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3 UNIDADE 1 - Introdução
4 UNIDADE 2 - Conhecendo a surdez e suas implicações
4 2.1 O processo da audição
SUMÁRIO
22 3.1 Diagnóstico da deficiência auditiva
42 REFERÊNCIAS
44 ANEXOS
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UNIDADE 1 - Introdução
A voz dos surdos são as mãos e os corpos que que possamos ajudar a construir uma his-
pensam, sonham e expressam. As línguas tória diferente para elas.
de sinais envolvem movimentos que podem
parecer sem sentido para muitos, mas que As identidades surdas; propostas de
significam a possibilidade de organizar as ensino partindo da educação monolíngue
ideias, estruturar o pensamento e manifes- até a educação bilíngue; a língua de sinais
tar o significado da vida dos surdos. propriamente dita completam nossos es-
tudos neste primeiro momento.
Pensar sobre a Surdez requer penetrar no
“mundo” dos surdos e “ouvir” as mãos que Não poderíamos nos furtar a ilustrar este
com alguns movimentos nos dizem o que tipo de comunicação, portanto, ilustrações
fazer para tornar possível o contato entre variadas ajudarão a visualizar a comunica-
os mundos envolvidos. Permita-se a “ouvir” ção entre os surdos e estes para conosco,
estas mãos. Somente assim será possível principalmente nos demais módulos.
mostrar aos surdos como eles podem “ouvir”
o silêncio da palavra. Ressaltamos em primeiro lugar que em-
Ronice Quadros bora a escrita acadêmica tenha como pre-
missa ser científica, baseada em normas e
Com a epígrafe acima convidamos vocês padrões da academia, fugiremos um pouco
a se permitirem penetrar no mundo dos às regras para nos aproximarmos de vocês
surdos, despojados de qualquer precon- e para que os temas abordados cheguem
ceito, e ouvi-los, para que juntos possamos de maneira clara e objetiva, mas não me-
fazer uma caminhada em prol da prevalên- nos científicos. Em segundo lugar, deixa-
cia da cidadania a que todos temos direito. mos claro que este módulo é uma compila-
O título deste módulo “Introdução à Lín- ção das ideias de vários autores, incluindo
gua de Sinais” não traduz fielmente o que aqueles que consideramos clássicos, não
buscamos, visto que nossa proposta não é se tratando, portanto, de uma redação ori-
ensinar a língua de sinais, mas despertá-los ginal e tendo em vista o caráter didático da
para os meandros desta língua, o que pas- obra, não serão expressas opiniões pes-
sa necessariamente por conhecermos a soais. Em especial no tocante à LIBRAS, as
surdez e suas implicações, que por sua vez pesquisadoras do mundo da LIBRAS, Már-
nos levam a compreender a priori o proces- cia Honora, Mary Lopes Esteves Frizanco;
so da audição. A surdez ao longo da história Lucinda Ferreira Brito; Ronice Müller de
também enriquecerá nossa compreensão, Quadros e Lodenir Becker Karnopp, serão
digamos, em termos políticos e de cidada- nossas guias em todos os módulos.
nia, pois veremos os avanços e retrocessos Ao final do módulo, além da lista de re-
vividos por essa parcela da sociedade. ferências básicas, encontram-se outras
Uma unidade foi dedicada à surdez que foram ora utilizadas, ora somente con-
enquanto deficiência, seu diagnóstico, sultadas, mas que, de todo modo, podem
a classificação das perdas auditivas e a servir para sanar lacunas que por ventura
identificação de crianças com surdez para venham a surgir ao longo dos estudos.
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UNIDADE 2 - Conhecendo a surdez
e suas implicações
Dois passos básicos, mas importantes movimentação das partículas do ar. Qual-
para trabalhar com alunos surdos e sur- quer evento capaz de causar ondas de
dos-mudos são: compreender o proces- pressão no ar é considerado uma fonte
samento normal da audição, que inclui o sonora.
conhecimento das estruturas anatômicas
A fala, por exemplo, é o resultado do mo-
do ouvido humano e de seu funcionamen-
vimento dos órgãos fonoarticulatórios, que
to e conhecer a surdez ao longo da história
por sua vez provoca movimentação das par-
para percebermos os avanços e retroces-
tículas de ar, produzindo então o som.
sos que essas pessoas sofreram ao longo
da existência humana. Perceber, reconhecer, interpretar e,
finalmente, compreender os diferentes
É através da audição que aprendemos a
sons do ambiente só é possível graças à
identificar e reconhecer os diferentes sons
existência de três estruturas que fun-
do ambiente. As informações trazidas pela
cionam de forma ajustada e harmonio-
audição, além de funcionarem como sinais
sa, constituindo o sistema auditivo hu-
de alerta, auxiliam o desenvolvimento da
mano.
linguagem, possibilitando a comunicação
oral com nossos semelhantes. O ouvido humano é composto por três
partes: uma, é externa; as outras duas (in-
Vamos então ao primeiro passo a ser
ternas) estão localizadas dentro da caixa
dado? Conhecer o processo da audição!
craniana. A orelha é uma obra de arte de
2.1 O processo da audição engenharia que consiste em três partes:
orelha externa, orelha média e orelha in-
O som é um fenômeno resultante da terna (HONORA; FRIZANCO, 2008).
