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O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO ÀS FAMÍLIAS DE PACIENTES


HOSPITALIZADOS1
Hila Martins Campos Faria
Júlia Carneiro de Carvalho
Kamilla Marina de Almeida Telles

RESUMO:
O objetivo deste estudo baseia-se na compreensão de como se dá o processo de
humanização no acolhimento às famílias de pacientes hospitalizados. Para isso, foi
realizada uma revisão bibliográfica dos principais periódicos brasileiros da área de saúde
que abordam aspectos relacionados ao tema. Entre esses aspectos, citam-se: a maneira
como os familiares vivenciam o processo de internação do ente querido, as repercussões
físicas e emocionais na família e, por fim, a percepção que a própria equipe de saúde tem
em relação à participação do familiar no tratamento do doente. Percebe-se que o familiar
manifesta grande tendência à instabilidade emocional, diretamente relacionada com a
preocupação em relação à doença do paciente. Além disso, o processo de adoecimento
coloca o familiar em contato com conflitos e obstáculos internos, associados à doença e à
própria morte. Já o processo de humanização, pode se manifestar sob duas formas: na
família como sujeito a ser cuidado e na família como agente cuidador. Quando a equipe
de saúde não possui uma interação satisfatória com a família do paciente, é comum que
esta se apresente angustiada e insegura com relação ao doente. Diante disso, torna-se
fundamental o atendimento à família de forma humanizada, com vistas a garantir seu
fortalecimento emocional, capaz de proporcionar ao familiar melhores condições de
auxiliar o paciente internado. O estudo evidenciou dificuldades no processo de
humanização, principalmente devido à falta de suporte institucional, falta de valorização
da instituição para com os familiares e falta de comunicação eficiente entre família e
equipe profissional.

Palavras chave: Hospitalização. Família. Humanização.

1
Artigo recebido em 8/06/2016 e aprovado, após correções, em 30/05/2017

Psicóloga e mestre em Psicologia (UFJF) e Docente do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora @:
hilafaria@cesjf.br

Graduanda de psicologia do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. @: juliacarneiroc@hotmail.com

Graduanda de psicologia do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora @:
kamillamarina.telles@gmail.com

REVISTA PSIQUE, Juiz de Fora, v. 2, n. 3, p. 95-109, jan./jun. 2017


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1 INTRODUÇÃO
Tem-se que a família caracteriza-se como um sistema recíproco e
intercomunicante, e que, portanto, toda influência ocorrida sobre um dos membros
ocasionará mudanças nos outros componentes. Diante dessa perspectiva, o adoecimento
causa alterações físicas e emocionais não só nos pacientes, mas também nos familiares,
que, assim, merecem a devida atenção da equipe profissional.
Os familiares podem experimentar uma série de sentimentos, que vão desde a
segurança e esperança, à tristeza, angústia e medo da própria morte ou da morte do
familiar doente. Em meio a essa dicotomia de sentimentos, a família se sente na
obrigação de acompanhar o doente, uma vez que acredita ser capaz de apoiá-lo e de
permitir uma maior adaptação do sujeito ao ambiente hospitalar.
A presente pesquisa tem como principal objetivo compreender como se dá o
processo de humanização no acolhimento às famílias de pacientes hospitalizados,
considerando o cenário brasileiro. Para tal, realizou-se um levantamento bibliográfico
baseado, especialmente, na busca de informações que dizem respeito aos aspectos
vividos pela família do paciente, bem como na maneira pela qual a equipe profissional
percebe a presença e a participação desse familiar junto ao paciente hospitalizado.
O objetivo secundário é a tentativa de traçar um panorama nacional de como vem
sendo estudado o assunto nos principais periódicos do Brasil e, a partir disso, discutir a
importância da implantação do processo de humanização no tratamento das famílias dos
pacientes internados.
Ademais, é preciso olhar a família para além do que está posto, enxergando-a em
sua totalidade. Quando a equipe de saúde percebe e compreende que a família também
sofre e vivencia, de maneira particular, a internação do familiar, torna-se possível o
desenvolvimento de políticas voltadas para um trabalho mais humanizado, ético e eficaz.

