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Universidade de Évora Escola Superior de Enfermagem São João de Deus

Ano Letivo: 2022/2023


3º Ano - 5º semestre

Ana Marques Nº 49162


Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica

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Enfermagem de saúde infantil e pediátrica

Carta da criança 9. A equipa de saúde deve estar organizada de


modo a assegurar a qualidade dos cuidados
hospitalizada 10. A intimidade da criança deve ser respeitada
(assim como o sigilo profissional deve ser
 O que é: assegurado).

Adotada em 1988 em Leiden, Holanda, consagra os


direitos da criança antes, durante e após o internamento Modelo parceria de cuidados
hospitalar. São reservados à criança 10 direitos pela
carta: de Anne Casey
1. A admissão de uma criança no Hospital só deve  O bebé, a criança e o adolescente
ter lugar quando os cuidados necessários à sua no Hospital
doença não podem ser prestados em residência. Muitos progressos se fizeram no acolhimento das
(O facilitador explicar sobre os diversos tipos crianças nos estabelecimentos de saúde desde que Spitz
de cuidados: Hospitalar, no domicílio através descreveu o quadro de hospitalizemos (1945) em
de uma equipa de saúde, nas “casas de saúde de crianças institucionalizadas e separadas das mães
atenção primária”, usf e outros. Refere durante o primeiro ano de vida.
inclusive os cuidados paliativos à criança Este sautor verificou que os danos causados pela
(UCPP – Unidade de cuidados paliativos privação dos cuidados e do amor maternais eram
pediátricos? Perguntar na próxima aula). irreparáveis em áreas como o desenvolvimento
psicomotor, da autonomia e o desenvolvimento da
2. A criança hospitalizada tem direito a ter seus linguagem.
pais ou substitutos presentes durante todo o Verificou-se ainda que a taxa de mortalidade atingia
internamento. níveis muito elevados: 37% no 2 primeiros anos de vida.

3. Os pais devem ser encorajados a ficarem juntos  Anne Casey


do seu filho, devendo ser-lhe facultadas Foi uma enfermeira neozelandesa, do Reino Unido
facilidades materiais sem que implique em 1988. Criou um modelo flexível, o Modelo de
encargos financeiros. Parceria de Cuidados. Neste modelo foi reconhecido e
adaptado em alguns serviços e hospitais pediátricos e
4. Crianças e pais têm o direito à receber uma nível nacional.
informação adaptada à sua idade e grau de Neste modelo, a criança é o cliente principal e
compreensão. reconhece nos pais os melhores prestadores de
cuidados.
5. A criança e os pais têm direito a participar de
todas as decisões e serem informadas com
 Modelo de parceria de cuidados
antecedência sobre todos e quaisquer
procedimentos., devendo a equipa hospitalar Anne Casey
evitar procedimentos invasivos e/ou Foca-se na enfermagem enquanto parceria com a
desnecessários. criança e a sua família. Elaborado especificamente para
cuidados de enfermagem pediátricos.
6. AS crianças não devem ser admitidas nos A família é uma entidade de afeto social que sofre
serviços de adultos. As crianças têm o direito de profundas alterações de dinâmica quando a criança do
receberem visitas sem limites de idade. seu seio familiar se encontra doente, provocando
alterações do funcionamento da família no seu geral.
7. O hospital deve ofertar um ambiente que supra Na experiencia de criança doente, existem diferenças
suas necessidades ficas e “bio-psico-sociais”. entre experimentar a doença aguda e experimentar a
doença crónica de um filho.
8. A equipa que presta cuidados de saúde deve ter “é entendido como um processo que termina,
formação adequada para responder as podendo ser retomadas a rotinas habituais, embora os
necessidades psicológicas e emocionais. pais não deixem de experimentar ansiedade, choque e
desafios à sua resiliência”.

 Enfermagem pediátrica
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Filosofia de reconhecer e valorizar a família e O ambiente que rodeia a criança, ou seja, os
respeitar o conhecimento que a mesma possui sobre a estímulos que tem origem em fontes externas (fora do
própria criança, a experiencia em cuidar dela e a que é próprio à criança) podem afetar o crescimento e
influência na recuperação que ela possa vir a ter. desenvolvimento da criança.
Para os enfermeiros o envolvimento dos pais nos
Para que a criança atinja a sua independência
cuidados é uma vantagem pois contribui para minimizar
necessita de proteção, segurança, estímulo e amor.
as consequências negativas do internamento.
o Família
 Processo de integração dos pais:
Unidade de indivíduos com a maior responsabilidade
pela prestação de cuidados à criança e que desenvolvem
Estar junto da criança uma forte influência no seu crescimento e
desenvolvimento.

Gradualmente Os cuidados prestados pela família ou pela própria


interagindo com ela criança caso o seu estádio etário o permita são
chamados “cuidados familiares” e incluem todos os
cuidados prestados de forma a satisfazer as
Desenvolvendo a
necessidades quotidianas da criança.
vinculação
o Enfermeiro
Aprendendo sobre a Ao enfermeiro é exigido uma série de requisitos
doença essenciais, sendo o seu principal papel a supervisão,
intervindo só quando necessário.

Prestar cuidados É da sua responsabilidade conhecer as necessidades


e desejos dos pais. Os cuidados técnicos, habitualmente
desempenhados pelos enfermeiros, são designados
Apesar de se estimular a participação dos cuidados neste modelo como “Procedimentos de enfermagem”.
no processo de cuidar da criança os enfermeiros devem
respeitar e dar a liberdade à família para decidir qual o
momento em que esta quer e pode estar presente, pois Casey fez a distinção de cuidados familiares e
da sua disponibilidade depende a qualidade da relação procedimentos de enfermagem no entanto não delimita
entre estes e a criança. fronteiras fixas.
 Conceitos principais do Modelo de Tal como os enfermeiros prestam “cuidados
Anne Casey familiares”, os pais devem ser capazes de realizar
o Criança “procedimentos de enfermagem” acerca dos quais
tenham recebido formação adequada e sejam realizados
Desde o nascimento, as crianças tem necessidades sob supervisão dos enfermeiros.
das quais dependem de pais/familiares para as
satisfazer. Dor infantil
À medida que se desenvolvem e adquirem novas Em Portugal esta estabelecido a obrigatoriedade de
capacidades e conhecimentos, vão-se tornando capazes prestação de cuidados hospitalares em ambiente
de dar resposta às suas próprias necessidades, ficando pediátrico até aos 17 anos e 364 dias.
mis independentes dos prestadores de cuidados até
atingirem a independência total. O alívio da dor é um direito das crianças um dever
dos profissionais de saúde e um indicador de qualidade
o Saúde dos serviços de saúde.
Quando existe um défice de saúde não reconhecido
 O que é a dor?
ou não corrigido pode ocorrer comprometimento do
crescimento e desenvolvimento da criança a nível físico,
psicológico, intelectual, social e espiritual.
o Ambiente
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“ a dor é uma experiencia desagradável, associada 24 semanas - potencial para codificar estímulos
com lesão tecidular concreta ou potencial, com dolorosos no entanto estruturas ainda funcionalmente
componentes sensorial, emocional, cognitiva e social”. imaturas.
Consequências da
imaturidade:

 Menor
discriminação
sensorial
 Menor
capacidade
inibitória
descendente
As evidências sugerem que a dor neonatal repetida
contribui para alterações a longo prazo no
desenvolvimento cerebral.

 Consequências da dor persistente

“Dor é tudo o que a pessoa que a experimenta diz que O trauma de procedimentos repetidos resulta em
é, existindo sempre que ela diz que existe”. inflamação local e hipersensibilidade (no adulto
também), caracterizada por uma sensação aumentada de
A dor é vivida em cada momento e por cada pessoa, dor a um estímulo nocivo (hiperalgesia) e uma
adulto ou criança, de forma diferente. sensação anormal de dor a estímulos anteriormente não
Na criança, pelo seu desenvolvimento cognitivo, nocivos (alodinia).
afetivo e da linguagem, a abordagem tem de ser Um artigo destaca que a imaturidade do
diferente. processamento sensorial na medula espinhal do RN
Sabemos que as crianças sentem dor e guardam prematuro leva a limitar mais baixos de excitação e
memórias da dor. sensibilização, maximizando os efeitos centrais desses
impulsos dolorosos.
A dor não tratada tem consequências na vida da
criança a curto e longo prazo. Os danos precoces na infância podem levar a
alterações estruturais e funcionais nas vias da dor
podem permanecer até a vida adulta.

 Tipos de dor
o Dor do dia a dia
Pequenas feridas e contusões são muito comuns em
crianças no decorrer das brincadeiras e práticas de
desporto. Geralmente não são preocupantes, nem
sempre podem ser evitadas, mas cada episódio permite
à criança aprendizagem sobre como lidar com a dor,
ampliando ou reduzindo o sofrimento.

 Resposta cortical o Dor aguda


Dor de curto prazo que dura minutos, horas ou dias,
sempre de duração inferior a 3 meses, associada a
traumatismo dos tecidos ou inflamação.
Causada por doença ligeira, traumatismo, acidentes,
fraturas, queimaduras, procedimentos diagnósticos e
terapêuticos como vacinas ou analises, procedimentos
cirúrgicos ou extração dentária.
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A dor aguda pode ter um efeito protetor e funcionar Deve dar-se prioridade ao reconhecimento e
como um sinal de alerta no diagnóstico de várias tratamento da dor em recém-nascidos, lactentes,
doenças, por exemplo: a dor de barriga da apendicite crianças e adolescentes.
aguda.
No entanto, há estudos que revelam que as crianças
o Dor recorrente recebem menos analgesia que os adultos.
Dor que ocorre por episódios, sem causa orgânica.
Ex. dores de cabeça dores de barriga.
o Dor crónica
Dor que tem uma duração superior a 3-6 meses ou se
estende para além do período esperado de cura e
portanto, deixa de ter função de alerta.
Ou seja: a dor persiste par além do tempo normal de
cicatrização tecidular, depois de desaparecer a lesão que
a causou.
Quando a dor passa a ser crónica, torna-se ela
própria uma doença.  Princípios orientadores da
avaliação:
o Acreditar sempre na criança que refere
O tratamento da dor, o alívio da dor é um direito
dor;
humano fundamental.
o Privilegiar a autoavaliação a partir dos
O alívio da dor na criança deve ser uma prioridade 4 anos;
de todos os profissionais de saúde. o Dar tempo à criança para avaliar a sua
dor;
 Direitos da criança, nações unidas o Ter sempre presente o comportamento
habitual da criança ou de uma criança
A criança é um ser vulnerável com direito a uma
sem dor na mesma idade;
atenção especial em todas as áreas, incluindo os
o Manter o mesmo instrumento em todas
cuidados de saúde.
as avaliações da mesma criança;
Prestação de cuidados de saúde de acordo com a o Utilizar de forma rigorosa as instruções
convenção dos direitos das crianças das nações unidas metodológicas específicas de cada
(OMS/UNICEF). instrumento;
o Em situações de dor evidente dar
 Norma 6: necessidade de normas e guidelines prioridade ao tratamento em
para a avaliação e controlo da dor e detrimento da sua avaliação;
desconforto” o Obter informação sobre a história da
 Norma 7: os procedimentos invasivos devem dor logo que possível, e avaliar a
ser acompanhados de analgesia adequada. intensidade da dor no mínimo a cada 8
Todos os profissionais de saúde devem adotar horas.
estratégias de prevenção e controlo da dor das crianças
ao seu cuidado, contribuindo para o seu bem-estar e
humanização dos cuidados de saúde.  História da dor
o Características da dor (localização,
Deve ser dada particular atenção à prevenção e intensidade, qualidade, duração,
controlo da dor provocada pelos atos de diagnóstico ou frequência e sintomas associado);
terapêutica. o Fatores de alívio e agravamento;
É fundamental reconhecer, avaliar, prevenir e tratar o Uso e efeito de medidas
a dor da criança. As crianças tem direito aos melhores farmacológicas e não farmacológicas;
cuidados. o Formas de comunicar/expressar a dor;
o Experiencias traumatizantes e medos;
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o Habilidade, preferências ou estratégias A resposta facial é mais fraca nos bebés prematuros,
de coping; pela imaturidade dos processos centrais da dor no tronco
o Comportamento da criança e ambiente cerebral, tálamo e córtex.
familiar;
o Efeitos na vida diária; Indicadores de dor no RN comportamentais:
o Impacto emocional e socioeconómico.  Expressão vocal
 Choro
 Gemido
 Critérios de escolha das escalas:  Grito
o Tipo de dor  Echelle de Douleur et D’inconfort
o Situação clinica du Nouveau Né (EDIN)
o Idade
o Propriedades psicométricas
o Reprodutibilidade da escala
o Facilidade de uso
o Critérios de interpretação
o Escala de quantificação (comparável
com outras escalas, 0-10 pontos)

 Indicadores de dor no RN e
latentes
Comportamental: expressão facial, movimentos
No RN a linguagem da dor é descodificada através corporais, qualidade do sono, qualidade de interação
da monitorização de variáveis fisiológicas e (sociabilidade) e reconforto (consolabilidade).
comportamentais.
Pontuação: 0-15 com IT >5/15
O corpo fala:
RN (prematuro >25 SG e de termo) ventilados e não
 Expressão facial de desconforto ventilados.
 Choro intenso
Dor associada a patologias prolongadas, pós-
 Respostas
operatório ou repetição frequente de gestos invasivos
corporais
 Sinais físicos: FC Escala de referencia em UCIN
e FR aumentadas
 Sudorese  Neonatal Infant Pain Scale (NIPS)
 Reações
hormonas
 Contrações
musculares
reflexas

Comporta: expressão facial, choro, movimentos


respiratórios, movimentos de pernas e braços e estado
de vigília.
Pontuação: 0-7 RN

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Prematuros >24 e de termo não ventilados  Expressão corporal: agitação,
agressividade, proteção a zona
Dor aguda dolorosa.
Simples e fácil de usar. o Os recém nascidos:
 O corpo fala
 PIPP (premture infant pain profile)  Expressão facial de
desconforto
 Choro intenso
 Respostas corporais
 Modificação no
comportamento
 Sinais físicos: FC e FR
aumentadas.
o As crianças de idade pré-escolar (3-6
anos)
 Conseguem exprimir dor
 Manifestam alterações
comportamentais como
agitação e agressão física
Escala composta (fisiológicos, comportamentais e  Apresentam grande
contextuais). preocupação com perda de
 FC, SO2, o tempo de permanência com testa parte do corpo (ex. quando tem
franzida, olhos fechados e com sulco naso- uma ferida) medo das agulhas
labial, estado de alerta e idade gestacional no e procedimentos médicos.
momento da avaliação  Acreditam na dor como
 Pontuação: 0-21 pontos punição
 Pontuação> 6 indica ausência ou dor mínima e  Misturam factos reais com
uma pontuação > 12 uma dor moderada a ficção, apresentam
intensa. pensamento mágico em
relação à dor.
 RN (prematuros e de termo)/ventilados e não
o As crianças em idade escolar
ventilados
 Conseguem descrever a sua
 Dor aguda
dor
 Muitos indicadores, morosa e com uma
 Podem fazer associação entre a
interpretação pouco prática para utilização na
dor e a causa
rotina. Útil para investigação.
 Gostam e precisam de
 Conclusão: explicações sobre os
Existem muitas escalas para avaliar a dor no RN. procedimentos
 Expressão corporal:
Escalas de heteroavaliação dão-nos aproximações da imobilidade e rigidez, posição
realidade e uma ideia de expresso da dor. fetal, proteger ou tocar a área
dolorosa, cerrar os punhos,
Usar escalas validadas e seguir as suas indicações
isolamento
metodológicas.
 Expressão comportamental:
Escolha das escalas deve ser feita em equipa. podem tornar-se irritáveis,
zangados, tristes, deprimidos
 Como expressam a dor: ou agressivos, alterações do
o As crianças de 1-3 anos padrão de sono
 Sobretudo por gritos: o Os adolescentes
 Choro e gritos  Precisam manter a autoestima
 Grande ansiedade e controlo
 Usam palavras para a dor (“ui”  Podem não mostrar
“ai”, doi) comportamentos da dor por
 Expressão facial
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vergonhas- difícil  Escala de faces de Wong-Baker
descodificação fácil
 Beneficiam com o ensino de
técnicas de controlo da dor
 A sensação de abandono e
depressão pode surgir
rapidamente.
 Escala numérica (EN)
Utilização:
1. Explica-se estas caras mostram como alguma
coisa pode doer
2. Apontar para a face mais À esquerda – esta cara
não mostra dor
3. As caras mostram cada vez mais dor- apontar
para cada uma das faces da esquerda para a
Recém nascidos por exemplo a escala de NIPS é direita, até chegar à face mais à direita- que
usada para prematuros e recém-nascidos de termo. mostra muita dor.
Existem outras escalas. 4. Pedir à criança: aponta para a cara que mostra
como te doeu ou te dói neste momento
Menores de 4 anos ou crianças sem capacidade
para verbalizar utiliza-se a escala FLACC (face,
legs, activity, consolability)  Controlo da dor na vacinação
A partir dos 4 anos utilizam-se escala de faces pediátrica
de Wong-Baker.
Uma criança até aos 10 anos e de acordo, com o
 Face, Legs, Avtivity, Cry, programa nacional de vacinação 2020, esta será
Consolability (FLACC) submetida a 17 inoculações, das quais a maioria ocorre
no 1º ano de vida.
Temos de saber identificar os indicadores de dor.
Exisetm cuidados muito expecificos na unidade
de neonatologia. Tem de acontecer um cuidado
especial com a iluminação.
No teste de glicemia capilar usa-se o pé dos recém
nascidos porque é um local muito vascularizado. Se
picar um dedo por serem tão pequenos pode
acontecer a criação de uma inflamação.
Os sinais vitais são a FC, a FR, a TA, TºC e a a
dor. A dor foi o ultimo a ser adicionado nos sinais
vitais, foi colocado em Portugal no ano de 2003 e só
em 2010 saiu uma orientação especifica para a
 Face, Legs, Avtivity, Cry, criança.
Consolability
Os bebes expressam muito a dor
Revised através da expressão facial.
(FLACC-R)
Do 1 aos 3 anos é a idade das birras.
A perceção da dor quando o bebe está a
amamentar é diminuída. Por isso quando se
dá uma injeção e o bebe esta a amamentar a
dor da injeção é diminuída. Devem começar

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a amamentar antes, continuar durante a vacina e CARDIOPATIAS CONGÉNITAS
depois mais um pedaço.
Definem-se como anomalias da estrutura ou função
O bebe não deve levar vacinas deitado mas sim do sistema cardiovascular, presentes ao nascimento.
sentado ao colo de preferência.
São as malformações congénitas mais frequentes
“Problemas” Cardíacos na (seguido do grupo das anomalias do sistema músculo-
esquelético, cromossómicas e as do sistema urinário)
Criança Nem sempre são anomalias isoladas (trissomia 21,
As crianças mais frequentemente tratadas pela síndrome de Williams e de Turner, etc)
cardiologia pediátrica são as malformações congénitas. A prevalência mais elevada de anomalias
Apesar de a sua incidência ser baixa (6 a 8 crianças notificadas:
por mil nado-vivos), s não forem tratadas apenas 15%
 AC dos septos cardíacos: 46,3 casos/ 10 000
dos doentes sobrevivem até à adolescência e idade nascimentos
adulta.
 AC das grandes artérias: 15,8 casos/10 000
Atualmente 95% das cardiopatias são tratáveis com nascimentos
bom resultado.
O registo nacional de anomalias congénitas FATORES DE RISCO:
(RENAC) é um instrumento de vigilância
A causa exata da maioria dos defeitos cardíacos
epidemiológica das anomalias congénitas (AC) que
congênitos é desconhecida, mas alguns fatores de risco
ocorrem em Portugal.
foram identificados:
As cardiopatias congénitas mantêm-se como o
o Rubéola: ter rubéola durante a gravidez pode
grupo de AC mais prevalente seguido do grupo AC do
causar problemas no desenvolvimento do
sistema músculo-esquelético. Também se evidenciam
coração do feto. Um exame de sangue feito
com frequências elevadas, as AC cromossómicas, as
antes da gravidez pode determinar se a gravida
AC do aparelho urinário e as AC do SNC.
é ou não imune à rubéola. Existe uma vacina
No total de casos notificados com AC, 63,3% foram para quem não é imune
detetados na fase pré-natal, valor superior ao observado o Diabetes: o controlo cuidadoso do nível de
no biénio anterior. glicose no sangue antes e durante a gravidez
pode reduzir o risco de defeitos cardíacos no
Em aproximadamente 89% destes casos, foi a bebé. Diabetes na gravidez, diabetes
ecografia obstétrica o primeiro exame pré-natal a gestacionais, geralmente não aumentam o risco
revelar a presença de alterações. do bebé ter defeitos cardíacos.
A percentagem de nascimentos em mulheres com o Medicamentos: medicamentos conhecidos por
idade igual ou superior a 40 anos, 13,3% aumentou aumentar o risco de defeitos cardíacos
relativamente à observada nos biénios anteriores congénitos incluem talidomida, inibidores da
(11,6% em 2016-2017 e 8,9% em 2014-2015). enzima conversos de angiotensina (EICAS),
Estatinas, e medicamentos para o acne
O início da toma de ácido fólico antes da gravidez isotretinóina, alguns medicamentos para a
foi observado em cerca de 18% das notificações ansiedade.
recebidas, frequentemente semelhante à observada o Beber álcool: beber álcool durante a gravidez
noutro anos, e abaixo do desejável relativamente ao aumenta o risco de doença congénita cardíaca
objetivo de prevenção primária dos defeitos do tubo o Fumar: se não para de fumar durante a
neural. gravidez aumenta o risco de desenvolver um
defeito cardíaco congénito no feto.
o História familiar e genética: defeitos
cardíacos congénitos podem ocorrer em
famílias (são herdados) e podem estar
associados a uma síndrome genética. Muitas
crianças com um cromossoma 21 extra
(síndrome de Down) tem defeitos cardíacos
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congénitos. O desaparecimento do cromossoma
22 também causa defeitos cardíacos.

Comunicação interauricolar (CIA)


O encerramento cirúrgico é reservado para as
comunicações de maiores dimensões

Comunicação Interventricular (CIV)


Cerca de 30 a 40% das CIVs encerram
espontaneamente.
Sobrecarga de volume nas cavidades esquerdas e na
dilatação destas.
Se sobrecarga mantida, edema pulmonar e sinais
clínicos sugestivos de insuficiência cardíaca (má
progressão ponderal, taquipneia, taquicardia,
hepatomegalia, entre outros).
Quando hemodinamentica significativas o
DOENÇAS CARDIACAS MAIS COMUNS:
tratamento cirúrgico é o mais indicado.
Podemos classifica-las como:

 Cardiopatias congénitas
o Acianóticas
o Cianóticas
o Obstrutivas
 Alterações da condução cardíaca
 Cardiopatias adquiridas

ACIANÒTICAS

Implicitamente sem cianose e a manifestação clínica Persistência do canal arterial


habitual é o sopro cardíaco.
Após o nascimento:

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O aumento da pressão parcial de oxigénio e a A cianose não responde à oferta de oxigénio.
diminuição das prostaglandinas circulantes determinam
O tratamento é cirúrgico e habitualmente é realizado
o seu encerramento.
nas primeiras semanas de vida.
Normalmente ocorre espontaneamente nas primeiras
48h de vida. OBSTRUTIVAS

Tal como no caso da CIV, se o canal arterial for


hemodinamicamente significativo é de esperar nestas
crianças um quadro de insuficiência cardíaca
congestiva.
Poderá ser necessário tratamento farmacológico
(anti-inflamatórios não esteroides) ou cirurgia.
5 a 10% das cardiopatias congénitas.
Incidência muito superior no RN prematuros.
Sinal clinico mais evidente sopro continuo
CIANÓTICAS
Coartação da aorta
Fisiopatologia:
Obstáculo esquerdo condiciona um aumento da
sobrecarga por pressão nas cavidades esquerdas do
coração
Possível compromisso do débito cardíaco
Diferencial da PA entre os membros superiores e os
membros inferiores de 20mmHg ou mais.
Dependendo do grau de obstrução- coque
cardiogénico
Tratamento: cirúrgico
Tetralogia de Fallot
A cianose não se manifesta inicialmente mas é
progressiva.
Tratamento cirúrgico.

Estenose pulmonar
Prostaglandinas E1 para manter o canal arterial
patente e, assim manter o débito pulmonar para que o
sangue possa ser oxigenado.
Transposição das grandes artérias
Tratamento: cirúrgico
A cianose manifesta-se precocemente (1as horas de
vida) se não for corrigida irá terminar na morte do RN.

