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Curso sobre

ESCUTA ESPECIALIZADA E
REVELAÇÃO ESPONTÂNEA
Daniela ZeponiGarcia Reis
Psicóloga Judiciária no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
CRP 08/14702
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Sumário
ABUSO SEXUAL INFANTIL 1
Aula 1.1. Aspectos gerais do Abuso Sexual Infantil (ASI) 1
Aula 1.2. Consequências do Abuso Sexual Infantil e a Rede de proteção 6
Aula 1.3. Consequências do Abuso Sexual Infantil e o Sistema de Garantia de 12
Direitos
Aula 1.4. O que são parafilias e pedofilia 20
Aula 1.5. As dinâmicas do abuso sexual infantil 25
Aula 1.6. Mitos que envolvem o abuso sexual infantil 32
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL E COGNITIVO 35
Aula 2.1. Fases do Desenvolvimento da criança 35
Aula 2.2. Aspectos introdutórios do desenvolvimento psicossocial e 40
cognitivo
O RAPPORT E A SUA IMPORTÂNCIA PARA A REVELAÇÃO ESPONTÂNEA E 50
ESCUTA ESPECIALIZADA
Sumário
ASPECTOS GERAIS DE UMA BOA ESCUTA ESPECIALIZADA 57
Aula 4.1. A importância do tipo de questões 57
Aula 4.2. Características do Entrevistador e da Entrevista 60
Aula 4.3. Artefatos visuais 65
Aula 5.1. Apresentando o Protocolo NICHD como possibilidade para realização 65
da Escuta Especializada
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Abuso Sexual Infantil

Aula 1.1. Aspectos gerais do Abuso Sexual Infantil (ASI)

Daniela ZeponiGarcia Reis


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ASPECTOS GERAIS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

• Qualquer forma de contato ou apresentação de conteúdo sexual para a


criança

Definição pelo Ministério da Saúde (2002)

Todo ato ou jogo sexual em que o agressor está em um estágio do


desenvolvimento psicossexual mais avançado do que a criança. Tal fenômeno
pode variar desde atos sem contato sexual, até atos sexuais com ou sem
penetração(coito)

• Relação de PODER entre agressor e a vítima

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ASPECTOS GERAIS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Dados da Prevalência do ASI no Brasil


No dia 18 05 2020 o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos (MMFDH) divulgou o balanço do Disque 100 com dados
sobre a violência sexual.

❖ A cada hora, 3 crianças ou adolescentes são abusos no Brasil


❖ 80% dos abusos acontece DENTRO DE CASA (intrafamiliares)

• 1 em cada 3 a 4 meninas será vítima de abuso ou exploração sexual antes


dos 18 anos.

• 1 em cada 6 a 10 meninos será vítima de abuso ou exploração sexual


antes dos 18 anos.

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ASPECTOS GERAIS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Prevalência Mundial e Brasileira


Estudo evidencia que as meninas são mais vítimas de ASI que os
meninos. Levantam se algumas hipóteses sobre este fato:

a) a cultura do estupro, que se estabelece na nossa sociedade há


muitos anos;

b) esses dados de prevalência se dão por notificação, isto é,


a criança revelou em algum
momento da vida o que aconteceu com ela para que fosse possível
contabilizar os dados;

c) a notificação por parte dos meninos também é baixa devido às


dificuldades que eles passam em revelar às situações vividas por eles.

Dados obtidos E os casos que Dificuldades na


por meio de nunca foram revelação por
revelações revelados? parte dos meninos

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CARACTERÍSTICAS GERAIS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Extraído de Habigzang e Koller, 2011.

Os abusos ocorrem predominantemente na casa da vítima; Na maioria dos

casos, o ASI é cometido por uma pessoa conhecida pela criança (intrafamiliar)

• Principais perpetradores: pai e padrasto; não se exclui a possibilidade de

mulheres cometerem o crime

• Principais vítimas: meninas Idade de início: precoce, de 5 a 10 anos

• Na maioria dos casos o abuso é revelado pelo menos um ano após seu início

• Geralmente as únicas testemunhas do crime são a criança e o agressor.

