualização. Por outro lado, dependendo
da população para o qual as normas foram estabelecidas, elas podem ser
nacionais, regionais, locais ou específicas;
Os resultados dos testes psicológicos são interpretados através de
normas, ou seja, pelo conjunto de resultados obtidos a partir de amostras de
padronização. A amostra de padronização ou normativa constitui-se um grupo
representativo de pessoas nas quais o teste foi aplicado.

Do Laudo Psicológico

Fonte: www.i9project.net

O laudo psicológico é o documento de registro das informações obtidas


na avaliação psicológica e deverá ser arquivado junto aos protocolos dos testes,
para em seguida, ser emitido um parecer final em documento próprio. O laudo
psicológico deve ser conclusivo e se restringir às informações estritamente
necessárias à solicitação, com o objetivo de preservar a individualidade do
candidato.

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O candidato deve receber toda e qualquer informação que desejar do
psicólogo, preferencialmente em entrevista de devolução individual, ocasião que
o profissional apresentará os resultados e esclarecerá as dúvidas deste.
O laudo psicológico deve conter a identificação do candidato (nome, sexo,
idade, estado civil, local do nascimento, grau de instrução, profissão, etc.), os
instrumentos aos quais foi submetido, a conclusão e o motivo da avaliação.
A conclusão é a parte mais importante e, como o nome diz, deve concluir
sobre algo, sem margem de dúvidas, de forma que, ao se ler um laudo, tenhamos
absoluta certeza do resultado da avaliação realizada.
A conclusão poderá ser em três níveis:
1. Apto
2. Inapto temporário
3. Inapto

4.2 Instrumentos utilizados para avaliar a Atenção Concentrada na


Avaliação Psicológica para obtenção da Cnh

Fonte: www.vetoreditora.com.br

A avaliação psicológica é o processo técnico-científico de coleta e


integração de dados sobre fenômenos psicológicos e é feita por meio
de instrumentos como entrevistas, testes e observações do
comportamento. Esta área exige qualificação específica, voltada para
17
o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades para selecionar os
instrumentos, organizar a coleta de informações e integrar os dados de
modo a elaborar conclusões seguras sobre o fenômeno que está sendo
avaliado (Groth-Marnart & Wright, 2016, apud SANTANA,2016, p.01).

Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os


condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo com a finalidade
de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas
na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da
demanda até a conclusão da avaliação psicológica. (Resolução 007-2009
Conselho Federal de Psicologia).
Estando inserida na prática profissional do psicólogo em diversas áreas
de atuação (avaliações terapêuticas ou não, avaliações para o trânsito). Essas
avaliações feitas para o trânsito deveram ser aplicadas técnicas e instrumentos
psicológicos (entrevistas diretas individuais, testes psicológicos, dinâmicas de
grupo e escuta e intervenções verbais) (Resolução CONTRAM 425-2012).
A Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito é uma exigência do
código de trânsito e do conselho nacional do trânsito. Foi regulamentada pelo
conselho federal de psicologia e é fiscalizada pelos conselhos regionais de
psicologia, pois se trata de uma atividade exclusiva dos psicólogos.
Sendo hoje os seguintes resultados: apto quando o candidato apresenta
desempenho condizente para condução de veículo automotor; inapto temporário
quando o candidato não apresenta desempenho condizente para a condução de
veículo automotor, porém passível de adequação e inapto quando o candidato
não apresenta desempenho condizente para a condução de veículo automotor
(Resolução 007-2009 Conselho Federal de Psicologia).
A psicologia do trânsito estuda, portanto, o comportamento dos pedestres
- de todas as idades -, do motorista amador e profissional, do motoqueiro, do
ciclista, dos passageiros e do motorista de coletivos, e num sentido mais largo
ainda, de todos os participantes do tráfego aéreo, marítimo, fluvial e ferroviário.
De modo geral, no entanto, a Psicologia do Trânsito se restringe ao
comportamento dos usuários das rodovias e das redes viárias urbanas.
Este comportamento, aparentemente simples, é na realidade bastante
complexo. Ele pode incluir processo de atenção, de detecção, de diferenciação
e de percepção, a tomada e o processamento de informações, a memória a curto
18
e a longo prazo, a aprendizagem e o conhecimento de normas e de símbolos, a
motivação, a tomada de decisões bem como uma série de automatismos
perceptomotores, de manobras rápidas e uma capacidade de reagir prontamente
ao feedback, a previsão de situações em curvas, em cruzamentos e em
lombadas, e também, uma série de atitudes em relação aos outros usuários, aos
inspetores, às normas de segurança, ao limite de velocidade, etc. Uma análise
detalhada da tarefa do condutor de veículos revela uma infinidade de fatores,
cada um dos quais pode ser importante para evitar um acidente, merecendo
portanto ser assunto de um estudo aprofundado.