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Embora o som seja transmitido a uma As rãs ouvem apenas uma faixa muito
velocidade de cerca de 330 metros por estreita de frequências, enquanto as ba-
segundo, as ondas sonoras variam no que leias e os golfinhos ouvem uma faixa mais
se refere à taxa de vibração, conhecida ampla. Embora nos humanos a faixa de au-
como frequência. Mais precisamente, a dição seja bastante extensa, com um pico
frequência se refere ao número de ciclos de cerca de 2.000 hertz, não somos capa-
de uma onda, completados em um deter- zes de perceber muitos dos sons que ou-
minado período. As frequências das ondas tros animais podem produzir e ouvir.
sonoras são medidas em unidade de ciclos
Além da frequência, a amplitude pode
por segundo, denominada hertz (Hz).
causar uma diferença no tom percebido. A
Um hertz é um ciclo por segundo, 50 amplitude é o termo que se refere à magni-
hertz são 50 ciclos por segundo, e assim tude da mudança na densidade de molécu-
por diante. Os sons que percebemos como las de ar. O aumento na compressão de mo-
graves têm frequências baixas (poucos léculas de ar eleva a quantidade de energia
ciclos por segundo) e os que percebemos em uma onda sonora, o que faz o volume do
como agudos têm frequências elevadas som parecer mais alto – mais amplificado.
(muitos ciclos por segundo).
A amplitude do som geralmente é medi-
Podemos perceber os sons apenas da em decibéis (dB), medida que descreve
dentro de um intervalo limitado de fre- a potência de um som em relação à inten-
quência. Para os humanos, esse interva- sidade de referência padronizada. Sons su-
lo se estende de aproximadamente 20 a periores a aproximadamente 70 decibéis
20.000 hertz. Como os humanos, muitos são percebidos como altos, enquanto os
animais produzem algum tipo de som para inferiores a 20 decibéis são considerados
se comunicar, o que significa que devem baixos. Os sons da fala normal estão em
possuir sistemas auditivos designados cerca de 40 decibéis.
para interpretar os sons típicos de sua
espécie. Os intervalos das frequências
A união dessas duas propriedades do
sonoras que as diferentes espécies usam som está ilustrada no gráfico a seguir:
variam muito. Na figura a seguir, podemos
observar essas diferenças.
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método que Braidwood eram organizadas O século XVIII é considerado por mui-
por sua família e seu método era mantido tos o período mais próspero da educação
em segredo para garantir seu monopó- dos Surdos. Neste século, houve a funda-
lio. Quando Kinniburg (um de seus “dis- ção de várias escolas para Surdos. Além
cípulos”) aprendeu o método com Brai- disso, qualitativamente, a educação do
dwood, foi obrigado a manter segredo e Surdo também evoluiu, já que, através da
pagar sempre metade do que ganhava Língua de Sinais, eles podiam aprender e
ao “dono” do método. Certa vez, Kinni- dominar diversos assuntos e exercer di-
burg foi procurado por Thomas Gallaudet versas profissões.
(1787-1851), educador ouvinte america-
Chegamos à Idade Contemporânea
no, que queria levar o método para os Es-
quando os trabalhos realizados em insti-
tados Unidos, mas Kinniburg não aceitou
a proposta. tuições somente apareceram no final do
século XVIII. Até esta época eram os pre-
O abade Charles-Michel de L’Epée ceptores (médicos, religiosos ou gramáti-
(1712-1789) foi um educador filantrópi- cas) quem realizavam essa tarefa.
co francês que ficou conhecido como “Pai
dos Surdos” e também um dos primeiros Sabemos que, antes de 1750, a maioria
que defendeu o uso da Língua de Sinais. dos Surdos que nasciam não era alfabeti-
“Reconheceu que a língua existia, desen- zada ou instruída.
volvia-se e servia de base comunicati-
Em 1790, no lugar de L’Epée, Abbé Si-
va essencial entre os Surdos” (MOURA,
card (1742-1822) foi nomeado diretor do
2000).