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ALTERAÇÔES DA CONDUÇÂO CARDÍACA o Febre elevada com pelo menos 5 dias de
evolução, e 4 dos 5 sinais clínicos:
ARRITMIAS- TAQUICARDIA  Hiperémia conjuntival bulbar bilateral
SUPRAVENTRICULAR (TSV) sem exsudado
Esta arritmia a TSV durante a infância tem 2 picos  Alterações da mucosa oral
de incidência: primeiro ano de vida e adolescência.  Alterações a nível das mãos e pés
(edema, rubor, descamação)
Menos frequente á fibrilação auricular, no entanto,  Exantema polimorfo
mais preocupante pois pode resultar na fibrilação  Linfadenopatia cervical (diâmetro>
ventricular e maior risco de morte súbita. 1,5cm)
As crises de TSV são emergências cardíacas. Tratamento
As medidas usadas para tratar esta taquicardia  Gamaglobulina: infusão EV
incluem:  Aspirina: altas doses (inflamação)
o Manobras vagais (gelo na face nos latentes) Exceção à regra: “aspirina não deve ser dada a
o Se necessário cardioversão elétrica crianças” ligação à síndrome de Reye’s
O tratamento crónico consiste em administrar beta-
bloqueantes para prevenir as crises de TSV.
SITUAÇÔES DE NÂO-DOENÇA CARDIACA
A prática de desporto depende da resposta ao
esforço. Se durante uma prova de esforço se Uma percentagem significativa de crianças enviadas
desencadearem arritmias, o desporto não é permitido. às consultas de cardiológica pediátrica não tem doença
cardíaca.
Algumas queixas que preocupam os pais e levam os
CARDIOPATIAS ADQUIRIDAS médicos assistentes a enviar as crianças a essas
consultas:

MIOCARDITE  Espasmos de soluço ou espasmo de choro:


descritos como “o meu filho vai atras do
A miocardite define-se como uma inflamação do choro”, são relativamente frequentes em
miocárdio. crianças pequenas e resultam da falta de
coordenação da respiração durante o choro.
As infeções vírias são as mais frequentes,
Não representam qualquer doença cardíaca e
principalmente as causadas pelos adenovírus e
desaparecem com a idade.
enterovirus. O parvovirus, embora menos comum
associa-se a quadros clínicos mais graves.  Queixas de cansaço: resultam de várias causas
não cardíacas (obesidade, carência afetiva,
imitação de familiares doentes, asma
brônquica, infeção respiratória)
DOENÇA DE KAWASAKI
 Tonturas ou desmaios: são relativamente
A doença de Kawasaki é uma vasculite sistémica de frequentes na adolescência e resultam da
etiologia desconhecida, atingindo principalmente as diminuição da pressão arterial como quando se
pequenas e médias artérias, em particular as artérias passa bruscamente de posição de deitado para
coronárias e condicionando a formação de aneurismas sentado ou de pé. No entanto, deverão de ser
coronários (25% em doentes não medicados). excluídas causas neurológicas.
 Dores no peito: geralmente sã de origem
É atualmente, a principal causa de cardiopatia muscular ou resultam de ansiedade ou
adquirida em países desenvolvidos. hiperatividade. Em crianças pequenas são
Diagnóstico e clínica muitas vezes resultantes de imitação de
familiares doentes.
Os critérios propostos pela American Heart  Palpitações: sensação de batimento rápido do
Association para o diagnóstico da doença de Kawasaki coração. Estão relacionados com emoções ou
são: esforços mas podem não ter causa aparente.
Habitualmente provocam apenas ligeiro
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desconforto e duram pouco tempo. Se forem  Também é frequente haver cianose
muito frequentes e tiverem duração muito com o choro nas crianças pequenas por
longa, se necessário consultar o médico para dificuldade de controlo da respiração
excluir alterações patológicas do ritmo (espasmo do choro)
cardíaco. o Crises de hipoxia ou de cianose: caracteriza-
 Cor marmoreada da pele em recém-nascidos se por:
e latentes: é frequente e não corresponde a  Inicio súbito com dispneia e polipneia
doença.  Agravamento da cianose
 Sopros inocentes: os sopros cardíacos são  Alteração do estado de consciência
ruídos detetados na auscultação cardíaca. com agitação e irritabilidade
Resultam de turbulência da passagem do terminando com hipotonia ou
sangue através do coração e dos vasos sonolência. Pode terminar em
sanguíneos. Uma das situações mais frequentes inconsciência e raramente com
em cardiologia pediátrica é a deteção doe convulsões
sopros inocentes que não significam qualquer  Crises geralmente de curta duração mas
doença. A sua frequência diminui com a idade, representam um sinal de doença
sendo raros na idade adulta. cardíaca grave pelo que é urgente
recorrer ao médico.
o Posição de cócoras (squatting): as crianças
SINTOMAS E SINAIS DE DOENÇA CARDIACA mais velhas com doenças cardíacas cianóticas
(como tetralogia de Fallot) descansam muitas
A maior parte das crianças com cardiopatias ligeiras vezes em posição de cócoras após esforços. É
não tem qualquer sintoma e a doença é suspeitada pelo uma posição de defesa que permite que se eleve
médico numa observação de rotina. a pressão arterial e obriga a que passe mais
sangue para os pulmões através do aperto da
o Dificuldade respiratória: muitas crianças com
saída do coração para a AP melhorando a
problemas cardíacos tem dificuldade
oxigenação. Representa um sinal de doença
respiratória com polipneia e aumento do
cardíaca importante.
esforço inspiratório que se nota pela retração
dos músculos intercostais (“tiragem”
intercostal)
o Cansaço com o esforço: nas crianças pequenas COMPLICAÇÔES:
(RN e lactentes) o cansaço manifesta-se As complicações potenciais de um defeito cardíaco
principalmente durante o esforço da congénito incluem:
alimentação por transpiração abundante,
necessidade de pausas frequentes e aumento  Insuficiência cardíaca congestiva: esta
lento de peso. complicação grave pode se desenvolver em
o Cianose: coloração azul das mucosas (boca bebés que têm um defeito cardíaco significativo
língua). Resulta da mistura de sangue arterial  Infeções cardíacas: defeitos cardíacos podem
(oxigenado) com sangue venoso (menos aumentar o risco de infeção do tecido do
oxigenado) que acontece em várias cardiopatias coração (endocardite)
congénitas. No entanto existem alguns tipo de  Ritmos cardíacos irregulares (arritmias)
cianose que não representam doenças cardíacas  Crescimento e desenvolvimento lentos:
como: atrasos no desenvolvimento. Crianças com
 Cianose transitória do RN: mais problemas mais graves geralmente
frequente em RN prematuros, deve-se a desenvolvem-se e crescem mais lentamente do
várias fatores não cardíacos. que as crianças que não têm doença. Eles
Desaparece nos primeiros dias e não podem ser menores que as outras crianças da
necessita de qualquer terapêutica mesma idade. Se o sistema nervoso for afetado
 Nas crianças pequenas é frequente uma criança pode aprender a andar e falar mais
haver coloração azulada peribucal e na tarde do que outras crianças.
ponta dos dedos devido à contração de  Derrame: embora incomum, algumas crianças
pequenos vasos capilares com o frio com estas patologias apresentam risco de AVC
devido a coágulos sanguíneos que viajam
14
Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica
através de um orifício no coração e chegam ao  Crianças no Mundo
cérebro.
 Distúrbios de saúde mental: algumas crianças
com defeitos cardíacos congénitos podem
desenvolver ansiedade ou stress devido ao
atraso no desenvolvimento restrição de
atividades ou dificuldade de aprendizagem

PREVENÇÂO PRÉ-NATAL

Exames regulares com um profissional de saúde


durante a gravidez podem ajudar a manter a mãe e o
bebe saudáveis.
o Tomar um multivitamínico com ácido fólico. Mais de 1/3 da população do mundo são
Tomar 400 mg de ácido fólico diariamente tem crianças. As crianças não são adultos em
demonstrado reduzir defeitos congénitos no miniatura, como nos seculos atrás. As crianças
cérebro e na medula espinal. Pode ajudar a são adultos em desenvolvimento, são crianças,
reduzir o risco de problemas cardíacos. tem o seu processo normal de desenvolvimento,
o Não beber ou fumar. Esses hábitos de vida tem a sua forma de encarar o mundo.
podem prejudicar a saúde do feto. Evitar o fumo
passivo. Trabalhar em pediatria é trabalhar fora da
o Tomar a vacina contra a rubéola. Uma infeção caixa. Cada criança, cada família é única. Coisas
por rubéola durante a gravidez pode afetar o que funcionam com uma família/criança podem
coração do feto em desenvolvimento. não funcionar com outra.
o Controlo no açúcar no sangue. O controlo do
A criança é o reflexo da sua família. Temos
açúcar no sangue pode reduzir o risco de
de nos colocar no lugar da criança, as crianças
defeitos cardíacos
são seres que acreditam por natureza.
o Gerir as condições cronica de saúde. Se a
gravida tiver condições de saúde falar com o Quanto mais vezes mentirmos ás crianças
profissional mais fácil é elas deixarem de acreditar. Em vez
o Evitar substâncias nocivas durante a gravidez de dizer “a vacina não vai doer” devemos dize
(tintas, produtos de limpeza, etc) sim que “vai doer, mas vai ser rápido e vai
o Verificar junto do medico antes de tomar passar”. Devemos dizer as crianças o que
qualquer tipo de medicação. Alguns podem realmente é de forma a que esta compreenda.
causar danos ao feto.
Existem crianças a desenvolver-se em
diferentes contextos, em diferentes culturas e de
formas diferentes. A crianças precisão de ter
As Crianças em Portugal e no oportunidades para se desenvolver.

Mundo O desenvolvimento é das crianças, e cada um


desenvolve consoante as oportunidades que tem
e ao ritmo que deve.

Indicadores de saúde
 O que são

São instrumentos de medida sumária que refletem,


direta ou indiretamente, informações relevantes sobre
diferentes atributos e dimensões da saúde bem como os
fatores que a determinam.

15
Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica
Como se fosse uma fotografia do estado de saúde  Mortalidade fetal tardia ( /
de um pais. A partir destes indicadores de saúde são 1000 nados-vivos + feto
realizadas as políticas de saúde. mortos de 28 e mais semanas)
 Texa de mortalidade perintal
Os indicadores de saúde: (/1000 nv + fetos mortos de 20
 São uma estimativa de uma dimensão da saúde e mais semanas)
de uma população alvo “A criança tem direito a gozar o melhor estado de
 Procuram descrever e monitorizar a situação de saúde possível e a beneficiar de serviços médicos”
saúde de uma população
 São dinâmicos e respondem a determinadas Todas as crianças tem o direito de ter saúde, de
situações e contextos culturais e temporais receber cuidados de saúde. A saúde é uma panóplia
 Tem como objetivo alicerçar a tomada de de situações que contribuem para o bem-estar da
decisão em saúde com o propósito de melhorar criança. As crianças em direito á vacinação, direito
a situação de saúde das populações e diminuir as consultas de prevenção.
as desigualdades.
 Taxa bruta de natalidade (%)
 Alguns exemplos de indicadores
de saúde Número de nados vivos ocorridos Ano TBN
o População durante um determinado período de 2015 8,3
 População residente tempo, normalmente um ano civil,
referido à população média desse 2016 8,4
 População residente com mais
de 85 anos (nº) período (habitualmente expressa em 2017 8,4
 Proporção da população número de nados vivos de 1000
2018 8,5
residente com mais de 85 anos habitantes).
2019 8,4
 Índice de dependência total
 Índice de dependência de 2020 8,2
jovens
 Índice de envelhecimento
 Número de nados-vivos
 Índice de longevidade
 Índice de renovação da Número de crianças que nascem com vida.
população em idade ative
o Natalidade ANO NV
 Número de nados-vivos 2015 85 500
 Taxa bruta de natalidade(/1
2016 87 126
000 habitantes)
 Taxa de fecundidade geral (/1 2017 86 154
000) 2018 87 020
 Índice sintético de fecundidade
2019 86 579
(descendência média/mulher)
o Mortalidade 2020 84 426
 Números e óbitos (residentes
em Portugal)
 Numero de óbitos infantis
(menores de 1 ano)
 Número de consultas
 Numero de óbitos de 0 a 4 anos
 Taxa de mortalidade infantil
(/1 000 nados-vivos)
 Taxa de mortalidade neonatal (
1 000 nados-vivos)
 Taxa de mortalidade pós-
neonatal (/1 000 nados-vivos)

IDADE 2015 2016 2017 2018 2019 2020


<1 2,9 3,2 2,7 3,3 2,8 2,4
1-4 0,2 0,2 0,2 16 0,2 0,2 0,1
Ana
5-9Marques Nº49162
0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Ano0,1
letivo 2022/2023

10-14 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1


15-19 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica
Número de consultas médicas nas consultas externas 2017 229
dos hospitais oficiais públicos- especialidade de 2018 287
pediatria médica. 2019 246
2020 205
 Número de óbitos neonatais precoces
ANO Nº Óbitos de crianças, nascidas vivas, que faleceram
2015 117 com menos de 7 dias de idade.
2016 129
2017 101
2018 142
2019 101
2020 97
 Número de óbitos perinatais
ANO Nº
2015 333 Óbitos e nados-vivos com menos de 7 dias de idade
2016 343 e fetos-mortos de 28 ou mais semanas de gestação.
2017 283
2018 370
2019 301
2020 283
Ano Nº
A taxa de natalidade em Portugal está a diminuir
2015 625.645 devido a vários fatores. Quanto menos crianças
2016 618.559 tivermos menor será a capacidade de ajudar os
2017 625.405 idosos.

2018 634.353 A taxa de vacinação em Portugal é bastante


elevada. Em 2020 a taxa de vacinação foi de 99%. Os
2019 596.968
pais tem de assinar um documento de forma legal em
2020 584.169 como não querem vacinar os filhos. O plano nacional
de vacinação não é obrigatório mas é altamente
recomendado. Um dos países com a melhor cultura
 Taxa de vacinação das crianças vacinal
O plano de vacinação contribui para a imunidade
de grupo. Quando os pais não querem vacinar é
 Número de óbitos fetais tardios importante referir que podem interferir nesta
Fetos tardios referem-se a fetos com idade imunidade de grupo.
ANO Nº
gestacional igual ou superior a 28 semanas completas de A taxa mortalidade tem 2015 216
gestação. vindo a diminuir. 2016 214
2017 182
2018 228
2019 200
2020 186

 Taxa de mortalidade infantil (%)


 Número de óbitos de menos de 1 ano

ANO Nº
2015 250
2016 282
17
Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica

Desenvolvimento infantil o Lawrence Kohlberg (1927-1987):


desenvolvimento da moral, com base
A infância é um período marcado por inúmeras em estudos de Piaget definiu estádios
mudanças físicas, emocionais, relacionais, cognitivas e que delimitam mudanças relativas ao
espirituais. julgamento da criança sobe os
acontecimentos. Discípulo de Piaget,
O conhecimento sobre desenvolvimento infantil é desenvolvimento da moral. O
fundamental para os profissionais que trabalham com aparecimento do moral, criou
crianças, pois permite promover a saúde e vida da dilemas morais. Mais importante
criança bem como proporcionar as condições que a resposta era a forma como
ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento. chegavam a resposta.
o Erik H. Erikson (1902-1994): dirigiu
 Crescimento: mudanças no tamanho e função
a sua teoria para os aspetos
da totalidade ou de parte do corpo- peso,
psicossociais do desenvolvimento
estatura, comprimento, ….
humano. Dos estudos de Freud
 Desenvolvimento: mudanças qualitativas que
relacionou o desenvolvimento da
são observadas à medida que o individuo
personalidade em interação com o meio
adquire novas capacidades- processos de
social. Definiu os estádios de
pensamento e linguagem…
desenvolvimento psíquico em função
 Maturação: aspetos do desenvolvimento que dos principais desafios emocionais
são influenciadas geneticamente- maturação presentes nas interações da criança com
neurológica… os seus pais/cuidadores. Discípulo de
 Recém-nascido: 0-28 dias Freud, definiu estadio psicológicos
 Lactente: 29 dias aos 12 meses
 Toddler: 1 a 3 anos A teoria psicanalítica de
 Pré-escolar: 3 aos 5 anos
 Escolar: 6 aos 12 anos Sigmund Freud
 Adolescente: 12 aos 18 anos
Devemos falar com a criança ao mesmo nível
Sigmund Freud nasceu em 1856, e morreu em 1929.
desta, devemos baixar-nos, comunicar de igual para
igual Formado em medicina atuando na área da
neurologia, Freud desenvolveu a psicanálise a partir dos
seus trabalhos clínicos, com os seus pacientes,
 Principais teóricos do emocionalmente instáveis.
desenvolvimento O desenvolvimento humano é um processo
o Sigmund Freud (1856-1939): conflituoso: como seres biológicos, temos pulsões
procurou compreender a formação da sexuais e agressivas que devem ser atendidas, entretanto
personalidade em função das emoções dita a sociedade que muitas dessas pulsões são
de natureza sexual, centradas no indesejáveis e devem ser refreadas.
relacionamento da criança com os seus
pais. Zonas erógenas, zonas que vem O ponto de partida da sua teoria são os seus
dizer que podem ser estimuladas. A pacienta, que na sua maioria eram histéricos.
resolução de conflitos. O Domínio do inconsciente. Pulsões sexuais e
desenvolvimento fazia-se pela impulsionador da questão psicanalítica.
resolução de conflitos/complexos. Os processos psicológicos podem ser:
o Jean Piaget (1896-1980): realizou
estudos sobre a evolução da capacidade o Conscientes: contém as ideias de que aqui e
cognitiva da criança e do adolescente. agora, estamos ativamente cientes.
Enfatiza o raciocínio e a linguagem. o Pré-conscientes: as ideias podem tornar-se
Mecanismo mental de assimilação de conscientes se conquistarem a atenção ou se
conhecimentos e adaptação a uma esta se esta se volta para elas.
situação nova. De brossou-se na areia o Inconscientes: são as ideias ativamente
cognitiva e motora. reprimidas e impedidas de se tornarem pré-
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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica
conscientes. Os processos mentais muda a forma de expressar, então o id vai mais para
inconscientes desempenham um papel baixo. Por exemplo o bebé no inicio grita e chora,
importante no funcionamento psicológico, na com o desenvolvimento em vez de chorar com fome
saúde mental e na determinação do aponta para o alimento é uma
comportamento. adaptação/crescimento ego
Grande parte do nosso instinto está na parte O super ego é o grande juiz funciona na
inconsciente, a parte consciente é o que controla esse parte consciente e inconsciente impulso id de
impulso, a ideia de agora, o pré-consciente e aquilo fome, o super ego interage para controlar as ações.
que pode tornar-se consciente se passar a barreira
Para Freud, o desenvolvimento e a constituição do
da censura.
aparelho psíquico são explicados pela evolução da
Estruturas básicas da personalidade: psicossexualidade.
o Id Considera que a sexualidade
o Ego está integrada no nosso
o Superego desenvolvimento desde o
nascimento, evoluindo através de
estádios, com predomínio de uma
zona erógena, isto é, uma região do
corpo que, quando estimulada, dá
prazer e vai diferindo ao longo dos estádios.
 ID Coloca a sexualidade no centro da vida psíquicos e é
postulada a existência da sexualidade infantil.
Presente no nascimento
Esta afirmação teve profundas repercussões na
Principal função satisfazer os instintos biológicos
sociedade puritana da época, pela conceção vigente da
inatos
infância como “inocente”.
Obedece ao princípio do prazer, isto é procurar obter
A função sexual existe desde o principio da vida,
o prazer e evitar o sofrimento.
logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade
O Id satisfaz instintos, satisfazer necessidades como afirmavam as ideias dominantes.
básicas, é o prazer em prol do sofrimento, é o prazer
A líbido, segundo Freud, é a “energia dos instintos
instintivo fome, higiene etc.
sexuais e só deles”.
 Ego O período de desenvolvimento da sexualidade é
Componente consciente e racional da personalidade. longo e complexo até chegar à sexualidade adulta, onde
as funções de reprodução e de obtenção do prazer
Reflete as habilidades emergentes da criança podem estar associadas, tanto no homem como na
relativas a perceção, aprendizagem, memória e mulher.
raciocínio.
No processo de desenvolvimento psicossexual, o
Sua função é encontrar significados realistas para as individuo, nos primeiros tempos de vida, tem a função
suas pulsões. sexual ligada à sobrevivência, e portanto, o prazer é
encontrado no próprio corpo.
 Superego
Diz que a função sexual está na criança desde o
A base da consciência. nascimento. Não se refere ao sexual como o ato e
São os nossos conceitos de “certo” e “errado”. assim mas sim a parte do prazer. As crianças tem
pontos que transmitem prazer, encontram o prazer
Tem de inibir os impulsos do Id. no próprio corpo, não na parte genital. Um abraço á
Aprendido através da experiencia com outros mãe, o sair de casa e um dia de sol, é sobre a
indivíduos. desmonstração de sentimentos e não ato sexual. A
sexualidade ligada ao querer emagrecer, ao querer
O inato, o id, com o desenvolvimento o bebé cortar o cabelo, o querer cheirar bem, o querer
percebe que aquilo não é socialmente aceite, então sentir nos bem etc isto é sexualidade. As relações
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sexuais propriamente ditas são importantes mas a aspirador acalma o bebé porque imita o barulho in
cima de tudo se estivermos bem connosco, se não é útero, o barulho do líquido amniótico e da
mais do mesmo. circulação.

 Estádios do desenvolvimento  Estádio psicossexual: Anal


psicossexual o De 1 ano a 3 anos
o Estádio oral: do nascimento a 1 ano A zona erógena, nesta idade, é a região anal e a
o Estádio anal: de 1 a 3 anos mucosa intestinal.
o Estádio fálico: dos 3 aos 6 anos
o Estádio de latência: dos 6 aos 11 anos Urinar e defecar voluntariamente tornam-se os meios
o Estádio genital: dos 12 anos em diante primários de gratificação para a pulsão sexual.

Designou 5 estádios de desenvolvimento. A estimulação desta parte do corpo dá à criança


Zona erógena boca estádio oral; Zona erógena prazer. Todavia, as contrações musculares podem
região anal estádio anal; estádio fálico; provocar também dor, criando assim uma possível
estádio de latência; região genital estádio ambivalência entre estas duas emoções.
genital.
O treino de controlo de esfíncteres produz grandes
Só conseguimos seguir para o próximo se conflitos entre a criança e os pais.
ultrapassarmos o estádio anterior. O grande
O ambiente emocional criado pelos pais pode
conflito do estádio oral é o desmame, só após este
produzir efeitos a longo prazo.
conflito resolvido passa para o próximo estádio.
O conflito do estádio anal é o desfralde, O estádio anal, é uma fase crítica. No desfralde a
desfraldes mal feitos podem levar a pessoas criança nunca deve estar na sanita no máximo 15
extremamente inseguras. min. Neste processo do controlo de esfíncteres se for
muito agressivo, maus etc, a criança pode ter sérios
As idades são marcos, normalmente é
problemas de obstipação. Não é um processo fácil
naquelas idades, não significa que não possam
mas é um processo onde as crianças procuram a
antecipar ou atrasar.
aprovação o prazer, desta forma mostram aquilo
 Estádio psicossexual: Oral que fazem a toda agente. O controlo da urina é mais
o Do nascimento a 1 ano fácil durante o dia, a parte do controlo anal é mais
complexo, depende de várias componentes. Pode ser
O instinto sexual encontra-se na bova, já que os mais difícil até pela posição, por isso aconselha-se o
bebés obtêm prazer das atividades orais como sugar, redutor de sanita e uso de um banquinho. Se as fezes
mastigar e morder. estiverem duras podem fazer somente na fralda,
pode ser necessário um reforço hídrico ou
As atividades de alimentação são extremamente
diminuição de fibras.
importantes.
É constituído por um período em que a criança é  Estádio psicossexual: Fálico
muito passiva e dependente e outro, na época de o De 3 anos a 6 anos
desmame, em que a criança é mais ativa e pode mesmo O prazer agora vem da estimulação genital.
morder a mama ou o biberão.
A criança desenvolve um desejo incestuoso por um
O desmame corresponde a uma frustração que vai dos pais do sexo oposto (complexo de Édipo e Electra).
situar a criança em relação à realidade do mundo.
A ansiedade consequente desse conflito permite que
Estádio oral, a zona erógena é a boca. O troque a criança interiorize as características de papéis sexuais
para os acalmar nesta fase é a chupeta por ser e padrões morais de um dos pais do mesmo sexo.
colocada na boca. Tudo o que se relaciona com a
zona oral dá-lhe prazer/satisfação. O conflito é o No final desta etapa a estrutura da personalidade está
desmame da mama da mãe, é um conflito para a formada com a existência de superego.
criança e para a mãe. Este é um processo doloroso.
O complexo de Édipo/Electra é ultrapassado pela
Durante 9 meses vivem com os sentimentos da mãe
renúncia aos desejos sexuais pelos pais e por um
então através do batimento cardíaco conseguem
processo de identificação com o progenitor do mesmo
perceber os sentimentos dos pais. O barulho do
sexo.
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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
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O estádio fálico, é o prazer de se manter mais A puberdade desperta novamente as pulsões sexuais.
perto do seu pai ou da sua mãe, do sexo oposto ao
O adolescente deve agora aprender a expressar essas
seu. O complexo a ser ultrapassado é a relação que
será estabelecida com o sexo oposto, uma boa relação pulsões de forma socialmente aceitáveis.
ou má relação pode implicar relações no futuro Se o desenvolvimento ocorreu de modo saudável a
desenvolvimento. A criança refugia-se na mãe, seja pulsão sexual madura se satisfaz através do casamento
do sexo que for. Tudo depende do que é transmitido e na criação de filhos.
à criança. A mãe é o porto seguro, o pai tem a função
de ser o que vai fazer com que a criança saia do porto Alguns adolescentes face às dificuldades deste
seguro e saia para o mundo, é o que lhe vai dizer tu período, regridem a fases de desenvolvimento
consegues, que incentiva o filho a ir para o mundo. anteriores, recorrendo também a mecanismos de defesa
Há sempre quem faça esse papel quando não existem do ego como o ascetismo e a intelectualização.
2 pais, o papel pode ser feito por alguém perto. Há O estádio genital aparecem as primeiras
uma descoberta do corpo exploração dos órgãos ejaculações. Aparece a parte sexual, é importante
genitais. perceberem a parte sexual. A zona erógena é a parte
estimular. É importante esclarecer e falar das
situações abertamente. Prolonga-se na vida adulta.
Surge o ascetismo (ausência do prazer) e a
intelectualização, ou seja, não passam muito bem
este conflito então focam-se na pare intelectual. A
libido é focalizada na aprendizagem em vez de
colocar o prazer na parte genital.
O órgão masculino é o pénis e a da mulher é a
vulga ou vagina, e não nomes que lhes possam dar.
 Estádio psicossexual: Latência Deve ensinar-se os nomes das partes do corpo e não
o De 6 anos a 11 anos outros segundos nomes, “pila” “pilinha” etc.
A criança vai como que esquecer alguns Nasceu em 1902 e morreu em 1994.
acontecimentos e sensações vividas nos primeiros anos
de sexualidade através de um processo que se designa Enfatizou os determinantes socioculturais da
amnésia infantil. personalidade na sua teoria de desenvolvimento
psicossexual.
Traumas da fase fálica causam conflitos sexuais
reprimidos e as pulsões sexuais são redirecionadas a Discípulo de Freud, Erikson destaca-se em 2
trabalhos escolares e jogos vigorosos. grandes aspetos:

A vergonha, o pudor, o nojo e a repugnância, são  As crianças são exploradoras ativas e curiosas
sentimentos que contribuem para controlar e reter a que buscam adaptar-se ao seu ambiente, em vez
libido. de escarvas passivas de pulsões biológicas
moldadas pelos seus pais.
O ego e o superego continuam a desenvolver-se à  Dá bem menos enfase às pulsões sexuais e
medida que a criança adquire mais habilidades de enfatiza as influências culturais.
resolução de problemas na escola e interioriza valores
sociais. Teoria psicossocial.

