Você está na página 1de 3

Intervenção junto a pacientes, família e equipes.

A relação com o paciente, família e as equipes.

- O lugar do atendimento é onde o paciente está

Você atende o paciente no lugar que ele esta, não necessariamente em uma sala específica. O
paciente em um hospital está vulnerável e ele dificilmente vai querer sair do lugar em que está
para uma “simples conversa”, por isso o psicólogo realiza o atendimento onde ele estiver, seja
no corredor, quarto, UTI, recepção e etc.

Normalmente você vai atender alguém que ainda não teve interesse no seu atendimento, você
vai atender ele porque foi pedido pelo familiar, amigo, médico, enfermagem e não porque a
pessoa foi até você.

É importante ir ao hospital tendo consciência de que sua atuação será para a instituição e que
irá atender todas as pessoas que estão compondo esse lugar, tanto os pacientes e os
familiares, quanto todo o corpo clínico e funcionários.

O psicólogo é convidado diversas vezes para “apagar incêndios” tanto de pacientes com o
hospital ou familiares e brigas entre funcionários.

Mesmo que você tenha acesso (é muito importante ver e ficar ciente de tudo) do prontuário
do paciente, o seu atendimento precisa iniciar com o paciente falando sobre o que está
acontecendo e você se baseando nisso e não apenas no prontuário, para saber a angústia que
essa pessoa está tendo nesse momento que muitas vezes não vai estar relacionada ao seu
prontuário.

Temos que considerar que um adoecimento impacta na vida da pessoa, seu convívio social,
cultural, a vida financeira, suas privações, as relações, causa desamparo.

O diagnóstico do paciente que é a definição do seu estado de saúde e para a psicologia a


forma como o paciente toma consciência do seu estado de saúde é importante que o
psicólogo saiba para poder conversar com o paciente. Existem muitos casos de pacientes com
diagnósticos difíceis e sem conhecimento ou porque a família não quer que ele saiba ou
porque é um paciente muito novo/velho e não toma consciência do que passa. Nesses
momentos respeita a opinião dos familiares e se conversa com eles para que repensem isso,
mas não da a noticia para o paciente sem a família consentir. Pode acontecer também do
paciente esconder o diagnóstico da família e em momentos mais complicados pedir suporte ao
psicólogo para passar essa notícia. O diagnóstico afeta toda a família.

É importante saber quando deve finalizar o atendimento e se necessário encaminhar o


paciente para outro psicólogo externo, isso porque o atendimento no hospital é bem pontual.

A condição emocional do paciente e de seus familiares está diretamente ligada a: desgaste


emocional; preocupação com a tomada de decisões de ordem prática; distanciamento;
sentimento de impotência.

O que o psicólogo vai fazer no hospital?


Dentro do hospital o psicólogo vai atuar diretamente com as equipes e as relações
interpessoais entre eles, lidando com conflitos e fofocas.

Trabalhar com a família do paciente e orientar dinâmicas que podem ser feitas como
estratégias.

Nunca julgar e sempre acolher. Levar em consideração sempre a verdade do paciente e o que
ele fala, sem se deixar levar por opiniões médicas, familiares ou opiniões próprias, estamos ali
para acolher O PACIENTE e ouvir o que ele tem a dizer.

Envolve uma estratégia terapêutica (maneira como é organizada o atendimento) e a técnica (a


maneira prática que será realizada a intervenção).

A estratégia básica é depois que você escutou muito o paciente ele consiga falar realmente o
que sente e a partir possa dissolver sua angustias.

Parar de sempre tentar falar algo, aconselhar, conversar... muitas vezes é necessário ficar em
silencio e quando o paciente falar é necessário apenas escutar.

Solicitação X Demanda

Solicitação – alguém pede para você atender a pessoa

Demanda – a própria pessoa solicita e tem interesse em seu atendimento

É importante filtrar com o que se preocupar, é normal em um hospital pessoas estarem tristes,
angustiadas, ansiosas e com medo e isso são quadros esperados para a situação que se
encontram. Devemos nos atentar mais aquilo que aparece em excesso.

O ambiente hospitalar é um lugar onde as pessoas podem chegar bem e nunca mais saírem
com vida, pessoas possuem consciência disso e é normal elas se sentirem nervosas no
ambiente. Além disso, muitas vezes a pessoa perde sua subjetividade e começa a ser tratado
como objeto, tendo sua privacidade sempre invadida por enfermeiros, médicos, que entram e
te dão injeção com você dormindo, que acendem a luz durante o sono, coloca remédio com a
pessoa inconsciente, obriga a tomar banho em um horário x. É um ambiente bem aversivo.

Vão ter questões institucionais que o psicólogo precisa intervir pelo bem do paciente. Ex:
paciente lúcido amarrado.

Psicologia da Saúde

Mudança da psicologia como área de humanas para área da saúde.

Quando a psicologia entra como um critério de saúde na OMS, ou seja, quando surge o termo
“biopsicossocial” é pensado que o psicológico da pessoa impacta na sua saúde e a partir disso
passa a estudar a psicologia da saúde.

A psicologia tinha duas vertentes predominantes:

1. prática clínica, que é mais voltada a uma classe elitizada


2. prática hospitalar, sendo uma atuação voltada para prática ambulatorial e psiquiátrica com
enfoque na internação e na medicação. O que vemos que não é, porque na verdade estamos
falando de um serviço muitas vezes social que pode até compor visitas domiciliar.

Olhar para o sujeito em sua totalidade para compreender o processo de saúde doença.

O psicólogo é inserido no sistema de saúde por estar insatisfeito com a medicina moderna,
buscando englobar o conceito biopsicossocial.

Olhar para a atuação psicológica fugindo do modelo dualista cartesiano e entendendo que o
psicólogo não é a cereja do bolo, mas que é uma parte da equipe multiprofissional e de todo o
conhecimento que faz parte dessa equipe, inclusive o conhecimento do paciente.

É necessário para a prática ter conhecimento de todas as políticas públicas para poder orientar
o seu paciente e os familiares quando necessário.

O que o psicólogo pode fazer?

- visita domiciliar: quais as condições dessa família

- conduzir rodas de conversa

- propor passeios na comunidade

- discutir caso com a equipe multi (essencial)

Você também pode gostar