Instituto Nacional de Surdos-Mudos. Ele
L’Epée teve a disponibilidade de apren- publicou dois livros: uma gramática geral
der a Língua de Sinais para poder se co- e um relato detalhado de como havia trei-
municar com os Surdos. Criou a primeira nado Jean Massieu (Surdo).
escola pública no mundo para Surdos em
Com a morte de Sicard, foi nomeado
Paris, o Instituto Nacional para Surdos-
-Mudos, em 1760. L’Epée fazia demons- como diretor do Instituto seu discípulo
trações de seus alunos em praça pública, Massieu, um dos primeiros professores
assim arrecadava dinheiro para continuar Surdos do mundo. Esse fato fez desen-
seu trabalho. Estas apresentações con- cadear uma grande disputa pelo poder,
sistiam em perguntas feitas por escrito envolvendo outros dois estudiosos da
aos Surdos, confirmando que seu méto- surdez, Itard e Gérando, ocasionando o
do era eficaz. L’Epée tinha grande inte- afastamento de Massieu da direção do
resse na educação religiosa dos Surdos Instituto.
e sabia que para isso era importante que
Jean-Marc ltard (1775-1838) foi um
fosse desenvolvida uma forma de comu-
médico-cirurgião francês que se tornou
nicação que fizesse os conhecimentos
médico residente do Instituto Nacional de
sagrados possíveis. Referia-se à Língua
Surdos-Mudos de Paris, em 1814. Ele es-
de Sinais com respeito e a obra mais im-
tudara com Philipe Pinel, pai da Psiquia-
portante dele foi publicada em 1776 com
tria, e seguia os pensamentos do filósofo
o título A Verdadeira Maneira de Instruir
Condillac, para quem as sensações eram a
os Surdos-Mudos.
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nora e Frizanco nos levam a notar uma Os Surdos deveriam se passar por ouvin-
diferença de mais de 50 anos de atraso tes encaixados num mundo ouvinte e um
entre a mesma iniciativa na Europa.) A aluno Surdo ter como professor um ins-
Língua de Sinais usada na escola era ini- trutor Surdo só serviria como empecilho
cialmente a francesa e gradualmente foi para sua integração com a comunidade
sendo modificada para se transformar na ouvinte. Bell acreditava que os Surdos
Língua Americana de Sinais. deveriam estudar junto com os ouvintes,
não como direito, mas para evitar que se
O filho de Thomas Gallaudet, Edward
unissem, que se casassem e criassem
Gallaudet, fundou em 1864 a primei-
congregações. O fato de que os Surdos
ra faculdade para Surdos, localizada em
se casassem para ele representava um
Washington. Após anos trabalhando com
perigo para a sociedade. Criou o telefo-
os Surdos, Edward resolveu fazer uma
ne em 1876, tentando criar um acessório
grande viagem, visitando outros países
para Surdos.
e outras instituições para verificar se seu
método estava adequado. Voltou desta Veditz, ex-presidente da Associação
viagem apoiando o trabalho de Oralismo Nacional dos Surdos, ressalta que Bell foi
e adotou “como papel da escola fornecer considerado “o mais temido inimigo dos
treinamento em articulação e em leitura surdos americanos” (SACKS, 1990).
orofacial para aqueles alunos que pode-
As instituições de educação de surdos
riam se beneficiar deste treinamento”
se disseminaram por toda Europa e, em
(MOURA, 2000).
1878, em Paris, aconteceu o I Congresso
No mesmo ano em que foi instituído o Internacional de Surdos-Mudos, instituin-
Oralismo, Clerc, que sempre defendeu o do que o melhor método para a educação
uso da Língua de Sinais, faleceu (1869). dos surdos consistia na articulação com
O Oralismo foi a principal forma de educa- leitura labial e no uso de gestos nas sé-
ção dos Surdos nos 80 anos posteriores. ries iniciais. Esta determinação somente
durou dois anos, pois em 1880, em Milão,
A Universidade Gallaudet, como é cha-
ocorreu o II Congresso Mundial de Surdos-
mada atualmente, é ainda a única escola
-Mudos, que promoveu uma votação para
superior de artes liberais para estudan-
definir qual seria a melhor forma de edu-
tes Surdos do mundo, e a primeira língua
car uma pessoa Surda.
utilizada nas aulas da universidade foi a
Língua de Sinais. A partir desta votação com os partici-
pantes do congresso, foi recomendado
Outro defensor do Oralismo foi Ale-
que o melhor método seria o oral puro,
xander Graham Bell (1847-1922), cientis-
abolindo oficialmente o uso da Língua de
ta e inventor do telefone. Ele era filho de
Sinais na educação dos Surdos. Vale res-
Surda e casado com Mabel, que perdera
saltar que apenas um Surdo participou do
a audição quando jovem. Oralizada, ela
congresso, mas não teve direito de voto,
não gostava de estar na presença dos
sendo convidado a se retirar da sala de
Surdos. Para ele, a surdez era um desvio.
votação.