2 METODOLOGIA
Tendo em vista a importância dessa temática, o propósito deste estudo foi realizar
uma revisão bibliográfica em periódicos brasileiros dos principais artigos eletrônicos em
saúde que tratem do processo de humanização no acolhimento às famílias de pacientes
hospitalizados.
Para compreender melhor como ocorre esse processo no Brasil, foram realizadas
pesquisas sobre os aspectos gerais relacionados às vivências da família diante da
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hospitalização do familiar, quais as estratégias de enfrentamento que as famílias utilizam


para se comportar frente à situação e, ainda, qual é a compreensão da equipe de saúde
quanto à presença e à participação da família no tratamento do paciente.
Esta pesquisa foi elaborada de forma bibliográfico-exploratória, utilizando as bases
de dados Scielo e Pepsic como recurso para coletar as publicações referentes ao tema,
uma vez que reúnem as principais publicações científicas brasileiras que correspondem à
realidade desta pesquisa. A investigação foi realizada no mês de junho de 2016, utilizando
os seguintes descritores: hospitalização, família e humanização.
Do total de 36 artigos, foram selecionados 26. Foram excluídos os artigos que não
estavam condizentes com os objetivos da pesquisa. Sendo assim, descartaram-se os
artigos que não abordavam um dos seguintes aspectos: a família do paciente durante o
processo de internação; as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos
acompanhantes; a relação entre equipe, profissional e familiar; e, por fim, o processo de
humanização diretamente voltado para o acolhimento dessas famílias.

3 A FAMÍLIA DO PACIENTE HOSPITALIZADO


Diante do exposto, podemos considerar o adoecimento como um dos fatores que
influencia na estabilidade emocional da família, gerando mudanças entre seus membros.
É nesse contexto que discorremos sobre os aspectos gerais relacionados à família do
doente, bem como as principais estratégias utilizadas pelos familiares para lidar com o
familiar hospitalizado.

3.1 VIVÊNCIAS DOS FAMILIARES DE PACIENTES INTERNADOS


O processo de adoecimento é influenciado por fatores culturais e ambientais e
toma variadas formas de acordo com a subjetividade de cada individuo. A maneira como a
doença é comunicada e a forma como o sujeito reage diante dela e a percebe variam de
cultura para cultura, além de representar um ataque à personalidade do individuo, ao
equilíbrio familiar e à existência do ser (LUSTOSA, 2007).
Ainda de acordo com a autora, quando o indivíduo percebe algum desequilíbrio em
seu funcionamento orgânico, é comum que surja a angústia existencial, geralmente
associada à ideia da morte e do abalo do ser. Dentre os diversos tipos de “crises”
existentes, o aparecimento da doença é caracterizado como uma crise acidental, marcada
por mudanças inesperadas no curso da vida e desequilíbrio interno. Diante disso, o
paciente precisa lidar com o desequilíbrio permeado por vários fatores, entre eles: ruptura
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com o estilo de vida anterior; perda do conhecido andamento da vida; situação de risco;
enfrentamento do duvidoso, do temido e do desconhecido.
No entanto, o processo de adoecimento causa desequilíbrios não somente no
paciente, mas em todos os seus familiares. Como afirma Cade e Dibai (2008), o processo
de adoecimento gera alterações físicas e emocionais no cotidiano dos familiares. Entre as
alterações físicas, evidenciam-se o cansaço, as dores, o inchaço nas pernas, o
emagrecimento ou o ganho de peso. Com relação às alterações emocionais, tem-se:
preocupação com relação à doença e tratamento do paciente; tristeza; nervosismo;
medo; insegurança; fragilidade e solidão. Paralelamente a isso, pesquisas indicam que
ocorre o abandono das funções de casa, diminuição da atenção direcionada aos filhos e
afastamento do trabalho, o que leva a complicações no orçamento doméstico. Dessa
forma, acredita-se que os familiares também merecem a devida atenção por parte da
equipe técnica da instituição de saúde.
Diversas pesquisas indicam que o ato de acompanhar um familiar enfermo envolve
o processo de lidar com dificuldades e obstáculos internos, diretamente relacionados à
vida, à doença e à própria morte (LIMA; TEIXEIRA, 2007). Ainda que o familiar sofra
consequências diretas do processo de internação, o acompanhamento do ente querido é
tido como uma importante função a ser desempenhada. É comum que, nos relatos dos
acompanhantes, estes demonstrem “prazer” e “sentimento de perseverança” ao
ocuparem este papel (CADE; DIBAI, 2008). O ato é geralmente associado às ideias de
recompensa e valorização, caracterizado por atitudes dóceis e passivas, revelando, por
vezes, a tendência dos acompanhantes em reproduzir o que é socialmente aceito (CADE;
DIBAI, 2008). Percebe-se, ainda, a existência do sentimento de afetividade, em que os
familiares acreditam que o acompanhamento pode levar a uma melhor adaptação do
paciente ao ambiente hospitalar (CADE; DIBAI, 2008).
Outro importante aspecto vivenciado pelos familiares refere-se à priorização, por
um processo de escolha ou imposição, das necessidades do ente internado, gerando
comportamentos modestos com relação às suas necessidades e dificuldades (CADE;
DIBAI, 2008).
Em pesquisa realizada por Corrêa e Urizzi (2007), alguns familiares entrevistados
associaram o processo de internação com o sentimento de tristeza e sofrimento. Outros,
no entanto, permaneceram em silêncio, pois, segundo eles, o sentir era mais intenso do
que a tentativa de expressar o momento por meio de palavras. Além disso, é comum que

