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MÓDULO 13:

Apoio Psicossocial na mulher grávida


e na criança com TB

Formação de TB Infantil

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Objectivos da aprendizagem

No final desta sessão, o formando deverá ser capaz de:


• Avaliar e identificar os factores de risco que possam interferir na
adesão aos cuidados e tratamento dos pacientes
• Implementar de forma rotineira o aconselhamento antes do início do
tratamento para todas as mulheres grávidas e crianças com TB
• Ser capaz de individualizar as intervenções de acordo com as
necessidades de cada paciente
• Ser proactivo na busca de soluções para minimizar o impacto da
doença sobre o paciente e sua família
• Identificar as mensagens prioritárias em função do perfil do paciente

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Conteúdos

• Áreas de intervenção;

• Factores que favorecem a adesão;

• Factores que comprometem a adesão;

• Comunicação com a gestante com TB;

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Áreas de intervenção

Respeito pela Garantia conforto


autonomia do físico, segurança
paciente e bem estar

Provisão do
Prevenção dos
suporte
custos
psicológico e
catastróficos da
emocional e
doença sobre o
protecção contra
paciente e sua
o estigma e
família
discriminação

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Adjectivos atribuídos aos pacientes com TB

NÃO
COLABORANTE

CONFUSO TEIMOSO

COMPLICADO
DIFÍCIL CHATO

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Factores que favorecem a adesão

Organização dos serviços Postura profissional

Paciente e rede de suporte

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Estratégia de adesão e retenção

1. Fluxograma bem definido rápido e flexível dentro da US;

2. Uso de activistas/educadores de par/navegadores para guiar os pacientes

entre os diferentes sectores;

3. Melhoria da qualidade de atendimento;

4. Redução do tempo de espera (lembrando que os pacientes estão em

jejum);

5. Boa coordenação intersectorial;

6. Fortalecimento da ligação US – comunidade (PMT, líderes comunitários,

religiosos e governamentais).
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Factores de risco para a fraca adesão

▪ Criança que vai à US sem acompanhante;


▪ Residir distante da US;
▪ Desemprego;
▪ Estar fisicamente debilitados e/ou com alguma deficiência que condiciona a
locomoção;
▪ Pacientes em regimes de tratamentos mais complexos (TB MR/XR);
▪ Pacientes que iniciaram recentemente o TARV;
▪ Fraca rede de suporte familiar e/ou social;
▪ Perturbações mentais, consumo de álcool e outras drogas ilícitas;
▪ Histórico de abandono de tratamentos anteriores;
▪ Relato de intolerância aos medicamentos ou desenvolvimento de efeitos
adversos aos medicamentos.
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APSS na grávida com TB

Vivências
adaptativas
Mudanças ou não
no estilo
de vida
Transformações

Gravidez

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Comunicação com a gestante com TB

O que fazer O que NÃO fazer

✔ Seja sensível! × Não julgue à gestante/o casal por ter


✔ Garanta a confidencialidade engravidado durante o tratamento
✔ Procure fornecer apenas informações
reais × Não obrigue à gestante/o casal a
tomar nenhuma decisão para a qual
✔ Demostre interesse pelas informações
não esteja preparada(o)
✔ Respeite o direito da gestante/do
casal tomar as suas próprias decisões
× Não faça falsas promessas e nem dê
✔ Esteja ciente dos seus próprios falsas garantias
preconceitos e opiniões e deixe-os de
lado

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Criança com TB

Ao intervir com os pais e/ou cuidadores é importante:

▪ Estabelecer uma relação de confiança;

▪ Explorar os medos e crenças em relação à tuberculose;

▪ Não julgar

▪ Não evitar as perguntas (permitir que eles tirem dúvidas)

▪ Partilhar informação correcta sobre a TB;

▪ Explorar o ambiente sociofamiliar e a rede de suporte;

▪ Negociar o melhor modelo de DOT.


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Intervenção com as crianças

Privilegiar:
• Criação de ambiente onde as crianças se sintam seguras,
confortáveis e livres;
• Uso de linguagem simples, clara, acessível;
• Atenção à sua capacidade de compreensão;
• Informação correcta sobre a tuberculose e sobre a frequência das
idas ao hospital;
• Exploração do que ela sabe e/ou pensa sobre a tuberculose;
• A utilização de material lúdico.