O estádio da latência começa a aprender, aparece Os seres humanos enfrentam 8 principais crises ou
a expressão de “nojo”, são muito envergonhados, conflitos durante toda a vida.
retém-lhe a libido. A energia é gasta nas atividade Cada conflito surge num momento especifico
extracurriculares, na aprendizagem na escola. É relacionado tanto pela maturação biológica como pelas
uma fase onde fica tudo muito em “banho-maria”, questões sociais que as pessoas em desenvolvimento
não há zona erógena. É tudo o que é fora de casa que devem enfrentar.
dá prazer.
Cada crise deve ser resolvida com sucesso para
 Estádio psicossexual: Genital preparar uma resolução satisfatória da crise seguinte.
o De 12 anos em diante
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Enfermagem de saúde infantil e pediátrica
o Estádios de desenvolvimento Encruzilhada entre a infância e a maturidade. Devem
psicossocial de Erikson estabelecer identidades social e populacional básica ou
manter-se-ão confusos sobre o papel que devem
o Confiança básica Vs Desconfiança
desempenhar como adultos. O principal agente social é
do nascimento até 1 anos
a comunidade de pares.
o Autonomia Vs vergonha e dúvida de
1 ano aos 3 anos  INTIMIDADE Vs ISOLAMENTO
o Iniciativa Vs Culpa de 3 anos a 6 o De 20 anos aos 40 anos
anos
o Diligência Vs Inferioridade de 6 a 12 Principal tarefa é a formação de fortes laços de
anos amizade e alcançar um sentimento de amor ee
o Identidade Vs Confusão de papéis de companheirismo com outra pessoa. Sentimentos de
12 aos 20 anos solidão e isolamento podem levar à inabilidade de
o Intimidade Vs Isolamento de 20 anos formar amizades e relações íntimas. Agentes sociais
aos 40 ano básicos amantes, companheiros, conjugues, amigos
o Generatividade Vs Estagnação de 40 íntimos.
aos 65 anos
 GENERATIVIDADE Vs ESTAGNAÇÃO
o Integridade do Ego Vs Desesperança
o De 40 a 65 anos
 CONFIANÇA BÁSICA Vs O adulto encontra a tarefa se de tornar produtivo e de
DESCONFIANÇA criar a sua própria família ou então cuidar das
o Do nascimento até 1 ano necessidades de jovens. Agentes sociais significativos
cônjuges, filhos e normas culturais.
O bebé deve aprender a confiar no outro para suprir
as suas necessidades básicas. Se os cuidados foram  INTEGRIDADE DO EGO Vs
ausentes ou inconstantes a criança pode ver o mundo DESESPERANÇA
como um lugar ameaçador. O agente principal aqui é o o Velhice
cuidador primário.
O adulto na velhice olha para o seu passado e o vê
 AUTONOMIA Vs VERGONHA E DÚVIDA como produtivo, significativo e feliz, ou uma grande
o De 1 anos aos 3 anos deceção ceia de promessas e sonhos não realizados. As
experiencias de vida de cada um, em especial as
As crianças devem aprender a ser autónomas,
experiências sociais determinam o resultado desta crise.
alimentar-se, vestir-se cuidar da própria higiene. Falhas
no alcance desta autonomia podem gerar sentimentos de
dúvida e vergonha. Os pais são os principais agentes
sociais.

 INICIATIVA Vs CULPA
o De 3 anos a 6 anos
As crianças tentam agir como adultas e tentam
aceitar responsabilidades maiores do que as suas
capacidades. A família é o principal agente social Nasceu em 1896 e morreu em 1980.
 DILIGÊNCIA Vs INFERIORIDADE Biólogo de formação Piaget (1950) definiu
o De 6 a 12 anos inteligência como um processo básico da vida que ajuda
o organismo a adaptar-se ao seu ambiente.
As crianças devem dominar habilidades escolares e
sociais importantes. Período em que a criança se Ao amadurecerem as crianças adquirem estruturas
comprar com os seus pares. Falhas levam a sentimentos cognitivas muito mais complexas, que as auxiliam na
de inferioridade. Os agentes sociais significativos são os sua adaptação ao próprio ambiente.
professores e os pares.
Estruturas cognitivas- Esquema- é um padrão
 IDENTIDADE Vs CONFUSÃO DE PAPEIS organizado de pensamentos, ações, usados para lidar
o De 12 aos 20 anos com ou explicar algum aspeto da experiencia.

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As crianças constroem ativamente novos Começam a interiorizar esquemas comportamentais
entendimentos do mundo baseadas nas próprias para produzir imagens ou esquemas mentais.
experiências.
 PRÉ-OPERATÓRIO
Piaget propôs 4 grandes estádios de o Dos 2 aos 7 anos
desenvolvimento cognitivo.
ESQUEMA:
As crianças desenvolvem-se ao longo dos estádios
exatamente na ordem em que são apresentados, não Usam simbolismos para representar e entender
sendo possível saltar estádios, uma vez que cada um vários aspetos do ambiente. O pensamento e
deles é construído sobre o estádio anterior e representa egocêntrico.
uma forma mais complexa de pensar. PRINCIPAIS AQUISIÇÕES:
o Estádio de desenvolvimento de As crianças tornam-se imaginativas nas suas
Jean Piaget brincadeiras. Passam a reconhecer que as outras pessoas
o Sensório-motor do nascimento aos 2 nem sempre percebem o mundo como elas.
anos
 OPERAÇÕES CONCRETAS
o Pré-operatório dos 2 aos 7 anos
o Operações concretas dos 7 aos 11 o Dos 7 aos 11 anos
anos ESQUEMA:
o Operações formais dos 11 anos em
diante Adquirem e usam operações cognitivas.
PRINCIPAIS AQUISIÇÕES:
Não são mais enganadas pelas aparências. Passam a
entender as propriedades básicas das relações entre os
objetos e os eventos do mundo diário.

 OPERAÇÕES FORMAIS
o Dos 11 anos em diante
ESQUEMA:
As operações cognitivas do adolescente são
reorganizadas de modo a permitir que operem sobre
 SENSÓRIO-MOTOR operações (pensam sobre o pensamento).
o Do nascimento aos 2 anos
O pensamento é abstrato e sistemático.
ESQUEMA:
PRINCIPAIS AQUISIÇÕES:
Usam as capacidades sensoriais e motoras para
explorar e adquirir um entendimento básico do O pensamento logico não está mais limitado ao
ambiente. No nascimento apenas possuem reflexos concreto ou observável.
inatos para se adaptarem ao mundo. No final deste Adoram envolver-se em discussões hipotéticas e
estádio como resultado podem tornar-se bastante realistas. São
são capazes de raciocínios sistemáticos e dedutivos.

capazes de complexas coordenações sensoriomotoras.


PRINCIPAIS AQUISIÇÕES:
Senso primitivo do “eu” e “outros”.
Permanência do objeto.
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Nasceu em 1927 e faleceu em 1987. O certo é a satisfação dos nossos interesses e
necessidades.
Psicólogo norte-americano.
O certo é deixar os outros fazerem o mesmo.
Desenvolvimento da moral.
Neste estádio, a criança reconhece que os outros
Com base nos estudos de Piaget definiu estádios que
também têm interesses.
delimitam mudanças relativas ao julgamento da criança
sobre os acontecimentos. A criança, neste estádio, assume uma perspetiva
concreta individualista.
Dedicou toda a sua vida adulta ao estudo do
desenvolvimento moral. Separa os seus interesses dos interesses dos outros.
Os conflitos de interesses resolvem-se dando a todos
A sua teoria pressupões 3 níveis com 2 estádios em
uma parte igual.
cada nível.
 ESTÁDIO 2- CONVENCIONAL
Não é possível avançar nos diferentes níveis sem ter
(8-13 ANOS)
conquistado o anterior.
Não há regressão nos níveis. ESTÁDIO 3: Orientação bom rapaz, linda menina
O certo é ser simpático, leal e dino de confiança.
o Níveis da teoria de
desenvolvimento da moral de O adolescente, neste estádio, preocupa-se com as
necessidades dos outros e procura cumprir as regras e as
Kohlberg
normas.
o Nível 1- pré convencional (3-7anos)
Não assimilou a noção de certo e errado O adolescente, neste estádio, mostra gratidão e
o Nível 2- convencional (8-13 anos) apreço pelas autoridades e procura ser digno dessa
Aquisição progressiva das noções de confiança.
certo e errado
o Nível 3- pós convencional (idade O adolescente, neste estádio, respeita a regra de ouro,
adulta) Formula os próprios isto é, reconhece a importância da reciprocidade e trata
conceitos. bem os outros porque espera que os outros também o
tratem bem.
 NÍVEL 1- PRÉ CONVENCIONAL
(3-7 ANOS) Este estádio tem em conta tanto a perspetiva do
individuo como a perspetiva dos outros.
ESTÁDIO 1: Orientação pela obediência e punição
(evitar a punição) ESTÁDIO 4: Orientação para a manutenção da ordem
e da autoridade
O certo é a obediência cega às regras e à autoridade,
de forma a evitar a punição. O certo é cumprir o dever para com a sociedade,
manter a ordem social e velar pelo bem-estar de todos.
O que está certo é evitar a violação das regras e evitar
danos físicos aos outros e à propriedade. As leis são para ser cumpridas e a sociedade espera
que cada um dê o seu contributo para o bem-estar geral.
As razões para fazer o que está certo é evitar a
punição e os castigos. A razão para fazer o que está certo é ajudar a manter
a ordem social e o bom funcionamento dos instituições.
A criança neste estádio assume um ponto de vista
meramente egocêntrico. Este estádio distingue os pontos de vista da
sociedade dos pontos de vista dos grupos e dos
Não considera os interesses dos outros e não
indivíduos.
relaciona vários pontos de vista em simultâneo.
Uma pessoa, neste estádio, assume o ponto de vista
do sistema e considera as relações interpessoais em
ESTÁDIO 2: Individualidade instrumental (satisfação termos do seu lugar no sistema.
das próprias necessidades)
 NÍVEL 3- PÓS CONVENCIONAL
O que está certo é seguir as regras quando elas nos (IDADE ADULTA)
servem.
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ESTÁDIO 5: Orientação contratual legalista o Peso: 600g/nês até aos 5 meses de idade
o Dos 6 aos 12 meses o aumento de peso diminui
A escolha moral é baseada nos direitos básicos, nos para metade
contratos legais e nos valores morais. o Durante os primeiros 6 meses a altura aumenta
A razão para fazer o que está certo reside na cerca de 2,5cm/mês diminuindo para metade
necessidade de respeitar os contratos e os direitos dos nos últimos 6 meses
outros. o O PC aumenta cerca de 2cm/mês até aos 3
meses, 1cm/mês dos 4 aos 6 meses e 0,5cm/mês
Neste estádio, a pessoa toma decisões na base do nos últimos 6 meses
maior bem para o maior número. o Entre o 12 e os 18 meses encerra a fontanela
A pessoa, neste estádio, considera o ponto de vista anterior
legal e o ponto de vista dos outros e procura reconhecer o No final do 1º ano o PT equivale
o conflito entre eles, de forma a fazer escolhas que aproximadamente ao PC.
tragam o maior bem para o maior número. Mudanças sensoriais:
ESTÁDIO 6: Orientação pelos princípios éticos o A acuidade visual melhora
O certo é o que obedece aos princípios éticos o A visão binocular (fixação de 2 imagens numa
universais. só imagem cerebral) começa a desenvolver-se
às 6 semanas, e deve estar bem estabelecida aos
As leis ou os contratos e acordos sociais são válidos 4 meses
sempre que respeitam esses princípios. o Entre os 7 e os 9 meses ocorre a estereopsia-
perceção de profundidade- 7 meses reflexo de
Os princípios éticos relacionam-se com a noção de
paraquedas.
justiça, dignidade humana, direitos humanos e
igualdade de direitos. Motricidade fina- uso das mãos e dedos:
Este estádio reconhece que os princípios de justiça o O reflexo de preensão vai até ao 3º mês
não são apenas produtos da sociedade para resolver passando depois a ser voluntário
eficazmente os conflitos, mas sobretudo o reflexo de o Aos 5 meses é capaz de agarrar voluntariamente
uma ordem natural que reside tanto na natureza humana um objeto
como na ordem cósmica o Aos 8/9 meses surge a preensão em pinça
inicialmente muito grosseira, estando aos 11
meses bem precisa
o Aos 6 meses agarram o biberão, puxam os pés
e levam-nos à boca autoalimentam-se
o Aos 7 meses transferem objetos de uma mão
O crescimento e desenvolvimento infantil podem ser para a outra
organizados sob várias perspetivas: físico, linguagem, o Aos 10 meses oferecem um objeto e alguém
cognitivo, social e emocional. o Aos 11 meses colocam objetos num recipiente
o Aos 12 meses tenta construir torre com 2 cubos
 Idade biológica: idade da criança do ponto de
vista da saúde biológica e das capacidades Motricidade Grossa- maturação da postura, controlo
funcionais da cabeça, equilíbrio, gatinhar, sentar, erguer-se e
 Idade cronológica: número de anos que andar:
decorrem desde o nascimento o O RN pode momentaneamente segurar a cabeça
 Idade social: papéis sociais e expectativas na linha média
relacionadas com a idade da criança o Aos 3 meses os lactentes conseguem segurar a
 Idade psicológica: comparação das idades cabeça muito alem do plano do corpo
adaptativas com as de outra criança com a com o Aos 4 meses conseguem levantar a cabeça a
a mesma idade cronológica parte anterior do tórax aprox. 90º Colocando o
peso nos antebraços
0-12 MESES RN/LACTENTE
o Aos 5 meses rebola de DD par DV para DD aos
DESENVOLVIMENTO BIOLÒGICO 6 meses

Crescimento rápido durante o 1º ano:


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o Aos 7 meses os lactentes conseguem sentar-se o Reflexo de sucção e procura (pontos cardeais):
sozinhos com apoio das mãos estimulando região perioral com os dedos
o Aos 8 meses sentam-se bem sem apoio observa-se direcionamento da boca/cabeça para
o Aos 10 meses passam da posição de ventral o lado estimulado
para sentada. o Reflexo de preensão
o Aos 6/7 meses são capazes de suportar todo o o Reflexo da macha automática quando os pés
seu peso no MI com ajuda estão apoiados numa superfície firme
o O rastejar progride para o gatinhar aos 9 meses o Reflexo de propulsão.
o Aos 9 meses conseguem erguer-se agarrados à
mobília. A criança deve ser estimulada.
o Aos 11 meses caminham com 1 ou ambas as A partir do 1º mês a criança deve viver em vários
mãos agarradas à mobília ambientes.
o Aos 12 meses podem ser capazes de andar com
uma mão agarrada Deve “caminhar” com a mãe/pai e deve ser
estimulada a ver e a ouvir vários sítios.

REAÇÔES CIRCULARES PRIMÀRIAS


(2-4 MESES)
SENSÒRIO-MOTOR (0-2 anos) Início da substituição do comportamento reflexo por
Este estádio vai ter 6 sub-estádios: atos voluntários.
Repetição de ações (comportamentos) que de uma
 Estádio dos reflexos (1º mês)
forma ocasional trouxeram satisfação para a criança.
 Reação circulares primárias (2-4 meses)
 Reações circulares secundárias (4-8 meses) Estes comportamentos são centrados na criança por
 Coordenação das reações circulares (8-12 isso se chamam primários
meses)
A criança repete os comportamentos que lhe dão
 Reações circulares terciárias (12-18 meses)
prazer, e que servem para:
 Coordenação total de esquemas (18-24 meses)
o Se conhecer a si própria
Durante este estádio os lactentes progridem de
o Atrair os outros ao pé de si
comportamentos reflexos para atos repetitivos simples
e para a atividade mimética. Neste período a criança está muito ligada aos objetos,
ela está envolvida nos objetos não os distingue dela
própria.
Aos 4 meses começa a perceber um pouco a
existência o objeto, dá-se o início da separação. Mas se
lhe for retirado o objeto ela não chora porque ela ainda
não fixa o objeto.
Reconhece a mãe mas se ela se ausentar muito tempo
ela esquece.
COMO ESTIMULAR A CRIANÇA NESTE
ESTÀDIO?

ESTÁDIO DOS REFLEXOS (1ºMÊS) o Dar objetos à criança


o Mudar a criança de espaço
Reflexos primitivos presentes e fortes: o Andar com a criança ao colo, mostra o espaço
o Ficar às escuras só para dormir
o Reflexo de Moro: com a crianças apoiada
provoca-se subitamente, ligeira queda da REAÇÔES CIRCULARES SECUNDÀRIA
cabeça (2,5cm) resultando em abdução dos (4-8 MESES)
membros superiores e abertura das mãos

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Ações repetidas e prolongadas até à resposta que
funcione.
Começam a desenvolver-se a causalidade, o tempo, FASE ORAL (0-2 a criança nesta fase é
anos) toda ID
a intenção deliberada e a separação do ambiente.
É um período muito difícil, é na fase em que a criança
se vai separar dos objetos e consequentemente da mãe,
a mãe ai deixar de ser a extensão da criança para ser
percebida como o outro. Regida pelo principio Primária pulsões
do prazer zona (vida e morte Objeto-
Entre os 6-8 meses: erógena BOCA mama
o Nesta fase ela percebe também os objetos
estranhos e conhecidos e ocorre o medo dos
estranhos.
o Atenção à hospitalização e início da creche
Ocorrem 3 processos de comportamento humanado: Amoral
o A imitação
o Afeto
o Permanência do objeto
A criança quando nasce tem uma relação simbólica
com a mãe, ela e a mãe são uma só.
COORDENAÇÂO DAS REAÇÔES
CIRCULARES (8-12 MESES)
Desmame (entre os 6-8meses)
As competências motoras acrescidas permitem uma
DESMAME
maior exploração do ambiente.
Início do raciocínio intelectual. Período traumático para a infância (tomada de
consciência que nem sempre podem ser satisfeitas no
Começam a associar símbolos a acontecimentos. momento).
Removem ativamente barreiras que estejam a Vai ter de fazer a passagem muito brusca entre a
impedir a sua ação. mama e o objeto.
Início do apego. A reação da criança vai ser a rejeição do objeto
(acontece mesmo anorexia).
Se o desmame é mal feito pode acontecer por parte
da criança:

 Agressividade
 Períodos de choro
 Períodos de irritabilidade noturna
 Grita quando é pego ao colo
 A criança mostra momentos de agressividade
(ex. morder a mama da mãe)
COMO AJUDA NO DESMAME?
Normalmente o desmame acontece naturalmente, a
mãe vai deixando de ter elite.
O desmame deve ser feito progressivamente (+/- 1
mês e meio).

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Nesta altura deverá haver uma maior interação 3 Meses:
mãe/criança noutros espaços (brincar, conversar, mais
o Faz ruídos para mostrar prazer
tempo ao colo).
o Vocaliza quando sorri
No momento do desmame deve entrar a figura do pai o Menos choro quando acordado
(ser o pai a dar o biberão).
4 Meses:
o Ri alto
o A vocalização muda de acordo coma disposição
5 Meses:
o Emite ruídos
CONFIANÇA Vs DESCONFIANÇA 0-12 MESES
6 Meses:
Relacionado com a aquisição de um sentimento de
confiança ultrapassando a desconfiança. o Começa a imitir sons
o Balbucia
Qualidade de relação entre a criança e o prestador de o Vocaliza para os brinquedos ou imagens no
cuidados e os cuidados que a criança recebe. espelho
A confiança permite aos lactentes sentirem conforto 7 Meses:
físico e segurança.
o Produz sons de vogais e silabas juntos ex. baba,
Durante os primeiros 3/4 meses a alimentação é a dada, tete..
atividade social mais importante – RN pouco tolerante. o “Fala” quando os outros falam
Alcançar os outros através do toque- preensão- 8 Meses:
estimulação tátil.
o Faz sons de consoantes
Aprendem que podem agarrar-se aquilo que é seu e o Escuta seletivamente palavras do seu interesse
controlar mais o seu ambiente- Morder o Combina silabas, mas sem atribui significado
O QUE É QUE DETEMINA A RESOLUÇÂO DA 9 Meses:
CRISE PELA POSITIVA?
o Responde a ordens verbais simples
As crianças vão ser influenciadas, e resolvem as o Compreende não-não
crises consoante a influencia das outras pessoas,
principalmente dos pais. 10 Meses:

Se a criança tiver uma mãe que lhe transmita o Diz papa e mamã
confiança e afetividade sem ambiguidades vai: o Compreende adeus
o Pode dizer uma palavra
 Criar confiança nela e nos outros.
 Vai licitar amor nos pais 11 Meses:

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM o Imita sons de discurso


12 Meses:
1º Mês:
o Diz 3 a 5 palavras
o Chora para demonstrar desconforto
o Compreende o significado de várias palavras
o Emite pequenos sons guturais
o Reconhece objetos pelo nome
o Emite sons de conforto durante a amamentação
o Imita sons de animais
o Percebe ordens verbais simples.
2 Meses:
RISCO DE DOENÇA OU LESÂO
o Vocalização diferente do choro
o O choro torna-se diversificado As doenças congénitas podem manifestar-se por
o Vocaliza para voes familiares atrasos de desenvolvimento ou distress.

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O distress respiratório pode verificar-se em resposta o Globalmente a altura de um adulto é o dobro da
à diminuição de surfactante ou devido à obstrução das altura da criança com 2 anos
vias aéreas, particularmente devido à aspiração de o O PC desacelera o crescimento
corpos estranhos. o A fontanela anterior encerra entre os 12 e os 18
meses4o PT continua a aumentar e ultrapassa o
Os acidentes e quedas (depois dos 4 meses) podem
PC
acontecer por motivos inesperados.
Mudanças sensoriais:
Risco de infeção por sistema imunitário imaturo.
 A completa visão binocular está bem
Malnutrição secundária à pobreza ou a incapacidade
desenvolvida
de ganhar peso.
 A perceção de profundidade continua a
desenvolver-se
 A audição o cheiro, o gosto e o tato tornam-se
IMPLICAÇÔES PARA A ENFERMAGEM cada vez mais desenvolvidos e coordenados
Verificar a presença ou ausência de respostas entre si.
apropriadas à idade em cada interação com a criança e  Usam todos os sentidos para explorarem o
os pais, relatar quaisquer sinais de atraso de ambiente
desenvolvimento  Desenvolvimento de gostos específicos e
texturas preferidas
Se aos 4 meses não houver fixação do olhar-  Propenso a rejeitar novos alimentos devido à
referenciar textura.
Observar a interação dos ais com a criança- Motricidade grossa:
vinculação
o 12/13 meses andam sozinhos
Encorajar a independência progressiva na o 18 meses tentam correr
alimentação o 2 anos sobem e descem degraus
Retirar objetos pequenos do alcance da criança. o 2 anos e meio saltam com os 2 pés, aguentam-
se num só pé pro alguns segundos e andam em
Verificar e relatar qualquer dificuldade respiratória biscos de pés.
o No final sobem e descem degraus de forma
Reforçar a segurança e supervisão à medida que a
alternada
mobilidade aumenta.
Motricidade fina:
Monitorizar peso, altura PC e PT.
Remover todas as substâncias toxicas do alcance da  Aumento de destreza manual
criança.  Combinam a pega em pinça já adquirida com
outras competências cognitivas e sensoriais
 Perceção visual de formas geométricas
 Capacidade de contruir torres com cubos- 18
meses 3/4 – 24 meses 6/7 …
 Manipulação dos lápis de carvão e de cor- 15
M- rabiscos, 24 meses- desenho circular e
riscos verticais, 36M- copiar um círculo e imitar
uma cruz.

DESENVOLVIMENTO BIOLÒGICO

Crescimento desacelera consideravelmente:


Sensório- Motor (0 a 2 anos)
o Peso. 1,8 a 2,7 Kg/ano
o Aos 2 anos quadruplicam o peso de nascença o Reações circulares terciárias (12-18 meses)
o A altura aumenta cerca de 7,5cm/ano o Coordenação total de esquemas (18-2 meses)

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Pré operatório (2-7 anos)
Autonomia-
Fase anal (2-3
o Fase pré-concetual (2 aos 4 anos) controlo dos
anos)
esfínteres
REAÇÔES CIRCULARES TERCIÀRIAS
(12-18 MESES)
Fonte de Objeto de
Usa experiencias ativas para atingir objetos prazer erógena prazer são as
previamente inacessíveis. é o ânus fezes
Assiste-se ao início do julgamento racional e da
lógica intelectual.
Fase de
Consegue diferenciar ainda mais os objetos de si transição do ID
próprio. para o EGO

Consciência de relação causal aparente.


Crise
Consciência das relações espaciais- conhecem
diferentes formas e as relações entre si.
Desfralde
Permanência do objeto desenvolve-se.
COORDENAÇÂO TOTAL DE ESQUEMAS
(18-24 MESES)

As crianças vão procurar um objeto escondido em


potenciais locais diferentes.
AUTONOMIA Vs DÚVIDA E VERGONHA
Existe uma maior simbolização da imitação.
0-12 MESES
Imitação simbólica- mimica doméstica
Aquisição do sentimento de autonomia ao mesmo
Conceito de tempo embrionário tempo que ultrapassa um sentimento de dúvida e de
vergonha.
Egocentrismo
Características como o negativismo e o ritualismo
são típicas na busca por autonomia.
FASE PRÉ-CONCETUAL (2 AOS 4 ANOS)
Expressam as emoções intensamente, flutuações de
Fase de transição que faz a ponte entre o humor.
comportamento exclusivamente dirigido para a
A criança debate-se para lidar com os impulsos do id
autossatisfação da infância e comportamento social aprende formas socialmente aceitáveis para interagir
subdesenvolvido o lactente. com o ambiente.
As principais características desta fase são o uso
egocêntrico de linguagem e a dependência da perceção
para a resolução de problemas.
Pensamento baseado nas suas perceções dos
acontecimentos.

Nivel 1 – Pré convencional (3-7 anos)


o Nível básico
o Pouca preocupação se alguma coisa é certa ou
errada
o Envolve a punição e obediência
o Comportam-se de acordo com a liberdade ou
restrição que é colocada nas suas ações.