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Abuso Sexual Infantil

Aula 1.2. Consequências do Abuso Sexual Infantil e a


Rede de proteção

Daniela ZeponiGarcia Reis


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CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

O ASI pode trazer danos primários e danos secundários para a criança

• Pode trazer graves danos há inúmeras áreas da vida da vítima;


• Muitas das consequências do ASI são formas adaptativas de
DANOS sobrevivência ao contexto agressor

PRIMÁRIOS ❖ Comportamento violento da vítima


- Se inibe novas agressões
❖ Comportamento de isolamento/depressão da vítima
- Se inibe novas agressões
Por danos primários entende
❖ TEPT alerta possíveis futuros eventos agressivos controle de novas
se os eventos diretamente
agressões
ligados ao abuso

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CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Um estudo de revisão ( Beltran , 2010) avaliou as consequências em longo prazo do


abuso sexual infantil investigadas em artigos publicados em inglês e espanhol entre
1997 e 2007. Foram consultadas as bases SciELO , Psycinfo e Web of Science.

1. Problemas emocionais (i.e., depressão, bipolaridade, sintomas e

DANOS transtornos de ansiedade, transtorno de estresse pós traumático, baixa


autoestima, alexitimia (incapacidade de sentir emoções), transtorno de
PRIMÁRIOS personalidade borderline , condutas autodestrutivas, ideação e conduta
suicida );

2. Problemas de relacionamento (i.e., isolamento e fobia social,


dificuldade de relacionamento com pares, dificuldade na criação dos
filhos)

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CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

3. Problemas de conduta e adaptação social ( i.e., hostilidade, transtornos de


conduta)

4. Problemas funcionais (i.e., transtornos alimentares, dores físicas,

DANOS transtornos conversivos ( somatização sem indícios físicos que


expliquem o quadro), crises convulsivas não epiléticas, transtorno
PRIMÁRIOS dissociativo , desordens ginecológicas e abuso de substâncias

5. Problemas sexuais (i.e., sexualidade insatisfatória e disfuncional,


comportamento sexual de risco, maternidade precoce, prostituição,
revitimização )

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CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

O ASI pode trazer danos primários e danos secundários para a criança

• Por danos secundários entende se as consequências do sistema de um


mal atendimento dessas vítimas

DANOS • Número elevado de entrevistas realizadas

SECUNDÁRIOS • Danos primários poderão ser agravados

• A criança tem um papel fundamental nos processos e seu direito precisa


ser assegurado por um atendimento profissional

• Em média a criança é ouvida no Brasil 8 vezes até que alguma medida


protetiva seja tomada

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CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Constrangimento
O processo é longo Exposição a que são para falar em
e estressante submetidas público sobre
o tema

Desagradável estar Impressão de ser Desamparo de depor


perto da pessoa por acusada de estar em espaço isolado
quem foi abusada mentindo dos demais familiares
de confiança

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Abuso Sexual Infantil

Aula 1.3. Consequências do Abuso Sexual Infantil e o


Sistema de Garantia de Direitos

Daniela ZeponiGarcia Reis


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A LEI 13.431/2017 e o Sistema de Garantia de Direitos

Lei 13.431 (Brasil, 2017)

• Estabelece o Sistema de Garantia de Direitos da criança e do


adolescente vítima ou testemunha de violência.

• Art. 5, inc. XI ser assistido por profissional capacitado e conhecer os


profissionais que participam dos procedimentos de escuta especializada
e depoimento especial

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A LEI 13.431/2017 e o Sistema de Garantia de Direitos

Lei 13.431 (Brasil, 2017)

❖ Art. 7 o Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre


situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da
rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para o
cumprimento de sua finalidade.

• Art. 14, § 1 º, , inc. II estabelece como diretriz a capacitação


interdisciplinar continuada, preferencialmente conjunta, dos
profissionais

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A LEI 13.431/2017 e o Sistema de Garantia de Direitos

ESCUTA ESPECIALIZADA: entende se ser uma


escuta que vai resultar em uma notificação na
proteção desta criança

PREVENÇÃO
AOS DANOS
SECUNDÁRIOS DEPOIMENTO ESPECIAL: escuta que ocorre
normalmente em um fórum ou um local em
que aquilo vai contar como uma prova daquele
crime. O relato da criança ou o testemunho dela é
tomado como prova

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A LEI 13.431/2017 e o Sistema de Garantia de Direitos

PERÍCIA: o perito é um profissional de confiança do


juiz. Ele é nomeado pelo juiz para avaliar alguma
questão que a justiça, com o seu conhecimento, não
dá conta de compreender. Vai apresentar um laudo
PREVENÇÃO ao juiz, para que este compreenda o que foi
avaliado por este profissional.
AOS DANOS
SECUNDÁRIOS
ASSISTÊNCIA TÉCNICA: é o profissional
contratado pelas partes. Este profissional vai
auxiliar as partes a compreender se o procedimento
da perícia foi bem conduzido ou não.