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Aconselhamento de seguimento da adesão

A cada sessão, explorar:


• As experiências na toma do tratamento e a gestão dos efeitos
colaterais;
• O impacto ao nível da sua vida individual, familiar e social;
• Principais desafios/dificuldades…
Focalizar nas vantagens da adesão ao tratamento quanto à:
• Melhoria o estado de saúde;
• Redução das intercorrências;
• Redução da probabilidade de contaminar outras pessoas;
• Melhoria da qualidade de vida.
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Explorar os sinais de possível sofrimento
psicológico ou perturbação psicopatológica

• Qualidade do sono

• Qualidade da alimentação

• Padrão comportamental e do humor

• Interesse pelas actividades da vida diária

• Controlo dos esfíncteres

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Criança em idade escolar

PROCURAR ASSEGURAR
QUE A CRIANÇA NÃO PERDE
O ANO LECTIVO POR CAUSA
DA DOENÇA!

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Mensagens-chave que devem ser
transmitidas aos pacientes

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Informações gerais
1. O que é a TB (sensível e resistente)

2. Sintomas,

3. Formas de transmissão,

4. Duração do tratamento,

5. Possíveis efeitos colaterais (tanto na mãe como no feto),

6. Importância da adesão aos cuidados e ao tratamento

7. Cuidados alimentares,

8. Como prevenir a transmissão,

9. Importância do rastreio dos contactos.


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TB e relação com a gravidez

• Quando tratada correctamente tem evolução da TB é


idêntica que nos adultos (não grávidas);
• A tuberculose quando não tratada pode ter complicações
para a mãe e para o bebé;
• Há maior risco de ocorrência de aborto espontâneo,
parto prematuro, recém-nascido com baixo peso,
hemorragia pós-parto, pré-eclâmpsia (complicações da
gravidez)
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Sobre o parto
• O parto deve ser conduzido da mesma forma que acontece com a
mulher sem TB;
• A presença da TB não é implica necessidade de um parto por
cesariana;
• Deve ser reforçar a importância de um parto institucional.

É DEVER do provedor, disponibilizar informação relevante


para a tomada de decisão da gestante/do casal. NÃO
INDUZIR a gestante/o casal para interromper a gravidez se
não for desejo dela!!!!
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Amamentação (como proteger o bebé)

Partilhe que:
▪ O aleitamento materno deve ser encorajado, também na

mãe com TB. A tuberculose não se transmite através do

leite materno;

▪ A melhor forma de proteger o bebé é usando a máscara

sempre que estiver em contacto com ele.

Explorar a possibilidade de envolver mais elementos da família nos cuidados a


ter com o bebé, por forma a limitar o tempo de contacto entre a mãe com TB e
o RN 20
Amamentação (como proteger o bebé)

Nenhuma mulher com TB deve ser


desencorajada a amamentar o seu bebé.
Lembre-se que TB não se transmite através
do leite materno!

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Exercícios práticos

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Exercício 1

“Ana” é uma adolescente de 14 anos, frequenta a 8 classe e tem muito


bom aproveitamento escolar. Faltando um mês para o término das
aulas é diagnosticada TB Sensível. Explicada sobre o tratamento (a
frequência das idas à US, os medicamentos e seus possíveis efeitos
colaterais), sobre a importância da adesão à terapêutica e a todos os
outros cuidados adicionais para que alcance a cura, Ana aceita
começar o tratamento mas refere que porque “sente-se bem”, não
deixará de ir a escola pois “não quer perder a ano lectivo”.
• Quais são as intervenções que privilegiaria com a Ana?
• Quais seriam os outros intervenientes chave que envolveria neste
caso e qual seria o papel de casa um?
• Pense no real e no desejável

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Exercício 2 (Role play)

“Matilde” tem 35 anos, está nas terceiras núpcias (o marido tem mais
duas esposas e Matilde é a terceira), tem história de 4 abortos (três
nos relacionamentos anteriores e um neste). Vivem todos na mesma
casa (as três esposas e o marido e 7 filhos… de 3, 3, 6, 7, 10, 12 e 15
anos) No segundo mês da sua gravidez (de risco e com recomendação
de repouso absoluto) ela é diagnosticada com TB MR.
• Dois/duas voluntários/voluntárias (um/a com o papel de provedor e
outro/a com o papel da “Matilde”).
• Actividade: Realizar a sessão de aconselhamento focalizando nos
pontos-chave e traçar um plano de intervenção conjunto que
responda às necessidades da Matilde.

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Pontos-Chave

• O aconselhamento para a adesão e o apoio psicossocial


são essenciais para garantir o sucesso do tratamento

• Ao abordar os pacientes, é importante identificar


factores de risco que predispõem para a fraca adesão
(criança sozinha, problemas sociais, problemas
psicológicos, consumo de álcool)

• A US deve criar condições (dentro das possibilidades)


que garantam a adesão dos pacientes ao tratamento
para TB

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OBRIGADA!

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