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A visão que este diretor tinha da edu- trabalhar com o conceito de integração no
cação dos Surdos pode ser demonstrada ensino regular. Atende atualmente até o
por meio da seguinte afirmação: “Separa- Ensino Fundamental e é de natureza par-
dos os anormais em classes homogêneas ticular. Outra instituição é a Escola Muni-
suaviza-se sobremaneira a tarefa educa- cipal de Educação Especial Helen Keller,
tiva que é muito mais difícil e ingrata em fundada em 1951 pelo então prefeito de
relação a estas crianças” (SOARES, 1999). São Paulo, Dr. Armando de Arruda Perei-
Em 1951, assume a direção do Insti- ra. Outra instituição de suma importância
tuto a Profª Ana Rímoli de Faria Dória. O é o Instituto Educacional São Paulo – IESP,
interessante é que após quase 100 anos fundado em 1954, foi doado em 1969
de existência, essa era a primeira vez que para a PUC/SP e atualmente é referência
um profissional da educação estava na para pesquisas e estudos na área da defi-
direção deste Instituto. A grande inova- ciência auditiva.
ção do período de sua gestão foi a imple- Honora e Frizanco (2009) ressaltam
mentação do Curso Normal de Formação que o trabalho terapêutico com os Surdos
de Professores para Surdos. Sendo o Ins- e a sua capacidade de desenvolver a lin-
tituto uma referência para todo o Brasil, guagem oral é possível. Tudo vai depen-
recebia professores de todo o país para der do seu resíduo auditivo, sua estimu-
fazer o curso que tinha duração de três lação para a fala, o uso precoce de bons
anos. A metodologia usada era toda vol- Aparelhos de Amplificação Sonora Indivi-
tada para o Oralismo. dual e alguns outros fatores.
Na década de 1970, com a visita de Ive- Porém, são contrárias à privação de es-
te Vasconcelos, educadora de surdos da tímulos que pode prejudicar o desenvol-
Universidade Gallaudet, chegou ao Bra- vimento social, intelectual e emocional
sil a filosofia da Comunicação Total e, na dos alunos, como é o caso da privação do
década seguinte, a partir das pesquisas uso de Sinais. Acreditam que o Oralismo
da professora linguista Lucinda Ferreira é uma possibilidade, assim como o uso
Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais e de Sinais também é. Cada caso deve ser
da professora Eulalia Fernandes, sobre a avaliado individualmente e terá cuidados,
educação dos surdos, o Bilinguismo pas- ganhos e perdas diferentes. Acreditam
sou a ser difundido. Atualmente, essas ainda que os Surdos que puderem se de-
três filosofias educacionais ainda persis- senvolver também pela linguagem oral
tem paralelamente no Brasil. terão algumas vantagens se comparados
Outros institutos fizeram parte da his- aos que se desenvolverem somente pela
tória da educação dos Surdos no Brasil, Língua de Sinais. Mas há que pensar que a
como o Instituto Santa Teresinha, funda- pessoa que não desenvolveu a linguagem
do em 1929, inicialmente em Campinas e oral, muitas vezes, não fez isso porque
transferido para São Paulo, em 1933. Até não queria, mas sim por uma limitação
o ano de 1970, funcionou como interna- orgânica, por falta de investimento tera-
to para meninas surdas, passando depois pêutico, etc.
desta data a aceitar meninos Surdos e OPORTUNIDADE, como frisam as pes-
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Inicialmente, gostaríamos de distin- por dia, pois nossos ouvidos não descan-
guir deficiência auditiva e surdez, não sam nem quando dormimos.
só por uma questão didática, mas para
As pessoas com surdez são extrema-
facilitar o entendimento, caso as expli-
mente visuais, o que favorece o domínio
cações anteriores não tenham sido mui-
de uma linguagem visual-espacial. Tam-
to claras.
bém é importante considerar as pessoas
A deficiência auditiva acontece quan- que apresentam resíduo auditivo e que,
do alguma das estruturas da orelha apre- portanto, carecem de estímulos dessa
senta uma alteração, ocasionando uma natureza (FIOCRUZ, 2009).
diminuição da capacidade de perceber o
A Deficiência auditiva é considerada
som. Geralmente, o deficiente auditivo
como a diferença existente entre o de-
se comunica pela fala e apresenta uma
sempenho do indivíduo e a habilidade
perda auditiva de grau leve ou modera-
normal para a detecção sonora de acor-
do.
do com padrões estabelecidos pela Ame-
A surdez também é ocasionada por rican National Standards Institute (ANSI
alguma alteração nas estruturas da ore- - 1989).
lha, ocasionando uma incapacidade em
Considera-se, em geral, que a audição
perceber o som. Geralmente o surdo se
normal corresponde à habilidade para
comunica por meio da Língua Brasileira
detecção de sons até 20 dB N.A. (deci-
de Sinais (LIBRAS) e apresenta uma per-
béis, nível de audição) (FIOCRUZ, 2009).
da auditiva de grau severo ou profundo.