Fonte: qcveiculos.com.br

Um marco legal que estabeleceu explicitamente as bases para a futura


prática do psicólogo no contexto do trânsito foi o primeiro Código Nacional de
Trânsito (Decreto Lei 2994-1941) que estabeleceu os exames para obter a
licença de prática ou de habilitação para condutor de veículo. Após oito meses
do decreto lei 2994-1941 foi alterado o referido decreto em algumas partes
através do decreto lei 3.651 criando assim o Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN), que é o órgão máximo normativo e consultivo coordenando o
Sistema Nacional de Trânsito (SNT), responsável pela elaboração das
regulamentações em forma de resoluções muitas delas com impacto no trabalho
do psicólogo.
19
A psicologia do trânsito é uma "área da psicologia que investiga os
comportamentos humanos no trânsito, os fatores e processos externos
e internos, conscientes e inconscientes que os provocam e o alteram"
(Conselho Federal de Psicologia, 2000, p. 10). Seu início ocorreu
aproximadamente em 1920, e, em 1962, situa-se o importante marco
para a área devido à criação de uma lei federal que tornou obrigatória
a realização de exame psicotécnico por todas as pessoas que
requisitassem a carteira de motorista (HOFFMAN; CRUZ, 2003, apud
ALVES et.al.,2011).

Com o novo código brasileiro de trânsito a partir de 1998 e com a sua


regulamentação foi exigido do profissional a capacitação específica para perito
examinador de trânsito hoje com uma formação de 180 horas ou com a obtenção
do título de psicólogo especialista no trânsito. Tendo como principal objetivo
buscar segurança nesse contexto, através do conhecimento aprofundado dos
aspectos comportamentais, perceptivos, cognitivos e racionais dos motoristas,
visando dessa forma, à diminuição dos índices de acidentes e das mortes no
trânsito (ROZESTRATEM 1981).
A Psicologia do Trânsito surgiu como consequência de numerosas
pesquisas em dezenas de institutos, laboratórios e centros de pesquisa nas
últimas décadas. Podemos defini-la como o estudo científico do comportamento
dos participantes do trânsito, entendendo-se por trânsito o conjunto de
deslocamentos dentro de um sistema regulamentado. Este tipo de psicologia
estuda, portanto, o comportamento dos pedestres, motorista amador ou
profissional e do motociclista.
Sendo usados para a avaliação no trânsito os instrumentos que permitam
auxiliar na identificação das adequações psicológicas mínimas de suas
capacidades gerais e específicas que indiquem assim seus indicadores para a
tomada de decisões e para o correto e seguro exercício da atividade de conduzir
um veículo automotor, ou seja, está apto ou inapto para ser um condutor
(SAMPAIO e NAGANO, 2011).
Segundo a resolução 425-2012 do CONTRAM o candidato à carteira
nacional de habilitação deverá apresentar:
 Tomada de informação com a atenção sendo definida como a visão
consciente dos estímulos ou situações e seus diferentes tipos: atenção
difusa ou vigilância definida como o esforço voluntário para varrer o
campo visual a sua frente à procura de algum indicio de perigo ou de
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orientação; concentrada seletiva definida como a fixação sobre
determinados pontos de importância para a direção, identificando-os
dentro do campo geral do meio ambiente; distribuída definida como a
capacidade de atenção a vários estímulos ao mesmo tempo; detecção
definida como a capacidade de perceber e interpretar os estímulos
fracos de intensidade ou após ofuscamento; discriminação definida
como a capacidade de perceber e interpretar dois ou mais estímulos
semelhantes; identificação definida como a capacidade de perceber e
identificar sinais e situações específicas de trânsito.
 Processamento de informação, Orientação espacial e avaliação de
distância: capacidade de situar-se no tempo, no espaço ou situação
reconhecendo e avaliando os diferentes espaços e velocidades.
 Conhecimento cognitivo: capacidade de aprender, memorizar e
respeitar as leis e as regras de circulação e de segurança no trânsito.
 Identificação significativa: identificar sinais e situações de trânsito.
 Inteligência: capacidade de verificar, prever, analisar e resolver
problemas de forma segura nas diversas situações de circulação;
 Memória: capacidade de registrar, reter, evocar e reconhecer estímulos
de curta duração (memória de curto prazo); experiências passadas e
conhecimentos de leis e regras de circulação e de segurança (memória
de longo prazo) e a combinação de ambas na memória operacional do
momento.
 Julgamento ou juízo crítico: escala de valores para perceber, avaliar a
realidade chegando a julgamentos que levem a comportamento de
segurança individual e coletiva no trânsito.
 Tomada de decisão - capacidade para escolher dentre várias
possibilidades que são oferecidas no ambiente de trânsito, o
comportamento seguro para a situação que se apresenta;
 Comportamento - comportamentos adequados às situações que deverão
incluir tempo de reação simples e complexo, coordenação áudio motora,
coordenação em quadros motores complexos, aprendizagem e memória