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A LEI 13.431/2017 e o Sistema de Garantia de Direitos

NOTIFICAÇÃO: é obrigatória para qualquer


profissional de saúde (público ou privado).
* Portaria 1271 de 06 de junho de 2014

Notificações
Sistema de Informação de Agravos de
vs. Notificação (SINAN) sistema nacional de
Denúncias registros de notificações (dados
epidemiológicos)

Ficha Individual de Notificação (FIN SINAN)


Disponível em
http://portalsinan.saude.gov.br/notificacoes
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A LEI 13.431/2017 e o Sistema de Garantia de Direitos

NOTIFICAÇÃO: Permite romper o ciclo da


violência garantindo a proteção às vítimas

Notificações
NOTIFICAÇÃO: Permite m apear
vs. aspectos epidemiológicos da violência
Denúncias políticas públicas (prevenção))

DENÚNCIA: Só pode ser feita pelo Ministério


Público

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A LEI 13.431/2017 e o Sistema de Garantia de Direitos

Onde notificar em casos de violência


contra crianças e adolescentes?

- Conselho Tutelar

- Juízo da Infância e Juventude


Notificações
- Disque 100

- Proteja Brasil ( App

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Abuso Sexual Infantil

Aula 1.4. O que são parafilias e pedofilia

Daniela ZeponiGarcia Reis


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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

• Como vimos, na maioria dos casos, o ASI é cometido por uma pessoa
conhecida pela criança (abuso intrafamiliar)
• Abusos Sexuais Extrafamiliares
* Importante diferenciar o que é Abusador do que é Pedófilo (nome
correto é pedofílico).
Abusador é quem comente o crime relacionado ao abuso sexual. Pedófilo é
um nome inadequado para uma pessoa que tem transtorno pedofílico. Que é
uma preferência do desejo sexual uma Parafilia .
PEDOFILIA: Está dentro de um grupo de transtornos (está no CID 10 F 65.4)
no qual é denominado de parafilia, que são transtornos da preferência e do
desejo sexual. O indivíduo que tem transtorno pedofílico possui interesse
sexual por uma criança, por características infantis. Esse interesse é
recorrente.

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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Assim, o pedofílico pode ter um relacionamento estável. Pode manter esse


nível de fantasias sem nunca consumir uma pornografia infantil (que é crime).
Pode também, por exemplo nunca realizar uma investida sexual em uma
criança, que também é crime. Essa pessoa é um fator de risco se não obtiver
ajuda.

❖ Pode haver uma pessoa com Pedofilia que não cometa ASI, assim como
pode haver uma pessoa que cometa ASI, mas que não possua transtorno
pedofílico .

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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Abusos Sexuais Extrafamiliares


* Importante diferenciar MOLESTADOR de ABUSADOR.
O molestador é tipicamente o indivíduo que comete crimes sexuais contra
crianças que não conhece (extrafamiliar). O abusador seria aquele que
comete crimes contra crianças conhecidas (intrafamiliar).

Dentro dessa categoria de molestadores, podemos encontrar situacionais


e preferenciais! Os molestadores situacionais são aqueles que agem ao
observar a oportunidade de uma criança em contexto de vulnerabilidade.
Normalmente envolve um ato de extrema violência, são menos
inteligentes.

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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Os molestadores preferenciais normalmente têm o diagnóstico de pedofilia,


são mais inteligentes, articulados, selecionam uma vítima e perseguem ela
até conseguir cometer o crime. Um exemplo disso é o caso da menina Araceli
Crespo (18 de maio de 1973) e da menina Rachel Genofre (2008 Curitiba).

• Sugestão de leitura: Perfil Psicológico e comportamental de

agressores sexuais de crianças.

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Abuso Sexual Infantil

Aula 1.5. As dinâmicas do abuso sexual infantil

Daniela ZeponiGarcia Reis


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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Furniss, 1993

Características da situação abusiva que fazem com que o ato


seja mantido em segredo.

