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A psicologia médica no centro de tratamento intensivo

do Hospital Universitário Pedro Ernesto

Psychology in Pedro Ernesto University Hospital intensive care unit

Janete A. Araújo*
Elizabeth M. P. Leitão

Resumo paciente, necessidade de uma sólida base de


conhecimentos e dificuldades de comunicação
A unidade de tratamento intensivo (UTI) é um
interpessoal aumentam a sobrecarga emocio-
ambiente de cuidados da saúde com potencial de
nal na equipe de saúde. Provocam ansiedade,
gerar estados emocionais que podem interferir
depressão e o aparecimento de mecanismos de
na evolução do paciente. Os cuidados são ofe-
defesa para lidar com as situações de conflito. A
recidos, através de tratamentos complexos, aos
pacientes em graves condições médicas, a fim inserção do psicólogo neste ambiente objetiva
de garantir a sua sobrevivência e a melhoria do identificar e atuar sobre aspectos que possam
seu estado geral. Além da debilidade física, os interferir na adaptação do paciente ao período
pacientes são, ainda, submetidos a situações de de hospitalização e na sua recuperação. A equipe
estresse importante. Frequentemente mantidos de psicologia médica da UTI geral do Hospital
sedados durante o período de recuperação da Universitário Pedro Ernesto visa identificar e
consciência, são expostos a inúmeros fatores apoiar os aspectos emocionais dos pacientes
extremamente difíceis do ponto de vista emo- e familiares, contribuir na adequada evolução
cional, acarretando síndromes psiquiátricas desses indivíduos, bem como promover uma
bastante prevalentes e atenção especializada. boa comunicação entre as pessoas envolvidas
A hospitalização de um membro da família no processo, visando melhorar as relações e o
desorganiza a dinâmica familiar, ficando ainda bem-estar de todos.
mais complexa se a internação ocorre na UTI,
pois esta, por si só, simboliza o risco iminente Descritores: Unidades de terapia intensiva; Pa-
de morte. Os problemas derivados das carac- cientes; Comunicação; Equipe de assistência ao
terísticas ambientais da unidade, cuidado ao paciente; Psicologia médica.
*
Endereço para correspondência:
Centro de Tratamento Intensivo Geral, HUPE, UERJ.
Boulevard 28 de setembro, 77
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(3):130-137 Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20551-030.
doi:10.12957/rhupe.2013.7540 E-mail: netteallves@hotmail.com

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A psicologia médica no centro de tratamento intensivo do Hospital Universitário Pedro Ernesto

