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Data: 24/11/2018
Disciplina: Intervenção em situação de crise / Aula semi-presencial
Professora: Claudia Mazoni
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Ao ser admitido em uma Unidade de Terepia Intensiva, o paciente fica exposto a uma série de
agentes estressores (confinamento, restrição ao leito, cirurgias, além das alterações em sua rotina e
afastamento do trabalho). Diante do sofrimento, da dor e da iminência de morte, os pacientes e seus
familiares podem apresentar reações emocionais, tais como a ansiedade, medo, conflitos,
insegurança, irritabilidade, dentre outras frequentemente relacionadas ao contexto da internação
(Santos, Santos, Rossi, Lélis & Vasconcelos, 2011; Silva, 2009). Tais reações emocionais variam de
indivíduo para indivíduo, de acordo com o diagnóstico médico, estrutura psíquica, dinâmica
familiar e do contexto no qual cada sujeito estará inserido.
É comum ocorrer de o paciente permanecer sedado e na medida em que vai recuperando sua
consciência se deparar com o ambiente de uma UTI, podendo ocasionar quadros de privação
sensorial (Zimmermann et al., 2006). A alteração psicológica mais frequente em UTIs é o Delirium,
que pode ser definido como “uma perturbação da cognição, acompanhada de uma desordem
concomitantemente fundamental da consciência, que não se deve a uma demência preexistente ou
em evolução” (Haberkorn, 2004, p. 101).
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ocorre em situação de emergência, envolvendo risco de morte, o que precisa ser considerado como
um momento de crise.
Silva (2009) refere que, em algumas situações, estas crises produzem demandas urgentes e
necessitam de intervenções rápida. Um exemplo importante está relacionado a ansiedade, que pode
contribuir para a ativação do sistema de estresse, provocando mudanças no organismo, aumentando
a chance de infecções e de complicações
Torna-se necessário então, promover intervenções em situações de crise, a fim de auxiliar a
readaptação do paciente e de seus familiares frente ao novo contexto vivenciado.
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profundidade: grau I ou estupor, grau II ou coma superficial, grau II ou coma profundo e grau IV ou
coma dépassé (Sanvito & Pinto, 1978).
Os atendimentos aos pacientes de coma grau I e II objetiva um tratamento humanizado,
estimula o contato com a realidade, propicia sentimento de segurança e sensação de existência,
orienta sobre rotinas realizadas, conscientiza sobre o esquema corporal e tentar colaborar na
reversão do estado atual, visando auxiliar na melhoria do quadro clínico e tentar uma forma de
comunicação para que o doente não se sinta só nesse momento crítico de vida. Os atendimentos são
realizados no mínimo uma vez por dia, sendo o mais indicado duas vezes ao dia, sendo fundamental
para que seja estabelecido um vínculo mais sólido de confiança e proximidade com o paciente.
Segundo Bennum (2001), o ultimo órgão do sentido que é afetado no paciente comatoso é a
audição, dessa forma, a fala se torna o principal instrumento de trabalho do psicólogo, para orientar
o paciente em relação ao tempo e espaço, dia da semana e do mês, hora, local, tempo de internação,
informações sobre o ambiente, aparelhos a ele conectados, etc.
2) Doenças crônicas
2.1 Caracterização da Doença Crônica
Doença crônica é uma doença que persiste por períodos superiores a seis meses e não se
resolve em um curto espaço de tempo. Exemplos de doenças crônica são: diabetes, doença de
Alzheimer, hipertensão, asma, AIDS, doenças autoimunes etc. Nas crianças, a asma é a doença
crônica mais comum.
As doenças crônicas acompanham o indivíduo durante um tempo relativo da sua vida e, em
muitos casos não há cura, apenas tratamentos periódicos, tornando-se assim um agravante no bem-
estar e qualidade de vida do indivíduo. Apesar de uma doença crônica não ser uma emergência, ela
pode ser extremamente séria em determinadas doenças respiratórias, doenças cardiovasculares,
entre outras.
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Em alguns casos, as doenças crônicas são assintomáticas (o portador não possui nenhum
sintoma), mas quando se manifestam, as crises podem ser intensas, dolorosas e muito incômodas.
Em geral, as doenças crônicas não podem ser resolvidas apenas com um medicamento, exigem
tratamentos maiores, como é o caso de doenças infecciosas ou doenças como AIDS, o mal de
Alzheimer etc.
Referências
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