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motora; capacidade para perceber quando suas ações no trânsito
correspondem ou não ao que pretendia fazer;
 Traços de Personalidade – equilíbrio entre os diversos aspectos
emocionais da personalidade; Socialização definida como valores,
crenças, opiniões, atitudes, hábitos e afetos que considerem o ambiente
de trânsito como espaço público de convívio social que requer cooperação
e solidariedade com os diferentes protagonistas da cooperação e
solidariedade com os diferentes protagonistas da circulação; ausência de
traços psicopatológicos não controlados que podem gerar com grande
probabilidade comportamentos prejudiciais a segurança do trânsito para
si ou para outros.
Segundo a resolução 007-2009 do Conselho Federal de Psicologia o
psicólogo perito examinador deverá usar para a avaliação psicológica do
candidato à carteira nacional de habilitação instrumentos (a entrevista, os testes
psicológicos, questionários) que deverão estar regulamentados pelo Conselho
Federal de Psicologia e serem específicos para as habilidades avaliadas no
candidato.

O processo de avaliação psicológica realizado pelos psicólogos no


trânsito além de complexo e com objetivo específico avalia candidatos
que se encontram em diferentes fases da vida, incluindo candidatos
jovens até os que se encontram na terceira idade, cada um deles com
diferentes características, culturas e com seus valores próprios
(MARIUZA et.al, apud SILVA,2018).

Sendo a atenção em seus diferentes tipos (tomada de informações) uma


das qualidades a serem avaliadas pelo perito no candidato a carteira nacional de
habilitação pode-se entender a atenção como a atitude psicológica em que há a
concentração da atividade psíquica em um estímulo específico, seja este uma
sensação, uma percepção, uma representação, um afeto ou desejo, a fim de
elaborar conceitos e o raciocínio.
Uma definição de atenção proposta por Sternberg (2000 pág.78):
fenômeno pelo qual o ser humano processa ativamente uma quantidade limitada
de informações do enorme montante de informações disponíveis através dos
órgãos dos sentidos, de memórias armazenadas e de outros processos
cognitivos. Pode ser considerada ainda a capacidade de o indivíduo selecionar
22
e focalizar seus processos mentais em algum aspecto do ambiente interno ou
externo, respondendo predominantemente aos estímulos que lhe são
significativos e inibindo respostas aos demais estímulos (LIMA, 2005).
No processo da atenção, o sistema nervoso é capaz de manter um contato
seletivo com as informações que chegam através dos órgãos sensoriais,
dirigindo a atenção para aqueles que são comportamentalmente relevantes e
garantindo uma interação eficaz como meio (BRANDÃO, 1995). Desse modo, a
atenção está relacionada ao processamento preferencial de determinadas
informações sensoriais (BEAR, CONNORS e PARADISO, 2002). Aquilo que nós
percebemos depende diretamente de onde estamos dirigindo a nossa atenção.
O ato de prestar atenção, independente da modalidade sensorial, aumenta a
sensibilidade perceptual para a discriminação do alvo, além de reduzir a
interferência causada por estímulos distratores (PESSOA, KASTNER e
UNGERLEIDER, 2003).
No campo funcional da atenção é demandada as seguintes tarefas: focar
a atenção; varrer o campo perceptivo; atenção seletiva e reagir a eventos
inesperados (HAKAMIES e BLOOMQVIST, 1996).
As situações de trânsito exigem dos condutores atitudes que demandam
atenção, percepção e habilidades motoras. Como por exemplo, reagir a eventos
inesperados repentinamente um buraco na pista. Neste caso a variável
velocidade deve-se ser considerada, pois quanto maior ela for menor o tempo
de reação do motorista.