a audiometria vocal o faz para estímulos não define limiar auditivo, e indica ape-
de fala (FERREIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, nas se a condução do som está normal
OLIVEIRA, 2002; CARVALLO, 2003). ou alterada na orelha média (FERREIRA,
2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA, 2002;
Em função da complexidade de co-
CARVALLO, 2003).
mandos, estas avaliações são indicadas
para crianças a partir de 6 anos de idade. A avaliação das emissões otoacústicas
O equipamento utilizado consiste em ca- (EOAT) busca, primordialmente, avaliar
bina acústica, audiômetro, fones de ou- se a cóclea está com função normal, e
vido, material para reforço visual e brin- para isto uma sonda é colocada no con-
quedos pedagógicos (VIEIRA; MACEDO; duto auditivo externo. Após a produção
GONÇALVES, 2007). de um estímulo sonoro específico – o
click, a cóclea deve produzir sons de fre-
A audiometria condicionada é uma va-
quências variadas, conforme o estímulo;
riante da audiometria vocal e tonal, que
estes são detectados pela sonda, e a se-
pode ser realizada em crianças a partir
guir filtrados e amplificados pelo equi-
de dois anos de idade. O objetivo é fa-
pamento acoplado a um computador. O
zer com que a criança faça a associação
exame é indolor, não invasivo, rápido, de
entre o estímulo sonoro apresentado e
baixo custo, tem elevada sensibilidade, e
um estímulo visual de reforço. A audio-
a aparelhagem é portátil.
metria lúdica é uma outra alternativa de
teste possível para a faixa etária de dois Essas características tornaram a EOAT
a 6 anos, pois nesta faixa etária pode ser – Emissões Otoacústicas Evocadas por
realizada de acordo com o desenvolvi- estímulo transiente – o mais adequado
mento neuropsicomotor da criança. Por e utilizado para as triagens auditivas em
exemplo, a criança é solicitada a realizar recém-nascidos. Um resultado normal
um ato motor, como encaixar uma peça indica integridade da fisiologia coclear
de um brinquedo, ao ouvir o estímulo para o nível de audição social normal, que
acústico. é de até 25 dBNA. Porém, um resultado
alterado, em que as emissões otoacústi-
Os testes audiológicos objetivos são
cas estão ausentes, pode ser um falso-
mais precisos do que os acima citados e
-positivo. Neste caso, há a necessidade
compreendem a imitanciometria, a ava-
de se avaliar também a orelha média,
liação das emissões otoacústicas e os po-
visto que um simples acúmulo de ceru-
tenciais auditivos evocados. A imitancio-
me pode alterar o teste. Desta forma, no
metria verifica a condução sonora pela
caso de ausência de respostas, o exame
orelha média através da mensuração e
é repetido, e é realizada a imitanciome-
análise dos deslocamentos do sistema
tria para confirmação do resultado (FER-
timpanossicular em resposta à variação
REIRA, 2004; GARCIA, ISAAC, OLIVEIRA,
da pressão do som. O exame emprega
2002; CARVALLO, 2003).
uma sonda que é colocada no conduto
auditivo externo, que deve estar desim- Alguns comportamentos são indicati-
pedido de cerúmen. A imitanciometria vos de perda auditiva, e devem suscitar
25
a atenção dos pediatras e outros pro- TOS, 2003). Assim, a perda discreta com
fissionais da saúde. São estes: pedidos limiar audiométrico de 15 a 25 dB, cau-
frequentes para que se repitam frases, sada mais frequentemente por impedi-
virar a cabeça em direção ao orador, fa- mento condutivo, permite que a criança
lar com intensidade elevada ou reduzi- ouça os sons das vogais, mas dificulta a
da, demonstrar esforço ao tentar ouvir, adequada percepção das consoantes.
olhar e concentrar-se nos lábios da pro-
Quando se considera o nível de ruído
fessora, ser desatento quando há deba-
presente no ambiente e a distância exis-
tes na sala de aula, preferir o isolamento
tente entre o falante e o ouvinte, esta
social, ser passivo ou tenso, cansar-se
criança pode perder de 25 a 40% do si-
com facilidade, não se esforçar para de-
nal de fala (ROSLYN-JENSEN, 1996; FER-
monstrar capacidade, ter dificuldade no
REIRA, 2004).
aprendizado.