Abstract Introdução
A inserção da psicologia nos hospitais
The intensive care unit (ICU) is an environment
brasileiros aconteceu em um período
for health care able to generate emotional situa-
recente da história do país, de acordo com
tions that can intervene in the patient evolution.
Angerami‑Camon,1 no início dos anos 1950. No
Care is offered through complex treatments to
centro de tratamento intensivo (CTI) geral do
patients that present serious medical situation,
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE),
in order to assure the survival and to improve desde a década de 1990 a psicologia médica
better health conditions. Besides their physical tem feito parte da equipe multiprofissional,
weakness patients are submitted to important buscando dar suporte psicológico aos pacientes
stress. Some are often maintained in a state of e seus familiares, facilitando o enfrentamento
sedation and, during the period of progressive dos momentos de crise e das adaptações em
recovery of consciousness, they are exposed relação ao processo de internação.
to various extremely difficult factors from an Quando o paciente é admitido numa uni-
emotional point of view, causing psychiatric dade fechada fica exposto a diversos agentes
syndromes quite prevalent and requiring specia- estressores: confinamento, restrição ao leito,
lized attention. The hospitalization of a family cirurgias, uso de aparelhos, ruídos e iluminação
member disrupts the family dynamic, addittio- constantes, realização frequente de exames, afas-
nally, if hospitalization occurs in the ICU, the tamento do trabalho, dos amigos, dificuldade
situation is even more complex because the ICU em conciliar o sono e mudanças alimentares
itself symbolizes the imminent risk of death. repentinas, para citar apenas alguns. Esses
The problems that come from the environmen- agentes podem ocasionar reações emocionais
tal characteristics of the unit, the patient care, em variados níveis, como ansiedade, medo,
the need for a solid basis of knowledge and the conflitos, insegurança, irritabilidade, dentre
difficulties on interpersonal communication outras comumente relacionadas ao contexto da
internação.2
increase the emotional charge on the healthcare
Na unidade de terapia intensiva (UTI),
team. This causes anxiety responses, depression
a rotina de trabalho mais acelerada, o clima
and the development of defense mechanisms to
constante de apreensão e as situações de morte
deal with conflict situations. The introduction
iminente tornam ainda mais possíveis as in-
of the psychologist in this environment aims to
terferências emocionais da hospitalização no
identify and act on aspects that can intervene
paciente e em seus familiares.
on the patient adaptation in the hospitalization
A preocupação generalizada dos profissio-
period and his recuperation. Medical Psycholo- nais da área de saúde em prestar uma assistên-
gy Service of General ICU of the Pedro Ernesto cia mais humanizada reforça a necessidade de
University Hospital aims at identifying and sup- manejar de forma mais adequada os aspectos
porting emotional aspects of patients and fami- emocionais do adoecer. Dessa forma, os pro-
lies in order to contribute to a proper evolution fissionais de saúde estão sendo estimulados
of these individuals, as well as to promote a good a se aperfeiçoarem e a complementarem seus
communication between people involved in the conhecimentos para que possam atender aos
process, in order to improve the better relations pacientes a partir uma visão biopsicossocial, não
and the comfort of everybody. mais apenas biológica.3 Trata-se de uma mudan-
ça difícil, que necessita da ajuda do psicólogo.
Keywords: Intensive care units; Patients; Com- O objetivo deste artigo é descrever a atuação
munication; Patient care team; Psychology, dos profissionais de psicologia no CTI geral do
medical. HUPE, citando os procedimentos e recursos uti-