Síndrome do Segredo Agressor pode fazer ameaças à criança. Pode fazer barganha.
Promete atenção. Promete presentes. Ou ainda faz ameaças
como “vai matar a criança”, “vai se matar” ou matar
alguma pessoa envolvida.

Muitas vezes a dinâmica familiar também não contribui para


uma possível revelação. A família pode não possuir repertório
para lidar com uma revelação de ASI e isso colabora para que o
segredo se mantenha.

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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Furniss, 1993

Tem a ver com o agressor. A maior parte dos casos o agressor é


intrafamiliar. Sendo intrafamiliar, este agressor vai se

Síndrome da adição aproximando gradativamente da criança com o objetivo de


satisfazer suas necessidades sexuais e suas fantasias. Esta
aproximação vai até o ponto que ele rompe uma barreira e a
criança percebe aquilo como um evento abusivo.

Então primeiro ele tem as fantasias sexuais. Assim ele vai fazendo pequenas investidas e
estas não são observadas pela criança como um evento abusivo.
Como não foi observado, o agressor teve um alto nível de excitação sexual, e acaba
retornando à isso. Nessa retomada ele vai fazer uma investida que pode ser observada pela
criança como um ato mais abusivo, e assim por diante.
Furniss (1993), comenta que é uma adição semelhante a do álcool. A pessoa sabe que é
errado, sabe que não pode fazer, tenta e não consegue parar, depois que já se está
dependente daquilo. 27
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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Furniss, 1993

As vezes a vítima de ASI já tentou por tantas vezes sair desta


situação abusiva que ela acaba se “cansando”, entrando em

Síndrome da desamparo aprendido e para de tentar sair destas situações


abusivas. Isto pode acontecer até como uma estratégia de
“acomodação”
sobrevivência.

Assim o autor coloca como “acomodação” esta característica que daria o aspecto de
“normalidade”, isto é, como se aqueles atos abusivos fossem algo normal aos olhos da
criança. Muitas vezes o abusador, até como Síndrome do Segredo, passa essa ideia para a
criança. Faz a criança sentir e perceber o ato abusivo como algo “normal”, como algo
“educativo” e que não há problema algum nas situações que acontecem .

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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Furniss, 1993

Muitos atos abusivos acontecem desta maneira. O abusador


acaba não mantendo contato visual com a vítima e ele parece

Ritual de que faz um recorte no tempo nas situações de agressão.

entrada/saída

Vou comentar aqui uma situação para ficar mais esclarecido.

No filme “A Preciosa” é possível ver estas cinco dinâmicas.

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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Furniss, 1993

Encontrada nas vítimas sobreviventes. Nos adultos.

Como o agressor utilizou se por muito tempo de barganhas com


Traição a criança para manter aquilo em sigilo, fez ameaças e tudo o
mais, isso fica armazenado na memória da criança.

Ao longo da vida, esta pessoa em seu desenvolvimento, se


depara analisando que todas essas tentativas do agressor em
manter o ato abusivo em segredo foi uma forma secundária de
obter um ato abusivo, e aquilo se generaliza para as esferas da
vida.

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DINÂMICAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Furniss, 1993

Observa se em adultos sobreviventes de abuso sexual uma


dificuldade no relacionamento que por vezes bate nesta

Traição questão, de não poder confiar nas pessoas.

No decorrer do ato abusivo, é possível observarmos todas estas


características.

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Abuso Sexual Infantil

Aula 1.6. Mitos que envolvem o abuso sexual infantil

Daniela ZeponiGarcia Reis


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MITOS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Sanderson, 2005; Lidchi, 2010; Willians, 2012

• O abuso acontece apenas nas classes sociais mais baixas

• O abuso só acontece na zona rural ou apenas na zona urbana

• O adulto que maltrata é doente

• Homens gays têm mais interesse por crianças do que os heterossexuais

• O adulto que maltrata usa drogas ou álcool

• As crianças e os adolescentes contribuem para o processo do abuso e, no


caso do abuso sexual, o provocam

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MITOS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Sanderson, 2005; Lidchi, 2010; Willians, 2012

• Apenas meninas são vítimas do abuso sexual


• Os autores de abuso sexual são homens
• Os autores de abuso sexual são vítimas de abuso sexual
• Não há tratamento para a pedofilia
• O ofensor sexual é facilmente identificável por sua aparência, etnia e
conduta
• Agressores sexuais são isolados e desarticulados
• Agressores sexuais geralmente abordam crianças utilizando se da
violência física
• A única prova eficaz para a comprovação do abuso sexual é o Exame de
Corpo Delito

