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Aluna: Caroline de Souza Bonfim Período: 8º

Disciplina: Psicoterapia infantil


Professora: Fabiana Lopes

ATIVIDADE AVALIATIVA
Questões sobre o texto “Impacto da Violência intrafamiliar no
desenvolvimento psicológico infantil”

1. Qual é a relação entre desigualdade e violência?

A relação entre a desigualdade e a violência está ligada a diversos


aspectos, a própria condição histórica-social da sociedade, por conta do
machismo e do patriarcado, também está relacionado a condição de pobreza, a
cultura machista, a transgeracionalidade na qual as gerações vão perpetuando
mitos familiares que são geradores de uma repetição de crenças, fazendo com
que abusadores continuam repetindo papéis sociais definidos em cada
geração. Há um desamparo aprendido por conta da vulnerabilidade das
mulheres e crianças no seio familiar. Há a questão da vulnerabilidade, a
questão da vulnerabilidade econômica, condições precárias de existência que
atravessam os laços afetivos, ora fortalecendo sentimento de solidariedade
entre os membros da família, possibilitando o enfrentamento da situação
adversa, ora enfraquecendo esses mesmos laços pelo elevado grau de baixa
autoestima de pais e filhos, provocando a intolerância e reações violentas.

2. O que é violência?

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a violência é o


uso intencional de força física ou poder, por ameaça ou ação, contra si mesmo,
outra pessoa ou um grupo ou comunidade, que resulta ou tem alta
probabilidade de resultar em ferimento, morte, sofrimento psicológico, mal
desenvolvimento ou privação. Ela é um sintoma social cuja produção é
determinada por diversos fatores: históricos, econômicos, sociais, culturais,
demográficos, psicológicos, entre outros. Ela está ligada à deterioração de
valores éticos agregadores da vida coletiva, como a dignidade, a justiça, a
solidariedade. A violência intrafamiliar é compreendida como toda ação ou
omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a
liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família.
Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família,
incluindo pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços
de consanguinidade.

3. Quais são os tipos de violência?

A violência pode ser física, psicológica, sexual, de privação ou


abandono.

4. Como se manifesta a violência intrafamiliar contra crianças e


adolescentes?

A violência intrafamiliar contra a criança e o adolescente acontece de


diversas formas, como o abuso de poder dos pais ou responsáveis. Ela pode
ocorrer através de dinâmicas de poder/afeto nas quais estão presentes
relações de subordinação e dominação. Desta maneira as crianças são
consideradas incapazes e são submetidas, muitas vezes pelo uso da força
física e da coerção psicológica, às determinações de seus pais e responsáveis.
A violência se manifesta também com nível de tensão familiar constante, a
dificuldade de diálogo e descontrole da agressividade.

5. Como ocorre a construção e a transgeracionalidade


psicológica na família?

A violência nas relações intrafamiliares é construída através da


perpetuação do ciclo da violência, os adultos reproduzem a violência vivida em
sua própria infância, enquanto as crianças são socializadas para no futuro
utilizarem a violência como estratégia de enfrentamento de seus conflitos e
dificuldades. Há uma repetição de padrões interacionais, ao longo das
gerações. Essas repetições podem ser compreendidas como verdadeiros mitos
familiares transmitidos entre as gerações. Não é simples interromper esse
círculo vicioso, por isso é necessário o apoio psicossocial às famílias.

6. Quais são as consequências da violência em crianças e


adolescentes?

Ansiedade, transtornos depressivos, alucinações, baixo desempenho na


escola e nas tarefas de casa, alterações de memória, comportamento
agressivo, violento e até tentativas de suicídio. Quando há negligência no trato
com as crianças e adolescentes pode ocorrer: atraso no desenvolvimento
psicomotor; desnutrição e doenças crônicas devido à falta de cuidados
adequados; ausência de limites comportamentais; maior envolvimento em
acidentes domésticos repetitivos. Se a violência for no âmbito psicológico pode
desembocar na incapacidade de aprender; incapacidade de construir e manter
relações interpessoais satisfatórias; ter comportamentos e sentimentos
inapropriados às circunstâncias normais; apresentar humor infeliz e tendência a
desenvolver sintomas psicossomáticos. Se a violência for sexual, ela pode
acarretar numa quantidade exorbitante de consequências, tais como: Doenças
sexualmente transmissíveis, gravidez precoce, abortos, dores abdominais,
interrupção da menstruação, rituais de higiene; alterações no sono, dificuldades
escolares, hiperatividade, comportamentos hiper sexualizados,
comportamentos regressivos, como os relacionados ao controle dos esfíncteres
(enurese e encoprese), pensamentos invasivos, furtos, bulimia, depressão,
suicídio, pesadelos, dificuldades de concentração, pensamentos intrusivos;
transtorno sexual, envolvimento com prostituição, prazer, nojo, culpa e
desamparo.

7. Qual é o papel do psicólogo na violência intrafamiliar infantil?

O papel do psicólogo acontece no âmbito clínico e individual, onde seu


foco está na intervenção do indivíduo, contribuindo tanto na prevenção da
violência infantil quanto na minimização dos danos dela advindos, através da
escuta e da intervenção ele deve ser um apoio às vítimas. Os psicólogos junto
aos magistrados devem buscar um objetivo comum, oferecendo espaço para
que a vítima exponha o ocorrido e extrair dela o essencial, contribuindo para
que prevaleça a justiça, o acolhimento e a proteção da vítima. O profissional
deve considerar a experiência vivenciada pela criança e a tensão psíquica a ela
está vinculada, para promover intervenções que permitam uma elaboração
psíquica do seu estado emocional e isso ele pode ter acesso de uma forma
lúdica através de brincadeiras e desenhos. Nesse sentido, a atitude do
psicólogo não pode ser julgadora nem punitiva, ao contrário, deve ser de
acolhimento à vítima, sendo fundamental estabelecer uma relação de
confiança, para assim, buscar atingir a superação das agressões através da
valorização e do resgate do ser humano atingido, criando estratégias de
enfrentamento do fenômeno, considerando as particularidades de cada
realidade. Ainda, é necessária a criação de redes de potencialização da
prevenção, sendo essa forma de trabalho um potencial meio de enfatizar a
atuação integrada e intersetorial. Neste sentido, este profissional trabalha como
um mediador dos direitos da criança, sendo necessário que ele possua
conhecimento profundo sobre a legislação, as competências e a autonomia
política administrativa.

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