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lizados, nas intervenções com todos os sujeitos como rádios e televisões etc.) para diminuir
envolvidos no processo de internação: pacientes, o desconforto dos pacientes e, logo a seguir,
familiares e equipe de saúde. com um movimento que visava conscientizar
os profissionais que ali atuavam a respeito da
Unidade de terapia intensiva necessidade de mudanças de atitude na relação
No final da década de 1940, início da de com os pacientes e familiares. Talvez a melhora
1950, uma grande epidemia de poliomielite das condições técnicas, com a diminuição do
assolou a Europa e a América do Norte. Com estresse da equipe, tenha sido um importante
o objetivo de proporcionar a necessária assis- fator para possibilitar este movimento, ainda em
tência ventilatória aos pacientes mais graves, andamento, de humanização das UTIs.
foram criadas, nos Estados Unidos, as unidades Se por um lado a tecnologia tem contribu-
de assistência ventilatória que dariam origem ído para os avanços da medicina, por outro, de
posteriormente à UTI ou CTI. certo modo, tem restringido o contato humano
A UTI, destinada ao atendimento de entre a equipe de saúde, os pacientes e familiares.
pacientes em risco de vida, com potencial de Nos últimos anos, alguns aspectos vêm
recuperação, surgiu, assim, nos Estados Unidos, contribuindo para mudanças no ambiente das
na década de 1950, época em que foram desen- UTIs. Essas mudanças estão relacionadas com a
volvidos os primeiros respiradores artificiais.4 evolução conceitual do processo saúde-doença
No Brasil, esse tipo de serviço surgiu a partir que implica a interlocução de novos saberes para
da década de 1960, em hospitais de grande porte sua compreensão e abordagem.7 Desse modo,
no Sul e Sudeste do país. No HUPE, o CTI geral hoje se observam equipes mistas, compostas
foi inaugurado em abril de 1974. por diversos profissionais da área da saúde,
A UTI foi criada e permanece até hoje com com conhecimentos e habilidades diferenciadas,
o objetivo de concentrar três componentes críti- desenvolvendo um trabalho multidisciplinar.
cos: os doentes mais graves com possibilidade de A equipe multidisciplinar é composta por
recuperação; o equipamento técnico mais caro médicos intensivistas, enfermeiros, fisiotera-
e sofisticado; e a equipe com conhecimento e peutas, técnicos de enfermagem, nutricionistas,
experiência para cuidar desses pacientes e lidar assistentes sociais, psicólogos e fonoaudiólogos
com essa aparelhagem específica.5 que possuem treinamento específico e diferen-
Nos primeiros anos de sua existência, a ciado voltado para o trabalho com pacientes
aparelhagem e os medicamentos para supor- críticos.
te de vida eram precários, sendo as taxas de De acordo com Ayres,7 a UTI é um lugar
mortalidade muito elevadas. Mais tarde, com de cuidados, onde os atores (profissionais de
o avanço tecnológico caracterizado, sobretudo, saúde, pacientes e familiares) precisam estabe-
pelos respiradores e monitores mais modernos lecer um padrão de comunicação em que todos
e drogas cada vez mais poderosas, a prática da compreendam objetivamente o que está sendo
terapia intensiva tornou-se mais eficaz, com dito. As habilidades de comunicação precisam
acentuado aumento nas taxas de sobrevivência ser eficazes para que se produza alta qualidade
dos pacientes.6 de cuidados para o paciente e suas famílias.
Nas décadas de 1980 e 1990, começou a As características intrínsecas à UTI, como
surgir a preocupação com a humanização da a rotina de trabalho acentuada, o clima de
prática médica e este conceito passou a ter im- constante apreensão e as situações de morte
portância em várias UTIs, inicialmente através iminente, acabam por exacerbar o estado de es-
da colocação de símbolos externos (abertura tresse e tensão, no qual, tanto o paciente quanto
de janelas com vista para o exterior, coloca- a equipe, vivem 24 horas por dia. Esses aspectos,
ção de relógios e calendários, meios de lazer somados à dimensão individual do sofrimento