Fonte: viacaoprogresso.com.br

23
4.3 Tipos de Atenção

Fonte:sbie.com.br

A atenção é um processo psíquico fundamental no trânsito,


principalmente para o condutor, ao dirigir, por este se encontrar em um ambiente
com muitos estímulos, como pedestres, ciclistas, sinalizações, sons diversos. A
discriminação de estímulos é um fator de alerta na verificação de indícios de
perigo ao se conduzir um veículo.
Conforme Sternberg (2000), a atenção possui quatro funções principais:
Atenção seletiva que é a capacidade de selecionar um estímulo dentre vários,
permitindo checar previsões, geradas a partir da memória, de regularidade
passadas no ambiente (ex: estudar ouvindo música). Capacidade de concentrar
a atenção em alguns estímulos em detrimento de outros (JOU-2006); Vigilância
expectativa de detectar o aparecimento do estímulo específico Touglet (2002)
também denominada como atenção concentrada ou sustentada; Sondagem-
procurar ativamente estímulos particulares (ex: procurar chaves perdidas);
Atenção dividida que é a possibilidade de o indivíduo manter sua atenção em
estímulos diferentes para executar mais de uma tarefa simultaneamente
(conversar facilmente enquanto dirige).
Conforme Strayer, Drews e Johnston (2003), a atenção é o processo
cognitivo no qual seletivamente concentra-se o foco sobre um aspecto do
ambiente, ignorando outros. Exemplos incluem ouvir atentamente o que alguém
está dizendo, ignorando outras conversas em uma mesma sala ou ouvir uma
24
conversa telefone celular enquanto estiver dirigindo um carro. Este último
exemplo, conforme os fatores de alteração da atenção, prejudica a performance
do condutor.
Sendo determinantes da atenção a intensidade (o silvo da sirene dos
bombeiros); repetição (anúncios na televisão); isolamento (uma única palavra,
na página da revista); movimento e mudança (o pisca-pisca no cruzamento da
estrada); novidade (o desenho exagerado do último modelo de carro).
Dalgalarrondo (2000) acrescenta que a atenção sustentada é a
capacidade de o indivíduo manter o foco atencional em determinado estímulo ou
sequência de estímulos durante um período de tempo para o desempenho de
uma tarefa. Em que um dos processos deva ser mediado pelo processamento
automático da tarefa.
Neves e Pasquali (2007) a definiram como sendo a capacidade de
selecionar apenas uma fonte de informação dentre outras que se encontram ao
redor num determinado momento e manter o foco nesse estímulo alvo ou tarefa,
ou seja, a atenção concentrada consiste na capacidade de selecionar o estímulo
relevante do meio e dirigir sua atenção. No caso do motorista uma informação
recebida de forma contínua são as placas de sinalização, em que deve
concentrar sua atenção, sem ocasionar prejuízo aos outros tipos de atenção. A
atenção concentrada é a capacidade de reagir aos estímulos do ambiente,
sustentando o foco em um deles, com base em um determinado objetivo. Há
uma quantidade enorme de estímulos que despertam nossa atenção, daí a
importância de se ter um foco, um objetivo para que mesmo diante de tantos
estímulos possamos prestar atenção no trânsito (Centro integração escola e
mpresa-2000).
Sendo a atenção concentrada umas das capacidades do candidato a
serem investigadas pelo psicólogo perito examinador em uma avaliação
psicológica para a carteira nacional de habilitação. Podendo ser avaliada pelos
seguintes instrumentos com o parecer favorável: AC15; TEACOFF E BPA COM
OS TESTES TACOM forma A; B; C e D, BFM1 TACOM A E TACOM B e BFM4.
O teste TEACO-FF (RUEDA; SISTO, 2008) foi desenvolvido com o
objetivo de avaliar a capacidade de atenção concentrada em pessoas que
procuraram a avaliação psicológica pericial para obtenção da CNH, e fornece
25
uma medida da atenção concentrada da pessoa que pode ser obtida pelo
resultado dos estímulos que a pessoa deveria marcar e marcou subtraído dos
erros mais as omissões. O instrumento possui 500 estímulos distribuídos em 20
colunas com 25 estímulos cada. Do total, 180 são estímulos-alvo, e cada coluna
contém 9 alvos e 16 estímulos distratores, seu tempo de aplicação é de 4
minutos. Sendo solicitado ao candidato marcar no verso da folha onde há várias
linhas com desenhos e assinalar com uma linha todos os desenhos que forem
iguais ao modelo, ou seja, uma cruz com quatro pontos em sua volta. Sua
aplicação poderá ser individual ou coletiva sendo aplicado em adultos e idosos
com o tempo determinado (LIMA 2010).
O teste de atenção concentrada (AC) tem como objetivo avaliar a
capacidade do indivíduo de manter a sua atenção concentrada no trânsito por
um determinado período sendo composto por símbolos que o candidato deverá
localizar, entre todos símbolos das folhas, sendo apresentados 3 estímulos como
exemplo. Sua aplicação poderá ser individual ou coletiva levando-se em conta o
nível de escolaridade do candidato com o tempo determinado (ARAÚJO - 2011).
A coleção BFM1 com o teste TACOM A E TACOM B tem como objetivo
investigar as funções mentais relacionadas ao ato de dirigir relacionadas à
atenção concentrada com sua aplicação para adultos a partir dos 18 anos e
podendo ser aplicados coletivamente ou individualmente com o tempo
determinado (TONGLET-2007).
A COLEÇÃO BFM4 tem como objetivo investigar as funções mentais
relacionadas ao ato de dirigir relacionadas à atenção concentrada. Sendo um
teste composto por placas de trânsito. De acordo com os vários raciocínios. Sua
aplicação poderá ser individual ou coletiva em adultos a partir dos 18 anos com
tempo determinado (TONGLET-2003).
A Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA) tem como objetivo
realizar uma avaliação da capacidade geral de atenção, assim como uma
avaliação individualizada de tipos de atenção específicos, quais sejam, Atenção
Concentrada, Atenção Dividida e Atenção Alternada. Sua aplicação poderá ser
individual ou coletiva em adultos a partir de 18 anos e idosos seu tempo é
determinado (MARIN e MONTEIRO-2013).