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os familiares reclamem da falta que o ente querido faz no cotidiano das relações
familiares, ficando uma lacuna a ser preenchida.
Almeida et al. (2009), por sua vez, indicam que os principais sentimentos
vivenciados pelos familiares de doentes internados são: ansiedade, preocupação,
angústia, tristeza, impotência, dor, mágoa, perda, medo, pânico, confiança, segurança,
insegurança, fé e esperança. A ansiedade é frequentemente associada ao ambiente
estranho, às pessoas desconhecidas, às técnicas diversas, sendo estas, muitas vezes,
encaradas como assustadoras. A preocupação, por sua vez, é observada na aflição
sentida pela família diante da situação do parente. Fatores como distância e sofrimento do
ente querido, bem como possibilidade de morte, geram sentimentos de angústia e
tristeza. Nos momentos em que o parente hospitalizado é encaminhado para
dependências que não permitem o acesso do familiar, é comum o aparecimento do
sentimento de impotência, caracterizado por uma sensação de abandono, desesperança
e falta de controle por parte dos familiares, acompanhado pela dor, mágoa, perda, medo e
pânico.
Diferentemente dos sentimentos citados acima, podem ocorrer sentimentos de
confiança e segurança associados ao fato de o paciente ser bem cuidado e receber os
tratamentos necessários. Notam-se, ainda, familiares que se apegam à religião como
forma de conforto, vivenciando os sentimentos de fé e esperança (ALMEIDA et al., 2009).
Com relação às instituições hospitalares, notam-se dificuldades com relação à
infraestrutura no que diz respeito ao oferecimento de melhores condições de
acompanhamento, como não ter uma cama para dormir ou não ter direito à alimentação
(LIMA; TEIXEIRA, 2007). Além disso, é comum que os familiares reclamem de outras
dificuldades, como: falta de informações sobre a situação e tratamento do doente
ocasionada, por vezes, à indisponibilidade interna e/ou externa do profissional para isso;
estilo de vida incompatível com os horários dos hospitais; dificuldade de contato da família
com o médico, faltando informações e apoio; alto nível de ansiedade e dúvidas em
momentos de tomada de decisões difíceis (amputação, medicamentos, procedimentos
invasivos) (LUSTOSA, 2007).