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Desenvolvimento Psicossocial
e Cognitivo
Aula 2.1. Fases do Desenvolvimento da criança

Daniela ZeponiGarcia Reis


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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

• Desenvolvimento infantil é progressivo


❖ Ainda existem muitas pessoas que acham que as crianças tem as
mesmas capacidades cognitivas que os adultos. Isso se torna um grande fator
de risco pro cometimento de violência contra elas, inclusive.
• O desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial ocorrem de maneira
simultânea
• Ciclos de vida: construções sociais (estabelecimento de faixas etárias em
relação ao desenvolvimento são arbitrárias)
• Código de Menores vs. Estatuto da Criança e do Adolescente
❖ Há até hoje uma cultura de que as crianças não seriam sujeitos em
desenvolvimento mas indivíduos com as mesmas características cognitivas de
adultos .

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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

Desenvolvimento cognitivo
• As capacidades de aprender e lembrar estão
presentes, mesmo nas primeiras semanas
• Uso de símbolos e capacidade de resolver
problemas se desenvolvem por volta do
Primeira infância final do segundo ano de vida
• A compreensão e o uso da linguagem se
(nascimento -03 anos)) desenvolvem rapidamente
(Papalia & Feldman,
2013)
Desenvolvimento psicossocial
• Formam se os vínculos afetivos com os pais
e com outras pessoas
• Autoconsciência se desenvolve
• Ocorre a passagem da dependência para a
autonomia
• Interesse por outras crianças

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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

Desenvolvimento cognitivo
• Pensamento egocêntrico, mas aumenta a
compreensão do ponto de vista dos outros
• Imaturidade cognitiva resulta em algumas
ideias ilógicas sobre o mundo
Segunda infância • Aprimoram se a memória e a linguagem
(03-06 anos)
(Papalia & Feldman,
2013)
Desenvolvimento psicossocial
• Autoconceito e a compreensão das
emoções tornam se mais complexos
• O brincar torna se mais imaginativo e
geralmente mais social
• Altruísmo, agressão e temos são comuns
• A família é o foco da vida social
• Mais importância por outras crianças
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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

Desenvolvimento cognitivo
• Pensamento mais lógico e concreto
• Habilidades de memória e linguagem
aumentam
• Ganhos cognitivos permitem à criança
Terceira infância beneficiar se da escola
(06-11 anos)
(Papalia & Feldman,
2013)
Desenvolvimento psicossocial
• Autoconceito torna se mais complexo
autoestima
• Amigos exercem importância fundamental

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M Ó D U LO 2

Desenvolvimento Psicossocial
e Cognitivo
Aula 2.2. Aspectos introdutórios do desenvolvimento
psicossocial e cognitivo

Daniela ZeponiGarcia Reis


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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

Memória

Aspectos
introdutórios do
desenvolvimento
Linguagem

Desenvolvimento
Psicossocial
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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

• Existe 246 tipos de memória. Memória é uma


das coisas mais importantes no
desenvolvimento da Psicologia;
• A memória é uma dos processos psicológicos
básicos mais importante de se estudar dentro
do desenvolvimento infantil;
• A memória também passa por um
Memória •
desenvolvimento progressivo
Em que pese houver estudos que
demonstram traços de memorização já em
período pré natal (voz da mãe), ela só será
melhor desenvolvida quando se desenvolver
também o estudo da linguagem;
• Importante papel da linguagem como
símbolo de evocação da memória;
• Memória vs. capacidade de verbalizar (são
coisas diferentes!)

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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

Memória

Aspectos
introdutórios do
desenvolvimento
Linguagem

Desenvolvimento
Psicossocial
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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

Memória em Script
(questão fechada)

Tipos de memória
vs.
Tipo de questões Memória Episódica
(memória de evocação livre)
(questões abertas)

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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

• O desenvolvimento da linguagem também é


progressivo;
• A criança tem a capacidade de produzir
fonemas aos 04 anos;
• A criança tem a capacidade de compreender
todos os fonemas por volta dos 08 anos de
idade;

