processo de adaptação da família que tem uma criança com deficiência, é aquela no qual o diagnostico é comunicado aos pais, esse momento pode ter grande influencia em sua reação posterior. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• Dizer aos pais que seu filho não é “normal” é uma
tarefa difícil, e é fundamental que os profissionais, estejam preparados tecnicamente e emocionalmente para amenizar o choque inicial e serem continentes da angústia vivenciada pelos pais no momento do diagnostico. • Muitos pais queixam-se da conduta dos profissionais (professores, médicos, psicólogos, etc. ) que, ao transmitir a notícia deixam-no sós com desespero. Sem dar outras informações e não fornecendo apoio, acentua mais o desespero e a desorientação, gerando revolta. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• Os pais ficam à mercê de suas próprias fantasias,
geralmente ligadas à imagem mais negativa que o termo deficiência suscita uma pessoa da qual nada se deve esperar e, além disso, encontrando muita dificuldade para obter informações corretas. • Um dos fatores que pode influenciar a reação dos pais é o tempo que transcorre desde o nascimento e confirmação do diagnóstico, até o momento em que este chega ao conhecimento dos pais. A maioria dos estudos conclui que a conduta mais adequada é informar os pais tão logo o diagnóstico seja confirmado. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• A demora na comunicação da notícia pode
dificultar a aceitação do diagnóstico. Geralmente, durante a gravidez, os pais esperam uma criança sadia, que realize seus sonhos. • Um filho representa uma continuação de si mesmo e na fantasia são projeções das ambições dos próprios pais. • Quanto mais tardia for a transmissão do diagnóstico, mais prolongara a fantasia de que a criança é a realização de seus desejos. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• Ao receber o diagnóstico, todas essas
fantasias acabam torna-se muito difícil para os pais comunicar a parentes e amigos que a criança possui alguma deficiência ou síndrome. • A comunicação imediata auxilia os pais a manter as expectativas num nível realístico e também assegura seu direito de saber da condição do seu filho. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• Outro aspecto importante na comunicação do
diagnóstico é para quem ele é transmitido. Muitas vezes a notícia é dada só ao pai ou a mãe, sendo sua tarefa transmitir ao outro cônjuge, o que é uma tarefa muito difícil. • A maioria dos pais preferem que a notícia seja transmitida ao casal, pois assim poderão estar juntos desde o início e partilhar esse momento de angústia, proporcionando apoio emocional um ao outro. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• É aconselhável que a criança esteja presente na
ocasião da transmissão da notícia, e que haja uma atitude prospectiva por parte do profissional. Isso torna mais fácil para o casal a aceitação da criança. • Para os pais, um dos pensamentos mais assustadores é o de ter que enfrentar a marginalização que existe em relação à pessoa com de alguma deficiência. • Nesse sentido, o profissional, com uma atitude de aceitação pode amenizar a situação, A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• Mais importante do que quem comunica o
diagnóstico, é como essa comunicação é feita. • A disponibilidade emocional do profissional, a abertura para responder perguntas dos pais pode facilitar esse momento. É muito importante que este profissional seja capaz de ouvir e apoiar oferecendo as informações de acordo com a solicitação do casal. • É importante que os pais tenham uma visão adequada da deficiência e suas implicações, por outro lado, pode não ser conveniente fornecer muita informação nesse momento em que os pais estão muito ansiosos. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO • Geralmente, há interesse dos pais em conhecer outras famílias que tenham filhos, que apresentam a mesma deficiência que o seu, e também necessitam saber dos recursos que a comunidade oferece, como clínicas e escolas especializadas. • Dispondo de algumas informações a família não se sentirá totalmente desorientada e poderá procurar os recursos existentes quando necessitar. • Nem sempre os pais estão em condição emocionais de assimilar tudo o que lhe é dito nessa fase inicial, portanto, podem ser planejadas entrevistas posteriores, em que possam conversar sobre suas dúvidas, angústias e dificuldades em relação a si mesmo, a criança e aos cuidados que ela necessita. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• As pessoas diferem quanto à sua reação diante dos
fatos, assim é impossível prever, com exatidão, como uma família vai reagir ao nascimento de uma criança com deficiência. Porém, ser informada de que seu filho tem uma deficiência é sempre em choque . • A maioria dos pais é incapazes, no primeiro momento, de acreditar o que lhe está acontecendo. • Esse momento de choque tem duração variável, pode desaparecer e voltar, mas é uma experiência comum a quase todos os pais de crianças com deficiência. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• A dificuldade de aceitar a situação leva à uma
tentativa de negação do diagnóstico, gerando expectativas irreais em relação a criança e fazendo com que surjam planos inadequados às suas necessidades. A intensidade da negação varia consideravelmente, dependendo, em parte, de quanto a deficiência é perceptível. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• Ao nascer a criança com alguma deficiência, os
pais sentem a perda da criança sadia imaginada.