3.2 ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADAS PELA FAMÍLIA


De acordo com pesquisas realizadas por Lorencetti e Simonetti (2005), o que
diferencia a adaptação entre um e outro indivíduo diante do adoecimento são as
estratégias de enfrentamento, ou seja, o coping.
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Estar em coping significa que o sujeito está tentando superar o que lhe causa
estresse, no entanto não é um processo isolado, independentemente de outros fatores. As
estratégias de enfrentamento ocorrem entre indivíduo e ambiente e são influenciadas
pelas características pessoais, ambientais e sociais, variando de pessoa para pessoa
(SANTOS, 2013).
De acordo com Antoniazzi, Bandeira e Dell’Aglio (2000), o coping envolve quatro
conceitos principais: (a) intercâmbio entre sujeito e ambiente; (b) administração, e não
controle ou domínio da situação; (c) associação quanto à capacidade de o indivíduo
avaliar a situação, (d) mobilização de esforço para enfrentar as situações que surgem.
Considerando a teoria, existem duas formas de enfrentamento principais, são elas:
(a) estratégias de coping centradas no problema e (b) estratégias de coping centradas na
emoção. A primeira forma refere-se à mobilização de esforços no sentido de administrar
ou alterar o problema, melhorando a relação entre o indivíduo e o meio. Nesse caso,
procura-se ir ao encontro da fonte de estresse no intuito de minimizá-la ou removê-la,
caracterizando um modo mais adaptativo e voltado para a realidade. A segunda forma de
enfrentamento descreve a tentativa de modificar o impacto emocional causado pela
situação por meio de processos defensivos. Dessa forma, objetiva-se regular a sensação
física desagradável.
Dentre as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos familiares, tem-se o
pertencimento a um grupo. O tempo em que os acompanhantes permaneceram juntos,
dentro de uma mesma instituição hospitalar, contribui para que se instale um sentimento
de pertença a um grupo, em que é possível observar o estabelecimento de laços de
solidariedade e ajuda entre as partes (CADE; DIBAI, 2008). Ao experimentarem as
mesmas situações, os acompanhantes adquirirem sentimentos, comportamentos e
percepções relacionadas ao aprendizado em grupo que acabam por fortalecê-los (CADE;
DIBAI, 2008).
Outro tipo de estratégia usada pelos acompanhantes relaciona-se à solicitação de
informações à equipe técnica, pertinentes ao tratamento do paciente e aos procedimentos
a serem utilizados a fim de auxiliar o parente hospitalizado (CADE; DIBAI, 2008).
No que se refere ao restabelecimento do equilíbrio emocional, os acompanhantes
recorrem à fé como forma de manter a esperança e o otimismo na melhora do paciente,
além de enfrentarem os problemas decorrentes da situação (CADE; DIBAI, 2008).
De acordo com as pesquisas realizadas por Santos (2013), os familiares utilizam
muito a estratégia da reavaliação positiva, do suporte social e da resolução de problemas
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para enfrentarem os momentos de internação do parente. A reavaliação positiva ocorre


quando há controle das emoções que estão relacionadas à tristeza como forma de
reinterpretação, crescimento e mudança pessoal a partir da situação estressante
(DAMIÃO et al., 2009). O suporte social, por sua vez, refere-se ao apoio encontrado nas
pessoas e no ambiente e, por fim, a resolução de problemas ocorre quando há o
planejamento adequado para lidar com os estressores (DAMIÃO et al., 2009). Outras
estratégias, como autocontrole e aceitação da realidade, também ocorrem, porém com
menor frequência (SANTOS, 2013).
Da mesma forma que existem estratégias positivas no enfretamento da situação,
os acompanhantes podem lançar mão de mecanismos centrados na emoção, ou seja, as
defesas egoicas, como regressão, fragilidade, aumento de dependência, infantilização,
sentimentos de culpa e remorso (LUSTOSA, 2007). Há ainda outras estratégias centradas
na emoção, como a fuga-esquiva, o afastamento e o confronto, que costumam ocorrer
paralelamente às estratégias mencionadas anteriormente. Dessa forma, este é o
momento em que a família mais precisa de ajuda, quando se encontra desabando,
ansiando por apoio afetivo, por compreensão, por segurança, força e estabilidade.
De acordo com Damião et al. (2009), podemos compreender as estratégias
centradas na emoção da seguinte forma: o confronto refere-se à apresentação de
comportamentos agressivos com relação à fonte estressora; o afastamento ocorre quando
o indivíduo evita entrar em contato com a ameaça e a fuga-esquiva acontece quando o
familiar fantasia soluções para o problema, sem tomar atitudes para, de fato, modificá-lo.
Tendo em vista que os familiares podem experimentar diversas reações frente à
internação do ente querido, bem como utilizar diferentes estratégias de enfrentamento,
nem sempre vistas como positivas, faz-se necessário um posicionamento humanizado da
equipe de saúde na direção de um atendimento eficaz aos familiares.

