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Impacto da

Hospitalização na
criança e família
Professora Ms. Alexandra
Professora Drª. Isabel
Professora Ms. Solange

2022
Objetivos da aula
1. Desenvolver intervenções de enfermagem que: minimizam o
estresse da separação, a tensão da perda do controle, e o medo da
lesão corporal durante a hospitalização.

2. Desenvolver intervenções de enfermagem que oferecem apoio


aos à família durante a doença e hospitalização da criança
Hospitalização
1. A hospitalização na infância pode se configurar como uma
experiência potencialmente traumática.

2. Ela afasta a criança de sua vida cotidiana, do ambiente familiar e


promove um confronto com a dor, a limitação física e a
passividade, sentimentos de culpa, punição e medo da morte.
Impacto da Hospitalização
1. “Ao ser hospitalizada a criança encontra-se duplamente doente:
além da patologia física, sofre de outra doença, que é a
hospitalização, a qual se não for adequadamente tratada deixará
marcas em sua saúde mental.”

(RIBEIRO, 1986)
Doença e Hospitalização
Crianças são vulneráveis às crises de doença e hospitalização
porque:

1. Representam uma mudança do estado habitual de saúde e da


rotina familiar;

2. Possuem um número limitado de mecanismos para lidar com os


fatores de estresses da hospitalização
Principais fatores de estresse da
hospitalização
Principais fatores de estresse da
hospitalização
1. Estágio de desenvolvimento;
2. Expectativas pregressas com a doença, separação ou
hospitalização;
3. Habilidades de enfrentamento inatas ou adquiridas;
4. Gravidade do diagnóstico;
5. Apoio disponível.
Impacto da Hospitalização
1. Doença e hospitalização: representam as primeiras crises da
infância;
2. É o principal estresse entre 6 – 30 meses de idade;
3. Quanto melhor trabalhada a hospitalização, maior a capacidade
da criança em suportar qualquer outro estresse.
Impacto da Hospitalização

Ansiedade Típica da Separação


Hospitalização para a criança..........
Ansiedade típica da separação
A) Fase de Protesto = reagem de maneira agressiva à separação dos
pais;

B) Fase de Desespero = apatia;

C) Fase de Desligamento = interação “suspeita” com o ambiente


hospitalar.
Ansiedade típica da separação
Protesto
1. Choram e gritam por seus pais;
2. Procuram pelos pais com os olhos;
3. Agarram-se aos pais;
4. Evitam e recusam o contato com estranhos;
5. Ficam inconsoláveis.
Ansiedade típica da separação
Protesto
1. Ataca verbal e/ou os estranhos fisicamente os estranhos (ex: “vá
embora”, chuta, morde, bate, belisca);
2. Tenta fugir para encontrar os pais;
3. Tenta forçar fisicamente os pais a permanecerem;

 Os comportamentos podem durar horas e dias.


 O choro pode ser contínuo, cessando apenas com
a exaustão física.
 A abordagem de estranhos pode aumentar o protesto.
Ansiedade típica da separação
Desespero
Criança Inativa:
1. Isola-se das outras pessoas;
2. Deprimida, mal humorada;
3. Desinteressada pelo ambiente;
4. Não-comunicativa;
5. Regressão;

 Comportamento com duração variável.


 Condição física pode ser deteriorada.
Ansiedade típica da separação
Desligamento
1. Mostra interesse aumentado pelo ambiente;
2. Interage com estranhos e com prestadores de cuidados
conhecidos;
3. Forma relacionamentos novos;
4. Parece feliz.
 O desligamento ocorre geralmente após a
separação prolongada dos pais.
 Raramente é observado em crianças
em hospitalizações curtas.
Expectativas culturais dos
escolares:

“agir como homem”


“ser bravo e forte”

Expressam a raiva e outros


sentimentos
negativos com irritabilidade e
agressão contra os pais,
isolamento do pessoal do hospital,
incapacidade de se relacionar com
os colegas, e rejeição pelos irmãos.
Fatores de risco que aumentam a
vulnerabilidade da criança ao estresse da
hospitalização
1. Temperamento “difícil”
2. Falta de ajuste entre a criança e o genitor
3. Idade (especialmente entre seis meses e cinco anos)
4. Sexo masculino
5. Inteligência abaixo da média
6. Estresses múltiplos e continuados (p. ex., internações frequentes).
Fatores que afetam as reações dos pais à
doença dos seus filhos
1. Gravidade da ameaça à criança
2. Experiência anterior com doenças ou internações
3. Procedimentos médicos envolvidos no diagnóstico e tratamento
4. Sistemas de apoio disponíveis
5. Forças do ego individual
6. Habilidades de enfrentamento prévias
7. Tensões adicionais sobre o sistema familiar
8. Crenças religiosas e culturais
9. Padrões de comunicação entre os membros da família
Prevenindo e minimizando a ansiedade
típica da separação
1. Proporcionar condições de permanência aos pais;
2. Flexibilizar horários de visitas e trocas de acompanhantes;
3. Manter ambiente familiar;
4. Informar sobre ausência dos pais;
Prevenindo e minimizando a ansiedade
típica da separação
1. Falar sobre pessoas queridas;