Linguagem Pela amplitude do nosso país, a pronúncia
nem sempre é constante (sotaque);
• Crianças podem evitar usar uma palavra que
não pronunciam corretamente;
• Apenas com 05 anos uma criança consegue
compreender proposições como “dentro”,
“encima”, “embaixo”, “à frente”;
• Por volta dos 07 anos de idade ainda
apresentam dificuldades em compreender a
diferença entre “antes” e “depois”;

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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

Memória

Aspectos
introdutórios do
desenvolvimento
Linguagem

Desenvolvimento
Psicossocial
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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

• Se eu não der a permissão para a criança falar


que ela não sabe o que eu estou perguntando
para ela, ou ainda que ela não lembra, essa
criança dificilmente falará espontaneamente
isso, por conta da desejabilidade social.
• Vamos pensar! Essa criança está conversando
Desenvolvimento com um adulto.
• Ela sabe que essa situação da conversa é
Psicossocial crítica. Porque alguma coisa está sendo
alegada e alguma consequência isso vai ter
dessa entrevista.
• A criança acaba querendo se portar como
sendo “adequada” ou “socialmente
desejada”.

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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

• Dar permissão à criança para falar “Eu não


sei” e “Eu não lembro”. Dar um exemplo
prática para que ela desempenhe durante a
entrevista essas permissões que foi dada à
ela.
• Dar permissão para a criança para corrigir
Desenvolvimento eventuais erros do entrevistador.
• Dar permissão à criança questionar caso não
Psicossocial tenha entendido alguma pergunta.
• Relatar à criança que o entrevistador não
sabe o que aconteceu e precisa dela para
compreender o que aconteceu.
• Permitir a criança negar se a responder
determinada questão.
• Questão de direito de não querer falar sobre
o que aconteceu com ela.

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Desenvolvimento Psicossocial e Cognitivo

• Discussão sobre verdade e mentira. Em


alguns países essa questão é uma exigência
legal. Criança tem que comprovar sua
capacidade em falar a verdade e não dizer
mentira. No Brasil essa capacidade não é
questionada, mas se mantém essa boas
Desenvolvimento práticas.
• Treinar a habilidade de falar verdades e
Psicossocial identificar mentiras.

• VOCÊS ACREDITAM QUE OS MAUS TRATOS


CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES PODEM
RESULTAR EM PREJUÍZOS AO
DESENVOLVIMENTO? ACREDITAM QUE ISSO
AFETA DE ALGUMA FORMA A CAPACIDADE
DAS CRIANÇAS EM SEREM INFORMATIVAS EM
UMA ESCUTA ESPECIALIZADA?

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M Ó D U LO 3

O Rapport e a sua importância


para a revelação espontânea e
escuta especializada

Daniela ZeponiGarcia Reis


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RAPPORT

Rapport é uma palavra de origem francesa ( rapporter ), que significa “trazer


de volta” ou “criar uma relação”.

O conceito de Rapport é originário da Psicologia , utilizado para designar a


técnica de criar uma ligação de empatia com outra pessoa, para que se
comunique com menos resistência.

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RAPPORT

• Procurar sempre chamar a criança pelo nome

• Interessar se REALMENTE e GENUINAMENTE pelo que ela está contando

• Postura mais empática do profissional

• Mostrar se interessado em conhece-la, expressando este sentimento


através de perguntas abertas!

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RAPPORT

• Perguntas abertas

- Me conte mais sobre....

- Me conte tudo sobre....

- Me fale sobre o que você mais gosta de fazer....

- Aqui você pode falar sobre tudo. Você prefere escrever ou soletrar ao invés
de falar?

- Ajudaria se sua professora (ou outra pessoa de confiança da criança)


participasse da nossa conversa?

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RAPPORT

• Como sabemos que o Rapport foi construído?

Quando a criança nos conta mais informações sobre os acontecimentos do


que perguntamos à ela.

Ex. Como foi seu final de semana?

Este fim de semana sai com meu namorado.

Ex. Como foi seu final de semana?

Este fim de semana sai com meu namorado, comemos pizza e fomos ao
cinema assistir “O Rei Leão”.

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RAPPORT

• O que precisamos saber nos casos de violência sexual infantil?

- O que aconteceu?

- Quando?

- Quantas vezes?

- Onde?

- Como?

Chamamos isso também de construção da cena jurídica. Isto é de suma


importância para a esfera criminal/penal.

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RAPPORT

O que vocês veem??

A mulher??

O leão??

O pássaro??

