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COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO

SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

MÓDULO IV
INDICADORES DA CONDUTA E DO COMPORTAMENTO
DAS VÍTIMAS
Observação: Todas as imagens de crianças apresentadas nesse curso foram obtidas de site de pesquisa,
de domínio público e são meramente ilustrativas.
Curso de Educação Continuada a Distância
A experiência de abuso
sexual pode afetar o
desenvolvimento
cognitivo, afetivo e social
de crianças e
adolescentes de
diferentes formas e
intensidade.1

1. Elliott & Carne, 2001; Runyon & Kenny, 2002; Saywitz, Mannarino, Berliner & Cohen, 2000.
O impacto da violência sexual está relacionado a três conjuntos de
fatores:
1. Fatores intrínsecos à criança, tais como: vulnerabilidade e
resiliência pessoal;

2. Fatores extrínsecos, envolvendo a rede de apoio social e afetiva


da vítima;

3. Fatores relacionados com a violência sexual em si, como por


exemplo, duração, grau de parentesco/confiança entre vítima e
agressor, reação dos cuidadores não-abusivos na revelação e
presença de outras formas de violência.1

1. Habigzang & Koller, 2006.


Devido à complexidade e à quantidade de fatores envolvidos no
impacto da violência sexual para a criança, esta experiência é
considerada um importante fator de risco para o desenvolvimento de
psicopatologias.1

Crianças e adolescentes podem desenvolver quadros de:


 Depressão
 transtornos de ansiedade, alimentares e dissociativos,
 enurese,
 Encoprese
 hiperatividade e déficit de atenção
 transtorno do estresse pós-traumático.2
1. Saywitz et al., 2000.
2. Briere & Elliott, 2003; Cohen, Mannarino & Rogal, 2001; Duarte & Arboleda, 2004; Habigzang & Caminha, 2004; Runyon &
Kenny, 2002).
Entretanto, o transtorno do
estresse pós-traumático (TEPT)
é a psicopatologia mais citada
como decorrente do abuso
sexual, uma vez que é estimado
que 50% das crianças que foram
vítimas desta forma de
violência desenvolvem
sintomas.
(Cohen, 2003; Saywitz et al., 2000).
Além de transtornos psicopatológicos, crianças e adolescentes
vítimas de abuso sexual podem apresentar alterações
comportamentais, cognitivas e emocionais.

Entre as alterações comportamentais destacam-se:


 Conduta hipersexualizada;
 Abuso de substâncias;
 Fugas do lar;
 Furtos;
 Isolamento social;
 Agressividade;
 Mudanças nos padrões de sono e alimentação;
 Comportamentos autodestrutivos, tais como se machucar e
tentativas de suicídio.
As alterações cognitivas incluem:
 Baixa concentração e atenção
 Dissociação;
 Refúgio na fantasia;
 Baixo rendimento escolar;
 Crenças distorcidas (percepção de que é culpada pelo abuso);
 Diferença em relação aos pares;
 Desconfiança;
 Percepção de inferioridade;
 Inadequação.
As alterações emocionais referem-se
aos sentimentos de:
 Medo
 Vergonha
 Culpa
 Ansiedade
 Tristeza
 Raiva
 Irritabilidade.

1. Cohen & Mannarino, 2000b; Cohen et al., 2001; Habigzang & Koller, 2006; Haugaard, 2003; Jonzon & Lindblad, 2004.
O abuso sexual também pode
ocasionar sintomas físicos tais
como hematomas e traumas nas
regiões oral, genital e retal,
coceira, inflamação e infecção nas
áreas genital e retal, doenças
sexualmente transmissíveis,
gravidez, doenças psicossomáticas
e desconforto em relação ao
corpo.
(Sanderson, 2005)
INDICADORES NA CONDUTA:
sinais corporais ou provas materiais
Educação Continuada a Distância
 Enfermidades psicossomáticas: são uma série de problemas de
saúde sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, erupções
na pele, vômitos e outras dificuldades digestivas, que têm, na
realidade, fundo psicológico e emocional.
 Doenças sexualmente transmissíveis.
 Dificuldade de engolir.
 Canal da vagina alargado, hímen rompido e pênis ou reto
edemaciados ou hiperemiados.
 Baixo controle dos esfíncteres, constipação ou incontinência fecal.
 Sêmen na boca, nos genitais ou na roupa.
 Roupas íntimas rasgadas ou manchadas de sangue.
 Gravidez precoce ou aborto.
 Ganho ou perda de peso.
 Traumatismo físico ou lesões corporais.
PROVAS IMATERIAIS:
Comportamento ou Sentimento

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 Medo quando a criança é deixada sozinha em algum lugar com
alguém.
 Medo do escuro ou de lugares fechados.
 Mudanças extremas, súbitas e inexplicadas no comportamento,
como oscilações no humor entre retraída e extrovertida.
 Mal-estar pela sensação de modificação do corpo e confusão de
idade.
 Regressão a comportamentos infantis, como choro excessivo sem
causa aparente, enurese, chupar dedos.
 Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica.
 Baixo nível de autoestima e excessiva preocupação em agradar os
outros.
 Vergonha excessiva, inclusive de mudar de roupa na frente de
outras pessoas.
 Culpa e autoflagelação.
 Ansiedade generalizada, comportamento tenso, sempre em estado
de alerta, fadiga.
 Comportamento agressivo, raivoso, principalmente dirigido
contra irmãos e um dos pais não incestuoso.
 Alguns podem ter transtornos dissociativos na forma de
personalidade múltipla.
 Resistência em participar de atividades físicas.
 Frequentes fugas de casa.
 Prática de delitos.
 Envolvimento em prostituição infanto-juvenil.
 Uso e abuso de substâncias como álcool, drogas lícitas e
ilícitas.
 Assiduidade e pontualidade exageradas, quando ainda
frequenta a escola. Chega cedo e sai tarde da escola,
demonstra pouco interesse ou mesmo resistência em voltar
para casa após a aula.
 Queda injustificada na frequência escolar.
 Dificuldade de concentração e aprendizagem resultando em
baixo rendimento escolar.
O QUÊ VOCÊ ESTUDOU?
Leia a Notícia 4 e faça a Atividade Orientada 4 – referente à notícia,
Depois, assista ao Vídeo 3 e faça a Atividade Complementar 3 e, por
último, faça o Teste 4.
Boa sorte!

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