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A ÉTICA DA ENFERMAGEM FRENTE À ASSISTÊNCIA AOS PACIENTES

TERMINAIS

BERNARDES, Ana Paula Fugazza1


GASDA, Vera Lúcia Podewils¹
PEZENTI, Daiana²
PINHEIRO, Shirla Regina¹

Introdução: A fase terminal do paciente é representada por perspectivas de


regressão da doença esgotadas. No entanto, é mais freqüente que as pessoas
só comecem a pensar na morte pouco antes de morrer. Incluída na
enfermagem está à preservação da vida, o alívio do sofrimento e a restauração
da saúde. A sociedade exalta a saúde, a vida e a mocidade, já a morte é um
assunto em geral evitado. Ela é com freqüência negada, mesmo quando
iminente. Apesar disso, a morte não é uma ocorrência rara nas enfermarias dos
hospitais ou entre a população enferma na comunidade. Enfermeiras e
médicos, pela real natureza de seu trabalho, encontram a presença da morte
mais freqüentemente do que acontece com a maioria das pessoas no curso
normal de suas vidas, e isso é motivo para que a enfermagem preserve os
princípios da assistência adequada e a da ética que deve exercer. Durante a
fase terminal, o paciente e sua família esgotam todas as suas perspectivas de
regressão da doença. Neste momento, o enfermeiro, paciente e família passam
por modificações psicológicas, denominadas de fases da morte: negação,
raiva, barganha, depressão e aceitação. A enfermagem, que está direcionada à
preservação da vida, também busca o alívio do sofrimento das pessoas nestas
situações, buscando dar todo conforto ao paciente e proporcionando consolo
aos seus familiares. O papel do enfermeiro é ajudar o paciente em todos os
momentos, dando apoio emocional, atenção, respeitando seus sentimentos e
limitações. O profissional deve estar preparado para prestar um atendimento de

1
Discentes do curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Vale do Itajaí – SC.
² Relatora: Discente do curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Vale do Itajaí – SC.
E-mail: daiana.p@hotmail.com – (047) 8819 3209. Rua: Noruega 533 - Centro – Balneário Comburiu.
qualidade aos pacientes terminais, como também estar atento para os
questionamentos e queixas da família, fortalecendo o vínculo oriundo desta
situação. Esta assistência prestada deve estar de acordo com a Lei do Código
de Ética dos Profissionais de Enfermagem estabelecida na resolução do
COFEN – 240/2000 de 2005. A ética refere-se aos padrões de conduta moral,
significa saber o que é certo e o que é errado, e como agir para chegar ao
equilíbrio. Portanto, a assistência ao paciente deve ser humanizada,
respeitando este ser como um todo. Objetivos: Compreender e analisar a
ética da enfermagem frente à assistência aos pacientes terminais.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, abrangendo conteúdos
relacionados ao paciente terminal, morte, assistência de enfermagem e ética.
Inicialmente procurou-se selecionar todo o material encontrado em livros,
periódicos e meios eletrônicos. Após atenciosa leitura, realizou-se o fichamento
e a organização do material para a análise. Resultados: Ao final do estudo
constatamos que a morte ainda é assustadora e pouco discutida entre as
famílias, e é vista como uma despedida da vida. Muitas pessoas não estão
preparadas para um prognóstico ruim, não aceitam de forma tranqüila tal
situação nem a compreendem totalmente. Por outro lado, o enfermeiro também
pode, freqüentemente, sentir-se incapaz diante desta situação e não aceitar a
perda de algum cliente. Mesmo com este sentimento de incapacidade,
percebe-se que há um grande empenho de toda a equipe de enfermagem no
sentido de confortar e dar carinho a este cliente/família. A assistência ao
paciente agonizante permite que o enfermeiro examine seus próprios
sentimentos em relação à morte e, ao mesmo tempo, utilize todo o seu
conhecimento de enfermagem e discernimento para proporcionar assistência e
conforto físico e emocional. Entre as ações prestadas pela enfermagem estão
hidratação, alimentação, higiene e conforto. Os cuidados paliativos devem de
fato ser realizados, pois o alívio da dor pode constituir–se no único problema
mais desafiador envolvido no cuidado do paciente em fase terminal. O objetivo
é a manutenção do paciente livre de dor embora mantendo sua consciência e
capacidade de comunicação. É importante que os profissionais sintam-se
satisfeitos por ter feito o possível para manter o bem-estar e a dignidade do
paciente até a sua morte. O paciente, a família e os profissionais da saúde
devem ser realistas no que diz respeito à possibilidade da morte, devendo
discutir as prováveis complicações e elaborar um plano de como enfrentá-las.
O bom atendimento ao enfermo não permite que haja preconceitos de raça,
religião ou cor, dispensando a todos assistência igualitária, ausente de
discriminação de qualquer espécie. Considerações finais: Diante da pesquisa
bibliográfica realizada, pudemos perceber o quão importante é a relação entre
a equipe de enfermagem, o paciente e seus familiares. Sabendo que o papel
da enfermagem é proporcionar cuidado, carinho, atenção e conforto ao
paciente ainda que em fase terminal, o profissional precisa estar preparado
para dar total apoio à família no processo de luto, respeitando sempre seus
costumes e crenças religiosas. A enfermagem não deve encarar a morte como
o fim da vida, mas sim como o princípio da mesma, é possível aprender a fazer
tudo, inclusive morrer. O paciente perde apenas seu corpo físico do qual não
necessita mais, porém suas ações sobreviverão. Buscar conhecimento sobre
as fases pelas quais passa o paciente terminal é de suma importância para que
se possa prestar o cuidado adequado, respeitando e ajudando a aliviar seu
sofrimento nesse momento tão difícil. Enfim, morte é um processo para o qual
as pessoas parecem não estar preparadas para enfrentar, mas com certeza
enfrentarão um dia. É também papel da enfermagem ajudar nesse aprendizado
e apoiar os familiares enlutados, afinal a morte faz parte do clico vital de todos
os seres humanos, e encará–la passivamente, talvez seja um dos maiores
desafios que a vida ainda reserva. É importante destacar que na área da saúde
é comum encontrar tipos especiais de pacientes, como viciados em drogas,
alcoólicos, criminosos, suicidas e pervertidos sexuais. Não deixar que a
simpatia e/ou antipatia pessoal interfiram no atendimento a essa clientela é
fundamental. Desta mesma forma, não permitir, tampouco, que a condição
social ou econômica do paciente modifique a qualidade do atendimento
dispensado. Conclui-se que a assistência de enfermagem é essencial nestes
momentos, portanto o enfermeiro precisa conhecer as fases da morte, para
compreender o que ocorre com o paciente/família neste momento. Além disso,
deve considerá-la um processo natural para ter condições de apoiar a família
que está de luto. A empatia deve ser posta em prática nos momentos
dolorosos, como a iminência da perda de um ente querido. Desta mesma
forma, o enfermeiro deve ajudar a família a aceitar quando as opções de
tratamento se esgotam e proporcionar o máximo de conforto até o final da vida.

Palavras-Chave: Assistência de enfermagem; Ética; Paciente terminal ³2

Área temática: Relações de trabalho: ética e subjetividade.

³2 Descritores registrados no site: http://decs.bvs.br/

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