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M Ó D U LO 4

Aspectos gerais de uma boa


escutaespecializada
Aula 4.1. A importância do tipo de questões

Daniela ZeponiGarcia Reis


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Tipos de Questões

Questões abertas

✓ Evocação Livre Memória episódica

✓ Maior número de detalhes fornecidos

✓ Relatos mais longos

✓ Maior compreensão do que o entrevistador


gostaria de saber

✓ Não introduz uma informação nova

✓ Menos sugestionabilidade

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Desenvolvimento
Desenvolvimento
Psicossocial
Psicossocial
e Cognitivo
e Cognitivo

Muitas vezes as respostas estão na


própria questão

Maior chance do entrevistador


sugerir respostas

Questões Entrevista sobre a hipótese do


Fechadas entrevistador e não sobre a memória
(Lyon, 2010) da criança
Linguagem
Maior chance da criança não
compreender alguma estrutura de
frase ou vocabulário
Crianças que não entendem as
perguntas do entrevistador
dificilmente questionam sobre 59
M Ó D U LO 4

Aspectos gerais de uma boa


escutaespecializada
Aula 4.2. Características do Entrevistador e da Entrevista

Daniela ZeponiGarcia Reis


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➢ Atualização em práticas baseadas em evidências sobre entrevistas
forenses

➢ Supervisão : revisão de pares + novos treinamentos grupo multidisciplinar


Atribuições do
➢ Postura adequada para realizar uma entrevista com obtenção de dados
Entrevistador precisos e válidos (ex. do rapport)

➢ Adaptações necessárias à realidade da criança (como por ex., crianças


com alguma deficiência, diversidade cultural, crianças bilíngues)

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➢ É indicado que a realização da escuta ocorra o mais próximo possível do
evento em questão

➢ É preferível entrevistas curtas, principalmente com crianças mais jovens

➢ Deve se avaliar sinais de cansaço, se a criança precisa ir ao banheiro,


A Entrevista precisa de uma água, etc...

➢ É importante que o local onde a escuta será realizada seja o mais neutro
possível, deve ser um ambiente informal e livre de distrações

➢ Interessante adotar o menor número possível de entrevistas e momentos


de escuta para elucidar a maior quantidade de informações possíveis

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➢ Para o Depoimento Especial o uso de protocolos é obrigatório..

Para a Escuta Especializada sugestionamos o uso do Protocolo NICHD ou


Entrevista Cognitiva. Estes instrumentos são validados cientificamente e
podem dar uma diretriz mais sólida e ética de como conduzir uma escuta.

A Entrevista ➢ Estabelecimento do Rapport

➢ Evitar ser sugestivo no Rapport

➢ Deve ser levado em consideração aspectos do desenvolvimento da


criança

➢ Predominância de questões abertas

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➢ Um entrevistador

➢ O ideal é que não estejam presentes parentes da criança


Os
➢ Nenhum suspeito deve estar no local da escuta e de

Participantes preferência também não nas imediações

➢ Na presença de outras crianças a escuta deve ser conduzida


individualmente

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M Ó D U LO 4

Aspectos gerais de uma boa


escutaespecializada
Aula 4.3. Artefatos visuais

Daniela ZeponiGarcia Reis


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Risco do uso de bonecas
anatômicas

Desenhos com
questionamentos abertos

A entrevista e Desenhos anatômicos ou


os “Artefatos Mapas corporais devem ser
visuais” evitados

Outros artefatos devem ser


evitados

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Artefatos visuais (A.V.) in Hill, 2017.

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Artefatos visuais (A.V.) in Hill, 2017.

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M Ó D U LO 5
Aula 5.1. Apresentando o Protocolo NICHD como
possibilidade para realização da Escuta Especializada

Daniela ZeponiGarcia Reis


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Trata-se da técnica de entrevista
investigativa mais importante
desenvolvida nos últimos 40 anos.
Considerada por muitos pesquisadores
como um marco histórico na
investigação do abuso infantil
Protocolo
NICHD • Desenvolvimento em parceria com outros países: Israel, EUA,
( Faller 2015) Reino Unido, Canadá, Escócia, Suíça, Portugal, China e Brasil.
Mais de 40.000 entrevistas analisadas.