A perda de audição leve com limiar
Alguns sinais e sintomas podem estar
audiométrico de 25 a 30 dB faz com que
associados à perda auditiva e merecem
alguns sons da fala e consoantes sono-
atenção, como a respiração oral, ton-
ras não sejam percebidas. Geralmente,
tura, otalgia e zumbido (ROESER, 2001;
crianças com esta perda apresentam
COSTA, FERREIRA, MARI, 1991). Também
disfunção de aprendizado auditivo, re-
devem ter avaliação auditiva as crianças
tardo leve de linguagem e da fala, e falta
com dificuldades escolares de linguagem
de atenção (ROSLYN-JENSEN, 1996; FER-
oral (confusões fonéticas, inversões,
REIRA, 2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003).
dissimulações e trocas na articulação),
de linguagem escrita (trocas, dificulda- No sentido de superar estes proble-
des na expressão escrita e na leitura), mas das crianças com perda auditiva leve,
e de outra natureza (dislexia, disfasia e devemos facilitar a compreensão da fala
alterações comportamentais); isto pos- pela proximidade do falante (local prefe-
sibilita um diagnóstico mais precoce de rencial na sala de aula) e emprego de tec-
parte dos casos (SANTOS et al., 2001). nologia auxiliar, como o uso de aparelhos
auditivos individuais ou equipamentos
A perda auditiva na infância, mes-
de frequência modulada (ROSLYN-JEN-
mo leve, origina dificuldades escolares.
SEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA,
Crianças com perdas auditivas discretas
SANTOS, 2003).
podem apresentar problemas de desen-
volvimento de linguagem, dificuldades A perda moderada da audição em limia-
de leitura e distúrbios comportamentais res audiométricos de 30 a 50 dB é verifi-
(ROSLYN-JENSEN, 1996; ROESER, 2001; cada em crianças com doenças crônicas
COSTA, FERREIRA, MARI, 2001). de orelha média ou com perdas neuros-
sensoriais. Com esses limiares, não se
Estudos descrevem as consequências
consegue ouvir a maioria dos sons da fala
da perda auditiva bilateral de acordo com
durante a conversação e apresenta pro-
o tipo e grau da perda (ROSLYN-JENSEN,
blemas de articulação, como omissões,
1996; FERREIRA, 2004; ALMEIDA, SAN-
substituições e distorções na fala. Essas
26
crianças podem se beneficiar com o uso ído ambiental, as crianças com perda uni-
de aparelho auditivo e local preferencial lateral encontram maiores dificuldades
na sala de aula, além de necessitarem que as ouvintes normais para compreen-
de treinamento auditivo e de leitura la- der a fala, mesmo quando a orelha melhor
bial (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, está posicionada em direção à fala. Além
2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). disso, a localização espacial das fontes
sonoras fica comprometida (ALMEIDA,
Na perda auditiva severa (entre 50 e
SANTOS, 2003).
70 dB) ou profunda (>70 dB), a criança
não consegue perceber qualquer som da 3.2 Classificação das perdas
fala na conversação normal. Estas perdas
auditivas graves são, geralmente, causa- auditivas
das por lesões neurossensoriais. A crian- As perdas auditivas podem ser classi-
ça com perda auditiva severa apresenta ficadas segundo o local do aparelho audi-
problemas graves de fala (se não estiver tivo que apresenta disfunção, o acometi-
em uso de amplificação sonora), além de mento uni ou bilateral, e a intensidade ou
dificuldade de comunicação em grupo ou grau.
na presença de ruído. Necessitam, além
do aparelho de amplificação sonora, de Quanto ao local do aparelho auditivo
fonoterapia e treinamento de leitura la- afetado, a perda auditiva pode ser de
bial (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, transmissão, percepção (neurossenso-
2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003). rial) ou mista. As perdas auditivas que
decorrem de alguma afecção das ore-
A criança com perda auditiva profunda lhas externa e média são denominadas
não tem suficiente audição para propiciar de transmissão ou condutivas. As perdas
o desenvolvimento espontâneo de fala e neurossensoriais decorrem de lesões nas
linguagem. Estas podem ser desenvolvi- células ciliadas do órgão coclear de Cor-
das por meio do treinamento extensivo ti (orelha interna) e/ou do nervo coclear.
e com amplificação sonora, dependendo Quando há afecção condutiva e neuros-
da idade em que for iniciada a interven- sensorial concomitantes, classifica-se a
ção (ROSLYN-JENSEN, 1996; FERREIRA, perda auditiva como mista.
2004; ALMEIDA, SANTOS, 2003).
Quanto à intensidade da perda audi-
Quanto mais precoce for o diagnóstico tiva, o critério de classificação do grau
e o trabalho de (re)habilitação auditiva, depende de avaliação instrumental, e se
mais próximo do normal será o desenvol- baseia nas médias dos limiares audiomé-
vimento da fala e linguagem (ROSLYN- tricos (ROESER, 2001). O grau discreto
-JENSEN, 1996; FERREIRA, 2004; ALMEI- de perda auditiva tem como parâmetro
DA, SANTOS, 2003). limiares auditivos de 15 a 25 dB, o grau
Os efeitos da perda auditiva unilate- leve de 26 a 30, o grau moderado de 31 a
ral são menores do que os causados pela 50 dB, a perda auditiva severa entre 51 e
perda bilateral, porém, também podem 70 dB, e a perda profunda >70 dB7 (VIEI-
ocasionar problemas. Em presença de ru- RA; MACEDO; GONÇALVES, 2007).