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o Andam, correm, trepam e saltam bem aos 36
meses
o Refinamento da coordenação olho-mão
o Aos 4 anos salta comum só pé
o Aos 5 anos, salta à corda, patina e nada.
15 Meses: Motricidade fina:
o Usar jargão expressivo  O desenho apresenta vários avanços na
o Dia 4 a 6 palavras incluindo nomes perceção de forma e no desenvolvimento da
o Pede objetos apontando coordenação muscular fina
o Compreende ordens simples
18 Meses:

 Diz 10 ou mais palavras


 Forma combinação de palavras
 Faz combinações de gestos
24 Meses:
o Tem um vocabulário de cerca de 300 palavras
o Usa frases com 2 ou 3 palavras
o Usa pronomes “eu”, “mim”, “tu”
o Compreende ordens de direção
o Diz o nome
o Verbaliza a necessidade de eliminar, comer ou
Pré operatório (2-7anos)
beber
o Fala muito o Fase pensamento intuitivo (4 aos 7 anos)
30 Meses: FASE PENSAMNETO INTUITIVO
(4 AOS 7 ANOS)
 Diz o 1º e o ultimo nome
 Refere-se a si próprio utilizando o pronome Mudança de um pensamento totalmente egocêntrico
adequado para uma consciência social e para a capacidade de ter
 Usa plurais em consideração outros pontos de vista.
 Nomeia uma cor
São capazes de verbalizar os seus processos mentais
Só conseguem pensar numa ideia de cada vez e são
incapazes de pensar em todas as partes de um todo.
A linguagem desenvolve-se.
Assumem que toda a gente pensa como elas.
Necessário explorar e compreender o pensamento da
criança através de abordagens não-verbais.
Método mais eficaz e esclarecedor é o jogo.
DESENVOLVIMENTO BIOLÓGICO
Usam a linguagem sem compreenderem o seu
Crescimento abranda e estabiliza: significado em especial os conceitos de direita,
 Peso- 2 a 3Kg/ano esquerda, causalidade e tempo.
 Aos 2 anos quadruplicam o peso de nascença Pensamento descrito como pensamento mágico.
 A altura aumenta cerca de 6,5 a 9cm/ano
 Delgada mas compacta graciosa, ágil e com Acreditam que os pensamentos são “poderosos”.
uma postura ereta
Motricidade grossa:
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Doenças transmissíveis, infeções parasitárias
intestinais, conjuntivites….
Ingestão acidental de substâncias toxicas.
Abuso e negligências físicas e emocionais.
CRISE
Aprendizagem da
Fase Fálica (3-6
diferença entre
anos)
Complexo de édipo/eletra sexos

Fonte de preazer
Desenvolviemnto
erógena são os
do superego
genitais

INICIATIVA Vs CULPA 3-6ANOS IMPLICAÇÔES PARA A ENFERMAGEM


TODLLER E PRÉ-ESCOLAR
Aquisição do sentido de iniciativa. Período de
aprendizagem intensa. Promover oportunidades para a criança saltar e
trepar.
Os conflitos surgem quando as crianças ultrapassam
os limites das suas capacidade e experienciam culpo por Fomentar atividades que permitiam à criança
não se comportarem apropriadamente. completar uma tarefa, cubos, plasticina…..

Sentimento de rivalidade e competição com a figura Cuidados de enfermagem e ensino aos pais
parental do mesmo sexo- resolve-se com a identificação direcionados para a deteção, prevenção e erradicação de
com a identificação com esta mesma figura parental. doenças transmissíveis e ainda prevenção de
complicações.
Ensino aos pais sobre práticas de prevenção de
intoxicações e medidas de emergência face a uma
intoxicação.
Linguagem muito mais sofisticada e complexa ao longo
deste período. Avaliar a interação dos pais/criança e dinâmica
familiar.
Torna-se um grande meio de comunicação e
interação social.
O vocabulário aumenta dramaticamente.
A estrutura frásica, o uso gramatical e a compreensão
avançam para um nível mais adulto.
Podem até tornar-se bilingues.

DESENVOLVIMENTO BIOLÒGICO

Crescimento em altura e peso assume um ritmo mais


lento, mas constante:
o Peso- entre os 6-12 anos 2 a 3 Kg/ano
o A altura aumenta cerca de 5cm/ano
Os acidentes são a principal causa de morte.
o Início da queda dos doentes decíduos

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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - PIAGET DESENVOLVIMENTO MORAL DE


KOHLBERG
OPERAÇÔES CONCRETAS (7-11 ANOS)
NÍVEL 2- CONVENCIONAL (8-13 ANOS)
As crianças são capazes de utilizar os seus processos
de pensamento para experimentar eventos e ações. É um período marcado pele regra.

 Conservação Segue a regra


 Identidade
Procura a regra.
 Reversibilidade
 Reciprocidade Espera que os outros a cumpram.

São capazes de articular o processo e representar as


ações mentalmente, sem a necessidade de realizar
PROBLEMAS DE SAÙDE E PREOCUPAÇÔES
comportamentos.
COMUNS IDADE ESCOLAR
Adquirem a capacidade de realizar operações
cognitivas. o Principais causas de morte são os acidentes
com veículos motorizados na qualidade de
Conseguem ver as coisas de um outro ponto de vista. passageiro ou peão
o Pediculose
São capazes de adiar uma ação até que tenham
o Queimaduras
avaliado respostas alternativas às situações.
o Infeções bacterianas, virais e/ou fúngicas
o Cáries dentárias
o Atrasos de desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO PSICOSEXUAL- FREUD o Comportamentos de risco

Segundo Freud este IMPLICAÇÔES PAA A ENFERMAGEM IDADE


Fase de latência é um periodo de ESCOLAR
(6-11 anos) adormecimento em
termos libidinosos  Instruir a família e a criança sobre a utilização
de cinto de segurança e dos sistemas de
retenção
A criança está  Incentivas os pais em atividades promotoras de
muito interessada saúde- PNV, consultas de vigilância
nas relações com  Avaliar a capacidade de adaptação da criança à
os outros que a
rodeiam escola ou a outras modificações do ambiente
familiar
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL-  Ensinar à criança e aos pais estratégias para
ERIKSON evitar comportamentos de risco.

DILIGÊNCIA Vs INFERIORIDADE DE 6 A 12
ANOS
Desenvolvem as capacidades necessárias para
contribuírem de forma útil como membros das suas
comunidades.
O objetivo é alcançar um sentimento de competência
pessoa e interpessoal, através de capacidade
tecnológicas e sociais. ADOLESCÊNCIA
A incapacidade de desenvolver um sentimento de A adolescência é sobretudo uma fase de
realização pode resultar num sentimento de desequilíbrio.
inferioridade.

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“Os adolescentes são impetuosos, irascíveis, e o Centrado nas mudanças corporais (centrado no
tendem a deixar-se levar pelas suas emoções”. corpo)

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO –PIAGET

OPERAÇÔES FORMAIS dos 11 anos em diante


Inclui a capacidade de pensar em termos abstratos
pensar sobre possibilidades e hipóteses.

 Adquirem a capacidade de pensar sobre


abstrações e associar comportamentos com
conceitos abstratos tais como a atração.
Estatuto de adulto ou felicidade
 Capazes de utilizar a perspetiva do futuro.
“Ao individuo até aos 18 anos não deve ser permitida  Raciocínio hipotético
a bebida alcoólica porque não se deve despejar fogo  Capacidade para tomar decisões aumenta ao
sobre fogo” longo deste período

A adolescência é fundamentalmente marcada por DESENVOLVIMENTO PSICOSEXUAL- FREUD


alterações psicológicas. Embora já tenham começado na
puberdade com as alterações fisiológicas. Confusão secual
Genital de 12 anos
(também procuram
O seu início vária de pessoa para pessoa embora de em diante
a identidade)
uma maneira geral comece primeiro na rapariga:
o Rapariga 12/13 anos
o Rapaz 14/15 anos Aumento da libido
sexual, necessidade
de encontrar Aumento da
masturbação
DESENVOLVIMENTO BIOLÒGICO alguém do sexo
oposto
PUBERDADE sequência de mudanças hormonais
e físicas que ocorrem universalmente ao longo de um DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL ERIKSON
período de tempo definido Maturação sexual e
IDADE Vs CONFUSÂO DE PAPEIS DE 12 AOS 20
Crescimento físico
ANOS
Rapariga desenvolvimento e libertação de um
Desenvolvimento de uma imagem estável e coerente
óvulo
de si próprio.
Rapaz desenvolvimento de esperma viável.
Reflete sobre os eu lugar na sociedade a forma como
os outros o vêm a sua autoestima e as suas opções para
o futuro.
AS ASLTERAÇÔES HORMONAIS SÂO A
CAUSA DE: As forças sociais tem um papel marcado.

o Alterações físicas como a altura (surto de A chave para a identidade está relação do
crescimento do adolescente), mudanças adolescente com os outros.
anatómicas, alterações na voz, PROBLEMAS DE SAÙDE E PREOCUPAÇÔES
desenvolvimento dos órgãos sexuais COMUNS ADOLESCENTE
o Maturação sexual: menarca e primeira
ejaculação o Comportamentos de risco- pressão dos pares
o Alterações hormonais: a labilidade de humor e o Problemas de saúde mental- depressão,
estados dicotómicos de humor (alternância de perturbações alimentares
estados de euforia e de tristeza)

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o Praticas alimentares não saudáveis e É o mais comum para recorrer ao serviço de
diminuição da atividade física urgências.
o Acne facial e corporal
o Fisiopatologia da febre

IMPLICAÇÔES PARA A ENFERMAGEM


ADOLESCENTE

 Os adolescentes devem ser envolvidos em todas


as fases
 Ensinar o adolescente e a família de estratégias
para reduzir os comportamentos de risco e
pressão dos pares
 Monitorizar sinais de alterações da saúde
mental A regulação da temperatura é realizada a nível do
hipotálamo.
 Favorecer oportunidades de comunicação com
o adolescente e o profissional de saúde sem a O hipotálamo tem um centro de temperatura,
presença dos pais constituído por:
 Higiene diária e tratamento do acne
 Uma região sensível à temperatura (termostato)
O processo de amamentação tem de ser  Uma região reguladora (ponto de fixação)
prazeroso. O desmame deve ser progressivo.  Regiões efetoras (áreas de ganho e perda de
A OMS aconselha a amamentação até aos 3 anos calor)
de idade, mas também grande parte das crianças A região sensível à temperatura (termostato) é o
encontram-se em países sob desenvolvidos onde não computador que recebe informações constantes, por via
há alimentos. A partir dos 12 meses quando inicia a nervosa, de diversos pontos do organismo (sangue, pele
alimentação comum, a mama é um complemento, e órgãos internos) codifica-os e estabelece se há
não uma necessidade. necessidade de aumentar, diminuir ou manter a
O surgimento da fala está dependente da produção de temperatura.
estimulação dos pais. O banho é um dos melhores Da integração de todos estes valores resulta uma
momentos para realizar estímulo. Bebés que não informação permanentemente atualizada sobre a
estão habituado a que falem com eles tem tendência temperatura “que está”.
a desenvolver a fala mais tarde.
Da mesma forma, este centro atua sobre o chamado
Os brinquedos das crianças não devem ser “ponto de fixação” onde é fixada a temperatura
menores que uma bola de pingue pong desejada (temperatura que “deve estar”)
Se o bebé não fixar um objeto preferencialmente Normalmente cerca de 36,5ºC axilar (equivalente a
de cor vermelha ou preta aos 4 meses, devemos cerca de 37,5ºC retal).
referenciar pode ter algum problema de visão.
O ponto de fixação controla sobre duas regiões: a de
Devemos experimentar pelo menos 12 vezes até ganho de calor e a de perda de calor.
concluir que não gostam mesmo do alimento.
Estas atuam sobre o metabolismo dos tecidos, os
vasos da pele e o tónus, podendo produzir, igualmente,
alterações do comportamento
A temperatura corporal é o equilíbrio entre o
ganho de calor e a perda de calor. A temperatura
“A febre é uma resposta biológica complexa a um corporal é regulado no hipotálamo. Tem 3 regiões.
grande número de agentes externos e disfunções
internas. E um dos sintomas mais frequentes nos grupos As regiões e ganho e perda de calor tecidos,
etários infantis”. pele, vasos sanguíneos.
Termogénese sem calafrios é algo impercetível.

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Por outro lado há uma redução das perdas de calor:
o Supressão da atividade das glândulas
sudoríparas
o Vasoconstrição cutânea/diminuição do fluxo
sanguíneo da pele.

NECESSIDADE DE PERDER CALOR

Se o organismo está a produzir demasiado calor ou


o calor ambiente é demasiado em relação aos valores
fixados pelo hipotálamos, observa-se:

 Vasodilatação cutânea (a pele fica ruborizada)


 A pessoa transpira e perdas por perspiração
insensível (nas crianças a perda por este
processo pode ser significativa)
 Relaxamento muscular
Comportamento característicos: o individuo
procura roupas leves, limpa o suor e procura fontes de
frio.
Perspiraçõa insensível transpiração com
evaporação pode não ser percetível.

Se há necessidade de perda de calor há


vasodilatação, transpiração. o Febre/ hipertermia

Dois tipos de elevação da temperatura: febre e


hipertermia.
NECESSIDADE DE GANHAR CALOR
É difícil definir “valores normais”, aplicáveis a todas
O hipotálamo identifica que necessita de ganhar as crianças/em todas as ocasiões.
calor.
A regulação da temperatura na criança é menos exata
Então desencadeia-se processo de produção de que no adulto. Pode-se considerar normais temperaturas
calor: retais:
o Aumento impercetível do tónus muscular  Entre 36,2ºC e 38,0ºC
o Aumento de atividade metabólica noutros
órgãos A temperatura corporal do homem segue um ritmo
circadiano, tendo o seu mínimo ao amanhecer e o seu
Fase termogénica sem calafrio máximo ao fim da tarde.
Simultaneamente, comportamentos característicos: Na criança:
 Procura de abrigo o O ritmo ao longo do dia só se estabelece
 Adoção de uma posição que defenda do frio inteiramente depois do segundo ano de vida
 Uso de ar quente exalado para aquecer as mãos o As temperaturas máximas ocorrem,
 Procura de agasalhos geralmente, entre as 17 e as 20h e as mínimas
entre as 5 e as 8h.
Se a termogénese sem calafrio não é suficiente para
produzir o calor necessário Para efeitos práticos consideramos:
Fase de calafrio (movimentos rítmicos involuntários  Febre é qualquer elevação da temperatura retal
dos músculos esqueléticos) superior a 38ºC

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 Febrícula é a elevação da temperatura que não produção de calor excede a capacidade de perda
atinge esse valor. (hipertiroidismo)
 Hiperpirexia é a elevação da temperatura retal 3. Há um excesso de calor ambiental, que excede
acima de 41º (o corpo deixa de ter possibilidade a capacidade de perda (é o que acontece nos
de regular a temperatura, deixa de haver dias muito quentes)
sudação) 4. Há uma diminuição das perdas de calor,
acontece em algumas doenças raras como as
Febre é diferente de hipertermia. displasias ectodérmicas.
É difícil definir valores normais de temperatura Nota: podem estar implicadas simultaneamente
para crianças. Temperaturas normais retais entre vários destes fatores.
36,2-38º
Quando o aumento da temperatura devido ao
Mas a temperatura basal tem o mínimo na manhã excesso de calor e um excesso de calor ambiental
e no fim do dia está mais alto, é um ciclo normal. estamos perante hipertermia  Hipertermia.
A maior parte das vezes as febres surgem mais a As crianças normalmente tem febre e não
tarde. Os picos de febre são mais acentuados no fim hipertermia. Tem febre devido às infeções.
da tarde, por causa dos meninos virem do colégio e
porque se identificam mais facilmente há tarde. A febre por norma deixa os pais muito aflitos. A
febre é regulada pelo organismo, desta forma, é
Hiperpirexia elevação da temperatura acima controlada e não letal, fora o caso de haver histórico
aos 41º de convulsões.
No caso de febre por causa do ponto de fixação Tem de haver um ensino para perceber se existe
estar elevado está associado por exemplo a infeções, realmente necessidade de tratar a febre, o que é
isto significa que a infeção ou algum motivo faz com importante no combate contra a infeção. Por isso por
que o ponto de fixação está mais alto controlado vezes há que ter em atenção o uso de medicamentos.

ELEVAÇÂO DA TEMPERATURA:
Designa-se por: FEBRE
Se está em causa o primeiro destes mecanismos, nos
outros casos por HIPERTERMIA

A febre é uma situação “regulada” e por isso quase


nunca atinge níveis perigosos.
Nas situações de hipertermia, dado que não há
mecanismos reguladores, a temperatura pode atingir
níveis perigosos ou até letais.
pelo organismo Nas idades infantis o que geralmente ocorre é febre,
OCORRE ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA motivada quase sempre por infeções.
QUANDO:
1. O ponto de fixação está elevado, “programado” TRATAR/NÂO TRATAR
e “exigindo” uma temperatura acima dos
valores fisiológicos. Causas: A elevação da temperatura tem um papel muito
 Infeções (pela libertação de pirogéneos) importante na luta contra a infeção.
 Doenças tumorais Não esquecer que a febre não é uma doença, é um
 Algumas doenças reumatismais sinal.
2. Há um excesso de produção de calor, por
desregulação do controlo metabólico. A
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A febre lesiva para o individuo, só em situações rara  Não se consolar ao colo da mãe
e só com temperaturas muito elevadas (doentes com  Não houver sinais de infeção evidentes
reserva cardíaca limitada, crianças com convulsões).
Deve considerar-se hipótese de existência de
Ter em conta os riscos associados ao uso de uma bactéria oculta. Indica-se vigilância e
antipiréticos. iniciar um processo de investigação
laboratorial.
As variações metabólicas causadas pela
descida/subsequente subida da febre podem resultar
mais desconfortáveis para a criança do que se se
mantiver a temperatura ligeiramente elevada mas o Características semiológicas da
estável. febre
TRATAR Inicio: súbito ou gradual
Atenção: Intensidade (axilar)
1. Crianças com menos de 3 meses de idade, nas o Leve ou febrícula: até 37,5ºC
quais as respostas termorreguladoras são mais o Moderada: 37,5 a 38,5ºC
imaturas, qualquer temperatura acima de 38ºC o Alta ou elevada: acima de 38,5ºC
deve ser considerada como significativa.
Estas crianças têm, com maior frequência Duração:
situações graves como sepsias, meningites ou  Poucos dias
 Prolongada (tuberculose, malária, septicémia,
endocardite infeciosa, colagenoses, linfomas,
pielonefrite.
Modo de evolução:
o Febre continua: variação até 1º, sempre acima
do normal
o Febre irregular ou séptica: picos muito altos
intercalados com por temperatura baixa ou
pneumonias. apirexia.
Febre superior a 38º num latente sinal de o Febre remitente: hipertermia diária com
alarme (imediata observação, mesmo sem variações > 1ºC sem apirexia
outros sinais ou sintomas) o Febre intermitente: hipertermia com períodos
2. Crianças com idades compreendidas entre 3 e cíclicos de apirexia
os 24 meses, que tenham temperaturas o Febre recorrente ou ondulante: períodos de
superiores a 39ºC indicação de observação febre, seguidos por períodos sem febre
médica. (linfoma, tumores)
3. Crianças com idade inferior a 36 meses e febre
superior a 40,5ºC se após restabelecida a GRÁFICO TÉRMICO NORMAL
GRÀFICO TERMICO FEBRE CONTÍNUA
Temperatura sempre acima do normal com variações
até 1ºC.
FEBRE

Considera-se febre a suida de, pelo menos, 1ºC


acima da média da temperatura basal dia´ria individual,
em função do local da medição.
normotermia:
Na ausência do conhecimento da temperatura basal
 Estiver prostrada
individual, considera-se febre perante os seguintes
 Não brincar
valores avaliados de temperatura:
 Não se interessar pelo ambiente
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 Retal > ou = a 38ºC  Outros dados relevantes
 Axilar = ou > 37,6ºC
 Timpânico= u > 37,8ºC
 Oral = ou > 37,6ºC O que fazer?- febre
A febre, por si só não é uma doença. Trata-se de uma o Efetuar uma avaliação correta
manifestação do organismo, decorrente do combate às o Avaliar sinais vitais
infeções e por esse motivo, benéfica. o Arrefecimento natural
o Hidratação adequada
Quando as situações com febre são graves (cerca de
o Proporcionar repouso
5% dos casos) existem sempre outras manifestações e
o Administração antipiréticos se prescritos e nas
clinicas associadas que são os chamados “sinais de
doses corretas
alerta”.
A temperatura enquanto sinal vital, deve ser
rigorosamente avaliada e registada. AVALIAÇÂO CORRETA
SINAIS DE ALERTA: Na primeira semana de vida a temperatura
habitualmente é avaliada na axila, de preferência com o
o Sonolência excessiva ou incapacidade em
termómetro digital ou de coluna líquida de galinstan.
adormecer
o Face/olhar de sofrimento A partir da 2º ou 3º semana de vida, a temperatura
o Irritabilidade e/ou gemido mantido poderá ser medida no reto ou na axila
o Choro inconsolável não tolerar o colo
o Dor perturbadora A partir dos 3 anos de vida poderá ser também
o Convulsão realizada a temperatura timpânica.
o Aparecimento de manchas na pele nas A partir dos 5 anos de idade, também a temperatura
primeiras 214 a 48h de febre (petéquias) oral.
o Respiração rápida com cansaço
o Vómitos repetidos entre as refeições Este último local de avaliação é a mais utilizado em
o Recusa alimentar completa superior a 12h muitos países, mas por exigir e colaboração a criança só
o Dificuldade em mobilizar um membro ou é viável depois dos 5 anos de idade.
alteração na marcha
o Urina turva e/ou com mau cheiro
o Febre com duração superior a 5 dias completos AVALIAÇÂO RETAL
O método mais rigoroso e o que corresponde a
temperatura central.
COLHEITA DE DADOS
Com a criança deitada de costas, deve introduzir-se
 Motivo de recurso aos serviços de saúde a ponta flexível do termómetro (de galinstan ou digital)
 Antecedentes pessoais em cerca de 3 cm no ânus, num trajeto paralelo às costas
 Histórico de febre da criança. A leitura com o termómetro digital faz-se ao
o Inicio do episodio febril 1º toque é com o termómetro de galinstan aos 3min.
o Horário e evolução da febre
o Valor máximo de temperatura atingido A medição de temperatura retal deve ser efetuada
o Local de medição da temperatura cuidadosamente, a fim de evitar lesões da mucosa retal.
o Medidas realizadas Considera-se febre:
o Terapêutica antipirética efetuada
(fármacos, doses e horários, registar a o Temperatura retal > ou = a 38,0ºC
última administração)
o Sintomas associados
 Contexto epidemiológico
 Peso (necessário para o cálculo correto da dose
de antipirético)
 Alergias
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AVALIAÇÂO ORAL
Só deve ser utilizada a partir dos 5 anos.
Avalia-se na boca, com a ponta do termómetro
digital ou de galinstan colocada de baixo da linfua e
mantendo a boca permanentemente fechada durante
3min.
Considera-se febre:

AVALIAÇÂO o Temperatura oral > ou = 37,6ºC.


AXILAR
É um método prático, ainda que não tão preciso como
ANTIPIRÈTICOS
o retal.
Na criança que mantém a temperatura elevada com
O termómetro de galinstan ou digital (desligado)
desconforto e após a aplicação das medidas gerais,
devem ser colocados na axila, mantendo-se o braço
poderá ser efetuada a seguinte medicação:
firmemente encostado ao tronco, durante 5min, ao fim
dos quais se deve fazer a leitura.  Paracetamol 10 a 15 mg/Kg/dose (dose
máxima: 90mg/kg/dia)
No caso do termómetro digital, este deve ser então
ligado e esperar-se pelo 1º toque, se termómetro de  Ibuprofeno 5 a 10 mg/kg/dose (dose máxima:
galinstan a leitura é feita aos 5 min. 40mg/kg/dia)
 Acido acetil-salicílico (AAS) 15mg/kg/dose,
Considera-se febre: de 6 em 6 horas ou quando necessário.
o Temperatura axilar > ou = a 37,6ºC com leitura
aos 5min. PARACETAMOL, fármaco de 1º linha
AVALIAÇÂO TIMPÂNICA
A temperatura é medida em poucos segundos e de
forma higiénica pelo uso de pontas descartáveis, o que
lhes confere vantagem em serviços de triagem
pediátrica.
Só se deve utilizar a partir dos 3 anos e avalia-se com
termómetro de deteção de raios infravermelhos. A
sonda deve ser orientada par a membrana do tímpano
enão para a parede do canal auditivo. Devm ser sempre
realizadas 3 determinações seguidas e deve adotar-se o
valor medido mais elevado. o Dose oral: 10-15 mg/kg/dose (dose diária
máxima e 90 mg/g/dia) máximo de 1.000
Pela elevada percentagem de medições imprecisas e
mg/dose
com até 30 de falsos negativos, é desaconselhada a sua
o Dose retal: 15-20 mg/kg/dose (dose diária
utilização em crianças
máxima de 100 mg/kg/dia) máximo de
com menos de 3 anos
1.000mg/dose
de idade.
o No recém-nascido: dose oral ou retal 7,2 a 15
Considera-se febre: mg/kg/dose, dose máxima de 60mg/kg/dia
o Intervalos mínimos entre 2 administrações
o Temperatura consecutivas: 4h, máximo de tomas diárias 5
timpânica > ou
= a 37,8ºC
IBUPROFENO

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o 5-10 mg/kg/dose (dose máxima diária O tratamento da febre não serve para prevenir
40mg/kg/dia) dose máxima 600mg/dose convulsões fabris que, globalmente, são pouco comuns
o Intervalo mínimo entre 2 administrações (inferiores a 1% dos episódios febris aos 2 anos,
consecutivas: 6h máximo de tomas diárias 4. diminuindo muito esse risco depois dessa idade), as
o Indicações ao uso de ibuprofeno: convulsões assustam quem as presencia mas em regra
 Alergia ao paracetamol não provocam danos cerebrais.
 Não resposta ao paracetamol ou
A presença de “sinais de alerta” o estado geral da
recorrência da febre com desconforto,
criança e/ou ter menos de 3 meses de vida são mais
antes do tempo mínimo de nova
importantes do que os graus de temperatura e/ou a
administração (4horas)
duração da febre.
o Contraindicações:
 Idade inferior a 6 meses O aparecimento (ou não) dos “sinais de alerta” dita a
 Alergia ao AINEs necessidade (ou não) de se recorrer aos cuidados de
 Varicela (aumenta o risco de saúde independentemente do dia de inicio da febre.
sobreinfeção bacteriana)
Na fase de subida da febre o arrefecimento (com
 Insuficiência renal banho, compressas húmidas, álcool ou ventoinhas) está
 Situações de risco de desidratação desaconselhado: não contribui para o controlo da
(vómito e/ou diarreia moderados a doença nem para o bem-estar da criança.
graves)
 Se a criança sofre de doença cronica As viroses responsáveis pela grande maioria dos
(gastrointestinal, renal, cardíaca, episódios febris, duram em média 4 dias completos (e 5
hematológica) ou faz outra terapêutica dias ou mais em 30% casos).
não deverá ser administrado
A elevação da temperatura no decurso de uma
ibuprofeno sem indicação médica
infeção é uma resposta fisiológica com efeitos
 Meningite recorrente idiopática ou
benéficos.
induzida pelo ibuprofeno
Numa criança com febre, é importante a adoção de
algumas medidas simples:
ATENÇÂO:
 Não híper-agasalhar a criança, vestuário ligeiro,
O paracetamol pode ter toxicidade hepática se for mas não despir sobretudo se o ambiente estiver
utilizado em doses elevadas por períodos prolongados frio
ou sem hiperdosagem aguda  Temperatura ambiente confortavelmente fresca
 Repouso
O AAS pode causar hemorragias digestivas e interferir
 Oferecer líquidos em abundancia (hidratação)
com a função plaquetária
 Dieta adequada (evitar ingestão calórica
Não utilização de AAS nas doenças c excessiva e reduzir a ingestão proteica)

Virais (particularmente na varicela e nos síndromes


gripais) parece ser um fator contributivo importante.
O uso de antipiréticos pode causar mais
O ibuprofeno tem efeitos semelhantes ao AAS mas desconforto na criança do que mante la com uma
menos frequentes e menos graves. temperatura mais alta mas mais estável.
Em crianças com menos de 3 meses que apresente
febre mais de 38º tem de ser sempre vista por um
PONTOS-CHAVE médico, podem ser muitas vezes situações graves.
A febre ´apenas um sintoma e não uma doença. Crianças com temperatura superior a 39º tem de
O tratamento da febre (antipiréticos) não encurta a ser sempre visto por um médico até aos 2 anos. Ou
duração da febre nem contribui par a resolução da 38º ou mais ate 39º em 3 dias.
doença causal, se a temperatura não votar ao normal Febre sem foco quer dizer que mantem febre
após a administração dos antipiréticos só por si, não é que se suspeita de uma infeção bacteriana mas não
sinal de gravidade desde que baixe de 1,0º a 1,5ºC.