• Aceitar a tristeza que advêm dessa perda e se
permitir viver luto por um período, pode auxiliar os pais a se libertar disso e pensar no filho real que tem, para que seja possível estabelecer um vínculo efetivo com ele, aceitando-o como ele é, com suas “limitações” e diferenças. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• É natural que depois os pais comecem a
adaptar-se à situação. Aos poucos vão se sentindo mais seguro, tornam-se menos inclinados a ver a deficiência e mais inclinados a ver a criança. A COMUNICAÇÃO DO DIAGNOSTICO
• É importante que os profissionais envolvidos
na orientação inicial de pais de pessoas com deficiência, desenvolvam a habilidade de proporcionar assistência adequada, nessa etapa mais difícil da situação, pois pode ter uma influência decisiva no ajustamento e adaptação subsequente. TRABALHO JUNTO À FAMÍLIA DO DEFICIENTE
• Diante da constatação da deficiência, é preciso
que a família seja considerada, como pessoas que devem ser auxiliadas e preparadas para enfrentarem a situação e tornarem-se participantes constantes e ativos do processo de desenvolvimento de seu filho. • É necessário que seja oferecido aos pais um “espaço pessoal”, para que possam suprir suas necessidades de informação, orientação, reflexão, desabafo, segurança, apoio, solidariedade, encorajamento, etc... TRABALHO JUNTO À FAMÍLIA DO DEFICIENTE
• É preciso que o profissional tenha uma conduta de
compreensão, empatia e isenta de censuras; que apóie e propicie a livre manifestação de seus sentimentos; que facilite a comunicação entre os pais para que possa mutuamente, conhecer suas tristezas, ansiedades, necessidades e assim sentir-se apoiados diante da responsabilidade que devem assumir para com o filho.
• Portanto os profissionais deverão estar preparados
academicamente e psicologicamente, para desenvolverem estratégias informacionais, emocionais e comportamentais. TRABALHO JUNTO À FAMÍLIA DO DEFICIENTE
INFORMACIONAIS E MOCIONAIS COMPORTAMENTAIS
Etiologia Espaço Pessoal Apoio aos pais para
Prognóstico de escuta, apoio lidar funcionalmente Encaminhamento e acolhimento com a deficiência do filho. Objetivos de natureza Informativa; Emocional e Comportamental
1. Os pais saem mais brevemente da situação
de desamparo e assumem mais prontamente as suas responsabilidades para com a criança.
2. A criança é submetida mais rapidamente às
intervenções necessárias. TRABALHO JUNTO À FAMÍLIA DO DEFICIENTE
• Previne ou reduz o desequilíbrio nas relações
conjugais/sexuais; familiares/sociais dos pais. • Reduz a defasagem no desenvolvimento da criança ou evita que o mesmo torne-se irrecuperável. • Proporciona aos pais e a criança tornarem-se o mais próximo possível de uma Família “comum”. RELACIONAMENTO FAMILIAR
• FAMÍLIA: Na vida da pessoa com deficiência, o seu
significado torna-se mais intenso, pois o indivíduo com deficiência torna-se dependente econômico e emocionalmente dos pais ou responsáveis. • Essa dependência em relação a família nem sempre se justifica em termos reais. Ou seja, a deficiência intrínseca do indivíduo não é na maioria dos casos tão grave a ponto de impedir sua participação na vida útil da comunidade pelo menos parcialmente. RELACIONAMENTO FAMILIAR
• Para alguns autores, a proteção excessiva dos
pais é uma reação compensatória, aos seus sentimentos, freqüentemente inconscientes, de raiva, rejeição e culpa, em relação a esse filho não “saudável”. • Essa relação de dependência geralmente funciona em ambas direções. Ou seja, os pais por seu lado também se tornam dependentes desses filhos com deficiência, a ponto da totalidade de suas vidas passar a girar em torno do filho. RELACIONAMENTO FAMILIAR
• A dependência familiar mútua, que em alguns casos chega
a ser uma verdadeira simbiose, além de prejudicar o crescimento emocional do indivíduo com deficiência (e dos próprios pais), impede que ele aprenda a sobreviver por conta própria. Esse é um problema muito sério porque um dia a família eventualmente se separará: os pais morrerão e os filhos não serão capazes de cuidar de si, ficando sob a tutela de outros parentes ou instituições públicas.
• Outro aspecto, é a questão dos “Espaços específicos” que
marcam a vivência continua da pessoa com deficiência: a casa e a instituição(espaços protegidos). RELACIONAMENTO FAMILIAR
• Entretanto, entre a instituição e a casa existe
ainda um outro espaço intermediário inseguro, com regras e papéis menos definidos: é o mundo social, da rua, espaço coletivo ou “de fora”. • O mundo da rua é parte integrante e transformadora da vida, é o meio de socialização por excelência, ponto de encontro, local do acontecimento, em oposição à rotina do mundo da casa e da instituição. Referência • ASSUNPÇÃO JUNIOR, F. B. Deficiência mental, família, sexualidade. São Paulo. Memnon, 1993. • BUSCAGLIA, Leo. Os deficientes e seus pais- um desafio ao aconselhamento.3. Ed. Rio de Janeiro: Record, 1997. • Buscaglia, L. F. (1982). O papel da família na reabilitação da criança deficiente.Vida e Saúde, p. 15. • Dessen, M.A. & Lewis, C. (1998). Como estudar a família e o "pai". Cadernos de Psicologia e Educação Paidéia, 8(14/15), 105-121 • Dessen, M.A. (1997). Desenvolvimento familiar: transição de um sistema triádico para poliádico. Temas em Psicologia, 3, 51-61.