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da pessoa internada, tais como a dor, o medo, o dico no momento em que são transmitidas aos
desconhecido, o isolamento do mundo, desen- familiares notícias sobre o estado clínico do
cadeiam vários e fortes fatores psicológicos8 que paciente, visa mediar a comunicação e dar apoio
interatuam muitas vezes na enfermidade que o às duas partes.
sujeito possui. Uma característica ímpar do CTI geral do
HUPE é a autorização para a visita de crianças
A psicologia na UTI aos familiares internados com a permissão dos
Ao longo do desenvolvimento da psicologia responsáveis, após avaliação da equipe e desde
nota-se que, apesar de um tradicional panorama que acompanhadas da psicóloga.
clínico, houve uma série de mudanças tanto com É função também da psicologia médica
relação às competências dos psicólogos como à facilitar a relação interpessoal entre a equipe
própria visão dos sujeitos dos cuidados psicoló- multiprofissional, os pacientes e os seus familia-
gicos.9 Por volta da década de 1970 iniciaram-se res, bem como fornecer espaço para atendê-los
demandas por trabalhos psicológicos sob uma sempre que necessário.
nova perspectiva, que abrange uma clientela di-
ferenciada, um local distinto e, principalmente, a
O paciente
necessidade de se considerar o contexto no qual Simonetti11 afirma que, diante da doença, o
os sujeitos estão inseridos. ser humano manifesta subjetividades: sentimen-
Tudo isto conduziu a uma mudança na tos, desejos, pensamentos e comportamentos,
concepção da prática, resultando na ampliação fantasias e lembranças, crenças, sonhos, confli-
do campo. Dentro deste movimento, o que mais tos e sua maneira própria de adoecer.
se destacou foi o relativo à área da saúde. Esses aspectos podem aparecer como causa
Em se tratando da atuação do psicólogo em da doença, como desencadeador do processo
uma UTI, seu objetivo é dar suporte psicológico, patogênico, como agravante do quadro clínico,
através de uma escuta diferenciada, ao paciente, como fator de manutenção do adoecimento ou,
aos familiares e a toda a equipe de saúde que está ainda, como consequência deste. Nesse sentido,
envolvida dentro do processo de adoecimento. o objetivo da psicologia é a elaboração simbólica
Possibilita assim a exteriorização e o enfren- do adoecimento, ou seja, ajudar o paciente a
tamento do sofrimento, da dor e de questões atravessar a experiência do adoecimento através
emergentes, facilitando o esclarecimento de dú- de sua subjetividade.
vidas e de “fantasias” que provocam desconforto. O sofrimento físico e psíquico do paciente
Ismael10 aponta a complexidade do processo precisa ser entendido como uma coisa única,
vivenciado por estes sujeitos, pois a UTI é vista pois os dois aspectos interferem um no outro.
por algumas pessoas como “local para morrer”. Através do trabalho da psicologia, o doente
Surgem então sentimentos relacionados à desa- pode encontrar um melhor caminho para o en-
gregação e ao desamparo; o paciente, distante de frentamento da dor, do sofrimento e até mesmo
seus familiares, em um ambiente impessoal, com de uma morte mais digna e menos sofrida. É
um aparato tecnológico desconhecido, poderá importante criar as condições de comunicação
reagir emocionalmente de forma negativa. nesse momento: o psicólogo deve buscar o “fa-
No CTI geral do HUPE, desde a década lar” do paciente, seja através de gestos, olhares
de 1990, a psicologia médica tem feito parte da ou gemidos, e ser seu porta-voz.12
equipe multiprofissional, buscando dar supor- A necessidade de um atendimento psicoló-
te psicológico aos pacientes e seus familiares, gico pode não ser percebida pelo paciente, pois
facilitar o enfrentamento dos momentos de suas preocupações estão dirigidas para o corpo
crise e das adaptações em relação ao processo e para as ações exploratórias e terapêuticas que
de internação. Estando presente junto ao mé- nele são praticadas. Atribui seu mal-estar emo-