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se consegue perceber se é um foco urinário, O supositório deve ser metido com o bico mas as
respiratório, etc. normas dizem para ser ao contrário, por causa dos
movimentos peristálticos.
Temperatura basal de 36º, 37º é febre.
Ibuprofeno esta contraindicado abaixo dos 6
Se as crianças tiverem febre sem sintomas meses, varicela, insuficiência renal, alergia a anti-
associados estão a brincar como se nada fosse. A
inflamatórios, porque é anti inflamatório e
temperatura tem de ser avaliada de forma rigorosa.
antipirético.
O que temos de ver numa criança com febre é ver
sim os sinais de alerta, e não a febre em si. Por vezes
o motivo que leva os pais á urgência não é o que
realmente se passa com o bebé. Temos de fazer uma
boa história da situação. As convulsões são a emergência neurológica mais
Sinais de alerta: frequentemente observada em crianças.
Podem ocorrer numa ampla variedade de condições
 Irritabilidade e /ou gemido mantido (em
bebés pequeninos é o sinal mais importante, que comprometem o sistema nervoso.
até mesmo no nascimento, um bebé que geme As convulsões são definidas como: episódios de
é um bebé doente) contrações musculares involuntárias, acompanhadas ou
 Manchas na pele (petéquias, se passar o dedo não de perda de consciência.
por cima se não desaparecer é petéquia se
desaparecer e outras coisa, petéquias  Crise convulsiva ou convulsão designa um
normalmente estão associados a infeção episódio isolado
bacteriana ou alteração a nível do sangue)  Distúrbio convulsivo formas crónicas e
 Etc recorrentes- epilepsia

Temos de ver se a febre sede a antipiréticos, TIPOS DE CONVULSÕES


como a criança fica com o antipirético, o que foi feito
CONVULSÃO PARCIAL
de dose, qual foi o que foi utilizado…. Se teve
sintomas associados petéquias, diarreia etc.~ Afetam apenas um hemisfério cerebral ou parte
deste.
Contexto epidemiológico se por exemplo esta na
escola e se há um surto de varicela. O peso é muito Simples:
importante para definir doses.
A consciência mantém-se preservada mas acertas
Avaliar sinais vitais porque pode haver alterações funções cognitivas podem estar afetadas ex. fala
sem ser a febre. O arrefecimento natural, não se deve
dar banho, nem fazer alterações bruscas de Complexas:
temperatura. Uma criança com febre, quanto mais A pessoa fica confusa no momento da crise sem
frio tiver mais treme e mais a temperatura sobe. A perda de consciência.
criança tem de estar confortável, mas também não
vamos híper-agasalhar, com o mínimo de roupa mas GENERALIZADA
confortável. Hidratação adequada. Repouso e o Tónico-clónicas: contrações musculares
antipiréticos. intensas
De 2º-3º mês normalmente retal, alguns serviços o Atónicas: perda súbita do tónus muscular
deixou de se usar devido aos traumas, tem de se ter o Mioclónicas: contrações repetidas dos
cuidado. músculos da face, tronco e extremidades

Paracetamol sempre de primeira linha GENERALIZADAS NÃO CONVULSIVAS

Para febre só se a criança tiver febre. A mais comum é a ausência- pequeno mal

Devemos manter sempre o mesmo antipirético, a Alterações da consciência com duração de 5 a 20


não ser em necessidade indispensável. segundos.

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Podem exibir movimentos rítmicos dos olhos da o Ressonância magnética
cabeça, lamber os lábios, moimentos de mastigação ou o Ecoencefalografia
deglutição. (ecotransfontanelar)
o Exames complementares –
ESTADO DE MAL EPILÉTICO EEG
Convulsões contínuas e generalizadas por mais de
30min.
Convulsões múltiplas de 15/15 min sem recuperação
da consciência.

Emergência clínica

CAUSAS:
CONVULSÕES
 Febre
 Interrupção abrupta do tratamento As convulsões no período neonatal geralmente são
anticonvulsivante manifestações clinicas de doença grave de base.
 Traumatismo craniano
Sinalizam um processo que pode levar a lesão
 Doenças degenerativas (tumores)
cerebral irreversível.
 Infeção do sistema nervoso central (meningite)
 Alterações metabólicas (hipoglicémia e Podem ser subtis e pouco discerníveis.
hipocaliemia)
CONVULSÕES SUBTIS:
 Sobredose ou abstinência de determinada droa
 Hipoxia cerebral (ex. traumatismo do parto)  Desvio ocular
 Piscar repetitivo ou vibrações finas das
pálpebras
CONVULSÕES FEBRIS  Contrações musculares espáticas
 Salivação ou movimentos de mastigação
Distúrbio transitório associado à febre  Movimentos dos braços semelhantes a remar
 Habitualmente forma de crise tónico clónica  Movimentos das pernas como pedalar
generalizada  Apneia
 Afeta 3 a 5% das crianças CONVULSÕES TÓNICAS GENERALIZADAS:
 Mais frequente após os seis meses e antes dos 3
anos de idade o Manifestam extensões nos quatro membros
 Raras após os 5 anos de idade o Os membros superiores manifestam-se em
 Meninos 2x superior às meninas posição fletida e rígida
 Fator mais importante intensidade e rapidez o São mais frequentes nos recém-nascidos
na subida da temperatura prematuros
 Não há tratamento profilático eficaz o Geralmente estão associadas a hemorragia
 Quando a crise se prolonga mais de 5 minutos intraventricular.
deve-se administrar diazepan retal. EPILEPSIA
 É em regra uma situação benigna que não se
relaciona com a epilepsia. Definição de epilepsia: estado patológico cronico
caracterizado pela ocorrência de crises convulsivas que
DESPISTE DE CONVULSÕES FEBRIS: tendem a repetir-se como resultado de uma lesão
o História da atividade convulsiva cerebral estrutural ou de uma tendência funcional
o História familiar intrínseca
o Eletroencefalografia Incidência da epilepsia: 05-1% da população
o TAC (tomografia axial computorizada)
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A classificação da epilepsia faz-se conjugando REANIMAÇÃO INICIAL
dados clínicos (tipo de crise) com as características do
EEG  Abertura das vias aéreas
 Débito elevado de O2
 Tratar convulsões
TELEVISÃO E JOGOS DE VÍDEO  Acesso IV imediato

Algumas crianças tem uma particular O principal tratamento dos distúrbios convulsivos é
suscetibilidade para desencadear crises quando a administração da droga anti-convulsivante adequada
submetidas a estímulos luminosos intermitentes. Estas ou de uma combinação de drogas numa dosagem que
não devem jogar jogos de vídeo. atinja o efeito desejado sem causar efeitos colaterais ou
reações tóxicas.
Meso as outras não devem estar sujeitas a este tipo
de radiação por períodos superiores a 1h. MEDICAÇÃO UTILIZADA:
o Fenobarbital
o Benzodiazepinas
Estado pós-critico após as convulsões é  Lorazepam Sedativos
frequente as crianças referirem cefaleias, sonolência e  Diazepam
estado confusional. o Fenitoina
o Carbamazepina Não sedativos
Durante a crise a criança pode morder a língua ou ter
o Valproato
incontinência de esfíncteres.
o Etosuximida
CRIANÇAS QUE CHEGA AO SU A
PROTOCOLO DE URGÊNCIA
CONVULSIVAR
 Diazepan 0,3 mg/kg/dose (retal ou EV)- repetir
 Colocar a criança num local seguro, onde ela 10min depois até max de 3 doses
não se possa magoar  Fenitoína 18-20mg/g/dose em SF (em 15-
 Colocar a cabeça de lado para evitar a aspiração 20min)- manutenção- 5mg/kg/dia EV ou oral de
do vómito 12/12h
 Administração de O2 á face
 Se tiver febre administrar antipirético retal Se persistir após 15min:
 Se duração superior a 5min administrar  Fenobarbital- 15-20mg/kg EV ou oral 1 a 2
diazepan retal ou endovenoso doses dia- manutenção 3-5mg/kg/dia EV ou
 Canalizar acesso endovenoso oral 1 a 2 doses/dia
 Tratamento da causa desencadeante
 Tranquilizar a família. CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Tratamento: o Proteger a criança durante a convulsão


o Observar a crise convulsiva (inicio,
 Prioridades: movimento, respiração eliminação, etc) e atuar
o Oxigenar bem o cérebro o Observar após a crise (monitorização de sinais
o Para as convulsões vitais e considerar causas subjacentes)
o Reduzir a ansiedade dos pais
Convulsão o Efetuar registos completos (duração,
tratamento, resposta etc)

Edema cerebral
As convulsões podem acontecer devido a uma
Lesão cerebral panóplia de situações.
E uma situação aflitiva principalmente para os
Tratamento prevenção da lesão cerebral pais, parece que a criança vai parar de respirar.
o Correção de distúrbios metabólicos A convulsão é um episodio só um distúrbio
o Suporte respiratório e cardio-respiratório
convulsivo é algo recorrente.
o Supressão da atividade convulsiva
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As convulsões parciais só afetam um hemisfério É importante parar a convulsão porque pode
cerebral, na simples não há perda de consciência, nas causa edema cerebral e consequentemente dano
complexas ficam confusos. cerebral permanente.
As mioclonias aparecem mais em Rn e crianças Fenobarbital e a droga mais usado no tratamento
pequenas. de convulsões.
Ausências quando a pessoa perde a consciência
embora parece que está acordada. A criança estava
a falar e de repente para, podemos continuar a falar
com ela, quando a criança volta ela continua onde
tinha terminado, como se o tempo tivesse parado.
O mal epilético é uma emergência médica. Acidentes mais frequentes dos 0 a 1 ano:

A causa mais frequente de convulsão na criança é  Aspiração


a febre, ou por exemplo terminar a medicação  Asfixia
anticonvulionante em doente epiléticos.  Quedas
 Queimaduras
Acontece também devido há hipoxia do parto.  Intoxicação
A convulsão febril é um distúrbio transitório,  Segurança no automóvel
episodio isolado, pode não repetir. Pode acontecer Acidentes mais frequentes do 1 a 3 anos:
até aos 3 anos, se surgir após os 5 anos poderá não
estar associado a febre. Surge devido ao aumento o Acidentes de automóvel
repentina, é na subida termina que normalmente o Acidentes como peão
surge a convulsão não existe profilaxia. Se durar o Asfixia por afogamento
mais de 5min administrar diazepam retal. Os o Queimaduras
médicos podem receitar pata os pais terem em casa, o Quedas
existem 2 doses, 5 e 10mg, em crianças mais o Intoxicação acidental
pequenas pode ser administrado só meia formula. o Aspiração sufocação

Retirar o diazepam retal apertado se não o Acidentes mais frequentes dos 4 aos 6 anos:
liquido volta.
 Acidentes como peão
Perguntar quando começou, se houve perda de  Acidentes como passageira
consciência ou não, se houve controlo dos esfíncteres  Acidentes com arma de fogo
ou não, etc. as convulsões não são genéticas, mas  Quedas
parece haver um predisposição para que aconteça.  Intoxicação acidental
 Asfixia por afogamento
No período neonatal quando acontece
normalmente indica uma doença grave de base, e AFOGAMENTO
pode levar a um dano cerebral irreversível. Pode ser
subtis e difíceis de identificar. A morte por afogamento ocorre principalmente no
verão.
A convulsão subtil pode ser o desvio do olhar,
movimentos de pedalar, de remar etc. As crianças são as principais vítimas das mortes por
afogamento em piscinas, tanques e outros locais com
A epilepsia define-se como sendo cronico. Tudo o água, sendo a 2º causa de morte acidental nas crianças.
que é flash de luz pode desencadear uma crise
convulsiva. Bastam 3cm de água para que uma criança se
afogue pois ao cobrir o nariz e a boca fica quieta e sem
Quando a criança cega á urgência normalmente reação.
vem num estado pós-critico.
Eas desequilibram-se facilmente, e caindo na água o
Devemos administrar oxigénio para oxigenar a peso da sua cabeça (1/4 do peso do corpo) faz com que
criança. não se consiga erguer e reagir com os gritos que
Tranquilizar os pais é muito importante. poderiam alertar.

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As convulsões podem acontecer devido a uma
panóplia de situações.
TRAUMA
E uma situação aflitiva principalmente para os
Cerca de 60% das crianças com trauma grave pais, parece que a criança vai parar de respirar.
multissietemico apresentam mudança de personalidade
e 50% ficam com sequelas cognitivas e físicas. A convulsão é um episodio só um distúrbio
convulsivo é algo recorrente.
O trauma pediátrico também pode atingir irmãos e
pais, resultando numa alta incidência de distúrbios As convulsões parciais só afetam um hemisfério
familiares. cerebral, na simples não há perda de consciência, nas
complexas ficam inconscientes.
O efeito do atendimento inadequado ou inapropriado
no período imediato após o trauma pode ter As mioclónicas aparecem mais em Rn e crianças
consequências não só na sobrevivência da criança mas pequenas.
na qualidade de vida.
Ausências quando a pessoa perde a consciência
embora parece que está acordada. A criança estava
a falar e de repente para, podemos continuar a falar
com ela, quando a criança volta ela continua onde
O QUE DIZEM AS ESTATÍSTICAS tinha terminado, como se o tempo tivesse parado.

20 a 40% dos traumas pediátricos poderiam ser O mal epilético é uma emergência médica.
evitais A causa mais frequente de convulsão na criança é
Traumas fechados são a maioria porém os a febre, ou por exemplo terminar a medicação
penetrantes vem aumentando (bala perdida) anticonvulionante em doente epiléticos.

A faixa etária mais recorrente é de crianças menores Acontece também devido há hipoxia do parto.
de 14 anos A convulsão febril é um distúrbio transitório,
As quedas são a causa mais comum, seguidas de episodio isolado, pode não repetir. Pode acontecer
atropelamentos, vítimas de agressão e traumatismo até aos 3 anos, se surgir após os 5 anos poderá não
relacionado com o desporto estar associado a febre. Surge devido ao aumento
repentina, é na subida termina que normalmente
MECANISMO DE TRAUMA surge a convulsão não existe profilaxia. Se durar
mais de 5min administrar diazepam retal. Os
Fatores que influenciam na lesão:
médicos podem receitar pata os pais terem em casa,
 Velocidade existem 2 doses, 5 e 10mg, em crianças mais
 Forma do objeto pequenas pode ser administrado só meia formula.
 Rigidez do tecido
Retirar o diazepam retal apertado se não o
Forma do objeto liquido volta.

Criança: Perguntar quando começou, se houve perda de


consciência ou não, se houve controlo dos esfíncteres
o Tem menor gordura corporal ou não, etc. as convulsões não são genéticas, mas
o Maior elasticidade do tecido conjuntivo
parece haver um predisposição para que aconteça.
o Grande proximidade dos diferentes órgãos
No período neonatal quando acontece
As forças lineares não são dissipadas tão bem como normalmente indica uma doença grave de base, e
no adulto portanto, dispersam maior energia em todos pode levar a um dano cerebral irreversível. Pode ser
os órgãos da criança tornando-a um alvo pequeno para
subtis e difíceis de identificar.
tanta energia
A convulsão subtil pode ser o desvio do olhar,
Rigidez do tecido movimentos de pedalar, de remar etc.
O esqueleto tem menos cálcio e é mais elástico, A epilepsia define-se como sendo cronico. Tudo o
absorvendo a energia de um impacto causando lesões que é flash de luz pode desencadear uma crise
internas significativas com lesão externa mínima. convulsiva.
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Quando a criança cega á urgência normalmente o Agitação ou outras alterações do
vem num estado pós-critico. comportamento
o Sonolência excessiva
Devemos administrar oxigénio para oxigenar a o Respiração anormal
criança. o Irritabilidade, gemido ou choro inconsolável
Tranquilizar os pais é muito importante. o Movimentos anormais dos olhos ou alterações
da visão
É importante parar a convulsão porque pode o Desequilíbrio doa andar ou falta de força nos
causa edema cerebral e consequentemente dano membros inferiores
cerebral permanente. o Dormência ou formigueiro de um dos lados do
Fenobarbital e a droga mais usado no tratamento corpo
de convulsões. o Perda de sangue ou liquido claro/translucido
pelo nariz ou ouvidos

CUIDADOS DURANTE A HOSPITALIZAÇÃO DA


CRIANÇA

 Avaliação física e psíquica da criança


 Manter as vias aéreas permeáveis
Causa de recurso ao SU muito frequente em idade  Aspiração de secreções se necessário
pediátrica.  Avaliação neurológica
 Importante manter sempre algum familiar
GLASGOW COMO SCORE
próximo da criança

A cabeça é mais pesado que o corpo e não tem o


reflexo de por a mão a frente para se proteger.
Se a queda foi vista ou não, se a criança vomitou
ou se perdeu ou não a consciência.
Após o traumatismo craniano a criança deverá ser
vigiada por um adulto responsável, sobretudo nas
primeiras 48 a 72h.
Observar atentamente a criança, durante a primeira  Situação frequente
noite e acorda-lo no caso de notar qualquer alteração.  Mais de metade dos casos ocorre em crianças
com idade < ou 5 anos
VIGILÂNCIA  Mais de 90% dos casos
Consultar o médico ou SU se surgirem: o Ocorrem em casa
o Envolvem uma só substancia
o Vómitos  Na maioria dos casos são acidentais
o Convulsões  Nos adolescentes podem traduzir tentativas de
o Amnesia suicídio
o Dores de cabeça intensas
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AGENTES MAIS FREQUENTES  Digoxina
 Antidepressivos tricíclicos
 Benzodiazepinas  Alcoolémia
 Paracetamol  Opiáceos (urina)
 Produtos de limpeza
 Xaropes para tosse MEDIDAS DE ATUAÇÃO
 Lixivia Criança intoxicada emergência
 Plantas e bagas
 Bebidas alcoólicas Medidas de suporte de vida- com enfase na
 Anticoncetivos orais assistência cardio-respiratória
 AB Questionar pais/acompanhantes sobre:
 ….
o Sintomas iniciais e tratamentos efetuado
o Peso/idade da criança (estimar toxicidade)
o Hora de ingestão
DIAGNOSTICO
o Antecedentes pessoais
o Obvio: quando se presencia o Tipo e quantidade de exposição
o Baseado em relatos de testemunhas o Via de exposição
o Evidenciado por provas no local do acidente Contactar centro de intoxicação 808 250 250
o Por vezes só se alcança quando existe um alto
risco de suspeição INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA
Exame objetivo- dados importantes Tratamento:
Especial atenção: Reduzir a quantidade do agente tóxico ingerido
primordial
 Estado de consciência, comportamento
 Alterações cutâneas  Êmese
 Pupilas  Lavagem gástrica
 Temperatura corporal  Carvão ativado
 TA, FC e ritmo  Sulfato de magnésio
 FR
ÊMESE
 BMT
Administrar xaropo de ipeca, seguido de água-
RECONHECER A INTOXICAÇÃO
contraindicado em crianças com menos de 6 meses
Reações mais comuns: Não induzir a êmese se criança em:
 Náuseas/vómitos  Coma
 Diarreias  Convulsão
 Fortes dores abdominais  Se tiver ingerido ácido ou base forte
 Dificuldade respiratória  Risco de aspiração (ingestão depressores do
 Hipersalivação SNC)
 Sudoreses cianose- frequentemente labial
LAVAGEM GÁSTRICA (alternativa à êmese)
 Queimadura na pele ou nas mucosas
 Inconsciente Posicionar a criança em decúbito lateral esquerdo
 Convulsões com a cabeça um pouco mais baixa que os pés.
AVALIAÇÃO LABORATORIAL Introdução de sonda nasogástrica (igual à norma)

o Inespecifica (glicémia, ureia, eletrólitos, Aspirar o conteúdo gástrico antes de introduzir


gasimetria…) qualquer líquido de lavagem (o fluido utilizado pode ser
o Especifica- ex toxicológicos- doseamento de: água ou soro fisiológico)
 Benzodiazepina
CARVÃO ATIVADO
 Barbitúricos
 Paracetamol  Finalidade: impedir a absorção dos tóxicos
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 Eficácia: eficaz em quase todos os tóxicos o Flumazenil- 0,01mg/kg ev
 Apresentação: pó negro e fino (em embalagem
PARACETAMOL
doseada)
 Preparação: dissolver bem em água (sem Toxicidade:
grumos)
 Dosagem: 10x a quantidade do tóxico ingerido  Hepática (doses > ou igual 140 mg/kg)
ou 1gr/Kg de peso  Renal

Administração: pode ser bebido ou Clínica:


administrado por sonda naso-gástrica, nas doses  12-24h náuseas, vómitos, mal-estar
prescritas.
 24-48h disfunção hepática (mais
transaminases)
 72-96h insuficiência hepática
 Hipoglicémia, hipotermia, choque,
SULFATO DE MAGNÉSIO encefalopatia

Relacionado ao uso de carvão Tratamento:

Acelera o esvaziamento gastrointestinal-  Lavagem gástrica


prevenindo a obstipação  Carvão ativado
 N-acetilcisteina (oral ou ev)
CONTAMINAÇÃO CUTÂNEA o 30 a 60min depois do carvão ativado
Banho geral ou lavagem com água e sabão, o Pode ser diluído em sumo
imediatamente.
Atenção ao contacto com a nossa pele, ORGANOFOSFORADOS
sobretudo nas intoxicações com organofosforados.
É a mais frequente intoxicação por pesticidas.
ANTÍDOTOS ESPECÍFICOS
Efeito por inibição das colinesterases.
Manifestações clínicas:

 Maiores secreções brônquicas e salivação


 Diaforese, lacrimejo
 Dor abdominal, vómito e diarreia
 Miose
 Bradicardia, hipertensão
 Fasciculações musculares….fraqueza muscular
BENZODIAZEPINAS
 Convulsões, alteração de comportamentos e
Manifestações clínicas iniciais: coma

o Sonolência/confusão Todo o pessoal que manipula o doente deve usar


o Descoordenação motora/ataxia máscara e luvas.
o Fala arrastada Tratamento:
Intoxicação grave:  Remoção completa de roupa e acessórios
o Depressão SNC  Banho geral
o Respiração lenta/apneia  Lavagem gástrica (se inconsciente ET antes)
o Hipotonia  Carvão ativado/sulfato de magnésio
o Edema cerebral coma  Terapêutica especifica (midríase, rubor facial,
o Edema pulmonar taquicardia, ausência secreções)
o Atropina 0.05 mg/kg a cada 5-10min
Tratamento na fase inicial:
o Baixo a absorção intestinal
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o Obidoxima (reativa colinesterases) 25- Risco:
50mg/kg diluído a 5% em SF em 5-
30min  Lesão das vias aéreas superiores
 Lesão/perfuração esofágica
ÁLCOOL  Lesão/perfuração gástrica
Bebidas alcoólicas, perfumes, elixires bucais  Lesão vias aéreas inferiores

Clinica: Sintomas tardios: estenoses (lesão crónica)

o Desinibição Sinais de alarme:


o Prostração, sonolência  Lesões da orofaringe
o Voz arrastada, desequilíbrio  Recusa alimentar
o Face vermelha, midríase, sudorese
 Sialorreia
o Vómitos
 Náuseas, vómitos
o Hipoventilação, hipotensão, hipotermia
 Dor retroesternal/abdominal
o Convulsões, coma
 Hematémeses, melenas
Tratamento:  Disfonia, estridor, dificuldade respiratória
o Indução do vómito (pouco eficaz) Tratamento:
o Não vale a pena usar carvão ativado
o Hidratação parentérica acima das necessidades  Nunca provocar o vómito
de manutenção  Não fazer lavagem gástrica
o Pesquisa sistémica de hipoglicémia (risco de  Carvão ativado é ineficaz
convulsão)- criança obnubilada administrar  Corticoterapia-controversa
Dextrose  Anti-ácidos

HIDROCARBONETOS (petróleo e derivados) Programas endoscopia (até 48h após ingestão)

Toxicidade por via inalatória (durante a ingestão ou MONÓXIDO DE CARBONO


durante o vómito)
Incidência: baixa
Risco de pneumonia:
Tratamento:
 Tosse, taquipneia, sibilância, hipertermia (a
 Manter funções vitais
sobreinfeção bacteriana pode surgir 1-5 dias
 Administração e O2 a 100% ou 15l/min em
depois)
máscara de venturi
 Radiografia do tórax (6h depois do incidente)
 Camara hiperbárica
 Monitorização cardio-respiratória e de
saturação de O2 POTENCIAIS FATORES DE RISCO DA
INTOXICAÇÃO
Tratamento:
GRUPO ETÁRIO
 Lavagem da pele com água e sabão
 Remoção de roupas contaminadas 1-5 anos: expostos a medicamentos e a produtos
 Não provocar vómito domésticos
 Lavagem gástrica só se suspeita de dose com 11-18 anos: expostos de igual forma a
toxicidade sistémica e depois de ET
medicamentos e a álcool, no entanto há a salientar a
 Hidratação parentérica restrita à manutenção intencionalidade do ato
 Suporte de O2 e ventilação se necessário
 AB só se sobreinfeção bacteriana TÓXICOS

CÁUSTICOS Medicamentos e produtos domésticos de uso


corrente.
Causam lesão por contacto
PERÍODO DA TARDE
Podem ser bases como as substâncias existentes em
detergentes, amónia, lixivia ou ácidos Altura do dia em que os pais tem as suas crianças em
casa e em que a vigilância destas é por vezes descurada,
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devido provavelmente aos afazeres domésticos e ainda
a associação do deficiente armazenamento dos
potenciais tóxicos.
APOIO EMOCIONAL
Distúrbios do trato geniturinário.
Apoiar e tranquilizar a criança e ´s pais
INFEÇÃO URINÁRIA (IU)
Pais  crise emocional
Surgem sentimentos de culpa e autocensura
Não acusar os pais de negligência A ueretra
Trato urnário
Após criança estabilizada, ensino aos pais sobre inferior
prevenção. A bexiga
É uma
condição
física Os ureteres
PREVENÇÃO

Promover a educação das famílias Trato urináio A pélvis


superior renal
Informar sobre a correta utilização, manipulação e
armazenamento de tóxicos: Parênquima
renal
o Frascos rotulados
o Não transferir tóxicos dos recipientes originais
para outros, tais como garrafas de água
o Não armazenar tóxicos com géneros Devido á dor a TA normalmente está elevado.
alimentares Dos 0-24 meses. O bebé pode já nasce com infeção
o Armazenar os tóxicos em locais de difícil urinária. Um bebé com infeção urinária não quer
acesso ás crianças comer, pode vomitar, tem perda de peso, faz xixi
o Guardar os medicamentos fechados á chave e recorrentemente e concentrada, cada vez que tem
em local de difícil acesso micção os bebés tem um choro tipo gripo, a dor
o Promover a sensibilização de adolescentes e causa respiração rápida, poderá ficar ictérica,
crianças mais velhas para a problemática do poderá ter convulsão devido á dor, pode ficar
suicídio desidratado. A desidratação também provoca
Melhor que tratar é PREVENIR convulsões.