27
- a criança não atende quando é chamada pelo nome, não atende a campai-
nha da porta ou à voz de alguém;
DOS SEIS AOS DEZ
MESES DE IDADE - a criança não entende frases simples como “não, não”, ou “até logo”;
- a criança pode entender o que as pessoas estão “falando” com ela, se for
utilizada a língua de sinais.
- a criança não obedece a instruções faladas, por mais simples que sejam;
DOS QUINZE AOS - as primeiras palavras da criança, como “até logo”, “não, não”, não se desenvolvem;
DEZOITO MESES
DE IDADE - a criança obedece a instruções dadas em língua de sinais;
- a criança inicia sua linguagem gestual, sinalizada.
DOS DEZOITO MESES - em vez de usar a fala, a criança gesticula para manifestar necessidades e
AOS TRÊS ANOS E vontades;
MEIO DE IDADE - a criança observa intensamente o rosto dos pais, enquanto eles falam;
- a criança não gosta de ouvir histórias;
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São pessoas vistas como incapacita- surda, a situação muda e eles passam pela
das. des-ouvintização, ou seja, rejeição da re-
presentação da identidade ouvinte.
Neste ponto; ouvintes determinam
seus comportamentos, vida e aprendiza- Embora passando por essa des-ou-
dos. vintização, os surdos ficam com sequelas
da representação, o que fica evidenciado
É uma situação de deficiência, de in-
em sua identidade em construção.
capacidade, de inércia, de revolta.
Há uma passagem da comunicação
Existem casos de aprisionamento de
visual/oral para a comunicação visual/si-
surdos na família, seja pelo estereotipo ou
nalizada.
pelo preconceito, fazendo com que alguns
surdos se tornem incapacitados de chegar Para os surdos em transição para a
ao saber ou decidirem-se por si mesmos. representação ouvinte, ou seja, a identi-
dade flutuante se dá o contrário.
Na família, a falta de informação so-
bre o surdo é total e geralmente predomi- 4.6 Identidades surdas de
na a opinião do médico; e algumas clínicas
reproduzem uma ideologia contra o reco- diáspora
nhecimento da diferença. As identidades de diáspora divergem
Estes são alguns mecanismos de po- das identidades de transição. Estão pre-
der construído pelos ouvintes, sob repre- sentes entre os surdos que passam de um
sentações clínicas da surdez, colocando país a outro ou; inclusive passam de um
o surdo entre os deficientes ou retardos estado brasileiro a outro, ou ainda de um
mentais. grupo surdo a outro. Ela pode ser identi-
ficada como o surdo carioca, o surdo bra-
4.5 Identidades Surdas sileiro, o surdo norte americano. É uma
identidade muito presente e marcada.
Estão presentes na situação dos surdos
que devido a sua condição social viveram 4.7 Identidades surdas
em ambientes sem contato com a identi-
dade surda ou que se afastam da identi-
intermediárias
dade surda. O que vai determinar a identidade sur-
da é sempre a experiência visual. Neste
Vivem no momento de trânsito entre
caso, em vista desta característica dife-
uma identidade e outra.
rente, distinguimos a identidade ouvin-
Se a aquisição da cultura surda não se te da identidade surda. Temos também
dá na infância, normalmente a maioria dos a identidade intermediária, geralmente
surdos precisa passar por este momento identificada como sendo surda. Essas pes-
de transição, visto que grande parte deles soas têm outra identidade, pois tem uma
são filhos de pais ouvintes. característica que não Ihes permite essa
identidade, isto é, sua captação de men-
No momento em que esses surdos
sagens não é totalmente na experiência
conseguem contato com a comunidade
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Chegamos às Línguas de Sinais (LS) que pois pode ser passado qualquer conceito,
são as línguas naturais das comunidades concreto ou abstrato, emocional ou racio-
surdas. nal, complexo ou simples por meio delas.
Ao contrário do que muitos imaginam, Trata-se de línguas organizadas e não de
as Línguas de Sinais não são simplesmen- simples junção de gestos. Por este moti-
te mímicas e gestos soltos utilizados pe- vo, por terem regras e serem totalmente
los surdos para facilitar a comunicação. estruturadas, são chamadas de LÍNGUAS.