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cional às vivências oriundas deste corpo doente.6 vínculo com os familiares é, muitas vezes, uma
As possíveis reações emocionais do pa- das poucas motivações que ele tem para en-
ciente envolvem passividade ou agressividade, frentar o sofrimento. O psicólogo deve facilitar,
argumentação sobre aspectos sem importân- criar e garantir a comunicação efetiva e afetiva
cia, manifestações de raiva ou depressão pela entre paciente/família e equipe, identificando
dificuldade em aceitar não só sua doença, mas qual membro da família tem melhores condi-
todo o processo de hospitalização e tratamento. ções intelectuais e emocionais para receber as
Há também o medo da invalidez permanente, informações sobre o doente.12,14
da dependência, da dor física, das alterações na Ismael10 alerta para o fato de que muitos
autoimagem, da anestesia, em casos de cirurgia, familiares podem expressar a necessidade de
e do próprio retorno para casa após a hospita- ver o paciente repetidas vezes. Isto pode indicar
lização.10 O paciente, enquanto hospitalizado, uma forma da família tentar reconstruir o vín-
costuma ficar mais introspectivo e reavaliar sua culo quebrado com seu familiar e/ou um meio
vida e seus valores. de lidar com a angústia pela falta do controle
Rincon e colaboradores13 identificaram em que ocorre quando o paciente está longe de seu
pacientes adultos de UTI índices elevados de campo visual.
transtornos psiquiátricos pré-existentes ou de- No CTI do HUPE, desde sua inauguração,
sencadeados/agravados pela doença (delirium: sempre foi permitida a visita diária de familia-
7,3%; depressão: 13,7%; ansiedade: 24%; e abuso res, sem restrição de número (diferentemente
de álcool: 37,9%). Estes transtornos podem ser do que ocorre em muitas UTIs) e, após a visita,
tratados por meio de intervenções psiquiátricas o médico dá as notícias sobre o estado de seu
associadas a acompanhamento psicológico. paciente. Em situações particulares, nas quais
As questões psicológicas a serem aborda- um parente não possa comparecer na hora
das devem ser focais, visando sempre àqueles marcada (como em caso de trabalho), é sempre
aspectos estritamente relacionados à doença, às autorizada a visita num horário compatível. No
dificuldades adaptativas à instituição hospitalar, entanto, em virtude da necessidade do paciente
ao processo do adoecer e aos procedimentos ser submetido a algum procedimento, nem
diagnósticos. É importante ressaltar que, na sempre é possível permitir a entrada do familiar
UTI, ao contrário do que ocorre habitualmente,
no horário previsto, causando nesta pessoa um
é o psicólogo quem procura o paciente, ofere-
elevado nível de angústia e ansiedade, uma vez
cendo‑lhe ajuda e ficando disponível também
que ela não está ciente destes acontecimentos.
para sua família.10,14
De acordo com Botega,16 em um estudo
realizado na França com 357 familiares de
O trabalho da psicologia com a
pacientes em UTI, observou-se que 35% dos
família membros da família apresentavam depressão e
O impacto diante do adoecimento e inter- 73% ansiedade.
nação de um familiar altera a forma de viver Oliveira e Sommerman15 afirmam que uma
tanto do sujeito que está doente como de seus das maiores fontes geradoras de ansiedade é a
familiares, pois produz uma interrupção brusca falta de informação ou informação excessiva e
do cotidiano. Isto altera toda a dinâmica fami- contraditória.
liar e gera sentimentos de insegurança, medo e Os familiares precisam ser mantidos infor-
incerteza.15 mados sobre o que acontece. Uma das maiores
A família, angustiada e sofrida, que se sente necessidades da família é o estabelecimento de
impotente e assustada mediante a ameaça da uma comunicação clara, honesta e frequente
morte, precisa da atenção do psicólogo, devendo com os membros da equipe que cuida do pa-
ser envolvida no trabalho com o paciente, pois o ciente.17

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É importante, segundo Santos,17 “que o em reforma para ampliação de suas instalações;