2. Minimizar sensações ameaçadoras;

3. Personalizar o quarto;

4. Estimular cartinhas e desenhos;

5. Proporcionar atividades adequadas ao desenvolvimento;

6. Estimular escolhas e autocuidado.


Maximização dos efeitos benéficos da
Hospitalização
1. Pais – Filho: Fomentar as relações;

2. Fornecer oportunidades educacionais;

3. Promover o autodomínio;

4. Oferecer socialização.
Tipos de Abordagem Hospitalar
1. Centrada na patologia da criança;

2. Centrada na criança;

3. Centrada na criança e sua família.


Diferenciação das abordagens:
Variável Patologia Criança Criança e Família

Foco da assist. Doença da criança. Cça em determinado estágio de Cça em determinado estágio de desenv.,
desenvolvimento, doente e afastada do doente e membro de uma família,
seu ambiente. inserida em determinado ambiente.

Objetivos da Recuperar a saúde da Recuperar a saúde e minimizar as Recuperar a saúde da criança,


criança através de medidas repercussões psicológicas provenientes promovendo condições para evitar
assist. terapêuticas. da hospitalização. Atender as intercorrências hospitalares. Incentivar a
necessidades de crescimento e desenv. integralidade da família. Fortalecer a
da criança. Incentivar a participação da família como unidade básica de
criança e família nos cuidados. assistência, visando prevenção e
promoção.

Equipe de saúde Identificação dos Identificação com a participação da Identificação, em conjunto com a
problemas de saúde criança e família das necessidades família, das necessidades da criança
biopsicoespirituais. e familiares.
Cuidado centrado na criança e
família
Cuidados de enfermagem à criança
hospitalizada
1. Percepção de Saúde– Padrão de Cuidado à Saúde
2. Padrão Nutricional–Metabólico
3. Padrão de Eliminações
4. Padrão de Sono e Repouso
5. Padrão de Atividade–Exercício
6. Padrão Cognitivo–Perceptivo
7. Padrão de Autopercepção–Autoconceito
8. Papel de Relacionamento Padrão
9. Sexualidade–Padrão Reprodutivo
10.Padrão de Enfretamento–Tolerância ao Estresse
11.Padrão de Valores–Crenças
Brinquedoteca hospitalar
1. Lei 11.104/2005, que obriga hospitais que dispõe atendimentos
pediátricos em regime de internação a obter Brinquedoteca
Hospitalar, entendido como espaço com brinquedos e jogos
educativos para estimular a criança e seus acompanhantes a
brincar.
Brinquedo terapêutico como instrumento
de assistência à criança e à sua família
1. Regulamentado pelo COFEN desde 2004, ajuda as crianças a
lidar com suas preocupações e medos, além de ajudar os
enfermeiros a ganhar conhecimento das necessidades e
sentimentos da criança.
Brinquedo terapêutico como instrumento
de assistência à criança e à sua família
1. A criança utiliza o brinquedo para expressar e compreender suas
vivências, dominar a situação (passando de passivo para ativo), e
aliviar a tensão (catarse).

2. O brinquedo terapêutico possibilita a implementação de uma


assistência humanizada e individualizada, focada nos princípios
da abordagem centrada na criança e sua família.
Tipos de brinquedo terapêutico
Dramático ou catártico
Instrucional
Material utilizado para o Brinquedo
Terapêutico
1. Deve abranger a tanto a vivência familiar (panelinhas,
fogãozinho, talheres, frutas, comidas, ferro de passar roupa...),
quanto o material hospitalar com que a criança terá contato, como
seringas, agulhas, equipos, jelcos, luva e jaleco, entre outros.
Benefícios do brinquedo
terapêutico
1. Favorece a tríade envolvida:

“A criança é auxiliada a enfrentar essa vivência aterrorizante, o


enfermeiro sente-se gratificado por estar proporcionado isso, e os
pais percebem que estão recebendo um cuidado humanizado.”
Comece fazendo o que é
necessário,
depois o que é possível e,
de repente,
você estará
fazendo o impossível.

São Francisco de Assis


Leitura complementar
1. Diagnósticos de enfermagem pertinentes à hospitalização infantil;
2. Características específicas de resposta à dor apresentadas pelas
crianças;
3. Escalas de dor em pediatria.
Referências
1. Wong. Fundamentos de enfermagem pediátrica. 7ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006
2. CAPÍTULO 21 – CUIDADO CENTRADO NA FAMÍLIA DA CRIANÇA DURANTE A
DOENÇA E A HOSPITALIZAÇÃO.

3. Fonseca AS (org). Enfermagem Pediátrica. São Paulo: Martinari, 2013.

4. https://youtu.be/ptzEmXR2iLY (vídeo sugerido no youtube)

5. https://www.google.com.br/search?q=hospitaliza%C3%A7%C3%A3o+infantil&newwindow
=1&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAcQ_AUoAWoVChMI_anukIH8xgIVgmk-Ch
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(imagens)
Estudo de caso
Hospitalizaç
ão

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