26
A atenção poderá ser afetada pela pouca concentração ou pela falta da
concentração ao conduzir o veículo, alterando o tempo normal de reação,
gerando, assim, comportamentos que ocasionam riscos no trânsito. A alteração
da concentração e o retardo dos reflexos podem estar relacionados a alguns
fatores como: consumo de bebidas alcoólicas; uso de drogas; uso de
medicamentos que modificam o comportamento; participação recente de
discussões fortes com a família, trabalho ou qualquer outro motivo; ficar longo
tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir mal; ingestão de alimentos pesados
que acarreta sonolência. (DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO-2005-
PÁG 09).
Conforme a resolução 425-2012 do CONTRAN a avaliação psicológica é
de suma importância na obtenção da carteira nacional de habilitação pelo
candidato a condutor, pois, a mesma avalia capacidades importantes do
candidato como a tomada de informação com a atenção definida, como a
manutenção da visão consciente dos estímulos ou situações e seus diferentes
tipos (atenção difusa, atenção concentrada seletiva e atenção distribuída).
Segundo a resolução 007-2009 do Conselho Federal de Psicologia
determina os diferentes métodos (entrevista psicológica, os testes psicológicos
e questionários) a serem usados pelo psicólogo perito, examinador do trânsito,
na avaliação psicológica do candidato à carteira nacional de habilitação. Os
testes psicológicos utilizados na avaliação das capacidades do candidato
deverão apresentar seus estudos de precisão e validade e serem homologados
e específicos para a capacidade que está sendo avaliada.
Na avaliação da atenção especificamente, poderemos usar testes como:
BFMF1 e BFM4 AC, estes testes serão escolhidos de acordo com a preferência
de uso pelo psicólogo perito examinador do trânsito.

5 COMO DEVE SER FEITA A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO


DO TRÂNSITO?

A Resolução CONTRAN nº 425/2012 determina uma série de quesitos a


serem avaliados, a saber:

27
Art. 5º Na avaliação psicológica deverão ser aferidos, por métodos e
técnicas psicológicas, os seguintes processos psíquicos (Anexo XIII):
I - tomada de informação;
II - processamento de informação;
III - tomada de decisão;
IV - comportamento;
V – Auto avaliação do comportamento;
VI - traços de personalidade. (CONTRAN, 2008).

Fonte: crtcentec.com.br

Assim, haja vista que não é possível avaliar todos esses itens por meio de
um instrumento apenas, a fim de garantir uma avaliação psicológica com
qualidade técnica e ética, sendo necessário, além dos testes psicológicos, a
realização de entrevista qualitativa e a observação e intervenção. Esses
recursos, aliados aos testes psicológicos, podem revelar os aspectos
determinados na Resolução do nº 425/12 do Contran, bem como na Resolução
CFP nº 007/2009, cujo anexo II, após alterações determinadas pela Resolução
nº 009/2011, esclarece que:
A avaliação psicológica no trânsito, assim como em qualquer outro
contexto de atuação do psicólogo, deve ter suas conclusões pautadas em um
processo de investigação com base científica reconhecida. O uso de testes

28
psicológicos nesse processo requer que os mesmos tenham evidências de
validade para tal propósito, assim como os demais métodos usados nessa
avaliação. Especificamente para o contexto do trânsito, os estudos considerados
mais importantes no que se refere à base científica do instrumento são os de
validade de critério que procuram demonstrar que determinado construto
(atenção, por exemplo) está associado a algum evento importante do contexto
social que se pretenda prevenir (acidentes causados por imprudência) e/ou
reforçar (direção segura e respeito às leis).