profissional mostre atenção, empatia e carinho por este motivo a unidade está funcionando em
com o comportamento e sinais não verbais. A local adaptado, no qual não há espaço físico
expressão facial, o contato visual, a distância apropriado que garanta a privacidade necessária
adequada e o toque nas mãos, braços ou ombros para que os familiares sintam-se à vontade para
ajudam a demonstrar empatia e oferecer apoio trazer suas questões e manifestar suas emoções.
e conforto”. Consideramos de suma importância o tra-
balho de suporte psicológico aos familiares, pois
Trabalho com grupo de estas pessoas, além de extremamente sofridas
familiares com a situação, têm muito a contribuir para a
adaptação do paciente ao tratamento, funcio-
Em virtude da necessidade de aprimorar
nando como o elo entre o mundo externo do
a atenção à família surgiu, no CTI geral do
doente e o hospital e protegendo sua identidade
HUPE, em 1995, o grupo de informação e
fragmentada pela doença pela e internação. É
apoio. O objetivo deste grupo é promover um
incontestável que o familiar só poderá fornecer
espaço para acolher medos, dúvidas e angústias
suporte adequado se tiver o apoio e o acolhi-
dos familiares de pacientes. Por se tratar de
mento necessários.
um grupo terapêutico, torna-se possível uma
melhor integração, compartilhamento de sen- O trabalho com a equipe da
timentos, dúvidas e informações, pois é a partir
das trocas realizadas ali, pela visão de outros
UTI
casos mais graves (ou não), que os familiares A equipe de saúde também vivencia no seu
conseguem perceber que não estão sozinhos cotidiano esse significado de viver e morrer,
e, consequentemente, podem aprender novas experimentando sentimentos ambivalentes de
formas de adaptação. onipotência e impotência, sendo alvo de muitas
O grupo funciona na sala de reunião da cobranças por parte de todos os envolvidos e
UTI, sob coordenação das psicólogas, com a pre- tendo que lidar com a percepção da própria fi-
sença do médico e, por vezes, de outro membro nitude. O psicólogo deve atuar como facilitador
da equipe multidisciplinar (enfermeira, fisiote- do fluxo dessas emoções e reflexões, detectando
rapeuta, nutricionista). O médico, após informar os focos de estresse e sinalizando as defesas
aos familiares o quadro clínico dos pacientes, exacerbadas.18
em função de suas atividades, poderá ou não A equipe deve estar preparada para lidar
permanecer no grupo até o final do encontro. com sentimentos, emoções, valores morais e éti-
É importante salientar que o grupo de cos, crença religiosa dos pacientes e familiares,
suporte à família é aberto, pois a cada grupo de modo a respeitar e considerar as possíveis
novas famílias podem participar. Nos encontros, questões que emergirem. Este contato direto
as dúvidas mais frequentes (relacionadas a pro- coloca os profissionais muitas vezes em situações
cedimentos comumente efetuados) costumam que exigem um processo reflexivo sobre seus
ser sobre a traqueostomia e a gastrostomia e próprios valores, sua própria finitude e crença
também sobre o “inchaço” apresentado por religiosa, bem como a angústia mediante a to-
muitos pacientes (o que altera sua aparência, mada de decisões.
causando grande impacto nos familiares), além Na UTI, um dos fatores adversos é a falta
de questões ligadas à fisioterapia. de tempo, o que dificulta o relacionamento in-
Com algumas interrupções, este grupo terpessoal. Além disso, não é fácil para a equipe
vem sendo realizado no CTI geral do HUPE lidar com o sofrimento diário dos pacientes,
aproximadamente há 12 anos. No momento familiares e com o seu próprio sofrimento.19
não está ocorrendo, pois o mesmo encontra-se A comunicação entre o profissional e o

