Na vivência hospitalar nos deparamos com vários tipos de família, e é necessá-
rio entender que a família do paciente é geralmente diferente da nossa ou parecida, nesses momentos de acolhimento devemos suspender juízos de valor, conceitos fe- chados, lineares e prontos, não deixando que a nossa concepção de família interfira no nosso atendimento devemos estar preparados para outros sitemas familiares e não deixar que nossa estrutura interfira no atendimento. A boa psicologia é uma escuta acolhedora e atenta. Vamos observar os vínculos afetivos do paciente em relação a família e da fa- mília em relação ao paciente. A psicologia hospitalar entende que a família quando acompanhada pelo psicó- logo, elas se sentem mais segura e assistida, com menos medo e ansiedade e menos dúvida do que esta realmente acontecendo naquele contexto tão conturbado para to- dos. Geralmente quando um menbro da família fica doente a estrutura familiar fica abalada, pois houve um ruptura daquilo que estava em equilíbrio.
COMPREENÇÃO DA FAMÍLIA EM SEU SOFRIMENTO
As famílias possuem demandas das mais variadas ordens, como: dificuldades
de lidar com as situações de crise, com os conflitos familiares emergentes, com culpa com o pessimismo por não encontrar outras saídas para os problemas, pelo isolamen- to social a que ficam sujeitos, pelas dificuldades materiais da vida cotidiana, pelas complexidades do relacionamento com esse familiar, pela espectativa frustada de cura e pelo desconhecimento da doença propriamente dita (COLVERO et.al., 2004). O psicólogo hospitalar deve abordar junto com os familiares a possível disponi- bilidade (tempo), compreenção e ajudar aos familiares ou cuidadores a encontrarem estratégias para lidar com as frustações, sentimento de impotência e culpa. A família é ao mesmo tempo, objeto e sujeito do processo de cuidado e promo- ção da saúde.
FERRAMENTAS UTILIZADAS
O INSIGT - Dependendo da necessidade pode ser em qualquer lugar, mais o
ideal é procurar a privacidade do cliente. E o psicólogo estar por inteiro de corpo e alma, escutando com delicadeza. Uma escuta especializada de acordo com sua abor- dagem. EVITAR SÓ PERGUNTAR SOBRE A DOENÇA - Mostrar-se interresado pela pessoa e o seu sofrimento, deixar o paciente falar de qualquer assunto. EVITAR PRÁTICAS CENTRADAS NO INDIVÍDUO - Assim evitando a fragmentação do sujeito.
PROCURAR ENTRAR EM CONTATO COM A FAMÍLIA
PROCURAR ENTRAR EM CONTATO COM A EQUIPE - Como enfer- meiros médicos, assistente social etc. PRONTUÁRIO - O prontuário facilita o acesso a todas as informações sobre o paciente, história, queixas ou motivos das consultas e internamento, problema e for- mas de tratamento e enfrentamento e a dinâmica de tratamento. REUNIÃO INTERDISCIPLINAR - A casos em que há discussão sobre o tra- tamento, troca de conhecimentos, avaliação e planejamento para uma melhor qualida- de no atendimento do paciente e sua familia.
NA UTI
Na UTI, faz-se necessário a presença do psicólogo hospitalar, pois é fundamen-
tal ter uma escuta especializada para acessar as necessidades da família, planeja jar e executar intervenções para o bem estar dos familiares. “A atuação do psicólogo deve girar em torno do apoio, atenção, compreenção, suporte ao tratamento, clarificação dos sentimentos, esclarecimentos sobre a doença e fortalecimento dos vínculos familiares” (Carvalho, 2008 p.19) Com a internação na UTI o vínculo familiar fica interrompido, aumentando ain- da mais o descontrole emocional. A família passa a se sentir impotente, desolada e culpada por não poder cuidar de seu familiar, promovendo, com isso, um aumento da angústia e da ansiedade. Assim, "[...] a família do paciente se interna junto com seu paciente mesmo de forma indireta e junto com ele sofre e se angustia. Geralmente este familiar sofre as dores existenciais diante do medo iminente da morte de seu familiar hospitalizado" (Santos, 2007, p. 34). Ao "adoecer" com o paci- ente, a família também se desestrutura em nível biopsicossocial interferindo direta- mente na forma de enfrentamento da hospitalização. Para Lustosa (2007) e Gortado e Silva (2005), são vários os motivos que po- dem exacerbar tal desestruturação: a falta de informação sobre o estado de saúde do paciente e o pouco contato com o médico; o ambiente da UTI e o ritmo de vida in- compatível com os horários do hospital; a idade e o papel que o paciente exercia na dinâmica familiar e a responsabilidade frente a uma tomada de decisão. No contexto familiar existem várias quetões como qual o tipo de doença que acometeu o paciente, sua gravidade ou não, qual o papel e o lugar que o doente tem no contexto familiar, se a ocorrência da doença foi aguda ou já era crônica, como a fa- mília lida com a questão de doença e como lidou com ela no passado, se ela se culpa pelo acontecimento ao seu paciente, se é uma família super-protetora ou não, se o fa- miliar é adulto ou criança. Minimizar as fontes estressoras pode ser um modo de aprimorar a qualidade da colaboração dos familiares e, por consequência, a possibilidade de melhores condi- ções para o restabelecimento do paciente. Para tanto devem-se acolher os familiares e, proporcionando-lhes confiança e adaptação diante da situação vivenciada. É impor- tante ouvir a família a respeito do que sente e de suas necessidades, além de informa- la sobre como participar positivamente do tratamento. Na UTI, a imin~encia de morte esta sempre presente, há momento em que as interferências emocionais dos quadros terminais podem configurar um luto antecipa- tório. A morte é encarada ainda como um tabu nos hospitais pois os profissionais ge- ralmente não estão preparados para lidar com ela, sem considerá-la frustrante do pon- to de vista profissional. KOVACS (2011) Observou que os profissionais de saúde tem dificuldade em abordar as famílias acerca do agravamento da doença e da proximidade da morte, principalmene nas unidades de pediatria e em UTI neonatal. O psicólogo hospitalar pode prestar assistência á equipe, com a finalidade de resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do próximo, além de propiciar escuta e orientações pertinentes a este contexto. A horizontalidade deve ser característica central na relação entre profissionais, de modo que todas as ações sejam integradas e construidas dialogicamente, amplian- do o foco da assistência.