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ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NA MEDICINA DE URGENCIA E EMERGENCIA

Psicologia hospitalar

 A Psicologia hospitalar como área de atuação da Psicologia tem assumido um modelo


próprio de atuação, adaptado à realidade institucional hospitalar e para atender as
necessidades de pacientes, familiares e equipe.
 O atendimento é focal, breve e muitas vezes emergencial

Cenário de urgência e emergência

 Rotina atravessada subitamente pelo mal inusitado e inesperado ou por um acidente


de diversas ordens
 Medos, fantasias, insegurança, tristeza, sensação de impotência, ansiedade e outros
sentimentos. Medo de morrer.
 o pronto socorro é o local onde se chega não só com dor física mas também com a dor
psíquica.

Pronto socorro

 A pessoa que procura o pronto socorro teve sua vida desestruturada a partir da
instalação abrupta de seu processo mórbido.
 Ser acometido por uma doença nos põe em contato direto com duas maiores
incertezas da vida: O sofrimento da doença e do morrer.
 Essa condição perturbadora também transcende a toda equipe multiprofissional que
atua na sala de emergência.
 Unidades de emergência: lugar destinado a pacientes que necessitam de cuidados
especiais e urgentes, inclusive suporte emocional.
 A manifestação súbita dos sintomas físicos e/ou emocionais promove a necessidade de
um diagnostico imediato e a esclarecer.
 Ansiedade e estresse diante do diagnostico desconhecido.
 Situação limite, qualquer pessoa tem a capacidade adaptativa posta á prova
desorganização psíquica, picos de ansiedade.
 Situação de desamparo, perda da dignidade quando o paciente deixa sua posição de
sujeito passando a objeto de intervenção.
 Os procedimentos médicos que, embora visem sua melhora, podem adquirir um
caráter ameaçador e invasivo.
 Momento de perda de referencial, que é acompanhado por vivencias de isolamento,
abandono e rompimento de laços afetivos, profissionais e sociais.
 A intervenção do psicólogo pode auxiliar o tratamento médico na medida em que
sensibiliza a equipe para aspectos psicossociais que dificultam a comunicação com o
paciente, facilita a implicação do paciente em seu tratamento e reabilitação, e oferece
um acolhimento para a família.

Pronto socorro: intervenção com o paciente

 Internação: fator estressante


 Os atendimentos são breves, focais: a partir do oferecimento de uma escuta, que
permite a explicitação do sofrimento e a discriminação entre a urgência médica e a
subjetiva.

Pronto socorro: intervenção com a família

 A família vivencia uma crise, uma manifestação súbita- inicial ou não – de doença física
ou mental , uma fase difícil e grave na evolução das coisas, dos sentimentos, dos fatos,
colapso, deficiência, penúria, um ponto de transição entre uma época de prosperidade
e outra de depressão.
 Não há certeza se o processo de reabilitação será longo ou curto
 Vivenciam a ansiedade pelo diagnostico e prognostico
 Em seguida podem apresentar uma variedade de respostas emocionais por conta do
diagnóstico, que nem sempre é favorável.
 Dessa forma apresentam sentimentos e comportamentos com reações á confirmação
da doença. Incerteza , ansiedade, preocupação, vulnerabilidade, falta de esperança.
 Numa fase posterior, podem ser trabalhadas as questões desfavoráveis e
inadaptativas, mudanças de planos futuros, manuseio das limitações e aceitação.

Pronto socorro: Sistematização da intervenção

 Conhecer os sentimentos do paciente: expressando respostas empáticas que facilitem


a expressão e acolhimento.
 Considerar como suas as preocupações do paciente: com atitudes que mostrem o
quanto você esta prestando atenção, mostrando que o que ele traz é pertinente;
mostrando que entende as preocupações e que estas serão consideradas.
 Fazer um plano para o problema, com o envolvimento do paciente e familiar,
fortalecendo o vínculo e a confiabilidade.

Pronto socorro: equipe de saúde

 O psicólogo intermedeia a relação equipe/paciente: o profissional é o porta-voz das


necessidades, desejos e intervém de forma que os desencontros de informações sejam
minimizadas.