Normalmente acontece mais no fim do dia, Até aos 24 meses é semelhante, recusa a comer,
estas crianças podem andar no corredor, e param
enquanto os pais estão a cozinhar. Acontece por
vezes na casa dos avos. para fazer xixi na fralda ou pelas pernas.

No adolescente não tende a ser acidental mas sim Dos 2 anos aos 14 anos são os sinais e sintomas
idênticos ao adulto. Normalmente queixam-se de dor
como tentativa de suicídio.
de barriga. Podem ter Ta elevada por uma patologia
Tratamento pois os pais podem ter tentado fazer. arrastada ou pela dor. Quando começa a retenção de
Devemos saber o peso e idade para saber a líquidos passa para o estádio seguinte.
toxicidade no organismo, a ora para saber se já
houve ou não absorção. Devemos ver a fralda de forma recorrente
Classificação das inflamações ou infeções do
trato urinário:
o Bacteriúria- presença de bactérias na urina
o Bacteriúria assintomática- bacteriúria
significativa sem evidência clinica

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o Bacteriúria sintomática- bacteriúria o Convulsões
acompanhada por sinais físicos de infeção o Desidratação
urinária o Comportamento de cólica
o Infeção urinária recorrente o Aumento dos rins ou a bexiga
o Infeção urinária febril o Pneumotórax espontâneo
o Cistite- inflamação da bexiga o Dificuldade respiratória
o Uretrite- inflamação da uretra  Período latente (até 24 meses)
o Pielonefrite- inflamação do trato urinário o Diminuição do apetite
superior e dos rins o Vómitos
o Urosépsis- IU febril que coexiste com o Ganho ponderal insuficiente
sinais sistémicos de doenças bacteriana, a o Sede excessiva
hemocultura revela a presença de agentes o Micções frequentes com esforço
patogénico urinário o Choro à micção
o Urina de odor fétido
Dejeções muito duras podem causar infeção
o Palidez
urinária pelo esforço na dejeção e inflamação da
o Febre
uretra. Se tiver diarreia pode acontecer infeção
o Irritação persistente
urinária por contacto da uretra.
o Dermatite da fralda
Pode ser necessário pesar a fralda para ter o Convulsões
perceção se a criança está urinar a quantidade o Desidratação
suficiente. o Aumento dos rins e bexiga
 Dos 2 anos aos 14 anos
As meninas fazem mais infeções urinarias que os o Diminuição do apetite
meninos porque tem uma uretra mais curta. o Vómitos
Distúrbios do trato geniturinário: o Dor ao urinar (disúria)
o Dor abdominal
 Infeção urinária o Micções frequentes
 Refluxo vesico uretral. o Enurese, incontinência
o Sede excessiva
INFEÇÃO URINÁRIA
o Atraso no crescimento
Competências de observação: o Hipertensão
o Edema facial
 Observação a criança o Convulsões
 Valorizar qualquer manifestação da criança o Palidez
 Preparação da criança para colheitas de o Fadiga
produtos para análise o Hematúria
 Efetuar um maior controle na ingestão de o Edema
alimentos ou líquidos
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Controlo e registo dos valores da tensão arterial
Se a criança se encontrar no período neonatal:
Sinais e sintomas das doenças causadas por infeções
do aparelho urinário  Devemos examinar a fralda com mais
frequência
 Período neonatal (até 1 mês):
 Observar sinais de desconforto antes de cada
o Diminuição do apetite
micção
o Vómitos
o Febre  Podemos até observar se existe gotejamento ao
o Aumento ponderal deficiente urinar
o Micções frequentes com jato urinário Se a criança que já adquiriu controle de esfíncter:
débil
o Urina concentrada o Sinais de incontinência urinária (frequência ou
o Choro à micção por dor urgência em urinar)
o Respirações rápidas (acidose) o Urina com odor fétido
o Icterícia o Hábitos da criança (micção, dejeção e
irritabilidade)
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o Efetuar ações de educação aos pais no sentido Num bebé com eritema é quase impossível colar
de despistar quaisquer alterações um saco, se for necessário um recola de urina tipo II,
podemos fazer com algodão, visto que o saco não cola
Se se confirmar a existência de sinais de evidencia
naquele sitio.
de infeção urinária:
Refluxo urinário
 Colheita de urina tipo II
 Colheita de urina assética Algumas considerações:
 Análises sanguíneas
 De todas as infeções urinárias identificadas
Intervenções de enfermagem:
Reflexo urinário
 Reavaliação da criança
 Efetuar balanço hídrico (se estiver prescrito) Algumas considerações:
 Pesar a criança diariamente
 De todas as infeções urinárias identificadas 20
 Vigiar edemas que possam eventualmente
a 30% são causadas por refluxo urinário
surgir
 O refluxo pode ter consequências irreversíveis
 Examinar a urina e registar suas características
 Estas infeções podem tornar-se crónicas ao
 Administrar terapêutica prescrita
nível renal
 Monitorizar sinais vitais
Isto acontece visto que as crianças querem brincar
Fatores de predisposição de infeção urinária:
e não vão á casa de bano. Há crianças que podem ter
o Uretra curta de tomar antibióticos por 6,7 meses.
o Esvaziamento incompleto da bexiga
Causado por:
o Urina concentrada
o Malformações anatómicas
Prevenção das infeções urinárias perante uma uretra
 De bexigas
curta:
 Dos ureteres
 Higiene perineal cuidada
TRATAMENTO:
 Evitar roupas ou fraldas apertadas
 Observar a presença de vaginite Se a situação é transitória. A criança toma antibiótico
a longo prazo
Prevenção das infeções urinárias perante o
esvaziamento incompleto de bexiga: Se a situação tem como causa uma malformação
anatómica. A criança é sujeita a intervenção cirúrgica.
 Evitar reter a urina
 Ensinar a esvaziar completamente a bexiga INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Evitar esforço durante as dejeções O enfermeiro tem um papel proactivo nas ações de
Prevenção das infeções urinárias perante uma urina educação à criança/família
concentrada: O enfermeiro tem competências para:
o Incentivar a ingestão do líquido  Explicar a importância da medicação
Eritema da fralda:  Explicar a administração da terapêutica
Como a medicação tem de ser feita durante um
longo período por vezes existe alguma reticencia por
parte dos pais. Se a criança for muito pequena se o
antibiótico tem validade de 1 mês, e no fim vai sobrar
antibiótico os pais tem de mandar esse fora, e os pais
por vezes não entendem isto.
Se a criança é submetida a intervenção cirúrgica:

 Então temos todas as intervenções de


enfermagem no pré e pós-operatório do
aparelho urinária na criança.
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 Geralmente a diurese poderá ser avaliada bem Tentamos jogar com o material e com o que
como o balanço hídrico temos. Estas crianças não devem beber muita água.

Glomerulonefrite Aguda A convulsão pode causar derrame cerebral.

É uma doença que ocorre em consequência de uma Síndrome nefrótico


infeção estreptocócica anterior.
É uma doença glomerular
Manifestações clínicas:
Este distúrbio pode ocorrer devido a:
o A criança parece doente
 Doença primária (nefrose idiopática ou
o A criança raramente expressa queixas
síndrome nefrótico por alterações mínima)
especificas
 Distúrbio secundário que ocorre como
o As crianças que já se sabem expressar podem
manifestação clínica após lesão glomerular
manifestar:
 Forma congénita hereditária
 Cefaleias
 Desconforto abdominal Este distúrbio caracteriza-se por:
 Disúria
 Possíveis vómitos o Um aumento da permeabilidade glomerular às
 Anorexia proteínas plasmáticas, resultando em perda
 Urina elevada de proteínas na urina
 Turva o Hipoalbuminémia
o Hiperlipidémia
 Oligúria
o Edema
 Hematúria
 Palidez
 Irritabilidade
 Letargia Manifestações clinicas da síndrome nefrótico na
 Edema (generalizado, por vezes versão dos pais:
discreto)  História de criança saudável mas que
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM uniformemente foi aumentando de peso (ganho
ponderal)
 Dieta sem sal, nomoproteica  Manifesta anorexia
 Correção dos desequilíbrios eletrolíticos  Facilmente irritável
(ipercaliémia e hipocalcémia)  Letárgica (menos ativa)
 Tratamento da HTA (diuréticos)  Pode apresentar dificuldade respiratória
 Avaliação de sinais vitais: sinais precoces de  Alterações dos valores da pressão arterial
complicações  Suscetibilidade a infeções
 Restrição hídrica (oferecer os líquidos em  Alterações urinárias (diminuição do volume,
copos pequenos) urina escura, espumosa)
 Avaliação do volume e características d urina  Edema
 Avaliação do peso diariamente o Edema da face
 Avaliar sinais de desidratação- devido por  Especialmente em redor dos
vezes à restrição hídrica e do edema olhos
 Avaliação de sinais de alerta de alterações do  Evidente ao levantar
comportamento (devido a complicações  Desaparece ao longo do dia
cerebrais) o Edema abdominal (ascite)
 Vigiar se a criança apresenta edema, o Edema da mucosa intestinal
hipertensão ou hematúria macroscópica porque  Podendo causar diarreia
pode estar sujeita a convulsões.  Anorexia
 Promover o repouso  Absorção intestinal deficiente
 Promover ações de educação à criança e à sua
OBJETIVO DA TERAPÊUTICA:
família
 Reduzir a excreção urinária de proteínas

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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica
 Reduzir a retenção de líquidos nos tecidos Restringir a ingestão de líquidos
 Prevenir a infeção
Efetuar balanço hídrico
 Minimiar complicações
 Estimular a deambulação Avaliar glicosúria
 Efetuar dieta com baixo teor de sal
Efetuar colheitas de urina prescritas
 Administrar antibióticos apropriados
Avaliar perímetros abdominais
Se se recorrer a medicação com corticoides,
devemos ter em atenção os efeitos colaterais dos Conservar energia
mesmos:
Manter repouso no leito
 Arredondamento da face
Equilibrar repouso com atividades tranquilas
 Aumento do apetite
 Distensão abdominal Prevenir hipovolémia
 Retardo de crescimento
 Hipertensão Avaliar sinais vitais
 Sangramento intestino Observar o comportamento da criança
 Desmineralização óssea
 Infeção Promover uma nutrição adequada
 Hiperglicémia
Estimular o apetite através de uma dieta a gosto
PENSAMENTO CRITICO DE ENFERMAGEM
Administrar uma dieta hiperproteica e hipercalórica
Auxiliar no diagnóstico
Administrar vitaminas segundo prescrição.
Reconhecer sinais e sintomas de nefrose.
Efetuar colheitas de urina necessárias
Proporcionar atividades/favorecer o apoio psicológico
Colaborar em todos os procedimentos para
Encorajar as atividades possíveis (explorar áreas de
diagnóstico.
interesse da criança)
Prevenir e controlar infeções agudas
Estimular contacto com outras crianças (desde que a
Evitar contacto com pessoas infetadas (crianças sua situação o permita)
ficam em isolamento
Preparar para a alta
Manter regras das assepsias
Efetuar diariamente o teste de pesquisa de glicosúria
Administrar terapêutica prescrita e albumina na urina

Avaliar sinais vitais Administrar medicação e alertar para efeitos


secundários
Efetuar colheitas para análise
Alertar para sinais de novas crises recorrentes
Prevenir soluções de continuidade da pele
Prevenção de infeção
Prestar cuidados meticulosos de higiene.
Explicar a importância de seguir a alimentação
Separar superficiais cutâneas com algodão (axilas, prescrita
virilhas…)
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Controlo e prevenir edemas
o Vigilância da criança
Limpar pálpebras com solução salina morna o Efetuar balanço hídrico vigiar a quantidade de
Mudar frequentemente o decúbito líquidos ingeridos e eliminados
o Dividir a quantidade de líquidos em porções
Administrar dieta hipossódica e hiperproteica pequenas
o Humedecer os lábios se necessário
Administração terapêutica prescrita
o A aplicação de saco coletor pode ser altamente
Administração infusões de albumina EV se prescrito irritante
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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
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o Pode-se optar por pesar as fraldas diferentes modalidades de maus tratos ou outras
o Recolher urina através de vários métodos para situações de perigo.
efetuar pesquisa de glicosúria e albuminemia
o Avaliar a caracterizar o edema NECESSIDADES BÁSICA
o Monitorizar os sinais vitais
o Avaliar e caracterizar o edema Necessidades
o Monitorizar os sinais vitais físico-biológicas
o Administrar terapêutica
o Proteger a criança de outras crianças ou adultos
infetados
o Manter assepsia médica
o Prestar cuidados à pele
o Mudar frequentemente de posição (no caso da Necessidades Necessidades
criança estar deitada) socioemocionais cognitivas
o Oferecer dieta nutritiva
o Restringir o sódio
NECESSIDADES FÍSICO-BIOLÓGICAS:
o Oferecer alimentos preferidos
o Incentivar a atividade física dentro das o Alimentação
possibilidades da criança o Temperatura
o Permitir períodos de sono longos o Higiene
o Apoio aos pais o Sono
o Manter repouso mas incentivando as atividades o Atividade física
preferidas o Proteção contra riscos reais
o Saúde
É o mais grave mas é que menos aparece.
NECESSIDADES COGNITIVAS
Tem sempre alterações na pressão arterial,, tem
um grande edema e consequentemente dificuldades  Estimulação sensorial
respiratórias. Urina muito concentrada.  Estimulação física
Edema generalizado  Socialização
 Compreensão da realidade física e social
Estas crianças normalmente estão internados no
isolamento, pois são mais uscetiveis a infeções. NECESSIDADES SÓCIO-EMOCIONAIS

O peuqeno almoço destas crianças pode ser um  Segurança emocional


bife com bataats fritas e ovo para dar proteínas visto  Expressão emocional
que naquele caso tudo sai.  Rede de relações sociais
 Participação e autonomia progressiva
Estas crianças normalmente fazem corticoides,  Sexualidade
etão fazem reações adversas do corticoides
 Proteção de riscos imaginários
Os pais tem dificuldade em manter-se no  Interação lúdica
isolamento. Querem ir aos outros quartos e assim.
MAUS TRATOS
A criança come o que quer mas tudo sem sal.
Existe um esforço para uniformizar a definição do
A criança e o jovem vítima de conceito de maus-tratos infantis.

maus tratos e em risco social “Baseada no princípio de que uma criança será
sempre uma criança com as suas necessidades e
“BOM TRATO” VS “MAU TRATO” interesses próprios, independentemente do lugar e
cultura em que se insere e, deste modo, os
A satisfação adequada de necessidades básicas e acontecimentos que coloquem em causa ou violem as
universais estabelece o limite. suas necessidades e interesses constituem maus-tratos.”
É a inexistência de respostas ou as respostas “Qualquer ação não acidental que comporte abuso
inadequadas às necessidades da criança que dá lugar às (emocional, físico ou sexual) ou omissão (emocional ou
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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
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física) para com uma criança, menor de dezoito anos,  Sequelas de traumatismo antigo (calos ósseos
perpetrada pelo seu progenitor ou cuidador principal, resultantes de fratura)
por outra pessoa ou por qualquer instituição e que  Fraturas das costelas e corpos vertebrais, fratura
ameace o desenvolvimento adequado da criança”. de metáfise
 Demora ou ausência na procura de cuidados
médicos
TIPOS DE MAUS TRATOS EM CRIANÇAS E  História inadequada ou recusa em explicar o
JOVENS mecanismo da lesão da criança ou pelos
diferentes cuidadores
o Negligência
 Perturbações do desenvolvimento (peso,
o Maus-tratos físicos
estatura, linguagem…)
o Maus-tratos psicológicos/emocionais
 Alterações graves do estado nutricional
o Abuso sexual
o Abandono
o Síndrome de Munchausen por procuração
MAU TRATO PSICOLÓGICO/EMOCIONAL
NEGLIGENCIA
o Episódios de urgência repetidos por cefaleias,
 Carência de higiene (tendo em conta as normas dores musculares e abdominais sem causa
culturais e o meio familiar) orgânica aparente
 Vestuário desadequado em relação à estação do o Comportamentos agressivos
ano e lesões consequentes de exposições (autoagressividade e/ou heteroagressividade)
climáticas adversas e/ou automutilação
 Inexistência de rotinas (nomeadamente o Excessiva ansiedade ou dificuldade nas
alimentação e ciclo de sono/vigília) relações afetivas interpessoais
 Hematomas ou outras lesões inexplicadas e o Perturbações do comportamento alimentar
acidentes frequentes por falta de supervisão de o Alterações do controlo dos esfíncteres (enurese,
situações perigosas encoprese)
 Perturbações no desenvolvimento e nas o Choro incontrolável no primeiro ano de vida
aquisições sociais (linguagem, motricidade, o Comportamento ou ideação suicida
socialização) que não estejam a ser
devidamente acompanhadas
 Incumprimento do Programa-tipo de atuação ABUSO SEXUAL
em saúde infantil e juvenil e/ou PNV
 Lesões externas nos órgãos genitais (eritema,
 Doença crónica sem cuidados adequados (falta
edema, laceração, fissuras, erosão, infeção)
de adesão a vigilância e terapêutica
 Presença de esperma no corpo da criança/jovem
programadas)
 Lassidão anormal do esfíncter anal ou do
 Intoxicações e acidentes de repetição
hímen, fissuras anais
 Leucorreia persistente ou recorrente
 Prurido, dor ou edema na região vaginal ou anal
MAU TRATO FÍSICO
 Lesões no pénis ou região escrotal
 Equimoses, hematomas, escoriações,  Equimoses e/ou petéquias na mucosa oral e/ou
queimaduras, cortes e mordeduras em locais laceração do freio do hímen
pouco comuns aos traumatismos de tipo  Infeção de transmissão sexual
acidental (face, periocular, orelhas, boca e  Gravidez
pescoço ou na parte proximal das extremidades,
genitais e nádegas) Sintomas nas crianças:
 Síndrome da criança abanada (sacudida ou  Perturbações funcionais (apetite: anorexia,
chocalhada) bulimia; sono: terrores noturnos; Controlo dos
 Alopécia traumática e/ou por postura esfíncteres: enurese, encoprese; Dores
prolongada com deformação do crânio abdominais inexplicadas e recorrentes)
 Lesões provocadas que deixam marca(s) (por  Obediência exagerada aos adultos e
exemplo de fivela, corda, mãos, chicote, régua) preocupação em agradar
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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
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 Pobre relacionamento com outras crianças  Se uma criança “nossa” fosse abusada nós
 Comportamento sexualizado (erotização saberíamos
precoce, descrição e manifestação de interesse  Só ocorre em ambientes muito especiais-
inadequados sobre questões sexuais, pobreza, alcoolismo, toxicodependência, pouca
masturbação excessiva, desenhos e jogos cultura….
sexuais explícitos)
 Comportamentos agressivos
 Timidez excessiva ENQUANTO ENFERMEIROS DEVEMOS FACE
 Automutilação À CRIANÇA OU JOVEM:

 Ter a capacidade para as/os compreender


O QUE SE PODE/DEVE DIZER À  Transmitir-lhes confiança
CRIANÇA/JOVEM NA ALTURA DA  Não reagir
REVELAÇÃO:  Ouvi-los/escuta-los
 Não emitir juízos de valor
o Que é acreditada  Orienta-los
o Que não tem culpa  Protege-los
o Afirmar-lhe a importância de ter falado  Denunciar (os seus agressores)
o Dar-lhe a conhecer que outras crianças/jovens
passam pelo mesmo ou vivem situações
idênticas ou que isto também acontece a outras
SÍNDROME DE MUNCHAUSEN POR
crianças/jovens
PROCURAÇÃO
o Explicar-lhe porque necessitamos de fazer
perguntas o Administrar à criança/jovem uma
o Não enganar nem manipular ou quebrar droga/medicamento para provocar determinada
promessas feitas às crianças/jovens sintomatologia
o Permitir-lhe fazer perguntas o Adicionar sangue ou contaminantes bacterianos
o Permitir-lhe falar ou manifestar os seus às amostrar de urina da vítima
sentimentos o Provocar semi-sufocações de forma repetida
o Utilizar uma linguagem simples antes de acorrer ao serviço de urgência
o Mostrar-se disponível para a criança/jovem anunciando crises de apneia

MITOS SOBRE O ABUSO SEXUAL A CRIANÇA ABANDONADA


 Os abusos sexuais não são frequentes  As crianças separadas dos pais são incapazes de
 Os abusos sexuais aumentaram perceber a situação de abandono
 Quando contam ou denunciam os abusos  Idealização dos pais e o poder de mecanismo de
sexuais as crianças ou não contam a verdade ou defesa
estão a fantasiar  Negação- a criança rejeita qualquer argumento-
 Só acontece às meninas recusa a realidade- aceita cognitivamente a dor
 Os menores são culpados de vitimização e recusa as emoções dolorosas associadas
 As crianças aprendem a proteger-se com êxito  Ambivalência (clivagem)- a criança pode amar
 O agressor é sempre desconhecido e odiar os pais simultaneamente
 O agressor tem uma doença psiquiátrica grave  Desejo de regressar para os pais maltratantes
 O AS vem sempre acompanhado de violência  Resistência e dificuldade em estabelecer novos
física vínculos relacionais
 Uma mãe quando toma conhecimento de que o  Sentimento de responsabilidade pelo abandono
seu filho/a foi sexualmente abusado/a denuncia  Atitude de sedução dos pais que visitam a
o abuso à policia criança
 Não devem denunciar porque projedica a  Raiva
terapêutica  Inveja
 Impotência e desespero
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 Desejo de aniquilar  Temperamento fácil
 Identificação ao agressor  Vinculação segura à família/adulto de
 Angústia de morte referência
 Processo de introjeção/identificação  Capacidade de resolução de problemas e/ou
 Impotência e desespero pedir ajuda quando necessário
 Vergonha  Sucesso escolar
 Extrema violência e destrutividade  Desejo de autonomia e comportamento
exploratório
 Grupo de pares pró-social
FATORES DE RISCO Familiares/contexto de vida:
Na criança/jovem:  Boas competências parentais
 Nascimento prematuro/baixo peso  Boa rede de suporte familiar e social
 Temperamento difícil  Família organizada, com regras e controle da
 Filho não desejado criança
 Défice físico ou psíquico  Boa integração comunitária
 Doença crónica ou perturbações do  Capacidade de acesso aos serviços de apoio
desenvolvimento comunitários (serviços sociais, educação,
saúde, entre outros)
 Problemas de comportamento (agressividade,
oposição, mentiras, absentismo escolar, etc)  Segurança económica
 0insatisfação das expectativas dos pais (sexo,
saúde, temperamento, etc)
 Excessiva dependência ou alheamento FATORES DE AGRAVAMENTO CRISES DE
 Viver em lar ou instituição VIDA

Familiares/contexto de visa: Exemplos:

o Cuidadores vítimas de maus tratos em criança  Rutura e reconstituição familiar (separação,


o Défice de competências parentais divorcio, cisão, conflito etc)
o Perturbações emocionais, mentais ou físicas  Luto
que os impedem de reconhecer e responder  Doença súbita grave
adequadamente às necessidades da criança  Início de cuidados a pessoa dependente
o Disciplina demasiado rígida e autoritária ou  Desemprego
inconsistente  Migração
o História de comportamento violento e/ou  Alteração brusca da situação laboral/económica
antissocial  Institucionalização
o Desajustamento psicossocial/comportamentos  Detença/prisão
aditivos (abuso de substancias, criminalidade,  Desastre natural
prostituição, etc)
 Conflito armado
o Relações familiares conflituosas
o Inexistência de condições de habitabilidade
o Incapacidade de procurar/utilizar os recursos
IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO DA
comunitários
o Ausência de suporte sociofamiliar CRIANÇA E JOVEM
o Ausência prolongada de um dos cuidadores Os adolescentes que sofreram maus tratos estão 3 a
o Família disfuncional 5 vezes mais em risco de tentativa de suicídio do que s
o Insegurança económica/pobreza. os outros.
As crianças vítimas de maus tratos estão sujeitas a
FATORES DE PROTEÇÃO um risco de morte, desde o nascimento até á
adolescência 3 vezes superior ao da população infantil
Na criança/jovem: em geral.