São línguas com estruturas gramaticais As línguas de sinais distinguem-se das
próprias. línguas orais porque se utilizam de um
Atribui-se às Línguas de Sinais o status meio visual-espacial e oral-auditivo, ou
de língua porque elas também são com- seja, na elaboração das línguas de sinais,
postas pelos níveis linguísticos: o fonoló- precisamos olhar os movimentos que o
gico, o morfológico, o sintático e o semân- emissor realiza para entender sua men-
tico (que veremos em detalhes ao longo sagem. Já na língua oral, precisamos ape-
do curso). No momento, faremos apenas nas ouvi-lo, sem necessariamente estar
uma breve apresentação das inúmeras olhando para ele. Um exemplo é um casal
possibilidades da LIBRAS. de ouvintes que conversa mesmo quan-
do um deles está na cozinha e o outro na
O que é denominado de palavra ou item sala. Já nas línguas de sinais, esta situação
lexical nas línguas oral-auditivas são de- é impossível, pois precisamos estar ao al-
nominados sinais nas línguas de sinais. O cance da visão para que o sinal seja nota-
que diferencia as Línguas de Sinais das do e percebido pelo receptor.
demais línguas é a sua modalidade visu-
al-espacial. Assim, uma pessoa que entra As línguas de sinais possuem mecanis-
em contato com uma Língua de Sinais irá mos morfológicos, sintáticos e semânti-
aprender uma outra língua, como o Fran- cos. O canal usado nas línguas de sinais
cês, Inglês, etc. Os seus usuários podem (o espaço) pode contribuir muito para a
discutir filosofia ou política e até mesmo produção de sinais que estejam mais em
produzir poemas e peças teatrais. contato com a realidade do que puramen-
te as palavras. O sinal de árvore na Língua
Para conversar em LIBRAS não basta Brasileira de Sinais é representado por
apenas conhecer os sinais de forma sol- uma das mãos sendo o tronco e a outra as
ta, é necessário conhecer a sua estrutu- folhas, o que é muito mais significativo do
ra gramatical, combinando-os em frases que a palavra ÁRVORE.
(BRASIL, 2002).
Como todas as outras, as línguas de si-
As línguas de sinais são naturais, pois nais são vivas, pois estão em constante
surgiram do convívio entre as pessoas. transformação com novos sinais, sendo
Elas podem ser comparadas à complexi- introduzidos pela comunidade Surda de
dade e à expressividade das línguas orais, acordo com a sua necessidade.
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As línguas de sinais não são universais. orais pontos de articulações dos fonemas,
Cada uma tem a sua própria estrutura gra- temos na língua de sinais pontos de arti-
matical e assim, como não temos uma lín- culações que são expressados por toques
gua oral única, também não temos apenas no corpo do usuário da língua ou no espa-
uma língua de sinais. A língua de sinais, ço neutro.
assim como a língua oral, é a representa- Os sinais são formados a partir da com-
ção da cultura de um povo. Mesmo países binação da forma e do movimento das
com a mesma língua oral possuem línguas mãos e do ponto no corpo ou no espaço
de sinais diferentes. Um exemplo é o caso onde esses sinais são feitos. Nas línguas
de Brasil e Portugal. Por mais que estes de sinais podem ser encontrados os se-
países possuam a mesma língua oral, pos- guintes parâmetros que formarão os si-
suem línguas de sinais diferentes, com ca- nais:
racterísticas próprias. O contrário aconte-
ce com os Estados Unidos e o Canadá, que a) Configuração das mãos (CM) – são
possuem a mesma língua oral e a mesma as formas que colocamos as mãos para a
língua de sinais (HONORA; FRIZANCO, execução do sinal. Pode ser representa-
2009). do por uma letra do alfabeto, dos núme-
ros ou outras formas de colocar a mão no
5.1 A Língua Brasileira de Sinais momento inicial do sinal. A Configuração
das Mãos é a representação de como es-
A Língua Brasileira de Sinais é a língua
tará a mão de dominância (direita para
de sinais utilizada pelas pessoas Surdas
os destros e esquerda para os canhotos)
que vivem no Brasil e tem como sigla a ini-
no momento inicial do sinal. Alguns sinais
cial das palavras, sendo também chamada
também podem ser representados pelas
de LIBRAS. É uma língua de modalidade
duas mãos.
gestual-visual.
Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDA-
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
DE, por exemplo, possuem a mesma con-
tem sua origem na Língua de Sinais Fran-
figuração de mão (com a letra y). A dife-
cesa. Reforçando, as Línguas de Sinais
rença é que cada uma é produzida em
não são universais. Cada país possui a sua
um ponto diferente no corpo, conforme
própria língua de sinais, que sofre as influ-
ilustrações abaixo:
ências da cultura nacional. Como qualquer
outra língua, ela também possui expres-
sões que diferem de região para região
(os regionalismos), o que a legitima ainda
mais como língua.
O que chamamos de palavra na língua
oral chamamos de sinal nas línguas de si-
nais, não podendo ser chamado de gesto
ou mímica, pois não possui estas caracte-
rísticas.
Da mesma forma que temos nas línguas
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REFERÊNCIAS
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pedagógicas. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
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Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez. São Paulo: Ciranda
Cultural, 2010.
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Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez. São Paulo: Ciranda
Cultural, 2009.
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Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez. São Paulo: Ciranda
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