• Pesquisa desenvolvida em campo

• Equipe de pesquisadores tem acesso a infraestrutura para


avaliar o efeito das entrevistas na prática. Mais de 100 artigos,
5 livros, guia de codificação, entre outros
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Estimular a competência da criança
em ser informativa

Estimular o discurso espontâneo da


Objetivos do criança sobre os acontecimentos
NICHD

Utilizar uma quantia maior de


questões abertas (mais informação,
mais detalhes e maior precisão)

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O que aconteceu?

- Quando?

- Quantas vezes?

O que investigar? - Onde?

- Como?

Chamamos isso também de construção da cena jurídica. Isto


é de suma importância para a esfera criminal/penal.

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Não Substantiva
Aspectos Introdutórios

Fases

Substantiva
Questões Específicas sobre a
situação abusiva

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Desenvolvimento
Fase Não Substantiva
Psicossocial e Cognitivo

Apresentação do Discussão sobre


Entrevistador verdade/mentira

Permissão para
dizer
“Não entendi”

Permissão para
Permissão para
corrigir o
dizer “Não sei”
entrevistador

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Fase
Desenvolvimento
Substantiva - perguntas
Psicossocial
de transição
e Cognitivo

O protocolo prevê a realização de uma entrevista com uma


criança resistente a fazer uma revelação isto não é o
comum! A maior parte das crianças revela o que ocorreu

Início com questões abertas Pausa (pag. 7) para escrever


questões mais sugestivas (propor algo que ela ainda não
mencionou como forma de “gancho” para ela iniciar o
relato

Caso não ocorra uma revelação finaliza se a entrevista e


escuta com a discussão de um tópico neutro (lembrem se:
não se trata de um diagnóstico! Nós devemos tomar
cuidado para não revitimizar a criança criando um contexto
coercitivo)
75
- Me conta tudo sobre isso...

- E depois o que é que aconteceu?

- Me conta mais sobre isso...


Investigação dos
incidentes (pág. 8-9) - Lembra daquele(a) dia/noite e me conta tudo o que
aconteceu desde XXX até XXX

- Me conta mais sobre isso...

- Você me contou que XXX, me conta tudo sobre isso

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- Você contou XXX , (completar a questão direta)

Exemplos

- Você contou que estava fazendo compras. Onde você estava


exatamente?” (pausa para a resposta).
Questões específicas
“Me conta mais sobre essa loja
relacionadas com a
informação relatada - Há pouco você me disse que a tua mãe ‘te bateu com essa
pela criança (pág.9) coisa comprida’. Me conta mais sobre aquela coisa

- Você falou de um vizinho. Você sabe o nome dele?” “Me


fala sobre esse teu vizinho”

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Após todas as questões sobre o evento alegado terem sido
Separação de esclarecidas Separação de Incidentes
incidentes (pág.9)
- “Isso aconteceu uma vez ou mais do que uma vez?”

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Primeiro questionamos sobre a última vez (mais fácil de
lembrar)
Explorando
incidentes específicos - Depois sobre a primeira vez (mais fácil de lembrar outras
(pág.10) vezes em que algo aconteceu)

- Outra vez em que você se lembre bem

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Mesmo modelo utilizado para esclarecer dúvidas

Falta esclarecer algo anteriormente


sobre o incidente
Exemplo:
investigado? (pág.11)
- Você contou que estava vendo televisão. Onde é que você
estava exatamente

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Questão aberta: Me conta tudo sobre... (pág.08)

Questões diretivas (pág.09)

Separação de incidentes (último/primeiro/outra vez)


pág.9 10
Esquema

Questões diretivas sobre cada evento pág.11

Intervalo pág.11)

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Etapa muito importante do protocolo que muitas vezes é
esquecida pelos entrevistadores
Informações sobre a
- Auxilia a compreender aspectos da dinâmica familiar e rede
revelação (pág.14/15)
de proteção

- Quem tomou a providência de prestar um real auxílio à


criança?

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Você disse porque veio falar comigo hoje. Me contou muita
coisa e isso me ajudou a entender o que aconteceu

- Me conta o que é que aconteceu depois (do último

Informações sobre a incidente


revelação (pág.14/15)
- E daí o que aconteceu

- Alguém mais sabe o que aconteceu

- Me conta mais sobre isso

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Verificar dúvidas da criança

- Ser sincero com ela explicar encaminhamentos


Encerramento
- Fornecer contato para que ela te procure caso seja
necessário

- Discutir tópico neutro (recuperar alterações emocionais)

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