 Bom nível de desenvolvimento global As sequelas a curto prazo podem-se enumerar:


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o As lesões NÍVEIS DE INTERVENÇÃO
o As respostas emocionais e comportamentais
desajustadas como consequência do stress
sofrido e de um modo geral qualquer resposta
física e psíquica ao stress, resultante de Tribuinais
situações de maus tratos que envolva um
fracasso adaptativo como o atraso psicomotor e
cognitivas as perturbações sócio emocionais e
de aprendizagem etc
CPCJ
As sequelas a longo prazo:

 Sequelas anatómicas (cicatrizes, próteses,


amputação, etc) Entidades com competencia em
 As funcionais (perda de sensibilidade, perda de matéria de infancia e juventide
alguma das funções viscerais, claudicação, etc) (associações, autarquias, educação,
IPSS, ONG, serviços de saúde,
 As emocionais (distorções cognitivas) que entre outros)
costumam afetar negativamente a perceção que
o individuo tem da sua saúde beleza, harmonia
ou autoestima
SITUAÇÕES DE PERIGO
 Transtornos psicossomáticos, somatomorfos e
psicológicos Considera-se que a criança ou o jovem está em
 Os comportamentos aditivos perigo quando, designadamente se encontra numa das
 As alterações do sono seguintes situações:
 Problemas sexuais alimentares, etc
a) Está abandonada ou vive entregue a si própria
b) Sofre maus tratos físicos ou psíquicos ou é
vítima de abusos sexuais
A identificação dos sinais de alerta de um possível c) Não recebe os cuidados ou a afeição adequados
mau trato à criança é um passo prévio e imprescindível á sua idade e situação pessoal
para a intervenção e orientação relativamente ao d) Esta aos cuidados de terceiros, durante período
problema. de tempo em que se observou o
A deteção deve ser o mais precoce possível. estabelecimento com estes de forte relação de
vinculação e em simultâneo como o não
Só assim se pode evitar a gravidade das exercício pelos pais das suas funções parentais
consequências dos mais tratos para uma criança garantir e) É obrigada a atividades ou trabalhos
o êxito da intervenção excessivos ou inadequados á sua idade,
dignidade e situação pessoal ou prejudiciais á
sua formação ou desenvolvimento
RECURSOS COMUNITÁRIOS f) Esta sujeita, de forma direta ou indireta a
comportamentos que afeitem gravemente a sua
Em Portugal, a ação da saúde neste domínio segurança ou o seu equilíbrio emocional
enquadra-se num contexto de responsabilidades g) Assume comportamentos ou se entrega a
partilhadas pelos diferentes atores da comunidade, atividades ou consumos que afetem
conforme consagrado na lei da proteção de crianças e gravemente a sua saúde, segurança, formação,
jovens em perigo. educação ou desenvolvimento sem que os pais,
OBJETIVOS DE INTERVENÇÃO o representante legal ou quem tenha a sua
guarda de facto se lhes oponham de modo
 Proteger a criança/jovem adequado a remover essa situação
 Intervir no risco para prevenir evolução para o
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA
perigo
INTERVENÇÃO
 Evitar a recorrência
o Interesse superior da criança e do jovem
o Privacidade
o Intervenção precoce
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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
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o Intervenção mínima NACJR/NHACJR
o Proporcionalidade e atualidade
o Responsabilidade parental Núcleo de apoio a crianças e jovens em risco (NACJR)
o Prevalência da família Núcleo hospitalar de apoio a crianças e jovens em
o Obrigatoriedade da informação risco
o Audição obrigatória e participação
o Subsidiariedade
o Primado da continuidade das relações
Papel de particular importância no apoio aos
psicológicas profundas
profissionais
QUEM INTERVÉM:
NACJR
A promoção dos direitos e a proteção da criança e do
 Prestar apoio de consultadoria aos profissionais
jovem em perigo incumbe às entidades com
e equipas de saúde no que respeita á sinalização
competência em matéria de infância e juventude às
acompanhamento ou encaminhamento dos
comissões de proteção de crianças e jovens e aos
casos
tribunais.
 Monitorizar as situações acompanhadas pela
ENTIDADES COM COMPETÊNCIA EM MATÉRIA unidade de saúde
DE INFÂNCIA E JUVENTUDE  Gerir e acompanhar os casos que transcendam
as capacidades de intervenção das equipas de
Promover ações de prevenção primária e secundária,
saúde
nomeadamente mediante a definição de planos de ação
 Encaminhar para entidades de nível superior
local para a infância e juventude visando a promoção
defesa e concretização dos direitos da criança e do  Mobilizar a rede de recursos internos,
fomentando o estabelecimento de mecanismos
jovem.
de cooperação com a diversas equipas do ACES
Promover e integrar parcerias e a elas recorrer,  Contribuir para a informação prestada á
sempre que pelas circunstâncias do caso a sua população e sensibilizar os profissionais para a
intervenção isolada não se mostre adequada á efetiva problemática
promoção dos direitos e proteção da criança ou do  Difundir informação de carater legar,
jovem normativo e técnico a todos os profissionais
intervenientes
Avaliar diagnosticar e intervir em situações de risco
 Incrementar a formação e preparação dos
e perigo.
profissionais na matéria
Implementar estratégias de intervenção necessária e  Recolher e organizar a informação casuística
adequadas á diminuição ou erradicação dos fatores de sobre as estuações de maus-tratos em crianças e
risco jovens na área de intervenção do ACES
Acompanhar a criança, jovem e respetiva família em
execução de plano de intervenção definido pela própria
entidade ou em colaboração com outras entidades Competências do enfermeiro
congéneres.
em pediatria
Executar os atos materiais inerentes às medidas de
promoção e proteção aplicados pela comissão de
proteção ou pelo tribunal, de que sejam incumbidas, nos
termos doa cordo de promoção e proteção ou da decisão Enfermeiro
judicial
Elaborar e manter um registo atualizado, do qual
conste a descrição sumária das diligências efetuadas e Realação Tomada de Principios
respetivos resultados. interpessoal decisão humanistas

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Ana Marques Nº49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde infantil e pediátrica
QUALIFICAÇÕES E COMPETÊNCIAS
1. O enfermeiro respeita as qualificações e Atua de acorod com
os fundamentos da
competências reconhecidas pela ordem dos prestação e gestão de
enfermeiros, abstendo-se de praticar atos para cuidados
os quais não tenha a qualificação e as
competências necessárias Contribuir para a romoção
2. O enfermeiro não pode delegar competências da saúde
próprias da profissão em outros profissionais Utiliza o processo de

competências
Domínio de
que não enfermeiros enfermagem
3. O enfermeiro no seu exercício profissional, Prestação
pode delegar tarefas em profissional que dele e gestão Estabelece uma
de comunicação e relações
seja funcionalmente dependente quando se interpessoais eficazes
cuidados
verifiquem cumulativamente, as seguintes
condições: Promove um
3.3. Tenha a habilitação necessária á execução ambiente seguro
da tarefa delegada
3.4. A natureza da teresa e a concreta situação Promove cuidados de
saúde interpessoais
do destinatário de cuidados o permita
3.5. A tarefa delegada seja realizada sob a sua Delega e supervisiona
tarefas
supervisão e orientação

•Esfera de ação Responsabilidades Desenvolver uma prática profissional


compreendendo um profissional, ética e com responsabilidade
conjunto de legal
Domínio de
competencias com linha
competencias Ecercer a sua prática profissional de
condutora semelhante e
um conjunto de acordo com os quadros éticos,
elementos agregados deonologicos e juridicos

•Descrever os Contribui para a valorização


conhecimentos, as profissional
Norma ou habilidades e operações
descritivo de que devem ser Desenvolvimento Contribui para a melhoria contínua da
competencia desempenhadas e profissional quaidade dos cuidados de enfermagem
aplicadas em distintas
situações de trabalho Desenvolver processos de formação
contínua
•Elementos que devem ser
entendidos como
Patologia Respiratória
Critérios de
competencia evidencia do desempenho
profissioanl competente
INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS

São doenças mais frequentes nos latentes e crianças


A doença resulta da interação de 3 fatores:

 Agente infetante
 Suscetibilidade do hospedeiro
 Condições ambientais
AGENTES INFECIOSOS mais frequentes:
o Vírus
o Estreptococos B emolíticos do grupo A
o Estafilococos
o Haemophilus influenzae
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o Chlamydia trachomatis INFEÇÕES AGUDAS DO APARELHO
o Micoplasmas RESPIRATÓRIO SUPERIOR (ALTAS)
o Pneumococos
o Nasofaringite
A ETIOLOGIA E A EVOLUÇÃO SÃO o Laringite
INFLUENCIADAS por inúmeros fatores entre os o Amigdalite
quais: o Gripe
o Otite média
 Idade
 Estação do ano
 As condições de habitação INFEÇÕES AGUDAS DO APARELHO
 Problemas de saúde pré-existentes RESPIRATÓRIO INFERIOR (BAIXAS)

 Bronquite
IDADE  Bronquiolite
 Pneumonias
Latentes com idade inferior a 3 meses apresentam o Pneumonia viral
taxe menor de infeção (têm anticorpos da mãe) o Pneumonia atípica primária
A taxa de infeção sobre entre os 3 e os 6 meses de o Pneumonia bacteriana
idade (desaparecimento dos anticorpos da mãe e o Aspiração de substâncias estranhas
produção dos próprios anticorpos da criança)
A taxa de infeção viral continua elevada no período OUTRAS INFEÇÕES DO APARELHO
pré-escolar RESPIRATÓRIO
O tamanho da criança permite uma resposta melhor
 Pertussis (tosse coqueluchoide) (a tosse
ou não aos agentes patogénicos
coqueluchoide é uma traquobronquite
relativamente inofensiva na infância mas grave
nos latentes)
ESTAÇÃO DO ANO  Tuberculose
Os agentes patogénicos mais comuns do trato
respiratório aparecem nos meses de inverno e
primavera. MANIFESTAÇÕES CLINICAS

As infeções por micoplasma ocorrem no outono e Os latentes e as crianças mais jovens (entre 3 a 6
inverno. meses) reagem de forma mais grave à infeção aguda do
trato respiratório.
A asma acontece com mais frequência nos meses de
frio. Mostram-se frequentemente mais doentes e as
manifestações são mais gerais.
MANIFESTAÇÕES GERAIS
As condições e problemas da criança pré-existentes
o Sonos respiratórios (tosse, rouquidão, gemido,
 Deficiências do sistema imune: estridor, sibilos)
o Desnutrição o Obstrução e secreção nasal
o Anemia o Febre
 Condições que predispõem à infeção o Anorexia
o Asma o Vómitos
o Alergias o Diarreia
o Anomalias cardíacas o Dor abdominal
o Acompanhantes da criança que fumam o Meningismo (sinais associados à meningite
mas sem inflamação aguda das meninges-
cefaleias, rigidez da nuca-associado à febre

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM INFEÇÕES AGUDAS DO APARELHO
RESPIRATÓRIO (SUPERIOR)
 Facilitar a respiração
o Manter a cabeceira da cama elevada o Etiologia: viral
o Evitar roupas apertadas o Epidemiologia: ocorre durante todo o ano
o Proporcionar atmosfera húmida se o Os sintomas são mais graves em latentes e
indicado crianças do que nos maiores
o Aspiração de secreções o Tratamento sintomatologia
o Fornecer nebulização (aerossolterapia)
o Administração de oxigénio (conforme
prescrito) MANIFESTAÇÕES CLINICAS
o Usar oximetria de pulso
o Administração medicação  Latentes
 Manter as vias aéreas permeáveis o Febre
o Aspirar as secreções das vias aéreas o Irritabilidade
o Posicionar a criança com a cabeça na o Espirros
posição de inspiração (pescoço em o Vómitos e/ou diarreia (algumas vezes)
ligeira hiperextensão)  Crianças maiores
o Ajudar a criança a expetorar o Obstrução nasal
o Assegurar a ingestão hídrica adequada o Irritação da faringe
o Fornecer atmosfera húmida o Dores musculares
o Providenciar cinesiterapia respiratória o Tosse (algumas vezes)
(se prescrito)
o Administração medicação
o Ter disponível equipamento de FARINGITE
emergência
 Reduzir a febre  Etiologia: estreptococos B hemolíticos do
o Reduzir a temperatura ambiente grupo A
o Administrar antipiréticos conforme  Duração: 3 a 5 dias
prescrição  Risco de sequelas:
o Manter a criança com roupas leves o Febre reumática aguda
o Estimular a ingestão de líquidos o Glomerulonefrite aguda
 Promover o repouso MANIFESTAÇÕES CLINICAS
o Manter um ambiente tranquilo
o Encorajar períodos de sono e repouso  Crianças mais jovens:
regulares o Febre
o Seguir a rotina da criança o Indisposição generalizada
 Prevenir a desidratação o Anorexia
o Estimular a ingestão de líquidos o Cefaleias
(pequenas quantidades em intervalos  Crianças maiores
frequentes) o Febre (pode alcançar 0º)
o Observar sinais de desidratação o Cefaleias
o Anorexia
o Disfagia
CUIDADOS DE ENFERMAGEM “ESPECIAIS” EM o Dor abdominal
PRESENÇA DE INFEÇÃO SINAIS FÍSICOS
 Manter um ambiente assético (aspiração e boa  Hiperemia moderada
lavagem das mãos)  Gânglios cervicais aumentados e dolorosos
 Isolar a criança se indicado
 Fornecer uma dieta nutritiva
 Administração antibióticos

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AMIGDALITE/AMIGDALOFARINGITE

o Frequentemente associadas
o Incidência máxima entre os e os 7 anos
o Agente causal: vírus/ Streptococo B hemolítico
do grupo A
o Clinica:
 Febre
 Mal estar
 Odinofagia
 Hipertrofia e hiperémia das amígdalas
 Exsudados
 Linfadenopatia cervical
 Dor abdominal e vómitos são mais
frequentes quando a causa é bacteriana
o Etiologia: agente causal pode ser viral ou GRIPE
bacteriano
 Etiologia: viral
Estabelecer a diferença se bacteriano antibiótico  Mais frequente em crianças em idade escolar
(transmissão)
o Complicações:
 Período de incubação de 1 a 3 dias
 Abcesso periamigdalino
 Sinusite  Tratamento sintomático
 OMA  Prevenção: vacinas de vírus influenza inativo
 Febre reumática quando provocada por
Streptococo B hemolítico do grupo A
 Abaixo dos 3 anos a amigdalofaringite OTITE MÉDIA AGUDA
estreptocócica é rara
 Doentes com amigdalites  Atiologia: mmais frequente no Streptococcus
penumoniae e Haemophilus influenzae
estreptocócica corretamente tratada
deixa de ser infeciosa em 24h  Incidência:
o É mais frequente entre os 6 meses e os
2 anos de idade
o É mais elevada nos meses de inverno
ESCARLATINA
Resulta principalmente da obstrução da trompa de
Eustáquio
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
o Segue uma infeção respiratória alta
o Otalgia
o Otorreia purulenta pode esta presente
o Febre
Latentes ou crianças muito jovens:
 Chorosa
 Agitada, irritável
 Tendência para esfregar o ouvido agitado
 Dificuldade em confortar a criança
 Perda de apetite
Criança com mais idade:
 Choro
 Verbaliza sensação de desconforto
 Irritabilidade
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 Letargia MANIFESTAÇÕES CLINICAS NA PNEUMONIA
 Perda de apetite BACTERIANA
INFEÇÕES DO APARELHO RESPIRATÓRIO  Estabelecimento abrupto
(INFERIOR)  Em geral é precedido por uma infeção viral
 Bom prognóstico
 Complicações mais frequentes: derrame pleura,
BRONQUIOLITE empiema e pneumotórax hipertensivo
 As crianças tem “ar de doentes”
É uma das doenças mais comuns das vias aéreas  Febre
inferiores.  Indisposição
 Respiração rápida e superficial
O impacto obstrutivo máximo ao nível bronquíolo.
 Tosse
Grupo etário- 2 aos 12 meses. Com incidência  Dor torácica por vezes é referida no abdómen e
máxima aos 6 meses. confundida com apendicite

Agentes etiológicos- predominante vírus sincicial CUIDADOS DE ENFERMAGEM


respiratório.
 Avaliação respiratória completa
Características- dispneia, tosse seca paroxística,  Administração de O2 e antibióticos
taquipneia com retração e batimento das asas do nariz,  Promover repouso e isolamento
enfisema e sibilos.  Promover hidratação oral e ev
 Controle da temperatura
AVALIAR:
 Monitorização de sinais vitais e pulso oxímetro
 Capacidade de se alimentar  Atenção aos sinais de agravamento
 Saturação de O2 ao ar e com O2
 Idade (no 1º mês de vida é mais grave)
 Doença radioterapia significativa PNEUMONIA DE ASPIRAÇÃO
 Prematuridade
Os cuidados à criança com pneumonia de aspiração
TRATAMENTO são idênticos àqueles descritos para as crianças com
pneumonias por outra etiologia.
 Monitorização (MCR+PO)
 O2 O tratamento impõe antibioterapia
 Hidratação para fluidificar secreções (soros ev)
 Prevenção

PNEUMONIAS
SÍNDROME DE CROUP
 Pneumonia viral
O croup é um termo genérico aplicado a um sintoma
 Pneumonia atípica primária complexo caracterizado por rouquidão, tosse “metálica”
 Pneumonia bacteriana e variados graus de estridor inspiratório, decorrentes de
 Aspiração de substâncias estranhas edema ou de obstrução da região da laringe
MANIFESTAÇÕES CLINICAS NA PNEUMONIA
VIRAL
LARINGITE
o Pode ser aguda ou insidiosa
o Sintomas variáveis:  Grupo etário: 3 meses a 3 anos
 Leves: febre baixa, tosse discreta,  Agente etiológico: viral com componente
indisposição alérgico
 Graves: febre alta, tosse intensa e  Estabelecimento: súbito à noite
prostração  Sintomas:
o Sibilos audíveis na auscultação o IRA Tosse “rouca” estridor
o Rouquidão
o Dispneia
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o Agitação
TRATAMENTO EMERGENTE DE CROUP VIRAL
(LARINGITE)
o Posicionar a criança ao colo da mãe
(confortável
o Administrar oxigénio
o Epinefrina (adrenalina em nebulização)
o Administrar dexametasona PERIGO DE VIDA
o Evitar manobras desconfortáveis  Diminuição do grau de dificuldade respiratória
 Depressão do nível de consciência/agitação
 Astenia/prostração
EPIGLOTITE  Exaustão
 Grupo etário: 1 a 8 anos Mau prognóstico
 Agente etiológico: bacteriano, habitualmente
por haemophilus influenzae TRATAMENTO EMERGENTE DA ASMA
 Estabelecimento: rapidamente progressivo
o O2 em alto débito
 Sintomas
o Aerossol com salbutamol + Br. De ipatropio
o Ar doente/ar séptico
o Soro ev
o Mal perfundida
o Febre alta
o Recusa alimentar
o Pálida/cianosa o Perfusão de aminofilina
o Salivação exterior
Distinção da laringite
o Suporte ventilatório
TRATAMENTO EMERGENTE DO CROUP
BACTERIANO (EPIGLOTITE) ASMA SEVERA
 O2  Incapacidade de pronunciar frases ou comer
 Entubação e ventilação se necessário  Tiragem/uso dos músculos acessórios
 Evitar manobras desconfortáveis  Frequência respiratória aumentada >50 c/min
 Administrar antibióticos EV  Pulso >120p/min
CRIANÇA COM DIFICULDADE RESPIRATÓRIA-
EMERGÊNCIA
Abordagem inicial:

 A- via aérea
 B- respiração
 C- circulação (pesquisa sinais de insuficiência
cardíaca- TA, pulso, R capilar)
 D- nível de consciência
 E- exposição
PESQUISA DE SINAIS DE INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA
ASMA- DISFUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE LONGO
PRAZO

É definida por obstrução ou estreitamento da via


aérea que se caracteriza por irritabilidade brônquica
após exposição a vários estímulos.

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 Esforço respiratório: problemas de funcionamento do mesmo, de vários tipos,
o Taquipneia e que originam a chamada dificuldade respiratória ou
o Tiragem síndrome de dificuldade respiratória (SDR)
o Uso dos músculos acessórios
 Eficácia da respiração
o Expansão torácica Como se pode manifestar a dificuldade respiratória?
o Entrada de ar
o Cor  Apneia: podendo surgir em episódios ou crises
o Oximetria de pulso (a respiração do bebé recém-nascido em geral é
o Frequência do pulso irregular sendo que por vezes se verificam
o Nível de consciência pausas passageiras de duração inferior a 20
segundos. A apneia verdadeira é a qual tem
SINAIS DE DETERIORAÇÃO OU duração superior e é acompanhada de algumas
AGRAVAMENTO das manifestações descritas a seguir)
o Aumento da tiragem (se passa de sub-costal  Gemidos (cianose o que significa, em principio,
para costal global) dificuldade nas trocas gasosas no pulmão o que
origina deficiência de oxigénio nos vários
o Aumento da frequência respiratória
órgãos-cérebro, coração, etc)
o Aumento da frequência cardíaca (ter atenção se
fez broncodilatadores)  Taquipneia (considera-se taquipneia se o nº de
o Fadiga (sinal: gravemente doente) respirações por minuto é superior a 60
o Alterações do nível de consciência  Adejo nasal ou movimento rítmico de abertura
o Cianose do rebordo do nariz
 Tiragem- retrações no tórax, depressão entre as
REANIMAÇÃO INICIAL (A B, C) costelas e na transição das costelas com a
barriga que fica mais distendida
 Abertura das vias aéreas
 Oxigénio em alto débito
 Suporte ventilatório
SÍNDROME DE DIFICULDADE
PERANTE A DIFICULDADE RESPIRATÓRIA RESPIRATÓRIA
OBSERVAR
O nome dado a uma disfunção respiratória do recém-
Principais características: nascido que está diretamente relacionada com a
 Estridor- obstrução respiratória alta (marcada maturidade pulmonar.
na inspiração) O SDR é uma complicação observada em quase
 Pieira- obstrução respiratória baixa (marcada na todos os recém-nascidos prematuros.
expiração)
 Febre- pneumonia/epiglotite FATORES DE RISCO:
 Insuficiência cardíaca- doença cardíaca o Prematuridade
 Ingestão- intoxicação o Diabetes materna
 Urticária/ingestão de alérgeno- anafilaxia o Sexo masculino
o História de SDR em irmãos
Problemas respiratórios do o Malformações torácicas
o
bebé prematuro
Cesariana eletiva
o Anoxia/asfixia neonatal
O bebé prematuro em geral com peso inferior a 2,5g A síndrome de dificuldade respiratória (SRD)
esta mais propenso a problemas de saúde tendo em também conhecida como doença da membrana Hialina
conta que a gravidez encurtada não permitiu o (DMH) é uma doença frequente em recém-nascidos
desenvolvimento suficiente dos órgãos, por isso, ele é (RN) pré-termo, principalmente os com menos de 28
mais vulnerável do que o recém-nascido que atinge o semanas.
termo da gravidez (a partir das 37 semanas completas)
A principal causa da SDR é a deficiência de
O aparelho respiratório é precisamente uma das quantidade adequada de surfactante pulmonar. Para o
partes do organismo afetada que pode larvar a seu diagnóstico é necessário conhecimento adequado da
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história materna obstétrica e familiar, além de estar Uma produção deficiente de surfatante insuflação
atento às condições do recém-nascido ao nascimento. desigual dos alvéolos na inspiração e o colapso na
expiração.
O surfactante alveolar é produzido a partir das 20
semanas de gestação pelos penumocitos do tipo II, Sem surfactante os bebes não conseguem manter os
tendo a sua produção aumentada de forma progressiva pulmões insuflados há necessidade de um grande
no decorrer da gestação, com o psico na 35º semana. esforço hipoxemia
A principal função do surfactante é diminui a tensão
superficial na interface ar-líquido alveolar e nos
bronquíolos distais, garantido adequada expansão
pulmonar e evitando colapso pulmonar, além de ser
importante na defesa pulmonar.
No entanto se a origem não for pulmonar poderá ter
várias causas.
Algumas causas possíveis de SDR:
 Exposição ao frio
 Obstrução das vias aéreas
 Hipoglicémia
 Hemorragia
 Sépsis
SINAIS E SINTOMAS:

 Inicialmente apresentam taquipneia O surfatante pode ser administrado ao nascimento


 Dispneia como tratamento preventivo ou como tratamento de
reposição.
 Retração costal (tiragem)
 Estridor inspiratório É administrado através do tubo endotraquial
 Adejo nasal diretamente na traqueia do bebé.
 Cianose/palidez
PAPEL DO ENFERMEIRO NA VIGILÂNCIA DO
Á medida que a doença progride aumenta: SDR DO RN

 Flacidez  Efetuar uma avaliação física do RN


 Inatividade  Observar e avaliar a resposta do RN ao
 Falta de resposta tratamento
 Diminuição dos ruídos respiratórios  Monitorizar a função cardíaca e respiratória
 Períodos de apneia  Monitorizar a oxigenação do RN
 Efetuar gasimetria capilar (colheita no
O DIAGNÓSTICO É FEITO COM BASE calcanhar e avaliar os valores de O2 obtidos
 Aspiração de secreções se necessário
Além de observação física e história materna no
 Durante a aspiração observar com atenção o
estudo radiológico e no estudo analítico com gasimetria.
oxímetro de pulso
CONDUTA TERAPÊUTICA A ADOTAR:  Ajudar na ventilação assistida se for necessário

o Manter um ambiente térmico neutro


o Efetuar ventilação e oxigenação adequadas
A prevenção do SDR como de outras doenças
o Manter o equilíbrio hídrico
neonatais está diretamente relacionada com prevenção
o Evitar a hipotensão
da prematuridade.
o Se necessário o médico fará terapia de
reposição de surfactante O uso de corticoides antes do parto pode ajudar a
diminuição da incidência e gravidade da SDR.

O surfatnate é um fosfolípideo.