Nota Técnica n° 001/2011 (CFP, 2011) pelo Conselho Federal de


Psicologia, que determina em seu artigo 11, que "As condições de uso
dos instrumentos devem ser considerados apenas para os contextos e
propósitos para os quais os estudos empíricos indicaram resultados
favoráveis" e acrescido do parágrafo único: "A consideração da
informação referida no caput deste artigo é parte fundamental do
processo de avaliação psicológica, especialmente na escolha do teste
mais adequado a cada propósito e será de responsabilidade do
psicológico que utilizar o instrumento"(CFP,2011,apud SILVA et
al.,2015,p.03)

Tais eventos se transformam em variáveis externas (critérios) a serem


investigados em termos de quanto conseguem ser previstos a partir dos
resultados dos testes que mensuram tais construtos. Esses estudos geralmente
comparam o desempenho nos testes de grupos de pessoas com acidentes
causados por imprudência, por exemplo, com grupos gerais. Se forem
encontradas diferenças significativas em um determinado teste concluiu-se que
aquele construto/teste tem alguma informação útil e relevante àquele contexto.
Para a interpretação dos resultados dos testes aplicados no contexto do trânsito,
recomendam-se que sejam utilizadas as normas específicas e/ou gerais dos
instrumentos, e que sejam seguidas as orientações previstas nos respectivos
manuais para a análise dos dados encontrados.
O psicólogo deve colocar em prática os preceitos da avaliação
psicológica, quais sejam os dados advindos dos testes psicológicos devem ser
reunidos às informações fornecidas por outros recursos avaliativos, com o
objetivo de que sua compreensão final inclua as informações contextuais.
Além disto, sugere-se que sejam realizados continuamente estudos
nacionais tendo como base os dados já coletados com os instrumentos adotados
e com indicadores relevantes para esse contexto, e que sejam levantados os
29
estudos internacionais que indiquem a relação teórica e empírica entre os
resultados de testes semelhantes aos disponíveis no Brasil para uso no trânsito,
apoiando sua validade de critério. (CFP, 2011).
Portanto, permanece a orientação pela qual o psicólogo deverá embasar-
se, em sua prática, nos Princípios Fundamentais, elencados no Código de Ética,
e prestar serviços psicológicos de qualidade, sendo-lhe vedado, conforme Art.
2º, alínea g, “emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-
científica”.

Fonte: sol.sapo.pt

5.1 Avaliações psicológicas da competência de psicólogos no exercício


da sua profissão

No âmbito do novo Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir


(RHLC), os psicólogos no exercício da sua profissão realizam as avaliações da
aptidão psicológicas indicadas no n. º 2 do artigo 25.º, nos seguintes casos:
a) de candidatos a condutor e condutores do Grupo 2, em que a avaliação
psicológica é obrigatória. (“Grupo 2” – Os candidatos ou condutores de veículos
das categorias C, CE, D e DE, das subcategorias C1, C1E, D1 e D1E, bem como
condutores da categoria B que exerçam a condução de ambulâncias, veículos

30
bombeiros, de transporte de doentes, transporte escolar e de automóveis ligeiros
de passageiros de aluguel).
b) de candidatos a condutor e condutores do Grupo 1, cuja avaliação
psicológica tenha sido recomendada na avaliação médica. (“Grupo 1” – Os
candidatos ou condutores de veículos das categorias A, B, BE, subcategorias A1
e B1, ciclomotores, motociclos de cilindrada não superior a 50 cm3 e veículos
agrícolas.)
Nota: Com a entrada em vigor do novo RHLC no dia 2 de novembro de
2012, a avaliação psicológica dos condutores do Grupo 2 só é exigível nas
revalidações aos 50 anos de idade, independentemente da data de obtenção do
título de condução.

5.2 Metodologia de aplicação

Fonte: www.mktvetoreditora.com.br

O exame psicológico destina-se a avaliar as áreas perceptivo-cognitiva,


psicomotora e psicossocial, relevantes para o exercício da condução ou
susceptíveis de influenciar o seu desempenho, de acordo com o estabelecido no
RHLC. (REGULAMENTO DA HABILITAÇÃO LEGAL PARA CONDUZIR).

Carvalho Filho (2009) informa que exame psicotécnico é aquele onde


se afere as condições psíquicas de um candidato. Trata-se de um
requisito legítimo uma vez que determinadas funções e atividades só

31
podem ser exercidas por pessoas mentalmente sãs (Carvalho
Filho,2009, apud NASCIMENTO,2014, p.21)

Uma avaliação psicológica, além de fundamentada em instrumentos


aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia, requer, como vem sendo
relevado neste trabalho, profissionais de Psicologia que sejam competentes para
sua aplicação e avaliação. Isto significa que esses profissionais devem ser
qualificados e treinados em teoria e prática para esse objetivo.

5.3 Área Psicossocial

Condições mínimas de aptidão, para candidatos a condutor e condutores


do Grupo 1 e do Grupo 2:
a) Não apresentar perturbação grave da personalidade ou manifestações
psicopatológicas;
b) Não apresentar instabilidade emocional manifesta;
c) Não apresentar manifesta evidência de agressividade, impulsividade ou
irritabilidade explosiva;
d) Não apresentar comportamento antissocial evidente e manifesto;
e) Não apresentar, manifestamente, comportamentos que traduzam
atitudes inadaptadas e/ou de risco face à segurança do tráfego;
f) Não apresentar, manifestamente, comportamentos que revelem a
tendência para abusar de bebidas alcoólicas ou evidenciem dificuldade em
dissociar o seu consumo da condução automóvel;
g) Não apresentar, manifestamente, comportamentos que revelem a
tendência para abusar de substâncias psicotrópicas ou evidenciem dificuldade
em dissociar o seu consumo da condução automóvel.