4 O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO
Quanto ao processo de humanização no contexto hospitalar, é possível tratar os
familiares sob dois aspectos principais: (a) como sujeito a ser cuidado e (b) como agente
cuidador.
Por um lado, é comum que, durante o processo de adoecimento de um ente
querido, os familiares lancem mão de defesas egoicas nem sempre adequadas, como
regressão, fragilidade, aumento de dependência, infantilização, sentimentos de culpa e
remorso. Por outro, os familiar que acompanha associa seu papel à transmissão de apoio
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e afetividade ao ente querido internado, sentindo-se responsável pelo processo de


adaptação do doente ao ambiente hospitalar (CADE; DIBAI, 2008). É nesse sentido que,
ao serem apoiadas pela equipe de saúde, as famílias se sentem acolhidas e capazes de
contribuir para o tratamento do paciente. Ainda que os familiares se encontrem em
processo de fragilidade emocional, permanecem ocupando um papel importante na vida
do paciente no sentido de proporcionar segurança, apoio, proteção e estimulação.
É com base nesses dois aspectos da humanização – o familiar como sujeito a ser
cuidado e o familiar como agente cuidador – que serão discorridos os dois próximos
tópicos.

4.1 A HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO DAS FAMÍLIAS


No contexto da humanização, o psicólogo é de extrema importância em um
ambiente hospitalar, pois vê o individuo na dimensão biopsicossocial, buscando entender
todos os aspectos ligados ao adoecer (CASTRO; MARTINS; MOREIRA, 2012).
As reações da família diante de um determinado quadro do paciente podem passar
a ele insegurança e angústia. Tais reações podem ser consideradas inadequadas e
ocorrem com certa frequência quando não se consegue interagir com a família do
paciente previamente. Quando a família também é atendida pelo serviço da Psicologia,
seja por uma abordagem individual ou grupal, a sua condição emocional se fortalece,
podendo oferecer um melhor suporte ao familiar que está internado, (CASTRO;
MARTINS; MOREIRA, 2012). Em algumas UTIs, o atendimento psicológico se estende à
família, por considerá-la uma extensão do paciente, o que, frequentemente, auxilia na
recuperação (CASTRO; MARTINS; MOREIRA, 2012). Esse papel de segurança e
proteção que a família exerce deve ser valorizado, além de que os familiares poderão
servir como importantes aliados no fornecimento de informações relevantes a respeito do
familiar internado (LUNARD FILHO et al., 2005). O familiar acompanhante encontra
grandes dificuldades no recebimento de assistência em que o acolhimento e a
humanização estejam presentes. Isso ocorre pelo fato de a equipe, com muita frequência,
não reconhecer a demanda de sofrimento do familiar, bem como pela inexistência de
infraestrutura favorável ao tempo de acompanhamento pelo familiar. É importante que o
psicólogo perceba a maneira com que a família chega à UTI e até mesmo ao hospital,
pois ela pode estar com medo do que pode acontecer com seu ente querido (CASTRO;
MARTINS; MOREIRA, 2012). Sendo assim, é de extrema importância o relacionamento
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da família com a equipe, que deve encorajar o familiar a participar de decisões. Dessa
forma, estabelece-se um cuidado humanizado, em que a intercomunicação família/equipe
seja utilizada como ferramenta base para o bem-estar dos acompanhantes (ALVES;
MATTOS; NASCIMENTO, 2014).
Lunard Filho et al. (2005) evidenciam a singularidade de cada caso, devendo os
profissionais de saúde tratarem paciente e família com cuidado e respeito. Quando bem
orientada sobre a rotina do hospital e a situação do paciente, a família tende a se sentir
acolhida e bem-cuidada, contribuindo muito mais para a recuperação do doente.
É fundamental que a equipe se atente para os fatos à sua volta, para as
manifestações da família que são carregadas de significado; nessa mesma perspectiva,
toda a equipe do hospital deve aprender a identificar e a lidar com a ansiedade, medos,
frustrações, perdas e tomadas de decisões difíceis afeitas à família (LUNARD FILHO et
al., 2005). Porém, foi evidenciado que, apesar de a equipe ter a oportunidade de
desenvolver uma relação mais humanizada com o paciente e sua família, na maioria das
vezes esses momentos estão voltados para a execução de procedimentos mais do que
para a relação terapêutica.
Alguns outros fatores relacionados à humanização também são importantes, não
somente a respeito da postura do profissional, mas também à estruturação do ambiente,
como janelas onde se é possível ver se é dia ou noite, calendários e relógios para que,
tanto o paciente quanto o familiar, possam se situar no tempo (BOLELA; JERICÓ, 2006).
Diante dessas situações, um dos fatores que podem promover a diferenciação no
tratamento dessa família é a atuação do psicólogo hospitalar. A partir de sua compreensão
teórica e de suas habilidades técnicas, o profissional pode contribuir para a reorganização
egoica do todo familiar a partir da reelaboração das fantasias, medos e angústias, além
de dar suporte ao enfrentamento da dor, do sofrimento e medo da perda do ente querido.
O psicólogo hospitalar pode, além disso, atuar na captação dos focos de ansiedade e
angústia da família e na aproximação do grupo familiar à equipe de saúde, facilitando a
comunicação entre eles (LUSTOSA, 2007). É importante que o profissional de saúde
compreenda a experiência vivida de forma singular por cada familiar e, a partir disso,
auxilie-o no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento eficazes.