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O prognóstico desses RN relaciona-se como a PO2 reduzida e PCO2 aumentada (podem existir
gravidade da SDR idade gestacional e se as técnicas inicialmente)
terapêuticas usadas foram adequadas.
História materna também pode ser contribuir para
esta situação:
PROGNÓSTICO  Sedação profunda
 Parto por cesariana
Na ausência de complicações os bebés afetados
 Sobrecarga hídrica materna
iniciam melhoras após as 72h.
Se houver complicações estas podem incluir:
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Complicações de oxigenioterapia
 Persistência do canal arterial O RN é despido, pesado e colocado numa incubadora
 Insuficiência cardíaca congestiva para:
 Hemorragia intraventricular
o Vigilância
 Displasia broncopulmonar
 Da atividade cardiorrespiratória
 Retinopatia de prematuridade  Da atividade motora
 Enterocolite necrotizante o Administração de O2
 Sequelas neurológicas  Vigilância através da gasimetria capilar
se necessário
o Administração hídrica adequada á sua situação
TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN o Apoio e esclarecimento aos pais e família
 Suporte ventilatório se necessário
A taquipneia transitória do RN é uma dificuldade
respiratória temporária frequentemente acompanhada
de níveis baixos de oxigénio no sangue devido ao
excesso de líquido nos pulmões após o nascimento. NOTAS AULA:

Ocorre em bebés pré-termo mas também de termo Uma criança até aos 3 meses de idade ainda tem
(1-2%) anticorpos maternos então infeta-se menos com
infeções respiratórias. A partir deste momento
torna-se mais suscetíveis.
FISIOPATOLOGIA As condições de habitação podem influenciar
problemas respiratórios, por exemplo casas com
Atraso no movimento normal do líquido pulmonar
umidade podem desenvolver mais episódios de asma.
fetal para o espaço intersticial
A mais frequente é a bronquiolite.
O líquido intersticial retido comprime as vias aéreas
e dificulta a respiração. Pertussis tosse coqueluchoide tosse convulsa,
quase erradicada, tosse seca persistente que no fim
Os sintomas surgem nas primeiras 2 a horas após o
faz guincho.
parto e geralmente desaparecem até ao 3º ou º dia de
vida. Tuberculose surge em pequenos surtos em
comunidades anti vacina e por vezes na comunidade
cigana.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS DO RN
A maior parte dos vírus para além de infeção
Dificuldade respiratória intensa com melhora respiratória dão dor abdominal. Os sinais de
gradual. meningismo são sinais como tendo meningite existe
rigidez, no entanto esta associado á febre.
Dificuldade respiratória:
Nasofaringite (vulgar constipação), os sintomas
 Taquipneia são mais graves nas crianças mais pequenas.
 Gemido
 Retração costal A amigdalite pode ser viral ou bacteriana, o
 Adejo nasal exame é feito com zaragatoa, se for bacteriana faz
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antibacteriano se for viral faz outro tipo de Quanto mais prematuro maior a chance de
medicação. problemas respiratórios. SDR síndrome de
dificuldade respiratória, é do mais comum.
Escarlatina é uma amigdalite causada por
streptococcus do grupo A, causa pós nas amígdalas, A criança prematura tem respiração irregular.
garganta vermelha e língua de framboesa (áspera), Gemido indica doença/dor/desconforto.
pele áspera e avermelhada.
SDR está diretamente associada a maturidade
A otite media aguda é normal após a obstrução pulmonar, a causa mais comum nos prematuros é a
do nariz. A criança mais velha manifesta dor, nas falta de surfactante.
crianças mais pequenas esfregam o ouvido ou
A principal função do surfatante é diminuir a
encostam o ouvido á mãe.
tensão no alvéolo, para que este não colapse na
A bronquiolite é a mais comum, comum dos 2 ao expiração.
s12 meses, infeção a nível do bronquíolo. Avaliar a
O suratante pode ser administrado como
capacidade de se alimentar pois se comer o estomago
vai emporrar o diafragma e aumenta a dificuldade prevenção.
respiratória. Pode ser necessário utilizar seringa Na neonatologia quem faz a gasimetria é o
infusora de forma a não encher demasiado o enfermeiro, é feita com uma pequena picada no pe.
estomago da criança.
A bronquilite é comum em crianças que foram A criança com disfunção
prematuros. hematológica
Ficam monitorizadas sempre (MCR-
ANEMIA
monitorização cardio respiratória)
Pneumonia epiema acumolação de pus no Uma redução na massa de glóbulos vermelhos (GV)
pulmão. e ou na concentração de hemoglobina comparadas com
valores normais para a idade.
Síndromes de croup englobam a laringite e a
epiglotite. A laringite é a mais comum, é viral, surge Em consequência desta redução a capacidade de
normalmente subitamente á noite. Existe um som transporte de oxigénio do sangue encontra-se diminuída
metálico após a tosse, estridor, por causa do edema provocando uma redução do oxigénio disponível para
da laringe. IRA insuficiência respiratória aguda. os tecidos.
A dexametasona ajuda a diminuir o edema da A anemia que é o distúrbio hematológico mais
garganta. comum da infância não é uma doença em si porém uma
Epiglotite é mais rara e é de origem bacteriana, é indicação ou manifestação de algum processo
um inicio progressivo mas os sintomas aumenta patológico subjacente.
muito rapidamente. É uma situação mais rave e SINAIS E SINTOMAS
temos de atoar imediatamente.
A asma dá-se ao nível do brônquio, a obstrução
ocorre na expiração. A diminuição do grau de
dificuldade respiratória pode indicar exaustam da Destrição Perda de
pessoa e é um mau prognstico. de glóbulos
glóbulos vermelhos
A tiragem pode ser infracostal, intercosta, vermelhos aumentada
infraesternal e … aumentada
Algumas doenças cardíacas podem causar Produção de
cianose peri bocal e as crianças podem ter saturações glóbulos
baixas. vermelos
diminuída
Bronquidilatadores aumentam a FC

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CAUSAS DA ANEMIA
As causas da anemia são numerosas, mas a maioria
pode ser agrupada de acordo com 3 mecanismos
Ictericia das principais que produzem anemia:
Palidez, fadiga,
escleróricas, cefaleia, astenia
fadiga, cefaleias,  Perda de sangue hemorragia excessiva
taquicardia
taquicardia urina pulsos  Produção inadequada de glóbulos vermelhos
escura, periféricos  Destruição excessiva de glóbulos vermelhos
esplenomegalia, diminuídos
hepatomegalia

SINTOMATOLOGIA
Palidez, taquicardia, Uma anemia leve provoca frequentemente:
fadiga, cefaleia,
astenia, murmúrio o Fadiga, fraqueza e palidez
ariaco sistólico
Além desses sintomas, anemias mais graves podem
causar:
o Desmaio, tontura, aumento da sede, sudorese,
MANIFESTAÇÕES GERAIS pulso fraco e rápido e respiração rápida
o Fadiga
A anemia grave pode causar ainda:
o Fraqueza muscular
o Pele pálida o Cãibras dolorosas na parte inferior das pernas
o Respiração superficial durante o exercício físico, falta de ar e dor no
o Cefaleias peito, sobretudo se a circulação de sangue nas
o Tonturas pernas já estiver comprometida ou se a pessoa
o Irritabilidade sofrer de certos tipos de doenças pulmonares ou
o Diminuição do tempo de concentração cardíacas
o Raciocínio lento
Por vezes a sintomatologia também podem oferecer
o Apatia
pistas da causa da anemia:
o Por exemplo fezes escuras e pastosas, sangue na
Choque urina, ou nas fezes, ou tosse com sangue
sugerem que a anemia é causada por
hemorragia
Aumento o Urina escura ou icterícia (coloração amarelada
Perfusão
da da pele ou do branco dos olhos) sugere que a
periférica
frequência
Manifestações deficiente destruição de glóbulos vermelhos pode ser a
cardiaca
do sistema causa da anemia
nervoso central o Uma sensação de queimadura ou formigueiro
nas mãos ou nos pés pode indicar deficiência de
vitamina B12.
TA e
Pele MEDIDAS CORRETIVAS/ TRATAMENTO
PVC
húmida
baixas
O tratamento deve estar adequado e de acordo com
a causa da anemia:
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
 Transfusão de sangue se necessário
 Preparação para exames  No caso de hemorragia parar o sangramento é o
 Acalmar a criança e os pais (medo, ansiedade ato mais urgente
 Repouso adequado (atividades  A hemorragia no trato gastrointestinal por
 Administração terapêutica exemplo, aquela decorrente de uma úlcera, tem
 Revisão do quadro da alimentação da criança tratamento por endoscopia ou outras medidas

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 A produção inadequada de células sanguíneas Depois desse período, uma enfermeira observa o
costuma ser causada por uma quantidade recetor periodicamente e deve suspender a transfusão
inadequada de uma vitamina ou nutriente caso ocorra uma reação adversa
necessário pra produzir sangue, como ferro ou
B12
 Se os glóbulos vermelhos são destruídos REAÇÕES ADVERSAS
prematuramente (hemólise) pode precisar de
tratamento com medicamentos que suprime o As reações mais comuns que ocorrem em 1 a 2% das
sistema imunológico transfusões são:
 Por fim, se a anemia for grave ou causar o Febre
sintomas, talvez se necessário realizar o Reações alérgicas
transfusões de sangue
As reações mais graves são:
o Sobrecarga hídrica
TRANSFUSÃO SANGUÍNEA o Lesões pulmonares
o Destruição dos glóbulos vermelhos devido à
As transfusões são administradas para:
incompatibilidade entre os tipos sanguíneos do
 Aumentar a capacidade do sangue de doador e do recetor.
transportar oxigénio
As reações rara incluem:
 Restaurar a quantidade de sangue no corpo
(volume sanguíneo) o Doenças do excerto contra o hospedeiro (na
 Corrigir problemas de coagulação qual as células transfundidas atacam as células
da pessoa que está receber a transfusão)
Transfusões são geralmente seguras, mas às vezes há o Infeção
reações adversas. o Complicações da transfusão maciça (baixa
Entre os dados a serem observados na prescrição coagulação do sangue, baixa temperatura
destacam-se: corporal e níveis reduzidos de cálcio e potássio)

 Nome completo da criança


 Data de nacimento ANEMIA CAUSADA POR DEFICIÊNCIA
 Enfermaria/ou local onde está a criança (UCI, NUTRICIONAIS
UCIN…)
 Exames laboratoriais que justifiquem a Anemia por deficiência de ferro/ anemia ferropénica/
transfusão anemia ferropriva
 Se já existiram outras transfusões é necessário  A anemia por deficiência de ferro é um tipo de
saber a data das transfusões solicitadas e com anemia decorrente da privação ou deficiência
que intervalos de administração de ferro dentro do organismo, levando a uma
diminuição da produção tamanho de teor de
hemoglobina dos glóbulos vermelhos
MINIMIZAR O RISCO DE REAÇÕES ADVERSAS
A anemia é causada pela deficiência de ferro e é a
Antes de iniciar a transfusão, confirmar se a análise mais comum de todas as anemias
da compatibilidade do sangue da pessoa com o sangue
do doador está feita (isso não é feito para transfusões de Os sintomas são típicos e incluem palidez, cansaço,
plasma ou plaquetas) falta de apetite, apatia, palpitações e taquicardia

Fazer uma dupla verificação das etiquetas das bolsas Se há falta de ferro permanente no corpo as
de sangue que serão administradas para garantir que as consequências disso podem ir desde palidez, dores de
unidades se destinam aquele recetor cabeça e fatiga até perda de cabelo e unhas quebradiças.

Como a maioria das reações adversas ocorre durante


os primeiros quinze minutos da transfusão o recetor ó ALGUMAS CAUSAS
observado cuidadosamente no início do procedimento
 Uma alimentação pobre em vitaminas
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 Hemorragias ANEMIA CAUSA POR PRODUÇÃO
 Mal funcionamento da medula óssea INADEQUADA DE GLÓBULOS VERMELHOS
 Doenças autoimunes
o Anemia aplásica: é uma doença em que as
 Ou existência de doenças cronicas
células da medula óssea que se transformam em
células maduras são danificadas, o que resulta
em números reduzidos de glóbulos vermelhos,
PARA REPOR NÍVEIS DE FERRO glóbulos brancos e/ou plaquetas
O tratamento consiste em orientação nutricional,
administração oral ou parental de compostos com ferro
e, eventualmente transfusão de hemácias CAUSA

Corrigir a alimentação e assegure-se que consome Quando a causa da anemia aplástica não pode ser
(também) alimentos ricos em vitamina C, como citrinos, diagnosticada (chamada anemia aplástica idiopática) a
brócolos ou morangos causas provável é uma doença autoimune na qual o
sistema imunológico suprime as células-tronco da
medula óssea
ANEMIA CAUSADA POR AUMENTO DA Pode ser também:
DESTRUIÇÃO DE GLÓBULOS VERMELHOS
 Infeção por vírus tais como parvovirus,
o Esferocitose hereditária mononucleose (vírus de epstein barr) e
o Anemia de células falciformes citomegalovírus
Esferocitose hereditária é uma doença congénita  Exposição á radiação
das membranas dos eritrócitos que causam anemia  Toxinas (como benzeno)
hemolítica leve.  Medicamentos quimioterápicos e outros
fármacos (como cloranfenicol)
Os sintomas incluem graus variáveis de anemia,  Gravidez
icterícia e esplenomegalia.  Hapatite
O diagnóstico requer a demonstração do aumento da
fragilidade osmótica dos eritrócitos e teste de
antiglobulina direto negativo TRATAMENTO

A anemia falciforme (uma hemoglobinopatia) é  Com transfusão sanguínea


uma anemia hemolítica crônica  Transplante de células do tronco
É causada pela herança, homozigótica dos genes de
hemoglobina (Hb) S
DEFEITOS DA HEMÓSTASE
A maioria dos sinais e sintomas só ocorre nos
pacientes homozigotos e resulta de: HEMOFILIA

 Anemia A hemofilia é um distúrbio hemorrágico hereditário


 Eventos de oclusão dos vasos causando causado pela deficiência de um dos dois fatores de
isquemia e infarto tecidual coagulação do sangue a seguir: o fator VIII ou o fator
IX.
 A anemia costuma ser grave, é comum haver
discreta icterícia e palidez Défice de fator VIII (80%) e fator IX
 Hepatosplenomagalia é comum nas crianças
Reconhecimento precoce de sinais e sintomas da
hemofilia.
DIAGNOSTICO Prevenção de episódios hemorrágicos.
 Teste de DNA 8diagnostico pré-natal) Tratamento precoce dos episódios hemorrágicos
 Esfregaço periférico com fator de substituição
 Teste de solubilidade
Adesão ao programa profilático com fator de
 Eletroforese de hemoglobina
substituição.
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Prevenção das hemartroses (fisioterapia e DOENÇA DE VON WILLEBRAND
exercícios)
A doença de von Willebrand é uma deficiência ou
Há duas formas de hemofilia: anomalia hereditária da proteína sanguínea fator de von
Willebrand que afeta o funcionamento das plaquetas
o A hemofilia A que representa cerca de 80% de
causando sangramento excessivo.
todos os casos, é uma deficiência do fator de
coagulação VIII O fator de von Willibrand está presente no plasma,
o A hemofilia B é uma deficiência do fator de nas plaquetas e nas paredes dos vasos sanguíneos
coagulação IX

PRINCIPAIS SINTOMAS
CAUSAS
 Hemorragias frequentes e prolongadas do nariz
A hemofilia é causada por diversas anomalias  Hemorragias recorrentes das gengivas
genéticas diferentes. Elas estão ligadas ao sexo, as  Excesso de sangue após um corte
anomalias genéticas são herdadas da mãe no entanto  Sangue nas fezes ou urina
quase todas as pessoas com hemofilia são homens.  Hematomas frequentes em várias partes do
corpo
 Aumento do fluxo menstrual
SINTOMATOLOGIA

 Hemorragia é o principal sintoma


 A hemorragia pode ocorrer numa articulação PURPURA TROMBOCITOPENIA IDIOPÁTICA
num músculo no abdómen na cabeça
 Devido a quedas cortes, procedimentos
odontológicos ou cirurgia NEUTROPENIA
 Uma criança com hemofilia sofre facilmente A neutropenia consiste na redução da contagem de
equimoses neutrófilos no sangue
Se a situação for grave, há aumento no risco e na
CLASSIFICAÇÃO gravidade de infeções causando por bactérias e fungos

 Hemofilia leve: a atividade de coagulação é 5 a Os sintomas focais da infeção podem ser silenciosos
25% do normal mas a febre surge durante a infeção.
 Hemofilia moderada: a atividade de coagulação O diagnóstico é feito pela contagem com diferencial
é 1 a 5% do normal de leucócitos
 Hemofilia grave: a atividade de coagulação é
inferior a 1% do normal A avaliação requer a identificação da causa. se
existir febre, presume-se infeção e tratamento empírico
imediato com antibióticos de largo espectro sobretudo
DIAGNOSTICO E TRATAMENTO se a neutropenia for grave

o O diagnóstico é efetuada através de exames ao O tratamento com o fator estimulante das colonias de
sangue e testes genéticos granulócitos-macrófagos algumas vezes ajuda.
o O tratamento através de administração de
transfusão e do fator em falta
VASCULITE ASSOCIADA Á
IMUNOGLOBULINA A PURPURA DE
PREVENÇÃO ATRAVÉS DE RICE HENOCH-SCHONLEIN

1. Repouso A vasculite ou purpura de Henoch-Shonlein (PHS)


2. Gelo é uma doença na qual ocorre inflamação dos vasos
3. Compressão sanguíneos de pequeno calibre (capilares). Esta
4. Elevação inflamação chama-se vasculite e normalmente afeta os

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vasos sanguíneos de pequeno calibre, na pele, nos o LLA- leucemia linfoblastica aguda 3 a 4 casos
intestinos e nos rins. por 100 000 crianças caucasianas
o 2 e 5 anos
Vasculite associada á imonuglubolina A o Género masculino
(anteriormente chamada púrpura de Henoch-Schonlein) o Cura em 80% casos
é uma vasculite que afeta primariamente os pequenos
o LMA- leucemia mieloide aguda 5 a 7 por
vasos. Ela ocorre mais frequentemente em crianças.
1 000 000
o 2 primeiros anos
o Género masculino e feminino
AS MANIFESTAÇÕES/ DIAGNÓSTICO
Em todos os tipos de leucemia as células em
Mais comum incluem púrpura palpável, artralgias proliferação deprimem a medula óssea na produção dos
Sinais e sintomas gastrointestinais mais comuns elementos constituintes do sangue.
incluem dor com cólicas abdominais, sensibilidade  Anemia devido à diminuição dos eritrócitos
abdominal e melena e glomerulonefrite  Infeção devido à neutropenia
O exame de fezes pode ser positivo para sangue  Hemorragia relacionada com a diminuição da
oculto. produção de plaquetas

O diagnóstico é clínico em crianças. A doença


geralmente é autolimitada nas crianças
SINTOMATOLOGIA

 Palidez, fadiga
EVOLUÇÃO DA DOENÇA  Febre
 Hemorragias (pequenas)
Os sintomas da vasculite associada `imunoglobulina
 Dores
A geralmente regridem em cerca de 4 semanas, mas
 Cefaleias
recidivam com frequência pelo menos uma vez após um
intervalo livre da doença por várias semanas. Na  Vómitos
maioria das crianças, a doença regride sem sequelas  Fadiga
graves.  Anorexia
 Hepatomegalia/esplenomegália
Os corticoides podem aliviar as artralgias e os  Cefaleia resultantes da infiltração da medula
sintomas gastrointestinais mas não alteram o curso da óssea
doença. A glomerulonefrite progressiva pode requerer
altas doses de corticoides e ciclofosfamida.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

LEUCEMIAS o Higiene (bocal


o Exames
A leucemia é um termo amplo usado para referir-se o Terapêutica (efeitos secundários)
a um grupo de doenças malignas da medula óssea e do o Corticoides
sistema linfático o Quimioterapia
o Anorexia
o Náuseas e vómitos
MORFOLOGIA o Dores
o Fadiga
 Linfo- indica leucemia que afetam os isetma o Isolamento
linoide o Medo, tristeza
 Mielo- origem mieloide (óssea) o Transplantes
 Blastica e aguda- envolvem as células imaturas
 Citica e crónica- envolvem células maduras

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Alterações gastrointestinais o Ligeira ou leve até 5%: comportamento


irrequieto sede ligeira
o Moderada 5%-10%: mucosas secas, olhos
encovados, irritabilidade, fontanela deprimida
Alterações o Grave 10%-15% : oligúria, hipotensão,
gastrointestinais taquicardia, irritabilidade ou letargia
Vómitos e Proceder á implementação do plano de correção
diarreia hídrica.

Desidratação Grau de desidratação


Leve Moderado Grave
Perda do <S0ml/Kg 50-90mi/Kg >100ml/Kg
Intolerâncias volume de
alimentares
líquidos
Coloração Pálida Cianótica Cianótica
da pele mais
Alergias acentuada
alimentares Prega Ligeira/ Ligeira/ Marcada/
cutânea/ diminuída diminuída deficiente
elasticidade
da pele
Mucosas Secas Muito secas Muito secas
Débito Reduzido Oligúria Oligúria
COMO DISTINGUIR urinário acentuada
Intolerância alimentar há uma intolerância Tempo de <2 segundos 2-3 segundos >3 segundos
enchimento
permanente, há uma predisposição genética. Por
capilar
exemplo: intolerância á lactose é causada por uma
deficiência da enzima lactase.
Outras avaliações/ observações
Alergia é a reação que envolve um mecanismo
Sinais vitais Temperatura Presença da
imunológico: hipotermia ou
 Imediata ou tardia hipertermia
Respiração Presença ou não
 Leves (eritema) ou graves (reação anafilática)
de taquipneia
Pressão arterial Normal ou
hipotensão
DESIDRATAÇÃO Pulso Taquicardia
Peso corporal Diminuído
A desidratação é um distúrbio comum nos líquidos
Fontanela Apresenta-se deprimida
corporais em lactentes e crianças. (lactentes)
Pode resultar de diversas doenças que provocam Alterações Xerostomia (boca muito seca,
perdas insensíveis através: sensoriais precisam de beber água)

 Aparelho respiratório
TIPOS DE DESIDRATAÇÃO:
 Da extração renal aumentada
 Do aparelho gastrointestinal  Isotónica
 Da pele  Hipotónico- hiposmótica ou hiponatrémia
 Hipertónica- hiperosmótica ou hipernatrémia
CARACTERIZAR E QUANTIFICAR E REGISTAR
O TIPO DE PERDAS ISOTÓNICA
Avaliar o tipo de desidratação da criança: É a forma mais comum de desidratação
% perda de peso= peso anterior-peso atual x 100 Neste tipo de desidratação os défices hidroelétricos
encontram-se em proporções equivalentes, isto é a perda
Peso anterior
de água e sal ocorreu em quantidades iguais.
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O nível sérico do sódio permanece dentro dos adquirirem uma dor esverdeada conteúdo muco ou
limites normais- entre 130 e 150 mEg/1 sangue)
DESIDRATAÇÃO HIPOTÓNICA Diarreia leve: poucas evacuações de fezes
amolecidas por dia sem outra doença associada.
A desidratação hipótonica- hiposmótica ou
hiponatrémica. Diarreia moderada: varias evacuações diárias de
fezes moles ou líquidas. A criança pode apresentar febre
Ocorre quando o deficit eletrolítico excede o deficit
ou hipertermia, vómito, agitação, irritabilidade, sinais
de água, de modo a que o soro se torna hipotónico. de desidratação.
A concentração sérica de sódio é inferior a 150
Diarreia grave: evacuações em nº elevado ou
mEq/1 contínuas. A criança pode apresentar sinais de
DESIDRATAÇÃO HIPERTÓNICA desidratação, estar irritável com choro pouco vigoroso,
pode tornar-se letárgica ou mesmo atingir um estado
A desidratação hipertónica- hiperosmótica ou comatoso.
hipernatrémica
Resulta de uma perda de água maior do que pera de
eletrolíticos. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

A concentração sérica de sódio ultrapassa 150 1. Manter uma hidratação adequada


mEq/1.  Administrar soluções de hidratação oral
prescrita
É mias provável a ocorrência de distúrbios  Administração terapêutica EV e/ou
neurológicos como convulsões. As alterações cerebrais antibioterapia prescrita
são graves e podem resultar em lesão permanente.
 Efetuar registos referentes ao número e
características das dejeções
 Avaliar e registar sinais de desidratação
OBSERVAÇÃO DA CRIANÇA  Pesar diariamente a criança
Observação de quaisquer sinais de desidratação 2. Monitorizar a nutrição
 Primeiro começar pela reidratação oral ou
Urina- avaliar a frequência, volume, coloração e IV
densidade.  Depois iniciar dieta obstipante adequada à
Vómitos (avaliar volume frequência e tipo de idade da criança
vómito)  Evitar abusar da dieta obstipante e avaliar a
sua tolerância
Sudorese (avaliar através da observação e da troca de  Pesar diariamente a criança
roupa) 3. Risco de infeção (prevenir)
Febre (tempo de resposta do antipirético) Proceder ao uso correto de técnicas preventivas na
Verificar a existência de doenças associadas ou não transmissão de infeções:
por exemplo:  Cuidadosa lavagem das mãos (crianças,
 Diabetes familiar, enfermeiro…)
 Doença renal  Colocar as fraldas no recipiente apropriado
 Anomalias cardíacas  Evitar que os latentes coloquem brinquedos
em áreas contaminadas
 Alertar a família para procedimentos
corretos
DIARREIA
4. Avaliar e manter integridade cutânea
Pode resultar de distribuição que comprometam as  Manter a pele limpa e seca
funções digestiva absorção e secretora.  Aplicar creme para proteger a pele de
irritabilidade
É importante determinar o aumento do numero de
 Observar sinais de infeção na zona do
evacuações. Alterações nas características das fezes
perineo
(aumento do conteúdo liquido, tendência das fezes para
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5. Proporcionar educação de saúde aos familiares ALGUNS SINAIS
 Ajudar e permitir que a família efetue e
proporcione cuidados de conforto à criança  Choro
 Agitação ou prostração
 Educar a família sobre as formas de
prevenir a disseminação da infeção  Dificuldades na alimentação
 Providenciar cuidados adequados para a  Má progressão ponderal
criança após a alta  Vómitos
 Sintomatologia respiratória (rouquidão, tosse)

VÓMITO
MANIFESTAÇÕES CLINICAS IMPORTANTES
Segundo a CIPE, vómito define-se como “processo PARA O PENSAMENTO CRITICO E REGISTO DE
do sistema gastrointestinal comprometido: expulsar ou ENFERMAGEM:
trazer de volta alimentos processados ou conteúdo
gástrico através do esófago e para fora da boca” o Salivação
o Vómito
Quando os vómitos são persistentes e prolongados as o Perda de peso
complicações para o lactente e para a criança podem ser o Náuseas
graves. o Irritabilidade
o Anemia
Causas: fatores intrínsecos ou extrínsecos
o Problemas respiratórios
PENSAMENTO CRITICO NOS CUIDADOS DE
O refluxo predispõe á:
ENFERMAGEM
 A aspiração e ao desenvolvimento de
o Observação e registo dos vómitos
sintomatologia respiratória tal como
o Observar e registar se existem outros sistemas
pneumonia.
associados
o Observar e avaliar o comportamento da criança  O refluxo associado á apneia do sono pode ser
o Questionar e tentar determinar a causa do fatal para a criança
vómito (por. Ex. gastroenterite virais,
alimentação incorreta, obstrução
gastrointestinal…) TRATAMENTO

Manter a hidratação/ prevenir a desidratação O tratamento depende da gravidade do refluxo:

Com o vómito controlar a criança já pode ingerir  A modificação da alimentação poderá ser
mais quantidade de líquidos eficiente
 O posicionamento também pode ser suficiente
A criança com vómitos deve ser posicionada de até que surja a barreira fisiológica normal do
modo a evitar a aspiração do mesmo. refluxo
Deve incentivar a criança a escovar os dentes após o Medidas posturais:
vómito afim de evitar a presença de ácido clorídrico nos
dentes e boca o Medidas alimentares
o Terapêutica médica
o Tratamento cirúrgico
REFLUXO GATRO-ESOFÁGICO Na terapêutica médica o uso de alimentos espessos
Pode ser associado a: é controverso
No entanto:
 Distensão gástrica
 Aumento de pressão abdominal  A alimentação em pequena quantidade
 Esvaziamento gástrico tardio  Administração com mais frequência
 Hérnia do hiato  As erupções frequentes
 Doença do SNC
São algumas estratégias para minimizar o refluxo.

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POSICIONAMENTO
Cama com cabeceira elevada
Nos primeiros três meses colocar a criança em
decúbito dorsal com a cabeceira elevada

OBSTIPAÇÃO INFANTIL

A obstipação infantil é comum, mas pode provocar


um mal-estar na criança.
Até três dias é normal mais do que isso precisa de
intervenções e de ajuda para evacuar.

CAUSAS PROVÁVEIS
Mudança do leite materno para o leite adaptado de
transição
Mudança para a alimentação pobre em fibra e excesso
de produtos lateos.
Introdução do bacio na vida da criança

O QUE FAZER
Mudança de alimentação com mais legumes e fruta
Se necessário introduzir laxantes
Não ignorar a obstipação da criança porque o
intestino alarga e torna todo o processo ainda mais
difícil

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