32
5.4 Documentos e resultados da avaliação

Fonte: aguiarconsultoria.com

Durante a avaliação, o psicólogo que a efetuar deve preencher o Relatório


de Avaliação Psicológica, aprovado para o efeito por despacho do Presidente do
Conselho Diretivo do IMT ( Instituto da Mobilidade e dos Transportes) e do
Diretor-Geral da Saúde, e disponibilizado nos sites das respetivas instituições.
O laudo da avaliação psicológica deverá ser registrado pelo psicólogo e
arquivado junto aos protocolos dos testes para, em seguida, ser emitido um
resultado final em documento próprio. O laudo psicológico deve ser conclusivo e
restringir-se às informações estritamente necessárias à solicitação, com o
objetivo de preservar a individualidade do candidato.
A conclusão do laudo é a parte mais importante e, como o nome diz, deve
concluir, sem margem de dúvidas, de forma que haja absoluta certeza do
resultado da avaliação realizada. Para tanto, o psicólogo deve observar o que
rege o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo
psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica. Atualmente são três tipos de
resultados possíveis:
I – apto – quando apresentar desempenho condizente para a condução
de veículo automotor;
II – inapto temporário – quando não apresentar desempenho condizente
para a condução de veículo automotor, porém passível de adequação;

33
III- inapto – quando não apresentar desempenho condizente para a
condução de veículo automotor. Cabe observar que o psicólogo avaliador poderá
diminuir o prazo de validade da avaliação psicológica se o candidato apresentar
distúrbios ou comprometimentos psicológicos que estejam temporariamente sob
controle.
O psicólogo deverá estar sempre atualizado quanto às pesquisas e
publicações cientificas que discorram sobre comportamentos,
comprometimentos, utilização de medicamentos ou distúrbios psicológicos que
impeçam a direção automotiva, seja ela remunerada ou não remunerada. Em
suma, estes são os conceitos e as definições formalmente estabelecidos pelo
Conselho Federal de Psicologia para a avaliação psicológica para o trânsito.

5.5 Características do Exame Psicotécnico

Fonte: g1.globo.com

Na atualidade, a competência para a expedição dos atos normativos e


Resoluções que regulamentam a matéria é do COTRAN – Conselho Nacional de
Trânsito e do CFP – Conselho Federal de Psicologia, entre os atos expedidos
pelos Conselhos pode-se destacar a instituição do Manual para Avaliação
Psicológica do Motorista - Resolução n. 12/2000, alterada pela Resolução n.
7/2009 (CFP, 2000) e Resolução n. 267/2008 (COTRAN, 2008).
34
No que se refere à segurança dos resultados avaliativos no campo
psicológico, Souza (2011, p. 19) em suas lições, citando Noronha e Alchiere,
informa que “críticas tem surgido quanto à segurança dos resultados da
avaliação, especialmente levando-se em conta a responsabilidade que assume
o profissional na concessão de habilitação para o trânsito”. Nesse sentido,
também o posicionamento de Hoffmann (2003, p. 194), a saber:
 A marca do Psicotécnico (exame realizado no trânsito) acompanhou a
trajetória dos psicólogos, durante muitos anos e, de certa forma,
cristalizou seu trabalho no âmbito do tecnicismo, com menor habilidade
para a visão extensiva e intensiva, ao mesmo tempo.
Segundo Cruz (2002) o exame psicotécnico tem características
semelhantes a uma investigação científica devendo se considerar que os
resultados encontrados pelos psicólogos nas avaliações dos pretensos
condutores antecedem as questões de “o que” e “por que” realizar a avaliação.
Ainda de acordo com o autor pode-se verificar a hipótese no sentido de que o
uso dos instrumentos de personalidade, notadamente os testes projetivos, pelos
peritos psicólogos de trânsito está fundamentado e amparado em indicadores e
critérios psicopatológicos do candidato avaliado.
Ressalte-se que os exames psicotécnicos, comumente chamados
também de avaliações psicológicas, realizados pelo psicólogo de trânsito vêm
sofrendo revisões e atualizações, inclusive com uma atuação ampla e
interdisciplinar desse profissional. Por fim, cumpre informar que os exames
psicotécnicos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação são compostos
por técnicas e métodos de avaliação, possuem caráter eliminatório, realizado por
profissionais de Psicologia treinados para avaliar o perfil do condutor.
Nestes termos, os exames psicotécnicos têm como objetivo primordial
verificar a capacidade, adaptação, personalidade e potencial de cada candidato
inscrito para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tudo em
conformidade com os parâmetros estabelecidos pela legislação de trânsito. Ao
término das avaliações o candidato será declarado “apto” se possuir perfil
compatível com o exigido para a concessão da Carteira Nacional de Habilitação,
caso contrário, se não preencher os requisitos necessários para tal fim, será
considerado inapto.
35
5.6 Recurso por reprovação em avaliação psicológica