Acolhimento

 O acolhimento visa a escuta, a valorização das queixas, a identificação das suas


necessidades.
 Dialogo, envolvimento, escuta, percepção recíproca, para que a interação ocorra de
forma genuína.
 Ao acolher, permitimos o encontro, estar presente, o relacionamento, a criação de
vínculo entre família/paciente (usuários) e trabalhadores da saúde.

Etapas do acolhimento

1- Acesso:
Receber o paciente. Prestar os cuidados necessários proporcionando segurança ao
paciente. Aproximar-se da família, confortando-a e esclarecendo as normas e rotinas
da instituição. Adequar o ambiente de forma que os familiares tenham conforto
enquanto aguardam informações.
2- Escuta: Incentivar o paciente e familiar a questionar sobre suas dúvidas, iniciando a
educação em saúde desde a internação. Estabelecer uma relação de confiança ao qual
o paciente e família sintam-se seguros e possam expressar suas dúvidas, medos e
angústias.
3- Diálogo: Orientar a família sobre o que esta acontecendo com o paciente, enfatizado
que tudo esta sendo feito para manter a sua saúde usando palavras de fácil
compreensão.
4- Apoio: oferecer apoio e conforto ao paciente e família. Orientar a família sobre as
condições do paciente antes da visita. Identificar as necessidades de informação e
amparo do paciente e família, buscando ajudá-los a satisfazer tais necessidades.
5- Vínculo: orientar sobre os benefícios do tratamento e as complicações que podem
ocorrer. Flexibilizar o horário da visita quando houver necessidade. Estar aberto ao
outro.

O PACIENTE GRAVEMENTE ENFERMO OU TERMINAL NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA E A


EQUIPE DE SAÚDE

é reforçada a importância da atuação do psicólogo em questões delicadas como estas, que são
as situações de terminalidade que afeta tanto a equipe quanto o paciente e seus familiares,
sendo prudente que exista um facilitador para interferir nestas relações, visando à melhor
comunicação e suporte psicológico.

A perda de membro em uma amputação traumática, por exemplo, uma perda física, contudo
outras perdas simbólicas estão relacionadas (perda de autonomia, perda de identidade, perda
de intimidade). O significado e a extensão da perda vão diferir para cada pessoa de acordo
com a sua personalidade e suas características. O psicólogo deve estar atendo e orientar a
equipe e os familiares que uma doença envolve numerosas perdas que são tanto físicas como
simbólicas pela sua natureza e que cada perda específica tem de ser identificada e cada uma
destas perdas incita e requerem a sua própria resposta à dor.

A) Medo de morrer: quanto á própria morte, surge o medo do sofrimento e da indignidade


pessoal. Em relação à morte do outro é difícil ver o seu sofrimento e desintegração, o que
origina sentimentos de impotência por nada se poder fazer.

B) Medo do que vem após a morte: quando se trata da própria morte e o medo do
julgamento, do castigo divino e da rejeição. Em relação ao outro, surge o medo da retaliação e
da perda da relação.

C) Medo da extinção: diante da própria morte existe a ameaça do desconhecido, o medo de


não ser e o medo básico da própria extinção. Em relação ao outro, a extinção evoca a
vulnerabilidade pela sensação de abandono.
Os cinco estágios do paciente terminal

Primeiro estágio: negação e isolamento. Neste estágio, a negação e o isolamento são


mecanismos de defesas temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte.

Segundo estágio: raiva. Neste estágio, o paciente coloca toda sua revolta diante da notícia de
que seu fim está próximo, e chega a ficar agressivo com as pessoas que o rodeiam.

Terceiro estágio: É o momento no qual o paciente tem uma esperança de cura.

Quarto estágio: depressão. Neste estágio, o paciente se recolhe, vivenciando uma enorme
sensação de perda.

Quinto estágio: aceitação. Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem
nega sua realidade, aceita sua condição, é quando não mais sente depressão e nem raiva. É o
momento em que encontra paz e aceita o que está acontecendo.

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