4.2 A INCLUSÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE TRATAMENTO


Humanizar o tratamento dado às famílias dos pacientes refere-se não só em
humanizar o acolhimento destas, mas dar a elas condições favoráveis para que possam
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acompanhar e auxiliar no processo de tratamento do ente querido internado (BACHION;


MONTEFUSCO; NAKATANI, 2008). No entanto, para permitir que o papel da família seja
devidamente desempenhado junto ao paciente, é necessário que as equipes
multiprofissionais se desenvolvam, aprofundem os conhecimentos e visem potencializar
as forças da família como um todo (BACHION; MONTEFUSCO; NAKATANI, 2008).
Diante das situações que envolvem doenças, tem-se a família como o elemento
mais preparado para dar suporte e apoio ao ente querido doente. De acordo com Bercini
et al. (2007), os profissionais brasileiros vêm, ao longo do tempo, reconhecendo a
importância da presença dos familiares no ambiente hospitalar no sentido de apoiar, dar
suporte e corroborar para o bom andamento do tratamento do paciente.
Além disso, ao longo dos anos, nota-se um aumento no número de pesquisas
envolvendo este tema, sendo que as principais publicações datam do ano de 2010. Esse
aumento pode estar relacionado ao maior interesse dos profissionais da saúde em
aperfeiçoar e buscar formas de trabalho que favoreçam paciente, equipe e família. No
entanto, ainda que o número de pesquisas tenha crescido, a quantidade de publicações é
inferior frente ao número de profissionais que atendem na área da saúde (CREPALDI;
VARELLA, 2000).
Observa-se que a maioria das pesquisas relativas ao tema abordam estudos
referentes aos acompanhantes e familiares, demonstrando uma maior preocupação na
inserção dos familiares no ambiente hospitalar. Embora ainda existam resistências, como
a entrada do familiar nas unidades de terapia intensiva, há interesse da equipe em
compreender a situação dos familiares e intensificar a participação destes no processo de
tratamento (CREPALDI; VARELLA, 2000).