O candidato a condutor ou condutor considerado inapto por psicólogo no


exercício da sua profissão pode apresentar recurso da decisão, no prazo de 30
dias após a emissão do certificado de avaliação psicológica.
O recurso do resultado da avaliação psicológica deve ser dirigido para o
IMT, I. P., ao qual compete realizar a avaliação de recurso.
O IMT notifica o recorrente para comparecer na data e no local designado.
Ao examinando considerado apto pelo IMT é emitido novo certificado de
avaliação psicológica, onde conste aquele resultado e as eventuais restrições à
condução, adaptações do veículo ou prazo especial para revalidação, que lhe
sejam impostas.
Caso o examinando seja considerado apto com restrição que imponha
prazo de avaliação psicológica mais curto, determinado pelo IMT, a nova
avaliação psicológica é realizada pelo IMT.

Fonte: www.strappinc.com

O examinando considerado inapto pelo IMT pode, passados seis meses,


ou no prazo que lhe for fixado, requerer nova avaliação junto daquela entidade.
O condutor considerado inapto pelo IMT fica impedido de conduzir até ser
considerado apto, ainda que a sua carta de condução esteja válida.

36
Cabe ao profissional psicólogo avaliar se o candidato necessita realizar
mais etapas de avaliação, como reaplicação de testes, por exemplo, o que deve
ser sempre explicado ao avaliado o porquê desse procedimento. Durante a
aplicação do teste o psicólogo deve tentar diminuir o nível de estresse do
avaliado, passar corretamente as instruções sobre o teste e ter conhecimento
prévio de que este sujeito tenha ou não algum problema de saúde ou use algum
medicamento que venha a interferir nos resultados deste teste.

6 ALGUNS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NO CONTEXTO DO TRÂNSITO


(Vide validade junto ao Satepsi)

Fonte:www.autoescolaonline.net

TESTE AC: O teste Atenção de Concentrada AC tem por objetivo avaliar a


capacidade do sujeito em manter a sua atenção concentrada no trabalho durante
um período determinado. Pode ser utilizado em adolescentes e adultos desde
analfabetos até o nível superior. Aplicado de maneira individual ou coletiva com
tempo limitado de 05 minutos. O teste de Atenção Concentrada AC destina-se a
medir a rapidez e exatidão na execução de uma tarefa simples, de natureza
perceptiva, sem recorrer às funções intelectuais. Está composto por material
elaborado com um único símbolo - ponta de flecha. O sujeito deverá localizar
entre todos os símbolos da folha os 03 apresentados como modelo, devendo
37
fazer o cancelamento destes rapidamente pelas linhas da folha de aplicação.
Criador (a): Suzy Vijande Cambraia

TESTE DE ZULLIGER (Z-TESTES): Técnica projetiva consistente, cuja base


metodológica e suporte técnico fundamentam-se no Psicodiagnóstico de
Rorschach. Este teste foi criado para ser utilizado com o objetivo de avaliar os
aspectos fundamentais do funcionamento psicológico de adolescentes e adultos,
determinando a estrutura básica da personalidade, incluindo aspectos cognitivos
e afetivos e colocando em evidência os traços normais e patológicos do
indivíduo. Aplicado individual ou coletivamente, sem limite de tempo, em seleção
de pessoal e orientação vocacional. Analise qualitativa das respostas do sujeito.
Utilizado para sujeitos a partir de 16 anos de idade. Criador (a): Hans Zulliger

TESTE R1: O teste é composto por figuras, que apresentam itens em ordem
crescente de dificuldade, a parti das quais o sujeito deve escolher a resposta
correta e registrar na folha apropriada. Diferentes raciocínios estão envolvidos
para a resolução dos itens: complementação de figuras, identidade de figura
concreta, analogia de adição e subtração, mudança de posição, progressão
numérica, deslocamento de uma parte, alternância de elementos, raciocínio
numérico entre outros. A correção é realizada pelo total de acertos, pela
avaliação quantitativa e qualitativa, considerando os diferentes tipos de
raciocínios exigidos para responder cada item do teste. Existem atualmente uma
versão informatizada com a correção automática do teste. Existem estudos de
precisão, validade e tabelas em percentis para o público-alvo de acordo com sua
escolaridade. Pode ser aplicado individual ou coletivamente com limite de tempo
de 30 minutos. Criador (a): Rynaldo de Oliveira.

38
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