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GRAVIDEZ NA

ADOLESCÊNCIA
ENF. ª CAROLINE CARLA
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
◦ De acordo com informações divulgadas pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (Febrasgo), um em cada sete bebês é filho de mãe adolescente. A cada hora, nascem 48 bebês
no Brasil de gestações na adolescência.
◦ Outros dados que chamam a atenção são:
◦ Em 2019, dos nascimentos no Brasil, 19.330 foram de mães de até 14 anos. Isso significa que, a cada 30
minutos, aproximadamente uma menina de 10 a 14 anos tornou-se mãe (Febrasgo).
Como a gravidez precoce pode afetar a
vida dos adolescentes
◦ Uma gravidez na adolescência tem consequências em diversos âmbitos, como a saúde física e mental, a
educação, a vida profissional e a autonomia na fase adulta. Por isso, é tão importante que o tema seja
encarado com sensibilidade e empatia.

◦ A gravidez na adolescência é considerada de alto risco para as meninas, podendo acarretar diversos
problemas de saúde como diabetes gestacional, hipertensão, anemia, infecções urinárias e infecções
sexualmente transmissíveis (IST). Para o bebê, existe maior probabilidade de parto prematuro, baixo peso
ao nascer (menos de 2,5 kg), desnutrição fetal nos casos em que a mãe têm anemia, malformações e
síndrome de Down.

◦ Também é importante considerar que, nesse momento da vida, ainda não há total maturidade para assumir
plenamente o papel de mãe ou de pai. Isso pode gerar problemas socioemocionais para a família toda.
Impactos psicológicos e sociais da
gravidez na adolescência
◦ Conforme falamos no início do texto, os riscos da gravidez na adolescência não são apenas físicos.
Gestar nessa idade traz também um impacto psicológico muito grande para vocês meninas, que muitas
vezes têm dificuldade de entender a situação.

◦ É preciso lidar ainda com a questão da autoimagem, porque o corpo muda muito rápido na gestação. Se
ela demorou meses ou anos para que o corpo se desenvolvesse, para ter o crescimento das mamas, por
exemplo, na gestação essas mudanças acontecem rapidamente. E isso também pode ter um impacto na
autoestima, na maneira como a própria menina se enxerga.
Como lidar com gravidez precoce
◦ A primeira coisa a fazer em caso de suspeita de gravidez é lembrar à possível gestante que ela não está
sozinha - e o envolvimento do pai da criança também faz parte disso. Por mais que a situação não seja
esperada pela família, o acolhimento e a busca por orientação PROFISSIONAL são fundamentais para
lidar com a questão da melhor forma possível - preservando a saúde da mãe e da criança.

◦ O exame para confirmação da gravidez pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou em
laboratório. A partir daí, é preciso dar início ao pré-natal, momento em que é recomendada a participação
da mãe, do pai e do apoio da família.
◦ Vale lembrar que, mesmo diante de uma gravidez, os direitos das adolescentes permanecem os mesmos.
Tanto a Constituição Federal quanto o Estatuto da Criança e do Adolescente afirmam que é dever da
família, da sociedade e do Estado assegurar certos direitos aos adolescentes, como vida, saúde, educação,
profissionalização, lazer, dignidade e cultura. Isso significa, por exemplo, que a adolescente não precisa
abandonar a escola.

◦ Em alguns casos, ainda é preciso cuidar bem da saúde mental para receber a nova criança, então vale
buscar o apoio de profissionais da psicologia, tanto para a gestante, quanto para o pai e familiares.
Cuidados durante o pré-natal
◦ A principal medida a ser tomada em relação ao pré-natal da adolescente grávida é o início precoce desse
acompanhamento, ou seja, idealmente antes das 12 semanas de gestação, para realizar os exames
necessários, como o ultrassom morfológico, e verificar a pressão arterial e se há um quadro de anemia,
por exemplo.

◦ Contudo, o que se observa é o contrário. Muitas adolescentes começam o pré-natal de forma tardia,
geralmente após o 5º mês de gestação, o que aumenta o risco de doenças como sífilis, que caso não seja
diagnosticada no primeiro trimestre, também pode oferecer riscos ao bebê.
◦ É importante o acompanhamento psicológico, porque muitas adolescentes têm depressão pós-parto ou até
depressão durante a gravidez. Por isso, o atendimento multiprofissional é fundamental.

◦ Vale destacar que para iniciar o pré-natal no SUS, basta buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS)
próxima de sua residência.

◦ Durante o pré-natal, qualquer condição pode ser identificada e tratada corretamente para que haja o
máximo de segurança na hora do parto.

◦ A base para um parto e um bebê saudável é a realização de todos os exames e todas as ultrassonografias.
Mudanças na rotina
◦ Após o parto, a vida da adolescente muda completamente e isso pode afetar a sua estrutura psicológica,
principalmente nos casos em que a família não se mantém presente.

◦ A rotina fica centrada nos cuidados com o bebê e traz diversos desafios, como a amamentação, que nem
sempre é um processo fácil. O cansaço, a dor física e a dependência por parte do bebê podem
sobrecarregar física e emocionalmente a mãe adolescente.

◦ Segundo a Dra. Mariana Palhares, pediatra do Hospital Anchieta em Brasília, é fundamental que a mãe
esteja tranquila para o aleitamento que ocorre logo após o parto. Então, a mãe adolescente precisa ter
uma forte e presente rede de apoio desde o momento em que o bebê nascer.
Como lidar da melhor forma?
◦ Não condene a adolescente caso tenha acontecido. Isso só irá piorar a situação. Lide com a gravidez
precoce com muita paciência, carinho e atenção. Deixe os seus julgamentos de lado e procure estar
sempre presente em cada exame e consulta.

◦ Uma mãe adolescente precisa ter as melhores assistências, com profissionais capacitados e apoio
familiar. O apoio de profissionais e das pessoas próximas para passar por este período com saúde e
segurança, tanto física quanto psicologicamente.

◦ Após o nascimento, os desafios não reduzirão, por isso, é muito importante que a mãe adolescente tenha
uma base e uma rede de apoio muito forte.
◦ Vocês adolescentes precisam continuar estudando! “A escola precisa proporcionar o estudo. Não têm de
parar de estudar. O bebê não pode ser um empecilho para que vocês jovens mães parem de buscar seus
projetos futuros”.

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