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doente, na maioria das vezes, não é clara. A difi- Dentro de um trabalho grupal, o psicólogo
culdade de falar por causa da cânula orotraqueal precisa atuar como um agente facilitador do
ou da traqueostomia torna-se mais um agra- processo interativo, visando uma boa comuni-
vante, sendo necessária uma intervenção para cação interpessoal.
auxiliar na comunicação. Uma boa estratégia é o Na tentativa de melhorar a comunicação
atendimento conjunto com outros profissionais, e a relação entre todos os sujeitos envolvidos
promovendo um maior entendimento e melhor no CTI geral do HUPE, bem como discutir
relacionamento, reduzindo desconfortos tanto questões que permeiam as situações existentes
da equipe como do paciente. em uma UTI, como a terminalidade, tivemos o
Na literatura atual, muitos estudos men- ensejo de realizar palestras para a equipe mul-
cionam problemas frequentes relacionados tiprofissional, incluindo os residentes.
à comunicação deficitária entre pacientes e a A oportunidade de a psicologia discutir
equipe de saúde.20 Quando há uma comunicação com os profissionais através destes eventos
de qualidade entre profissional de saúde e pa- permite uma melhor interação e troca de experi-
ciente, este se sente mais motivado e encorajado ências entre os profissionais, ampliando ideias e
a fazer perguntas, reduzindo seu sofrimento e promovendo reflexões importantes, favorecendo
ansiedade gerados pelo tratamento, além de se a resolução de problemas e ajudando na eficácia
sentir mais satisfeito.21 da comunicação.
É na prática do dia a dia que temos a oportu- O trabalho em equipe, principalmente
nidade de aprender uns com os outros. Quando dentro de uma instituição universitária, onde
ocorre a mobilização da equipe em função de há um constante rodízio de estudantes, está
uma situação, seja com o paciente, seja com um sempre passando por modificações, o grupo está
familiar ou até mesmo com um membro da pró- permanentemente em movimento, alterando
pria equipe, surge a oportunidade de trabalhar sua dinâmica. Desta forma, o profissional de
as questões emergentes. Por isso, é importante psicologia deve estar apto a lidar com as resistên-
que o profissional de psicologia esteja atento e cias e frustrações, sempre disposto a recomeçar.
presente na UTI não só durante o período da A UTI, como ambiente de aprendizagem e
visita, mas que ele participe das reuniões de atuação profissional, contribui, sobretudo, para
equipe, permaneça na unidade após a saída dos o amadurecimento profissional e pessoal, uma
familiares e participe do funcionamento de uma vez que estimula o raciocínio clínico, conduz a
forma integral. uma reflexão crítica sobre conceitos e precon-
O trabalho do psicólogo é incessante e cons- ceitos relacionados com o viver e o morrer, a
titui um desafio, pois irá depender da demanda valores, à ética instrumental e dialógica, enfim
de cada profissional, que será diferente de acor- às questões teórico-práticas da saúde e bioética
do com o momento que estiver vivenciando; no que se tem de mais diferencial e específico.22
portanto, não existem regras rígidas. A forma
de intervenção deverá ser criada, recriada e Conclusões
adaptada à medida que surgirem as necessidades A psicologia cumpre um relevante papel na
de atuação da psicologia. UTI, visando a um atendimento que reconhece
Quando o foco é a equipe, é importante o paciente como um sujeito que possui desejos,
não perder de vista o verdadeiro objetivo, que medos e anseios, inserido em um contexto so-
é a assistência. Um ambiente de trabalho com cial, cultural e familiar com sua diversidade de
relações interpessoais adequadas torna-se aspectos psicológicos.
mais agradável e produtivo, consequentemente O trabalho com a família do paciente in-
gerando maior qualidade no atendimento aos ternado na UTI possibilita um lugar de escuta
pacientes e familiares. e intervenção em questões e mecanismos psi-

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cológicos que, se não trabalhados, poderão in- Hospitalar: o mapa da doença. São Paulo:
fluenciar negativamente o paciente e sua doença. Casa do Psicólogo;2004. 201p.

No trabalho com a equipe, a psicologia for- 12. Angerami-Camon VA, Trucharte FAR,
nece espaço para reflexão, suporte e apoio, favo- Knijnik RB, Sebastiani RW, organizadores.
Psicologia hospitalar: Teoria e prática. São
recendo a percepção de questões que necessitam
Paulo: Pioneira;2006. p.15-28.
de elaboração e facilitando o fortalecimento dos
13. Rincon GH, Granados M, Unutzer J, Gomez
vínculos entre o grupo de profissionais.
M, Duran R, Badiel M, et al. Prevalence,
Enfim, o psicólogo funciona como faci- detection na treatment of anxiety, depression
litador das relações interpessoais dos sujeitos and delirium in the adult critical care unit.
envolvidos, favorecendo uma comunicação Psychosomatics 2001;42(5):391-6.
mais eficaz, o que pode resultar em ambiente 14. Romano BW. Princípios para a prática da
profissional mais agradável e melhor qualidade psicologia clínica em hospitais. São Paulo:
Casa do Psicólogo;1999. p.115-67.
no atendimento aos pacientes e familiares.
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Volume 12, número 3, julho-setembro/2013 137


Autores

Aloysio G. da Fonseca Elisabete N. Ferreira


Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Ana Alice de A. Triani Elizabeth de A. Marques
Serviço de Farmácia. Hospital Universitário Pedro Departamento de Microbiologia, Imunologia e
Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Parasitologia. Faculdade de Ciências Médicas.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
Augusto C. C. Ferreira
Elizabeth M. P. Leitão
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Departamento de Especialidades Médicas.
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do
Carlos D. A. Bersot Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Unidade Docente Assistencial de Anestesiologia. Fernanda M. Pinto


Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade Divisão de Nutrição. Hospital Universitário Pedro
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Brasil. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Cristina F. Diestel Fernanda R. Rodrigues
Divisão de Nutrição. Hospital Universitário Pedro Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário
Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Daniella M. L. Caixeta Haroldo C. da Silva
Unidade de Pacientes Graves. Instituto Fernandes Serviço de Clínica Médica. Hospital Universitário
Figueira. Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
RJ, Brasil. Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Eliane P. P. Assumpção Irene de S. e Silva
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário Serviço de Farmácia. Hospital Universitário Pedro
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Eliete Bouskela Janete A. Araujo

Departamento de Ciências Fisiológicas. Instituto de Unidade Docente Assistencial de Saúde Mental e


Biologia Roberto Alcântara Gomes. Universidade Psicologia Médica. Hospital Universitário Pedro
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Brasil. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Volume 12, número 3, julho-setembro/2013 11


Jaqueline do A. Santos Maria Cristina A. Maya
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário Departamento de Cirurgia Geral. Faculdade de
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Jorge da S. Motta Mário C. A. Perez
Serviço de Gatroenterologia. Hospital Universitário Departamento de Clínica Médica. Faculdade de
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Jorge Eduardo da S. S. Pinto Mônica R. Cruz
Departamento de Clínica Médica. Faculdade de
Serviço de Fisioterapia. Hospital Universitário
Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Josiana A. de Oliveira
Mônica G. Rodrigues
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Serviço de Clínica Médica. Hospital Universitário
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Juliana G. S. Fortunato
Monique de S. Furtado
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Júlio C. D. Correal
Monique E. Cardoso
Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas.
Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Serviço de Clínica Médica. Hospital Universitário
Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Leni F. de A. Hirabae
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário Nivaldo R. Villela
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Unidade Docente Assistencial de Anestesiologia.
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ,
Luana F. de Almeida
Brasil.
Serviço de Enfermagem. Unidade de Cuidados
Intensivos do Plantão Geral. Hospital Universitário Patrícia S. Sá
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Divisão de Nutrição. Hospital Universitário Pedro
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Luciana G. Assad
Paulo V. Damasco
Departamento de Fundamentos de Enfermagem.
Faculdade de Enfermagem. Universidade do Estado Departamento de Medicina Interna. Faculdade de
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Marcos L. Miranda
Pedro G. Coscarelli
Serviço de Clínica Médica. Centro de Tratamento
Intensivo Geral. Hospital Universitário Pedro Departamento de Clínica Médica. Faculdade de
Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

12 revista.hupe.uerj.br
Rachel M. Rocha Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Divisão de Nutrição. Hospital Universitário Pedro
Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Vagner I. Lobão
Rio de Janeiro, RJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Serviço de Laboratório Central. Hospital
Robson de S. Leão Universitário Pedro Ernesto. Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Departamento de Microbiologia. Faculdade de
Ciências Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Victor E. C. Zamora
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Serviço de Fisioterapia. Hospital Universitário
Janeiro, RJ, Brasil.
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
Rogério M. de Souza Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário Viviane S. e Silva
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de
Serviço de Treinamento e Avaliação de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Enfermagem. Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Ronaldo R. Sampaio Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário
Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Werneck L. Guilherme
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Departamento de Epidemiologia. Instituto de
Sérgio da Cunha Medicina Social. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Disciplina de Tratamento Intensivo. Departamento
de Clínica Médica. Faculdade de Ciências Médicas. William O. da Silva
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Serviço de Clínica Médica. Centro de Tratamento
Janeiro, RJ, Brasil.
Intensivo Geral. Hospital Universitário Pedro
Shirley A. Morais Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Serviço de Enfermagem. Hospital Universitário

Volume 12, número 3, julho-setembro/2013 13

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