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SINDICATOS EM FACE DA REFORMA TRABALHISTA

Antônio Júnior da Silva


Carla dos Santos Maia Dantas
Dálite Salviano da Silva
Deise Neta dos Santos
joilma Vitória da Silva Santos
Vivianne da Silva Arruda
Docente:

RESUMO

Antes da aprovação da reforma as condições de trabalho eram negociadas com a


participação dos sindicatos, responsáveis, segundo a Constituição, pela "defesa dos
direitos e interesses" das categorias. Tópicos como jornada, remuneração e auxílios
só poderiam ser alterados desde que confiram ao trabalhador uma situação melhor
do que a prevista na lei.

Por exemplo, não seria possível negociar um intervalo de almoço menor do que uma
hora, padrão estabelecido pela CLT. Mas com a reforma, os trabalhadores poderão
negociar uma pausa de até meia hora, o que pode ser visto como uma
desvantagem. Com a aprovação da proposta, os acordos passaram a prevalecer
sobre o que diz a lei, mesmo que sejam menos favoráveis para o funcionário
violando assim, alguns princípios constitucionais.

A medida abre a possibilidade de negociações feitas diretamente entre funcionários


e chefes, sem a mediação do sindicato.

Mas alguns pontos, como seguro-desemprego e 13º salário, não poderão ser
alterados.

A chamada "flexibilização" divide opiniões. Enquanto uns a veem como uma


possibilidade de tornar as contratações mais dinâmicas, personalizando as regras
para cada caso, outros a consideram uma forma de destruição da CLT, facilitando o
abuso de trabalhadores.

PALAVRAS-CHAVES: Violação. Reforma trabalhista. Direitos. CLT.


Inconstitucionalidade.

1 A REFORMA TRABALHISTA EM FACE DOS SINDICATOS

A história sindical, erguida e sustentada por trabalhadores, nasceu no final do


século XIX, acompanhando a evolução de nossa economia, na época em que o
centra o agrário era o café.

Desde a Constituição Brasileira de 1824 existe o direito de o trabalhador


associar-se, direito este que mais tarde foi identificado como organização sindical.

Com o passar dos anos, tiveram diversas Constituições, e, analisando uma a


uma, constatamos a evolução da ideia do sindicalismo, como o direito de associar-
se para preservação e garantia dos direitos dos trabalhadores.

Os movimentos sociais e as revoluções comprovam a importância de os


trabalhadores permanecerem unidos, para garantirem seus direitos e o equilíbrio na
relação patrão/empregado na distribuição de riquezas proveniente do trabalho.

A aprovação da Reforma trabalhista demonstra a perda de poder e beleza da


ideologia sindicalista.

Vejamos os principais pontos que comprovam tal assertiva: não haverá mais
a obrigatoriedade de o sindicato homologar a rescisão de contratos de
trabalho de empregados com contratos de trabalho firmados há mais de um
ano, valendo a assinatura firmada no termo de rescisão apenas entre o empregado
e o empregador.
Assim como a demissão individual, a demissão em massa não carecerá
mais da concordância do sindicato, podendo ser feita diretamente pela
empresa sem a interferência sindical. Dentre tantas perdas, a menor delas é a
alteração da natureza da contribuição sindical que passa de compulsória à
facultativa tanto para os empregados como para os empregadores.

Não surpreende a facultatividade da contribuição sindical, afinal, ao


observarmos as mudanças, as maiores proteções oferecidas pelos sindicatos
deixaram de existir com a Reforma Trabalhista.

A nova era do Direito do Trabalho rouba dos contratos de trabalho o


equilíbrio, antes assegurado pelos sindicatos, enfraquecidos politicamente e agora
legalmente com a aprovação da Reforma Trabalhista.

Por outro lado, o ponto positivo da Reforma é que ela fará com que o
sindicalismo tenha que evoluir a fim de, efetivamente, garantir representatividade e
legitimidade aos trabalhadores.

Esperamos uma espécie de “reforma sindical”! Afinal, o sindicalismo terá que


evoluir e conquistar novos meios de atrair o interesse coletivo, o interesse dos
trabalhadores.

Podemos estar prestes a viver uma nova era da ideologia do sindicalismo,


que há muito tempo se perdeu na história porque, com o tempo, muitos sindicatos
deixaram de atuar com as técnicas necessárias para garantir os direitos dos
trabalhadores, lembrando apenas da ideologia, o que não costuma ser suficiente
para a maioria dos trabalhadores.

Caberá essa missão aos novos lideres sindicais, que deverão estar dispostos
à luta pelo resgate do equilíbrio entre a relação trabalhador/empregador, diante das
novas modalidades de empregos da atualidade.

3 CONCLUSÃO
Diante de tudo o que foi exposto, podemos afirmar com propriedade que a
nova Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, denominada de Reforma Trabalhista,
viola cabalmente diversos dispositivos da Constituição Federal. Mais do que isso, as
novas modificações implementadas representam a verdadeira precarização das
relações de trabalho, sob o pretexto de modernização da Justiça do Trabalho.

A nova Lei, como posta, permite que não só a CLT, mas também a
Constituição tenham seu conteúdo esvaziado. Conquistas históricas estão sendo
minimizadas ou até mesmo extintas com o intuito apenas de atender uma pequena
parcela da sociedade: o 1% dos mais ricos. Afinal, essa é a lógica do sistema
capitalista. Lógica esta que defende que dar liberdade é retirar direitos, entregando
os trabalhadores à livre negociação com seus tomadores de trabalho, majorando
jornada, fixando prescrição intercorrente, retirando direitos, etc.

Em síntese, a reforma trabalhista é um movimento de destruição em massa. A


classe trabalhadora precisa se unir e se conscientizar de que a reforma trabalhista
não veio para dar direitos: veio para retorquir direitos históricos conquistados a duras
penas. Não podemos retroceder! É para frente que devemos caminhar.

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