5 DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO


De acordo com Cade e Dibai (2008), as unidades de internação estão em processo
de implantação, ainda tímida, dos processos que permitam a permanência da família no
ambiente institucional. Enfrentam-se dificuldades na inclusão da família e do paciente no
planejamento e execução dos cuidados, especialmente, na transformação desses
indivíduos de “objetos” para “sujeitos” (BOEHS; MONTICELLI, 2007). Os profissionais
possuem dificuldades em compreender que, assim como os pacientes, os familiares
possuem demandas e necessidades, havendo urgência na criação de recursos que
possam apoiar e dar condições para que a família enfrente, de maneira satisfatória, a
internação do ente querido (BOEHS; MONTICELLI, 2007).
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Ainda que o Estatuto da Criança e do Adolescente, por exemplo, estabeleça o


direito à criança de ser acompanhada em tempo integral nas unidades de tratamento,
observa-se a dificuldade da equipe multiprofissional em entrar em um consenso,
submetendo os acompanhantes a horários pré-estabelecidos pela rotina hospitalar. Abre-
se mão das necessidades da criança e do bebê para seguir as necessidades impostas
pela instituição (GAIVA; SCOCHI, 2005).
Ao permitir a permanência da família nas unidades de tratamento, no entanto, é
comum observar a transferência das obrigações da equipe para a família, não havendo
uma organização que favoreça a integração do familiar numa assistência planejada e
compartilhada (GAIVA; SCOCHI, 2005). Além disso, é comum que a equipe de saúde veja
os familiares como agentes controladores e fiscalizadores que muito mais atrapalham do
que ajudam na assistência ao doente (CREPALDI; VARELLA, 2000).
Também é comum que a equipe profissional “julgue” a forma de o acompanhante
se comportar e o categorize em “tipos de acompanhantes”. A partir da forma como o
familiar lida com o doente e trata dele, a equipe profissional decide por reforçar seus
comportamentos ou por afrouxá-los, caracterizando uma relação saudável ou não com a
equipe, respectivamente (BOEHS; MONTICELLI, 2007).
No que se refere ao corpo médico, a preocupação em garantir o melhor tratamento
e a consequente recuperação ou cura do doente têm contribuído para deixar de lado a
singularidade apresentada por cada paciente e sua família. Diante disso, a priorização da
melhora física do doente compromete, de maneira significativa, o atendimento
humanizado e de boa qualidade nas instituições hospitalares (BOLELA; JERICÓ, 2006).
Ainda que o Ministério da Saúde tenha criado, em 2001, o Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar2 (PNHAH) e, em 2003, o PNHAH tenha se
transformado em uma Política Nacional de Humanização – o Humaniza SUS –, os
profissionais da área de saúde ainda priorizam mais o desenvolvimento de técnicas do
que o modo pelo qual o paciente e a família são acolhidos (BOLELA; JERICÓ, 2006).
Ainda de acordo com Bolela e Jericó (2006), determinadas características do
ambiente hospitalar dificultam o atendimento humanizado do paciente e sua família. A alta
tecnologia empregada em determinados setores da instituição sobrepõe-se à utilização

2
O PNHAH propõe um conjunto de ações integradas que visam mudar substancialmente o padrão de assis-
tência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje
prestados por estas instituições. É seu objetivo fundamental aprimorar as relações entre profissional de
saúde e usuário, dos profissionais entre si e do hospital com a comunidade.

