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É apontada como uma gestação de alto risco decorrente das preocupações que
traz à mãe e ao recém-nascido, a gravidez nesta faixa etária pode acarretar problemas
sociais e biológicos.
Consequências físicas
Devido ao facto da mulher não estar totalmente pronta fisicamente para uma
gestação, há maior chance de parto prematuro, rompimento precoce da bolsa e aborto
espontâneo, por exemplo. Além disso, é possível que ocorra diminuição do peso,
anemia e alterações no processo de formação dos vasos sanguíneos da placenta,
podendo resultar em aumento da pressão arterial, cuja situação recebe o nome de pré-
eclâmpsia.
Consequências psicológicas
A maior parte das meninas que se encontram em uma gestação precoce não estão
preparadas emocionalmente para serem mães, por isso é comum o desenvolvimento de
depressão, tanto durante a gravidez, como no pós-parto. Pode ainda acontecer
diminuição da auto-estima e problemas afetivos entre a mãe o bebê.
Consequências socioeconômicas
Quando a menina apresenta a primeira menstruação antes dos 8 anos de idade o pediatra
pode desconfiar de alguma alteração em sua saúde, e por isso normalmente avalia o
corpo da menina observando o crescimento das mamas, de pelos nas axilas e virilha.
Além disso, o médico pode solicitar exames como LH, estrogênio, TSH e T4, idade
óssea, ultrassom pélvico e das suprarrenais. A primeira menstruação é uma
consequência de mudanças hormonais iniciadas cerca de dois anos antes dela. No início,
a variação desses hormônios é muito grande, resultando em irregularidade menstrual,
mas, aos poucos, o corpo vai amadurecendo e os ciclos se regularizam.
Quando a menina começa a menstruar, seu corpo está bem desenvolvido, com mamas e
pelos. Porém, ainda haverá aumento dos seios, os pelos pubianos atingirão as virilhas e
o corpo ganhará curvas.
Quinze milhões entre 16,7 milhões de gravidezes indesejadas acontecem todos os anos
em mais principalmente no continente africano, 35 países de baixa renda porque as
mulheres não fazem uso de métodos contraceptivos considerados modernos, como a
pílula e a camisinha.
Muitas das mulheres que engravidam nesses países enfrentam, no futuro, problemas
como morte precoce, deficiências, redução de oportunidades de emprego ou interrupção
nos estudos. Eles compararam o uso de contraceptivos entre 12.874 mulheres que
ficaram grávidas sem querer e 111 mil mulheres sexualmente ativas que não
engravidaram e nem queriam isso. Métodos tradicionais, como tabelinha e coito
interrompido, mostraram-se quase três vezes menos eficazes do que os modernos.
A mulheres mais pobres e com menos grau de educação estão entre as que menos fazem
uso desses contraceptivos. Em meio às 14,8 mil grávidas da pesquisa que não usavam
contraceptivos e não queriam ser mães, a principal razão para não recorrer a métodos de
prevenção era o medo dos efeitos colateiras, apontado como motivo por 5,5 mil, ou 37%
das mulheres. Oposição, da família ou da igreja, foi o motivo para 22,4% delas. E
17,6% subestimavam o risco de engravidar. Outras razões citadas foram o custo desses
métodos e a falta de informação sobre eles.
Para usar a tabelinha para não engravidar, é importante ter atenção ao período fértil e
evitar ter relações sexuais durante esse período, pois assim é possível diminuir a
probabilidade de gravidez. No entanto, a tabelinha não é um método totalmente eficaz
para evitar a gravidez, isso porque algumas mulheres podem ter o ciclo menstrual
irregular ou terem o período fértil influenciado por situações emocionais, por exemplo.
Assim, a melhor forma para evitar a gravidez é associar a tabelinha ao uso de outros
métodos contraceptivos, como uso de pílulas anticoncepcionais e camisinha,
principalmente, pois além de evitar a gravidez indesejada evita a transmissão de
doenças sexualmente transmissíveis.
Para a família a experiência de ter uma adolescente solteira e grávida, pode ser marcada
por sentimentos diversificados, de alegria, surpresa, decepção, raiva, culpa e também
questionamentos: Por que isso aconteceu? Onde foi que eu errei? Será que dei liberdade
demais para minha filha? Será que não conversei suficientemente com ela.
A adolescente não tem maturidade do sistema reprodutor, pois ele ainda não foi
totalmente desenvolvido. Em geral, os riscos de uma gravidez na adolescência são o
abortamento espontâneo, o parto prematuro e o desenvolvimento de hipertensão arterial.
O grupo mais propenso a esse risco está na faixa etária de 11 a 15 anos.
No entanto, esses excessos que são, principalmente, para que a filha não abandone os
estudos, podem ser prejudiciais. Pois, quando a adolescente não assume as
responsabilidades com a nova vida, ela pode encontrar facilidade em cuidar de uma
criança e acaba engravidando de novo. Porém, vale frisar que é importante a mãe
incentivar os estudos sem eximi-las da responsabilidade da maternidade. Mais de seis
milhões de adolescentes no mundo engravidam de forma precoce e indesejada. Angola
é um dos países onde houve um aumento crescente, em particular dos adolescentes,
entre os 11 e os 14 anos de idade.
Há também pouca literatura e a ilusão de que ter um filho cedo se fica com mais
responsabilidades.
O ciclo menstrual aparecia a partir dos 12 ou 13 anos de idade, actualmente aparece aos
oito anos. “Uma rapariga a que o ciclo menstrual aparece entre os dez e os 11 anos de
idade, em primeiro lugar vai deixar de crescer, porque a hormona de crescimento vai ser
substituída pela hormona sexual, logo, aumenta o interesse pelo sexo oposto”,
sublinhou Eurídice Chongolola. A médica disse que o factor hereditariedade também é
uma das causas, porque existe uma grande influência na aparição da primeira gravidez
na progenitora da adolescente. Se a mãe da menor teve o seu primeiro filho na
adolescência, também há probabilidades de a filha ter o primeiro bebé na mesma idade.
SEGUNDA GESTAÇÃO
Durante as consultas externas na Maternidade Lucrécia Paim constatou-se que a maior
parte das jovens entre os 17 e 19 anos de idade já têm a segunda gestação (mãe pela
segunda vez), porque as mesmas já realizaram uma cesariana aos 14 ou 15 anos.
Eurídice Chongolola disse que no primeiro semestre de 2013, um total 62 por cento dos
partos por cesariana na Maternidade Lucrécia Paim foram feitos a adolescentes, e o
número tem crescido. No primeiro semestre de 2017, um total de 50 por cento dos
partos por cesariana foram feitas a jovens.
A médica explicou que a maior parte das cesarianas são realizadas devido à pouca
estrutura corporal das jovens. As que têm bom porte físico conseguem ter um parto
normal.
Repercussão social da gravidez na adolescência
Uma vez constatada a gravidez, se a família da adolescente for capaz de acolher o novo
facto com harmonia, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior probabilidade de
ser levada a termo normalmente e sem grandes transtornos.