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rotineira dos equipamentos. Diante disso, o ser humano ali cuidado passa a não ser
percebido como um ser humano em sua totalidade, que tem o direito de ser atendido em
sua plenitude. Além disso, outro importante fator que contribui para a não humanização do
acolhimento à família e ao paciente são as formas pré-estabelecidas e robotizadas do agir
da equipe multiprofissional que torna a forma de lidar rígida, inflexível, impessoal e
fragmentada.
A dificuldade de humanizar o acolhimento à família e ao paciente também está
relacionada ao modelo biomédico vigente atualmente. Os profissionais da enfermagem,
especialmente, são submetidos às condições precárias de trabalho, por meio de turnos
prolongados, de número insuficiente de pessoal, da baixa remuneração e da
desvalorização das suas ações (BOLELA; JERICÓ, 2006). Diante disso, a equipe
profissional é tratada de forma não humanizada e, consequentemente, trata a família e o
paciente também de forma não humanizada.
Mesmo diante das dificuldades enfrentadas no processo de humanização em
ambiente hospitalar, ainda assim, para os profissionais da saúde, o problema não está no
acompanhamento da família que muito pode contribuir para o tratamento do doente. O
problema encontra-se na falta de suporte institucional, falta de valorização da instituição
para com os familiares e falta de comunicação eficiente entre equipe-família.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da humanização com a família do paciente hospitalizado revela-se de
grande importância para o conhecimento de como se realizam esses processos, do dever
do psicólogo e onde estão as carências da demanda atual.
Como foi visto, a família habitualmente se sente responsável por estar junto do
paciente internado e, por vezes, um influencia o outro, sendo um sistema de
reciprocidade. Dessa forma, a família deve ser valorizada e dada a ela segurança e
informações sobre o que acontece durante todo o processo de internação.
Entretanto, a equipe do hospital ainda demonstra certa resistência, medo e a
sensação de estarem sendo avaliados em seu trabalho. Por esse motivo, muitas vezes,
impõem-se de forma dominadora ou agem de forma a renegar suas responsabilidades,
transferindo-as para os familiares e acompanhantes.
Percebe-se, assim, a necessidade de se trabalhar sobre essas relações, visando
ampliar a compreensão acerca da representação da família no ambiente hospitalar e a
importância do familiar no cuidado com o paciente, sem perder de vista a sua
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singularidade. Acredita-se que, com esse conhecimento apreendido pelos profissionais da


saúde, seja possível melhorar as relações estabelecidas entre as partes, reduzir
resistências, criando, assim, um clima de cooperação que possa favorecer todos os
envolvidos.
Nesse aspecto, a Psicologia Hospitalar se coloca como um importante elemento na
mediação da relação paciente, equipe e família. Através da sensibilidade, senso crítico e
manejo técnico adequado, o psicólogo pode favorecer a participação efetiva da família no
cuidado com o paciente. Por fim, acredita-se que a Psicologia precisa colocar-se mais
ativa em produções científicas, pois, embora apresente efetiva atuação, pouco se
encontram na literatura atual artigos que abordem a temática, o que prejudica as trocas
interdisciplinares entre os profissionais da área e outras correlacionadas.

THE HUMANIZATION PROCESSIN HOSTING FAMILIES OF HOSPITALIZED PATIENTS

ABSTRACT:
The aim of this study is to comprehend how the humanization process develops, while
hosting families of the hospitalized patients. In this sense, it was done a bibliography
review of the main Brazilian journals, on the health area, that cover aspects related to this
subject. Among these aspects, the most important ones arethe way family experience the
hospitalization process of a loved one, the physical and emotional repercussions on the
family of the hospitalization and, finally, the health team perception of how the family
participation improves patient treatment. Appears that the family companion manifests
huge tendency to emotional instability, concerning patient recovering and illness itself. In
addition, the illness process place the relative in contact with internal conflicts and barriers,
related with the illness and the own death.Simultaneously to the suffering,and facing the
situation of the hospitalized loved one, it is common that the relatives try some coping
strategies, which can be positive or negative ones. If, by one hand, the feeling of belonging
to a group creates solidarity and mutual help, relativereassurance promoters, on the other
hand, appears the conflict as aggressive behaviors by the patient towards their relatives.
The humanization process itself, manifests by two ways: In the family as the one to be
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taken care off or as the caregiver agent. When there is no satisfactory interaction between
the family and the health team, the family can presents reactions that will cause anxiety
and insecurity on the patient. In this sense, it is essential a humanized treatment towards
the family by the health team, in order to ensure their emotional strengthening, which, in
turn, will allow a better family support. It can also be verified some difficulties in the
humanization process regarding the hospital environment, mainly related to lack of
institutional support, acknowledgment of the relatives’ importance and efficient
communication between family and professional team.

Key words: hospitalization, family, humanization

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